JUNTAS NO PORTAL
Obra criada em coautoria: Cris Pires e Amorim Cunado (@crispirei5 e @AmandaCunado)
Palavras: 993
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Cristina, recapitulando todos os dados e revendo as possibilidades, algo lhe incomodava. O robô tagarela não se cansava de alertar Mica, enquanto ambas em silêncio observavam a máquina. Na cabeça de Mica pensava ser seu fim, e na de Cristina, uma oportunidade à vista.
— Não achei que a encontraria tão cedo. — Cristina quebra o silêncio entre as duas fitando os olhos brilhantes e enraivecidos de Mica.
Julgar ou questionar?
Não basta vir de outro lugar,
Ter que aguentar uma doída a devanear,
Dizendo assim até parece que me conhece,
E eu só queria em minha rede postar
#Perseguida pelo Dr. Frankenstein.
Outra, Ninguém responde sobre esse lugar
O robô acorrentado insiste em alertar
"Corra, corra, ou logo morrerá"
— Não seria ao menos educado se explicar? Só quero para minha casa retornar — Cruza os braços impaciente, sem resposta.
O laboratório era muito organizado com a máquina Kairós no centro. Mica olha em volta tentando encontrar uma saída. Logo nota o robô Tyr encarando-a. Assim que o fita recebe um sinal. O mordomo aponta com o queixo para uma bancada com garrafa térmica, canecas e chaves.
A cientista não está olhando!
Essa é a chance para fugir.
Vejo minha liberdade logrando,
Com ajuda do robô vou sair!
Cristina continuava revendo suas anotações, tão absorta em suas análises que não percebe os movimentos de Mica até ouvir o som das correntes atingindo o chão.
— Parados! O que pensam que estão fazendo? — a cientista saca uma espécie de arma pequena.
Tyr se posiciona a frente da jovem, que fica admirada por ser prontamente defendida.
— Devo alertar que mais crimes terão consequências irreversíveis. — a voz de Tyr sai com falhas sonoras.
— Eu não cometi crime algum seu robô defeituoso! Não eram clones, quantas vezes terei que explicar? São outras versões de mim e as devolvi para seus mundos, onde deveriam está.
— Deve explicar isso em tribunal.
— Ser irritantemente correto faz de você um idiota. Por que me entregaria se estou tão perto do meu objetivo? Consegui codificar uma máquina quântica que viaja entre os três tempos, e ainda consegue ir para outras realidades alternativas. — indagou com superioridade e empolgação de sua própria criação digitando em seu computador, ativando a máquina, mas ainda mantendo a arma e os olhos nos dois.
— Para sua sorte, nós acabamos aqui. — Entre no portal Mica. É uma ordem, entre!
O mordomo pareceu paralisado por um instante, seu HD ventilou alto enquanto decidia que ação tomar. Mica decidiu não esperar.
— Você será procurada por todas as autoridades de Tellūs. — Tyr diz desesperado, sem entender os próximos passos da cientista.
Eu já atravessei um portal
Lá se foi meu medo do mal
Venha logo amigo de metal
Vamos dar um salto mortal!
Cristina arregalou os olhos vendo a mocinha agarrar o robô e correr em direção a máquina. Por instinto moveu o corpo também, para impedir que o robô não as acompanhasse. Mas foram sugados por uma irregularidade do tempo que fez a luz azul da máquina pulsar superando as margens do equipamento e devorando meio laboratório.
A passagem pelo portal é coberta de elétrons e ondas magnéticas, sua paisagem é como contemplar o espaço e suas mais belas revelações.
Ao serem transportados a primeira coisa que veem é a alvorada, tomando conta do cenário, revelando as partes do laboratório cravadas no chão pedregoso, rodeado de escombros. A própria máquina Kairós estava ali com eles em um mundo destruído e abandonado, mas o céu daquele lugar é indescritível.
— Iria nos mandar para cá? Melhor se explicar!
— Quieta, já basta o Tyr no meu ouvido! Esse não era o destino. Como esse mundo fic...? — Foi interrompida pelo som de motores se aproximando, uma gangue em motos flutuantes as cercaram.
— Olha só, vagantes? — Disse o líder dos motoqueiros com seus olhos azuis afiados.
— Sou um robô de suporte, modelo X2118, nomeado como Tyr.
Cristina analisa a situação com preocupação, revira os olhos com a exatidão que Tyr se revelou. — Robô, idiota.
— Hahaha! Líder dos Bhaskara, prazer. Digo mais, vocês estão presos por inva...
— Cristina interrompeu a fala do líder com um tiro de laser na válvula de flutuação da moto que imediatamente caiu a quase dois metros de altura.
— Rápido Tyr fuja protegendo a Mica! — bravejou atirando na segunda moto e ligando o próprio cinto de flutuação se direcionando para o lado contrário, assim tentando chamar atenção para ela, enquanto os dois fugiam em outra direção.
Os outros dois motoqueiros, que ainda flutuavam, apontaram armas, surpreendentemente antigas, combinado com aquele visual distópico, contra a cientista que tentou fugir. Mas seria atingida se Tyr não entrasse na frente entregando Mica. Cristina a abraça as encurvando para protegê-la.
As balas ricocheteiam nas costas do mordomo. Servindo de escudo para elas.
— Não podemos deixá-lo, meus olhos estão ardendo. Precisamos salvá-lo, ele estava me defendendo.
Cristina fugiu o mais rápido que pode com Mica, que olhava o cenário desolador daquele ambiente de escombros e deserto. A uma certa distância ouviram o barulho da explosão e a pressão do impacto as jogando para frente. Conduzindo Mica, continuaram, e se esconderam em um prédio abandonado, sem serem vistas.
Desolada por perder seu robô que a acompanhou desde sua infância se mantém em silêncio, em luto. Já Mica se expressava com lágrimas, olhando para os próprios pés. Um deles ainda descalço com a meia suja de lama.
— Afinal o que queria comigo? Explique, ou não irei contigo! — desafia.
Os ombros de Cristina caem percebendo a frustração da mocinha.
— Não chore, por favor. Tudo que fiz até aqui foi por você. —Tentou se aproximar para enxugar as lágrimas, a garota recuou. Dando-se por vencida desiste, sabendo que para essa Mica, ainda era apenas uma desconhecida.
"Preciso recuperar o projeto Kairós" mudou o foco.
~ ~ ~
A noite cobriu os escombros e as duas flutuavam escondidas, como fantasmas pelos céus. Alguns homens rodeavam sua invenção e tinham preparado um guindaste para remover o equipamento.
"Esses ignorantes! Não toquem no meu projeto!"
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Música no topo produzida e cantada por: Cris Pires
Total de palavras incluindo avisos: 1034
As palavras garrafa e alvorada estão destacadas conforme exigido para a copa dos contos.
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