O Casamento
26 de maio.
11:47 AM.
Narrador On
Finalmente havia chego o grande dia. Hoje aconteceria o casamento de Bianca e Ludmilla e assim como as noivas, seus amigos e familiares estavam ansiosos para o evento. Silvana cedeu o enorme quintal de sua mansão para que a cerimônia fosse realizada ali. Apesar de ser contra a união das duas, a mãe de Ludmilla ainda queria ver sua filha feliz e realizada e não via lugar melhor que aquele para dar sua benção.
Tudo já estava devidamente arrumado. Logo os convidados começariam a chegar. Ludmilla terminava de se arrumar enquanto conversava com Daiane.
- E você já conseguiu descobrir alguma coisa?
- Houve uma movimentação fora do comum na conta bancária dele na última semana. Mais ou menos quatro mil dólares foram extraídos, mas não houve nenhuma compra feita em seu nome nesse valor.
- Mas isso não quer dizer nada.
- Poderia até ser... - Daiane se levanta e se aproxima de Ludmilla. - Se ele não tivesse feito uma compra clandestina de três kilos de explosivos com esse dinheiro.
O queixo de Ludmilla cai na hora. Rômulo querer mata-la era algo até aceitável, mas sumir com ela a ponto de não deixar nem mesmo seu corpo para sua família enterrar, já era demais.
- E o quê mais?
- Pelo visto ele tem visitado sua lancha ultimamente. O lugar que vocês irão passar a lua de mel foi sugestão dele e Bianca somente precisou pedir.
A negra trinca o maxilar.
- Vagabunda!
Daiane apenas concorda mentalmente.
- E depois?
- Depois, você morre!
Ludmilla respira fundo absorvendo o máximo de oxigênio que seus pulmões lhe permitem. Aquelas palavras não eram nem um pouco fáceis de ouvir.
- Day... - A mulher é interrompida quando sua irmã mais nova entra no cômodo sem ao menos bater antes.
- Meu Deus! - Luane pára na porta, estática. - Você está linda!
Ludmilla pôde ver seus olhos marejados e não consegue evitar de sorrir para a menor. Ela realmente estava impecável.
Como a excelente e extravagante editora de moda que era, não poderia deixar de estar muito bem vestida para seu casamento. A negra optou por uma calça flare branca com uma fenda que ia do joelho até os pés, ela usava um blazer branco sem nada por baixo deixando um generoso decote que ia até o meio de seu abdômen mostrando sua tatuagem entre os seios que poucas pessoas tinham conhecimento. Nos pés, um salto quinze da cor prata, a maquiagem era bem feita porém leve, os cabelos estavam parcialmente presos deixando seu rosto á mostra. Ludmilla poderia facilmente ser eleita a noiva mais bonita de todas.
- Eu sei irmãzinha, obrigado! - Ela diz em um tom convencido ganhando um revirar de olhos da irmã.
Luane entra no quarto e fecha a porta atrás de si.
- Você sabe que ainda dá tempo de desistir, não é?
Daiane não consegue segurar a gargalhada.
- Bela dama de honra você, Luane.
- Eu só quero o seu bem. Você precisa saber que pode fugir se quiser... Eu mesma posso dirigir.
Ludmilla ri tentando esconder o nervosismo. Ela bem queria aceitar a ajuda da irmã.
- Pode deixar irmã, não precisa se preocupar.
- Você é quem sabe...
A garota se vira para sair mas em um impulso Ludmilla segura seu pulso com certo cuidado. Luane a encara, curiosa.
- Lu, eu queria te dizer uma coisa.
- Pode falar.
Ela se aproxima da irmã e suspira forte, tomando coragem.
- Eu quero que você saiba, que independente de qualquer coisa, eu sempre vou te amar!
Ludmilla diz aquelas palavras olhando firme no fundo dos olhos da menor, que se assusta com aquilo. Lud não era do tipo que falava de sentimentos, independente de quem fosse.
- Por que tá dizendo isso?
Daiane encara a amiga como se implorasse para que ela não falasse mais nada.
- Eu só... Eu precisava dizer.
- Ludmilla. - Luane deixa um riso nervoso escapar. - Calma, você só vai se casar. Eu sei que isso pode ser horrível, ainda mais com a noiva que você escolheu, mas você não vai morrer. Não precisa se despedir.
Lud engole seco trocando olhares culpados com Daiane.
- Eu sei Lu, eu só precisava dizer.
Ela puxa a garota um pouco mais perto e então, sem muito jeito, a abraça. O toque é um tanto travado, meio sem jeito, Lud não era do tipo de abraço, mas sentiu vontade de faze-lo nesse momento.
- Eu te amo, ok?!
- O-Ok... Eu também te amo, irmã!
Aos poucos as duas se soltam e um pouco pasma, Luane sai do quarto.
Lud acompanha a irmã com o olhar e assim que a porta se fecha sente a dor do tapa de Daiane em seu braço.
- Aí! - Ela coloca a mão sobre o local na tentativa de amenizar a dor.
- Você tá ficando louca? Que merda de declaração em forma de despedida foi essa?
- Eu só precisava dizer.
- Você não pode levantar suspeitas!
- O que tem demais em dizer que amo minha irmã?
- Nada, se você fosse o tipo de pessoa que fala essas coisas, mas você não é!
- Daiane, eu só... Ela precisava saber.
A morena respira fundo, derrotada. Por mais complicado que fosse, ela entendia Ludmilla.
- Só... Toma cuidado, ok? Ninguém não pode desconfiar de nada.
- Não vão!
[...]
Bianca estava terminando de calçar os sapatos quando ouve uma leve batida na porta. A garota havia dispensado as pessoas que lhe ajudaram a se arrumar, alegando querer um tempo sozinha. Assim que deu permissão, levou um susto ao ver quem estava ali.
- Oi, meu amor.
Seus olhos se arregalam ao ouvir aquela voz familiar.
- Rômulo, o que você tá fazendo aqui? Alguém pode te ver! - Ela puxa o rapaz para dentro do quarto e fecha a porta logo em seguida.
- Ninguém vai me ver, eu entrei pelos fundos. Nossa! - Ele finalmente pára para analisar a mulher a sua frente. - Você está linda!
Ela sente seu estômago se contrair.
- Você acha?
- Eu tenho certeza!
O rapaz a segura pela cintura colando seus corpos e a beija com cuidado para não borrar sua maquiagem. Ela o beija e logo se afasta selando seus lábios.
- Você precisa ir embora! Alguém pode entrar e nos ver.
- Ninguém vai nos ver, todos estão ocupados demais se arrumando.
- Rômulo...
- Relaxa amor, aproveita sua despedida de solteira.
Ele lança um sorriso malicioso e ela retribui da mesma forma. Logo o beijo é retomado. Ele a senta na penteadeira em que ela se arrumava a minutos atrás e aproveitando a fenda de seu vestido, sobe a perna direita da mulher afim de ter um contato maior.
Do lado de fora, alguém ouve os sons de risadas e beijos estalados vindos de fora do quarto e decide ir até lá. Ela sabia que as noivas estavam ansiosas para a lua de mel, mas comemora-la antes do casamento não era certo.
Assim que se aproxima mais da porta percebe que, uma das risadas é um pouco mais grave do que o normal e logo constata, não eram as noivas que estavam ali dentro, ao menos não uma delas.
Silvana POV
Eu não podia acreditar no que estava vendo. Eu não lembrava de onde conhecia aquele rapaz, mas ele não me era estranho. Bianca e ele estavam se atracando nos últimos minutos em que ela havia tido para se arrumar. Isso estava acontecendo a quanto tempo?
A porta estava mal fechada o que me deu a chance de empurra-la levemente afim de ver o que acontecia ali dentro.
Quando reconheci a voz de Bianca, achei que ela e Ludmilla decidiram comemorar o casório um pouco mais cedo, mas logo a voz de um homem se fez presente e eu simplesmente não quis acreditar no que minha mente acusava.
Essa mulher não tem pudor algum. Traindo sua noiva, minha filha, no dia de seu casamento, debaixo do meu teto. Eu deveria acabar com essa palhaçada agora mesmo. Eu deveria arrebentar a cara dos dois até que fiquem tão desfigurados a ponto de suas próprias mães não os reconhecerem.
Me preparo para entrar no quarto quando sinto uma mão em meu braço me puxando pra longe dali. Tento me soltar e logo percebo que a pessoa era Daiane.
- O que você pensa que está fazendo? - Finalmente consigo me soltar.
Assim que entramos em um dos quartos de hóspedes, ela fecha a porta atrás de si.
- O que a senhora está fazendo?
- Eu tô vigiando aquela vagabunda, dissimulada!
- Bianca?
- A própria! Só tem uma dessa aqui! - Vou em direção a porta mas ela entra na minha frente me impedindo.
A garota me encarava sem dizer nada, apenas comprimia os lábios.
- O que pensa que tá fazendo?
- Não deixando a senhora sair.
- E posso saber o motivo disso?
- Não.
Respira fundo tentando manter o fio de sanidade que ainda tinha.
- Daiane sai da minha frente.
- Não.
- DAIANE!
- Pode gritar, mas eu não saio.
- QUE PORRA TÁ ACONTECENDO AQUI?
A maçaneta gira e a porta se abre em um solavanco revelando Ludmilla ali.
- Mãe?! O que foi? Por que tá gritando?
- Porque essa garota não me deixa ir quebrar a cara da tua noivinha.
- Shhh. - Ela finalmente coloca todo o corpo para dentro do quarto e fecha a porta. - Não grita!
- Ludmilla, a Bianca estava-...
Daiane pigarreia me fitando com os olhos arregalados. Tinha alguma coisa errada.
- Estava o que?
- Nada, Lud! - Ela toma minha frente e abre a porta. - Volta pro seu quarto, o casamento vai ser daqui a pouco e você precisa terminar de se arrumar!
- Mas...
- Tchau! - Ela empurra minha filha para fora e fecha a porta me encarando em seguida. - Seja lá o que a senhora viu, não pode falar pra Lud!
- O que?
- Eu não posso explicar agora tia, mas saiba que eu tenho um plano. Só por favor, não faça nada que me atrapalhe de realiza-lo.
- Daiane você tá louca? Aquela puta tava traindo a minha filha no dia do próprio casamento! NA MINHA CASA!
- Shhh! - Ela faz um gesto com as mãos me mandando abaixar o tom. - Eu entendo sua revolta, mas confia em mim. Por favor não fala nada!
- Daiane!
- Tia Sil, por favor! - Ela pega uma de minhas mãos e leva até o peito como se implorasse. - Por favor!
Suspiro derrotada. A minha vontade era de arrancar os cabelos daquela garota com minhas próprias mãos até que ela ficasse igual a uma galinha depenada, mas alguma coisa me fazia desistir da idéia e dar ouvidos a Daiane.
- Tá, você venceu.
Ela finalmente volta a respirar.
- Obrigado!
Eu não sabia o que ela estava tramando, mas se fosse pra desmascarar aquela vagabunda dissimulada, eu estava de acordo.
[...]
Narrador On
- Queridos amigos e familiares, estamos aqui reunidos nesta maravilhosa tarde, afim de testemunhar a união entre Bianca e Ludmilla...
O juiz de paz finalmente começa seu discurso. Os convidados já estavam devidamente assentados em seus lugares. Todos esbanjavam felicidade e comoção com a união das duas. Bem, quase todos...
Silvana não conseguia disfarçar seu olhar fuzilante para a ruiva que por sua vez, não havia percebido nada de estranho no comportamento da sogra. Um dos vários talentos de Sil era esse, ela sabia fingir muito bem e seu sangue frio sempre a ajudou nesse quesito.
- ...O casamento é união, não somente de corpos mas também de almas. Duas pessoas se tornam uma só...
Daiane, que estava ao lado de Ludmilla, perto do altar, não parava um minuto sequer de olhar para os lados. Ela tentava disfarçar, mas queria saber se Rômulo ainda estava ali.
Depois de tudo o que Ludmilla a confessou em sua casa a um mês atrás, ela logo mandou abrir uma investigação minuciosa sobre a vida do rapaz. Rômulo nunca tinha sido preso, sua ficha criminal era limpa, mas ele havia passado um bom tempo internado em uma clínica psiquiátrica para tratar de alguns distúrbios sérios que adquiriu ainda na infância.
Apesar de hoje ter uma vida aparentemente normal, após o conhecimento de seu plano, Daiane logo chegou a conclusão de que ele nunca havia realmente se curado.
- ...Se alguém aqui presente, for contra a união deste casal, que fale agora ou se cale para sempre!
Um breve silêncio é feito. Luane se remexe inquieta ao lado de Ludmilla que somente lança um olhar de reprovação para a menor, que bufa em resposta. Silvana por sua vez não conseguia deixar sua perna quieta, seu nervosismo era tão grande que seu corpo já não podia mais ignorar tamanho sentimento.
- ... Sendo assim, podemos seguir com a cerimônia.
Após ler brevemente uma passagem da bíblia que falava sobre tudo o que o amor é capaz de surpotar, Ludmilla deixa um leve riso debochado escapar.
Eu realmente poderia suportar tudo isso, se a amasse de verdade, ela pensa e logo depois trata de dispersar todo e qualquer raciocínio que fosse capaz de distraí-la.
Tudo segue conforme deveria ser. Logo as alianças chegam e as duas se preparam para troca-las. Foi então que, olhando no fundo de seus olhos, Bianca começa a dizer seus votos.
- Ludmila Oliveira, com está aliança, eu prometo te amar e respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na tristeza e na felicidade, até o fim de nossas vidas.
Ela desliza a aliança de ouro branco no dedo da negra e a beija logo em seguida. Ludmilla se segura ao máximo para não explodir em uma gargalhada quando vê uma lágrima se formando no olho da garota. Ela pega sua aliança, a posiciona e então começa.
- Bianca Alves, com está aliança, eu prometo... - Ela pára, hesitante. O juiz, confuso, logo repete a frase e ela então continua contrariada. - Eu prometo te amar e respeitar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na tristeza e na felicidade, até o fim... De nossas vidas.
A negra repete o gesto de sua noiva.
- Sendo assim, pelos poderes investidos a mim pelo estado de Nova York, eu vos declaro casadas. Pode beijar a noiva.
Bianca sorri e se inclina levemente com os olhos fechados. Ludmilla a observa a cena e sente uma enorme repulsa, mas não demora a finalmente selar seus lábios com os dela. Uma foto é tirada e logo todos apluadem, gritam e assoviam em comemoração.
[...]
A festa foi animada. Todos dançavam animadamente com as músicas escolhidas a dedo por Ludmilla, a garota tinha um ótimo gosto musical. Na hora dos brindes, boas risadas e algumas lágrimas rolaram. Durante o jantar, não ouve uma única pessoa que não elogiou os pratos que Bianca escolhera. Tudo acontecia na mais perfeita maneira de ser.
Daiane se aproxima de Lud que observava sua, agora esposa, dançar com Renato, seu padrasto.
- E aí doida, animada pra lua de mel?
Ela diz brincando com certo pesar no tom. Ludmilla sorri sem vontade e bebe mais um gole de seu champanhe.
- Claro! Tenho certeza que essa lua de mel será inesquecível!
- Não vai se animar muito hein, pode ser sua última.
- Eu espero que sim.
- Ei, que isso?! Não seja tão depressiva. Quem sabe depois que você voltar dos mortos encontre alguém que preste.
- Eu duvido muito. Com um dedo podre como o meu, prefiro morrer sozinha e solteira.
- Melhor do que morrer casada com ela.
Ela diz apontando para a mulher a sua frente e as duas caem em uma risada tensa.
- Mas sério, Lud. - A morena diz limpando suas lágrimas depois de tanto rir. - Não deixe isso te abater ok?! Eu sei que é foda passar por isso, mas você ainda pode encontrar um amor verdadeiro. Pense nisso tudo como uma segunda chance.
- Daiane, depois dessa apunhalada, eu nunca mais vou conseguir confiar em alguém de novo. Imagina amar...
- Nunca diga nunca, minha amiga. A vida é cheia de surpresas!
[...]
Entre beijos apaixonados e uma má vontade da parte de uma das noivas, Ludmilla desce o zíper lateral do vestido deixando o tecido cair sozinho do corpo da ruiva. Contra gosto Ludmilla deposita um beijo singelo em seu ombro. Ela segura a cintura de Bianca com carinho e a vira para si encarando os olhos da garota em seguida.
Lud sela os lábios das duas com calma enquanto desce uma de suas mãos até a bunda da ruiva, apertando com vontade.
[...]
O rapaz finalmente termina de instalar tudo e sai da lancha que estava parada ao lado do cais. Ele verifica se estava tudo certo com o controle e não demora muito pra sair dali. Apesar de estar a noite e não ter quase ninguém no porto, ele não podia correr o risco de ser pego.
- Prontinho Ludmilla, eis aqui o meu presente!
Ele diz logo em seguida entrando em meu carro, dando partida e saindo o mais rápido possível de lá.
- Uma pena você não poder aproveitar tanto o seu casamento...
[...]
Na manhã seguinte...
- Vou dar uma volta de lancha, quer ir?
Após a festa de casamento que durou a tarde toda e parte da noite, Bianca e Ludmilla finalmente se viram livre para poder aproveitar sua lua de mel. As duas fizeram uma breve viagem até Brighton Beach, graças ao pedido de Bianca. A praia era linda, as duas estavam em uma casa emprestada por um amigo de Bianca, que agora, Ludmilla sabia bem quem era.
- Claro. Só vou colocar meu biquíni. - Ela diz um pouco hesitante. - Vai indo na frente.
- Okay. - Lud da de ombros e sai da casa levando consigo seu celular.
Percebendo o olhar atento de sua esposa sobre si, ela caminha com calma tentando não demonstrar o nervosismo que sentia. Lud entra na lancha e encena estar mexendo em algo. Bianca volta para dentro e manda uma mensagem para Rômulo.
Ela acabou de entrar.
A garota ouve o motor sendo ligado e de longe, observa pela janela quando Ludmilla começa sair do lugar.
Observe o show.
Bianca lê a mensagem de Rômulo. Mesmo sem entender, ela tinha plena certeza de que não queria ver o que quer que fosse acontecer ali.
Dentro da lancha Lud coloca o bote salva vidas. Ela usa uma das cordas que tinha dentro de pequeno compartimento para amarrar o leme em uma posição que a lancha continue navegando em linha reta. Ludmilla havia mandando uma mensagem para Day assim que se afastou do cais. A morena a esperava em outro barco a alguns quilômetros dali.
A negra aciona a marcha e desce de sua lancha entrando na que Daiane estava. As duas observam ela se afastar e antes mesmo que pudessem esperar, uma enorme explosão acontece.
Ambas protegem seus olhos da claridade ardente que o fogo fazia. A lancha pára imediatamente e começa a queimar enquanto afunda gradativamente. Daiane abraça lateralmente a amiga tentando conforta-la quando percebe que Lud chorava em silêncio.
- Bem vinda a sua morte, minha amiga.
[...]
O caminho até o aeroporto não foi demorado. Ludmilla pega a mala das mãos de Daiane e caminha para dentro do local. As duas finalmente chegam ao portão de embarque e depois de checar tudo, se abraçam e se despedem.
- Isso não é um adeus ok? - Day diz tentando segurar as lágrimas.
Lud apenas sorri se desfazendo do abraço.
- Cuida deles por mim, tá bem!?
A morena apenas assente.
- E você também, se cuide!
- Pode deixar.
Ludmilla entrega a passagem para a funcionária do aeroporto junto de seu documento e após checar tudo, ela finalmente entra pelo portão de embarque.
Lud olha para trás e acena uma última vez para Daiane que sorria e chorava ao mesmo tempo.
A negra respira fundo.
- É Lud. - Diz para si mesma. - Uma nova vida começa agora.
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