O Quê Nós Somos?
1 de outubro.
Rio de Janeiro, 7:58 PM.
Brunna POV
Termino de lavar os talheres que usei no jantar e os coloco no escorredor. Ontem eu tinha feito hora extra no bar e ajudei o pessoal da limpeza, o que me deixou ainda mais cansada. Por conta disso, meu chefe resolveu me dar um dia a mais de folga e eu teria hoje e amanhã inteiramente livres pra fazer absolutamente nada.
Termino de secar minhas mãos e quando finalmente vou sair da cozinha, Lud aparece feito um fantasma.
- Ai que susto! - Coloco a mão no peito e sinto minhas pernas bambearem.
- Desculpa.
- Tá tudo bem. Precisa de alguma coisa?
- Não... Eu queria conversar com você...
Seu tom saiu quase como uma súplica. Já fazia dias que Lud não falava comigo desde o beijo acidental de duas semanas atrás. Eu mal a via em casa, e no trabalho ela parecia estar fugindo de mim.
- Tudo bem, senta aqui.
- Tem como ser em um lugar mais privado?
- Ok.
Ela vai na frente em direção ao nosso quarto e eu a sigo. Lud se senta em sua cama, de frente pra mim e eu fecho a porta me sentando logo em seguida.
- Sobre o que você quer conversar?
- Sobre nós. - Seu tom firme me fez estremecer.
- Tudo bem. Pode falar.
- Bru... - Ela me encara, em silêncio. - Você deve estar se perguntando porquê eu ando te evitando tanto ultimamente...
- Sim.
- Então... - Lud respira fundo, eu conseguia sentir seu nervosismo. - Naquele dia, em que lhe ajudei com o Erick e você acabou... Me beijando... - Ela cora um pouco, o que confesso, era fofo. - Eu fiquei com medo de ter feito alguma coisa errada. Você saiu do quarto transtornada, me pedindo desculpas por algo que pra mim, não foi errado.
Arqueiro levemente as sobrancelhas, não imaginava escutar aquilo.
- A forma como você ficou depois daquilo, me fez ficar mal. Eu não queria que você se sentisse culpada nem constrangida, então achei melhor te deixar quieta e me afastar de você. Eu até pensei em sair daqui e arrumar um outro lugar pra ficar.
- Mas você não vai fazer isso né?
- Não! - Uma sensação de alívio me invade.
Eu não queria nem pensar em ficar sem a Lud.
- Confesso que só vim falar com você porque a Larissa me obrigou.
- A Larissa?
- Sim. Eu contei pra ela o que aconteceu, porque precisava falar com alguém, e ela me convenceu que conversar com você, era melhor do que te afastar de mim.
- Eu concordo.
Ela ri.
- Eu sei... Mas sabe, eu realmente não quero que isso nos atrapalhe.
- E não vai Lud! - Seguro em suas mãos e ela me encara, sinto meu corpo se arrepiar levemente com aqueles olhos tão profundos e intensos. - Você é uma pessoa muito importante pra mim, e eu não quer perder sua amizade por algo bobo.
- Bobo? - Ela me encarava, confusa.
- É. Quer dizer, foi só um beijo. - Sorrio nervosa. - Nada demais, não é mesmo?
A expressão dela muda, era como se estivesse... Decepcionada?!
- É, não foi nada demais.
- Então! Eu não quero perder tudo o que a gente tem.
- Eu também não.
- Então é isso! Vamo só esquecer o que aconteceu e seguir, tá tudo bem. Né?!
- É... Tá tudo bem.
Puxo Lud pra um abraço e ela se senta em minha cama fechando seus braços em minha cintura. Eu a agarro pelo pescoço e nós ficamos ali por bons minutos. Sinto sua respiração leve no mesmo ritmo da minha.
Ludmilla POV
Bobo? Era isso mesmo que ela queria dizer? Aquele beijo foi algo bobo? Eu concordo que não quero perder o que temos, principalmente nossa amizade, mas pra mim aquele beijo foi mais do que um momento de fraqueza. Eu tinha medo de pensar assim, não queria me aproveitar da fragilidade de Brunna mas também não queria esquecer o que tinha acontecido. Eu queria mais! Queria outro beijo, mas dessa vez, um de verdade, um que me faça ter certeza se é realmente isso o que sinto e que faça ela saber se é o que ela quer.
Sinto ela me soltar aos poucos e faço o mesmo. Brunna me encara sorrindo, seus olhos brilhavam numa intensidade tão forte que poderia jurar que eram estrelas.
- Que bom que a gente se resolveu.
Ela diz me dando um beijo na bochecha logo em seguida.
Bru levanta e vai até o guarda roupas, ela pega uma toalha e uma troca de roupas e vai em direção a porta, sinto meu corpo agir em um impulso.
- Brunna!
Ela me fita.
- O quê?
- Não foi bobo!
- Como? - Sua expressão fica confusa.
- O beijo. Não foi algo bobo!
- Não?
- Não! Não pra mim!
- O que você quer dizer com isso?
- Eu quero dizer... - Levanto da cama e me aproximo dela, lentamente.
Brunna continuava me encarando mas sua expressão estava indecifrável. Finalmente chego perto o bastante afim de sentir o calor que seu corpo emanava.
- Eu quero dizer que... Não foi bobo.
Foi a última coisa que disse antes de segurar calmamente em sua nuca e a trazer ainda mais perto de mim. Nossos lábios se tocam e sinto como se fogos de artifício se explodissem dentro do meu ser. No começo, ela não demonstra reação, mas logo deixa seus pertences caírem para enfim me segurar. Minha outra mão pousa sobre sua cintura e eu colo nossos corpos acabando com o resto da distância que havia entre eles. Ouço Brunna suspirar quando finalmente entrelaço nossos lábios e toco os dela com a língua. Ela não demora e entra no mesmo ritmo que eu, apenas a deixo conduzir o beijo. Suas mãos passeiam pelo corpo até que uma pousa em meu ombro e a outra em minhas costas. Eu aperto sua cintura levemente. Aos poucos o beijo vai cessando e nós nos separamos afim de recuperar o fôlego perdido. Quando finalmente abri os olhos percebo que ela me encarava, seus olhos estavam um tom mais escuros e brilhavam ainda mais, seus lábios, levemente inchados e vermelhos, estavam curvados em um sorriso leve, nossas respirações descompassadas era tudo o que se dava para ouvir.
- Lud... - Ela finalmente diz depois de longos minutos de silêncio. - Eu... Você... O que...
- Shhh! - Deposito meu dedo em seus lábios a impedindo de continuar. - Não fala nada, só me beija!
Eu nem precisei esperar muito, Brunna simplesmente ataca minha boca com a dela. Sinto ela se levantar sobre os pés e seguro firme em sua cintura dando impulso e ela entrelaça suas pernas em mim. Seus braços se encontram em meu pescoço enquanto nossas línguas dançavam no mesmo ritmo. O beijo era lento e intenso, calmo e prazeroso, despertava em mim coisas que nunca imaginei sentir e outras que já estavam completamente adormecidas. As borboletas em meu estômago se embaralhavam em seu bater de asas, meu pulmão começava a gritar por socorro mas eu não queria solta-la. A sensação de sentir aqueles lábios tão doces e macios era indescritível, Brunna me beijava em um misto de gana e vontade como se precisasse daquilo, como se esperasse por aquilo. Eu correspondia da mesma forma. Conforme o ar foi nos faltando, fomos nos afastando ainda mantendo os lábios colados em longos selinhos demorados. Ela desce do meu colo, uma perna de cada vez, assim que sinto ela firme no chão afrocho minhas mãos mas as mantenho em sua cintura. Depois de alguns segundos ainda processando o que havia acontecido, finalmente a encaro. Ela sorria, inocente, como uma criança. Seus peito subia e descia rapidamente devido a respiração descompassada. Não consigo evitar e sorrio de volta. Passo o dedo em sua testa, descendo pelo nariz e logo depois acaricio sua bochecha colocando algumas mechas de seu cabelo atrás de sua orelha. Ela fecha os olhos e abaixa o rosto sentindo o carinho.
- Eu sei que o plano era não estragar o que temos. - Digo finalmente depois daquele silêncio, fazendo meu tom ecoar pelo cômodo. - Mas a verdade é que, eu não quero somente a sua amizade.
Ela ri baixinho e logo volta a me encarar.
- Eu também não. - Meu coração infla de felicidade e satisfação ao ouvir aquela palavras. - E não foi bobo.
Franzo o cenho.
- O que?
- Aquele beijo. Não foi bobo, só não foi do jeito certo.
Sorrio aliviada.
- E esse foi?
- Até demais!
Ela ri me fazendo rir junto. Logo nossos lábios se encontram de novo e todo o carinho e zelo são demonstrados. Migro de sua boca espalhando beijos por suas bochechas, nariz, queixo, testa e olhos. Ela ri baixinho enquanto deixava uma leve carícia em minha nuca.
- Bru...
- Hum?
- Eu... - Sou interrompida por um solavanco na porta.
- A gente vai pedir pizza, vocês querem... - A voz de Renatinho invade o espaço e Brunna me solta imediatamente virando-se de frente pra porta.
Larissa, que estava atrás do rapaz, explode em uma gargalhada alta e Renatinho continua nos encarando, seus olhos estavam arregalados e seu queixo caído.
Brunna cora violentamente e eu não consigo segurar e acabo me juntando a Larissa deixando que meu riso se misturasse com o seu.
- Oh gente, pelo amor né. - Ela finalmente diz depois de recuperar o fôlego. - Tranquem a porta, por favor!
- Gente, vocês tavam se pegando? - Renatinho ainda estava estático na porta.
- Claro que tava né viado, olha as caras dessas safafas, a pegação tava fortíssima.
- Saíam daqui! - Brunna diz fechando a porta com força.
- Usem proteção. - Lari grita do lado de fora.
- Mas elas não precisam...
- Ah, verdade.
- Vão embora! - Brunna grita e os dois se afastam, rindo.
- Calma!
- Ai Lud, não era pra eles terem visto.
- Mas viram. E tá tudo bem, né?!
- Sim... Eu acho.
Sorrio e logo em seguida dou um beijo em sua testa.
- Você se preocupa demais.
Brunna sorri, tímida, e se aconchega em meu peito. Eu entrelaço meus braços eu redor de seu corpo deixo um beijo casto no topo de sua cabeça. Devo admitir, essa interação tão íntima entre nós era algo novo pra mim, nunca me senti assim por ninguém. Era como se tivesse voltado a adolescência, se tivesse me apaixonado naquela época.
[...]
23 de outubro
9:37 AM.
Brunna POV
- Então fica combinado assim, talvez um dia volte acontecer. - Desço as escadas em direção a sala e ouço Larissa se acabando de cantar.
- Mas hoje, tô pensando mais em mim! - Eu completo e ela se vira pra mim sorrindo.
- Mas não se esqueça e isso pode crer. - Lari segura o cabo da vassoura imitando um microfone e aponta pra mim.
- Eu só te queeero bem, tão beeem. - Me junto a ela pegando o controle remoto.
Renatinho aparace pulando da escada com o celular na mão.
- Eu só te queeeero bem, tão beeem!
A música acaba e todos nós caímos do riso.
- Meu Deus, eu AMO pagode! - Renatinho diz se jogando no sofá.
- Eu amo Sorriso. - Digo me juntando a ele.
- Queria que vocês amassem faxina, assim poderiam me ajudar né.
Só então percebo que Lari estava limpando a casa. Olho ao redor e tudo estava uma bagunça, as cadeiras de pernas pro ar sobre a mesa, a cozinha toda revirada.
- Ih menina. - Renatinho levanta. - Lembrei agora que tinha marcado compromisso, nossa que pena.
- E eu tenho que arrumar meu quarto. - Antes que pudesse sair do lugar Lud entra na sala com uma sacola de pães.
Assim que me vê, abre um sorriso enorme e eu retribuo.
- Bom dia. - Ela diz para todos mas seus olhos continuam fixos em mim..
- Bom dia. - Respondemos em uníssono.
Continuamos nos encarando mantendo o sorriso. Eu já nem lembrava mais da presença dos outros dois.
- Desculpa atrapalhar o casal. - Larissa entra na frente chamando minha atenção. - Mas eu preciso terminar de limpar a sala.
Mostro a língua pra ela que me encarava com um sorriso malicioso. Lud passa por mim me dando um selinho, indo para a cozinha.
Desde que nos beijamos a algumas semanas atrás o clima entre nós era de puro romance, o que confesso, eu amava. Não havia rolado outro beijo como aquele, talvez por falta de oportunidade, mas ela sempre fazia questão de me dar alguns selinhos quando podia. Ela agora viviam me dando a mão quando estávamos em algum lugar e eu não conseguia mais me desgrudar dela. Parecíamos um casal de adolescentes apaixonadas.
Era tudo muito novo pra mim, nunca havia ficado com alguém que me tratava tão bem assim, no meu último relacionamento eu não recebia tanto carinho e atenção e mesmo que nós não tivéssemos nada concreto, Lud consegue me fazer um bem enorme sem nem precisar se esforçar pra isso.
- Vou lavar o banheiro e já volto, ok? - Ela diz me tirando dos meus pensamentos. Nem havia reparado que ela estava tão perto assim.
- Ok... - Eu sorria pra ela igual uma idiota.
Ela me beija rápido mais uma vez e então entra no cômodo e eu apenas a acompanhava com o olhar.
- Tem passarinhos azuis voando na sua cabeça. - Larissa cochicha me fazendo sorrir mais ainda.
- Eu sei.
- Tá toda apaixonadinha né?
- Quem, eu? Claro que não.
- Aham. Você não me engana, Brunna Gonçalves.
Não consigo evitar de rir. Olho em direção ao banheiro conferindo se Lud estava ouvido alguma coisa mas ela fecha a porta.
- Ela me trata tão bem!
- Eu sei, acha que não vejo o xameguinho de vocês?
- Se ela continuar assim acho que vou acabar me apaixonado mesmo.
- Acha? Brunna, você já tá completamente na dela.
- Claro que não!
- Claro que sim! Só você que não vê.
- Ai amiga sei la, não queria me envolver com ninguém agora, sabe? Poxa, acabei de terminar um namoro.
- E daí? Brunna se você tá gostando e ela tá te fazendo bem, não tem porquê ficar se privando.
- Ai não sei. Acho que devia esperar mais um pouco, sei lá.
- Você é quem sabe, mas não espera muito não, a vida não espera ninguém.
- Como assim?
Larissa encara a porta e se aproxima logo em seguida abaixando mais o tom de voz.
- A Lud gosta de você, ela já demonstrou isso, mas se você fizer ela ficar esperando muito, talvez ela possa pensar que você não quer nada, e aí... Vai que aparece alguém.
- No acho que ela seja assim.
- Eu também não, mas uma coisa é certa, não tem como ela saber o que você quer se vc não falar.
Lari pisca pra mim e então volta a passar pano no chão. Eu fico ali por um tempo a encarando enquanto suas palavras se repetiam em minha mente.
[...]
- E então. - Ela me dá um beijo rápido e se senta na cama a minha frente. - O que você queria falar comigo?
Sorrio tentando não deixar meu nervosismo aparecer. Eu havia chamado Lud pra conversar depois que terminasse a faxina.
- Lud. - Ela me encara e sorri de volta. - Luuud... - Aperto sua mão levemente. Eu estava estranhamento nervosa.
Ela ainda me encarava, dessa vez com o cenho franzido.
- Tá tudo bem?
- Tá sim!
- Tem certeza?
- Claro!
E respira fundo e se senta ao meu lado. Lud me encarava de uma forma tão profundo que eu podia sentia meu corpo inteiro se arrepiar.
- Brunna, aconteceu alguma coisa? - Ela segura minha mão com carinho. Era incrível como Lud conseguia me passar tranquilidade com tão pouco.
Suspiro pesado e deixo meus ombros relaxarem aos poucos.
- Eu sei que tá meio cedo pra fazer essa pergunta, mas... O que... O que, nós... Sabe? O que nós... Somos?
Ela muda a feição e um sorriso largo aparece.
- Nós somos amigas. - O QUE?
- Amigas?
- Sim. Amigas que estão se conhecendo melhor.
- Ahhh... - Finjo um sorriso. - Entendi.
- Tem algum problema?
- Ah, não! Quer dizer... A Larissa é minha amiga mas eu não precisei beijar ela pra gente se conhecer, sabe...
Ela solta uma gargalhada divertida.
- Bru, eu ainda não sei o que somos, mas eu gosto de ficar com você. Gosto da sua companhia e você me faz bem. Não sei se tem um nome pra isso, por isso digo que somos amigas.
Suas palavras saíam calmas.
- Entendi... Tudo bem.
- Tudo bem mesmo?
- Sim! Claro.
- Ok. Vou tomar banho.
Nos levantamos, ela me dá um beijo rapido e vai em direção ao guarda roupas. Lud pega algumas peças e antes que pudesse sair, solto em um impulso.
- Só espero que você não queria conhecer melhor outras amigas.
Eu estava de costas mas podia sentir seu olhar em mim. Lud ri baixinho e de repente sinto seu corpo se colidindo com o meu em um abraço firme.
- Eu não preciso de outras amigas. - Ela sussurra e eu fecho os olhos sentindo seu hálito sobre minha pele. - Eu já tenho a melhor de todas.
Respiro fundo tentando manter minha sanidade.
- Sei... Você diz isso agora.
- Brunna? - Ela me vira em seus braços e me encara no fundo dos olhos. - O quê foi?
- Nada. - Cruzo os braços e desvio o olhar.
Lud segura meu queixo me fazendo encara-la de volta. Seus olhos eram claros e sua expressão confusa. Não sei o que aconteceu comigo, mas só o fato de pensar que talvez ela realmente possa querer conhecer outras pessoas me deixava irritada.
- Deixa disso, eu já disse, eu já tenho você, não tem porquê querer outra.
- Pode até ser, mas você é bem popular, é cheia de amigas.
- Brunna...
- Eu só tô falando.
Ela desliza os dedos pela minha bochecha e segura em minha nuca me puxando pra perto. Eu a empurro levemente e ela me olha, assustada.
- O quê foi?
O que eu tinha na cabeça? Lud tava tentando me beijar e eu impedi? Quer dizer, eu queria esse beijo, mas não sei se tô afim agora.
- Nada.
Ela respira fundo e me solta.
- Brunna, não tem como a gente conversar se você não disser o que tá acontecendo. - Seu tom era sério.
- Eu não sei o que é. Sei lá, eu só... Eu só queria saber o que você quer comigo.
- Você não pode esperar pra ver?
- Posso!
- E então?
- Eu não sei! - Grito irritada e ela continuava me encarando.
Lud se aproxima de novo e me abraça. Ela suspira.
- Nós estamos ficando. Não é assim que vocês falam?
- É...
- Então. Estamos ficando, nos conhecendo, a talvez... Isso possa ficar mais sério um dia, mas por enquanto, é isso.
- Hum, tá. - Respondo emburrada e ela ri.
Eu mantinha meus olhos fixos no canto da cama com os braços cruzados enquanto ele ainda me abraçava. Lud segura meu queixo de novo e vira meu rosto, mas antes que pudesse olha-la, ela me beija.
Era indescritível a sensação de ter seus lábios colados aos meus. Era com se ela soubesse exatamente o que fazer, como se já me conhecesse. Descruzo meus braços segurando em sua cintura no exato momento que sinto sua língua pedindo passagem. Lud segura firme em minha nuca enquanto movimentava a cabeça pro lado oposto. Com sua outra mão, agora livre, ela me puxa para mais perto colando nossos corpos. Assim como da primeira vez sinto como se meu corpo levitasse. Nossa línguas dançavam em um ritmo calmo e profundo. Aos poucos o beijo vai cessando e ela me dá alguns selinhos. Suspiro fundo ainda com os olhos fechados ouvindo sua risada baixinha.
Volto a encara-la e ela me dá um beijo na testa pegando de volta suas coisas do chão.
- Vou tomar banho, já volto.
Não consigo dizer, apensar assinto e ela sai quarto. Essa mulher tem o poder de me deixar fora de órbita.
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