E Viverem Felizes...

Alguns bons anos depois...

Nova York, 8:18 PM

Brunna POV

- NÃO MESMO! - Lud bate a mão na mesa e se levanta.

Reviro os olhos e me seguro pra não pular em seu pescoço.

- Amor, é só uma festa!

- Uma festa cheia de adolescentes com seus hormônios borbulhando! Nunca que vou deixar ela ir!

- Mãe, deixa de ser careta!

- É mãe, não tem nada demais...

- Nada demais? - Lud encara a menor como se tivesse sido ofendida. - Você tá vendo o que tá fazendo com sua irmã? Tá influenciando ela!

- Amor, para! É só uma festa! Até parece que você nunca foi em uma...

- Já fui! Em várias.

- Tá vendo!

- Mas não quer dizer que foi bom!

- Mãe. - Ela se aproxima segurando a mão de Lud em seu peito. - É só um aniversário! Vai ser na casa dela, os pais dela vão estar lá... É a minha melhor amiga, poxa! - A garota a encarava com os olhos brilhando e um beicinho lindo.

Vejo a expressão de Lud suavizar e ela solta o ar derrotada.

- Você ensinou direitinho, né Brunna?!

Solto uma risada e ela cerra os olhos.

- Tá Jasmine, pode ir nessa festa...

- Yes! - A garota levanta os braços em comemoração e corre em direção as escadas.

- Mas você vai voltar pra casa as dez!

- Mas a festa começa às nove!

- O quê? - Ela me encara e eu dou de ombros tirando os pratos da mesa.

- Mas que raio de festa é essa que começa tarde desse jeito?

- Ludmila, a boca!

Faço um sinal com a cabeça mostrando a menor e ela se aproxima da garota.

- Manu, filha! - Ela se senta à mesa e Manuela encara a mãe. - Prometa que você nunca vai ser como sua irmã!

- Pode deixar mãe, eu não tenho paciência pra essas palhaçadas de gente que quer ser popular.

- Ótimo!

Manuela dá um leve sorriso e sai da cozinha nos pedindo licença.

- Deus, como é difícil ter filha mulher! - Lud debruça os braços sobre a mesa e deita a cabeça sobre eles.

- É como diz o ditado, tu vai pagar com tuas filhas tudo o que fez pra sua mãe.

- Então eu tô fudida!

Rio do desespero de minha esposa e vou até ela fazendo uma leve massagem em seus ombros. Desde que Jasmine nasceu, o ciúme de Ludmilla só fez aumentar. Jas era mais do que a primogênita, ero nosso pequeno milagre. Quando recebemos o resultado do exame e vimos o positivo escrito ali, um filme passou em nossa cabeça. O medo existia, mas a alegria e ansiedade de finalmente termos nossa filha era maior.

Depois de nosso casamento, Lud e eu decidimos ir para Míconos aproveitar nossa lua de mel. Aquele foi o melhor mês de nossa vida juntas, conhecemos lugares incríveis, vivemos novas experiências e claro, aproveitamos a companhia uma da outra.

Assim que voltamos para os Estados Unidos ela foi direto pra empresa. Eu nunca vou entender o amor dessa mulher por pilhas de contratos e e-mails gigantescos, mas não podia julgá-la, afinal a empresa também era minha paixão.

Depois de alguns meses Lud e eu voltamos a conversar sobre a hipótese de termos um filho. Era um sonho nosso que foi interrompido, mas que ainda poderia acontecer. Consultamos nosso médico e depois de vários exames, ele disse que poderíamos sim ter outro bebê, mas que dessa vez os cuidado teriam que ser redobrados. Quando fizemos a primeira inseminação, Lud e eu havíamos decidido congelar alguns óvulos fecundados, o que adiantou um pouco o processo dessa vez. Haviam restado cinco deles, decidimos usar somente dois. Apesar do medo inicial, tudo deu certo. Na primeira vez que ouvimos o coração do bebê, Ludmilla teve uma crise de choro que durou uma hora.

Flashback On

- Ok mamães, estão prontas? - Dr. Thomas entra na sala segurando um envelope nas mãos.

- Sim! - Lud segurava forte minha mão demonstrando todo seu nervosismo.

O médico liga a tela e se posiciona ao meu lado.

- Tá um pouquinho gelado, ok?!

Concordo coma cabeça e ele sorri. Dr. Thomas espalha o gel na parte baixa de minha barriga e um leve arrepio corta minha espinha, ele posiciona o sensor do ultrassom e aumenta o volume no computador.

- Aí está!

O médico aponta um borrão na tela e depois de alguns segundos analisando, finalmente consigo entender o que era aquela bolinha. Nosso filho se mexia minimamente. O som de seus batimentos vão aumentando gradativamente logo tomando ritmo. Era mais como um chiado ritmado, porém forte e alto.

- Isso é...? - Lud balbucia as palavras e percebo que seus olhos estavam violentamente marejados.

- É o coração do seu filho! - O médico responde e então ela começa a chorar copiosamente.

- Vou deixá-las. - O médico diz e então sai da sala nos dando privacidade.

Lud se abaixa e me beija.

- É o nosso filho, amor! - Ela diz em meio as lágrimas e eu sorrio acariciando seu rosto. - É o nosso neném!

- Sim, minha vida!

Ela me beija novamente e sinto meu coração transbordar de felicidade.

...

- Tá se sentindo melhor, vida?!

- Um pouco. - Me sento na cama e encaro Lud.

Eu havia passado mal depois do jantar e resolvi me deitar um pouco. Diferente da minha primeira gravidez, essa tinha quase todos os clássicos sintomas daqueles que vemos em filmes da TV. Lud havia me trazido algumas pedras de gelo, elas ajudavam nos enjôos.

Pego uma delas e começo a chupar. Ela se deita em minhas pernas acariciando minha barriga.

- Você nem nasceu e já tá dando trabalho hein, pequena...

Encaro minha esposa.

- Pequena?

- É.

- Por que acha que é menina?

Ela me encara me volta.

- Porque eu sei!

- Hum... - Volto minha atenção para minhas pedras de gelo e ela continua fazendo um leve carinho ali.

- Alá filha, tua mãe acha que você é menino, fala pra ela que a nossa casa só vai ter mulher.

Assim que sua voz cessa sinto um leve chute vindo de dentro de minha barriga. Encaro Ludmilla que tinha uma expressão de susto no rosto.

- Você sentou isso? - Pergunto e ela assente ainda sem saber o que fazer. - Continua falando com ela!

Lud se abaixa novamente e coloca a mão do lado esquerdo de minha barriga.

- Filha, fala pra mamãe, você prefere que seu quarto seja rosa como a mamãe Brunna quer, ou vermelho como eu escolhi?

Sinto outro chute, dessa vez um pouco mais forte e Lud se senta na cama, seus olhos se enchem de água e seu sorriso era capaz de iluminar uma cidade inteira.

- Acho que ela gosta de você...

Lud não se mexia, encarava minha barriga sorrindo e chorando ao mesmo tempo. Ela volta a colocar sua mão no lado esquerdo e pude sentir aquele lado um pouco mais rígido.

- Nossa filha gosta de mim, amor! - Ela me encara e meu coração se derrete.

Lud se aproxima e sela nossos lábios com carinho.

- Ela gosta de mim! - Concordo com a cabeça fazendo um leve carinho em seu rosto.

Flashback Off

Apesar de tudo correr perfeitamente bem durante minha gravidez, Lud e eu decidimos tomar os cuidados do começo até o fim. Não queríamos que algo desse errado.

Conforme os meses foram passando, acompanhávamos a evolução de nossa filha de perto nos encantando cada vez mais a cada descoberta.

Tivemos algumas leves discussões sobre qual seria a cor de seu quarto, qual o tipo de parto que iria ter e principalmente, qual seria o nome de nossa filha.

Bem, essa última discussão durou até o último minuto da minha gravidez.

Flashback On

Minha barriga estava enorme assim como o resto do meu corpo. Eu já não conseguia mais ver meus pés direito e encontrar uma posição confortável na hora de dormir era quase impossível. Além disso, todos aqueles enjôos me faziam perder o apetite e eu já estava começando a ficar irritada sem poder comer nada direito. Lud tentava de todas as formas melhorar meu humor e estava sendo extremamente carinhosa comigo, mas não ajudava muito.

- Aqui minha vida! - Ela se senta na cama e me entrega a caixa. - Do jeitinho que você pediu!

Abro a embalagem e meu estômago ronca quando vejo o conteúdo ali dentro. Eu havia acordado no meio da madrugada com um desejo enlouquecedor: torta de banana com queijo e azeitona.

Acordei Lud em um susto e ela quase infartou. Eu já estava no fim do oitavo mês de gestação e os desejos só faziam aumentar e em cada um deles, eu sentia vontade de comer coisas ainda mais estranhas.

Sinto minha boca salivar só de olhar e sem pensar duas vezes, começo a comer em generosas garfadas. Lud me observava calada com os olhos arregalados e uma expressão beirando o nojo. Eu não ligava muito, afinal a culpa era da filha dela.

Assim que dei a última garfada, mal conseguia respirar de tão cheia. Eram quatro da manhã, o frio já se fazia presente do lado de fora e mesmo com o aquecedor ligado nos trinta graus, meu corpo ainda arrepiava. Eu já estava devidamente deitada de barriga pra cima pensando quanto tempo ainda demoraria pra finalmente poder voltar a dormir normalmente e a reposta era: nunca.

Lud se deita ao meu lado apagando a luz do abajur. Ela me dá um selinho rápido me desejando boa noite e se cobre. Fiquei alguns minutos encarando o teto esperando o sono dar as caras. Aos poucos os ruídos da madrugada vão ficando cada vez mais longe e sinto meu corpo relaxar. Quando finalmente sinto o sono chegando, minha bexiga dá sinal de vida. Tento ignorar mas a cada segundo ela parecia estar ainda ainda mais cheia.

- INFERNO! - Grito jogando o edredom pra longe e me sento na cama com certa dificuldade.

- O que foi? - A voz de Lud surge atrás de mim.

- Preciso fazer xixi, de novo!

Me levanto da cama e calço os chinelos.

- Quer ajuda?

- Não precisa, pode voltar a dormir.

Vejo minha mulher virar para o canto e logo sua respiração começa a normalizar.

- Sortuda ridícula. - Penso alto e começo a caminhar lentamente em direção ao banheiro.

Sento no vaso com cuidado e finalmente sinto aquele peso em minha bexiga sair. Eu já não aguentava mais ter que levantar a cada meia hora durante a madrugada pra ir ao banheiro, eu sei que já está acabando, mas não deixa de ser cansativo.

Termino de fazer o que precisava e saio do cômodo apagando a luz. Volto pro quarto e Lud abre os olhos me observando. Paro na beira da cama tentando esticar minhas costas que já não aguentavam mais tanto peso.

- Quer uma massagem?

- Não amor, não se preocupa, eu tô... - Paro de falar imediatamente quando ouço um barulho estanho.

Era como se um balão de água tivesse sido estourado. Olho pra baixo e vejo o chão molhado. Encaro Lud e ela sorria.

- Poxa amor, cê não tá velha demais pra fazer xixi na calça não?

Inspiro fundo tentando manter a calma.

- Isso não é xixi.

Lud me encara ainda sorrindo. Seu semblante muda mostrando sua confusão e então seus olhos se arregalam.

- BRUNNA!?!

- Lud, calma.

- MAS A BOLSA... O BEBÊ.... VOCÊ...

- LUDMILLA! - Ela me encara assustada. - Agora não é hora de pânico, ok?! - Lud balança a cabeça freneticamente. - Ok, então vai no quarto da bebê, pega a bolsa dela e a chave do carro.

Ela me observava estática.

- Ludmilla, agora! - Grito seu nome e ela sai correndo na hora.

Volto pro banheiro e escovo os dentes, lavo o rosto, dou uma ajeitada em meu cabelo e passo um rímel. Não é porque vou parir que preciso fazer isso feia, não?!

Vou em direção ao closet e procuro uma roupa leve. Escolho um vestido preto soltinho que ficava um palmo acima do meu joelho e uma jaqueta jeans. Calço um par de chinelos novos e vou até a porta do quarto. Ludmilla me esperava no corredor com a mala e a bolsa em suas mãos.

- Você tá bem? Precisa de ajuda? Quer que eu te carregue até o carro? Eu posso...

- Ludmilla, respira! - Inspiro o ar e solto demonstrando como ela deveria fazer e minha esposa imita minha ação. - Vai trocar de roupa!

- Quê?

- Você não vai de pijama pro hospital!

- Mas Brun...

- Ludmilla, nossa filha não vai nascer agora. Da tempo de você colocar uma roupa, vai!

Ela solta as malas e entra no quarto resmungando. Eu já havia separado uma calça jeans e uma camiseta deixando as peças em cima da cama. Caminho em direção a escada tomando cuidado e sinto uma leve contração. Não era tão ruim quanto eu imaginei que seria, mas doía.

Chego no fim da escada e Lud me alcança. Vamos juntas até a garagem de nossa casa e ela me ajuda a entrar no carro, dando a volta e se sentando no banco do motorista.

- Você pegou o celular? - Pergunto sentindo outra contração.

- Pra quê? - Sua voz sai trêmula e seus olhos estavam arregalados.

- Vida. - Chamo minha esposa e percebo seus olhos se encherem de lágrimas. - Você precisa se acalmar ok?! Se você pirar eu vou pirar também, e não vai ser nada legal.

- Ok! - Ela diz inspirando o ar.

- Liga pra sua mãe e avisa que estamos indo pro hospital. - Digo ajeitando o cinto. - Depois manda uma mensagem pra Lari e pro Renatinho.

Ela liga o carro e abre o portão da garagem. Lud engata a ré e então me encara.

- Amor!

- Hum?! - Sinto um certo desconforto pela posição que estava sentada.

- Nossa filha vai nascer! - Encaro minha esposa que agora tinha um sorriso gigante nos lábios e sorrio de volta.

- Nossa filha vai nascer, vida! - Ela vem até mim me dando um selinho demorado. Lud se afasta ainda sorrindo e expira o ar. - Minha vida?!

- Oi?! - Ela volta a me encarar com atenção.

- VAMO LOGO PRA ESSA PORRA DE HOSPITAL QUE ESSE CARALHO TA DOENDO!

- TA BOM, DESCULPA!

Ela arranca com o carro e em poucos minutos já estávamos a caminho do hospital. As dores só faziam aumentar e eu tentava lidar com elas da melhor maneira, mas estava ficando cada vez mais difícil. Assim que chegamos ao hospital Lud estaciona em frente a porta. Ela sai do carro e entra no lugar, poucos segundos depois volta com um enfermeiro segurando uma cadeira de rodas.

Lud me ajuda a sair do carro e eu me sento na cadeira. Depois de fazer o check in na recepção o enfermeiro nos leva até o quarto nos avisando que nosso obstetra já estava a caminho.

- Vou aplicar a anestesia e isso vai amenizar um pouco a dor, ok?! - O enfermeiro diz e eu apenas concordo.

Ele sai do quarto afim de buscar o medicamento e Lud segura minha mão.

- Tá doendo muito? - Encaro minha esposa e ela se encolhe. - Desculpa...

Sinto mais uma contração, a mais forte até agora e me seguro pra não gritar. Sinto meus dedos doerem e só então percebo que estava estrangulando a mão de minha esposa que se contorcia com cara de dor.

- Vamos lá? - O enfermeiro volta com uma pequena bandeja de metal nas mãos e dá a volta na cama. - Você vai sentir uma dorzinha, ok?

Concondo com a cabeça e então sinto uma picada e logo depois uma fisgada forte na coluna.

- Caralho, olha o tamanho dessa agulha! - Minha esposa tinha os olhos arregalados observando os movimentos do rapaz.

- Ludmilla, não tá ajudando! - Ela se desculpa novamente e então sinto a agulha sair.

O enfermeiro me ajuda a trocar minha roupa e me a deitar, saindo logo em seguida, alguns minutos depois o médico entra.

- Bom dia mamães! - Ele diz sorrindo e se aproxima de mim. - Como estão as contrações?

- Fortes e constantes!

- Deixa eu dar uma olhada. - Ele vai até o pé da maca e levanta o avental cirúrgico que eu usava e então sorri. - Já está coroando, vou mandar preparar a sala de parto e logo vão te levar pra lá!

- Doutor, não tá muito cedo pra ela nascer? - Lud pergunta aflita.

- Brunna está quase de 37 semanas, o bebê já está completo e não há riscos dele nascer nesse tempo. Óbvio que nós esperávamos um pouco mais, mas não há problema.

- Tem certeza?

- Absoluta!

- Ok...

O médico sai dizendo que iria se preparar e que dentro de alguns minutos eu seria levada até a sala de parto. A dor havia amenizado um pouco, mas ainda era forte e constante. Lud não saía do meu lado um segundo sequer e fazia um leve carinho em minha barriga.

- Calma JoJo, a gente já vai tirar você daí. - Ela sussurra para minha barriga e eu a encaro.

- JoJo? - Lud olha pra mim confusa.

- Sim, de Joana.

- Mas nem fudendo que minha vai chamar Joana, tá louca?!

- Bom, quando eu escolhi Antônia você também não quis.

- Mas é claro que não!

- E qual nome você quer dar pra ela?

- Eu já te disse...

- Nem pensar, Brunna! - Ela cruza os braços e franze o cenho. - Minha filha não vai ter nome de espírito!

- Que espírito garota?

- Aquela do filme do poço! Tá doida que minha filha vai chamar Samara?

- Pelo menos eu não quis dar o nome da minha ex pra ela! - Ralhei e ela revira os olhos.

- Eu queria Isa-do-ra.

- Não interessa! Começo com Isa e eu não quero!

- Brunna, nossa filha já tá com a metade da cabeça pra fora e a gente ainda não escolheu um nome...

- Se você ao menos conseguisse pensar em algum nome bonito!

- Ei! Todos os que eu falei são bonitos, ok?

- Ludmilla, você escolheu Abgail!

- Ué, é bíblico!

- Ah, me poupe!

Sinto mais um contração e o médico volta com mais dois enfermeiros.

- Vamos lá? - Ele pegutna animado.

- Pelo amor de Deus!

Os enfermeiros me colocam na outra maca que haviam trago e logo vamos em direção a sala. Assim que chegamos, eles colocam a máscara de oxigênio em meu rosto e me posicionam da forma certa.

- Ok Brunna, você ja tem dez centímetros de dilatação, assim que sentir a próxima contração, basta fazer força!

Encaro o teto e Ludmilla sugre ao meu lado vestindo um jaleco azul e uma touca da mesma cor. Ela segura minha mão e me dá um beijo na testa. Uma nova contração vem e eu me concentro em apenas fazer força.

De repente um grito invade meus ouvidos e eu encaro minha esposa que segurava o pulso.

- Minha mão!

- Tá indo muito bem, Brunna! Continua! - O médico grita e eu volto a empurrar.

A cada segundo a dor parecia cada vez maior e eu já estava ficando cansada. Solto a mão dela e Lud se afasta parando ao lado do médico.

- Ela tá quase saindo, amor! - Mais uma contração.

Faço força novamente e dessa vez não paro.

- Vamos lá, Brunna!

- Puta que pariu! - Ouço minha esposa xingar e então a dor de novo. Puxo fôlego e continuo.

- Isso! - O médico grita e então escuto um choro e logo em seguida um estrondo.

Tiro a máscara do rosto e olho no chão vendo Ludmilla estirada ali, desacordada.

- Eu não acredito nisso! - Dou um tapa em minha testa e o médico ri.

- É normal que isso aconteça, são muitas emoções!

- Ela é frouxa, isso sim!

Vejo um dos enfermeiros levar minha filha até uma bancada que havia ao lado direito da sala. O outro ajuda Ludmilla a se levantar e então, entregam minha filha a ela. Lud vem para o meu lado caminhando devagar com nossa filha nos braços, ela chorava alto e forte. Lud coloca nossa filha sobre meu peito.

- Olha amor! - Seus olhos estavam submersos em lágrimas e ela sorria abertamente. - É a nossa filha!

Encaro aquele pequeno ser humano e acaricio levemente sua mão. Ela para de chorar e então segura meu dedo com sua mãozinha minúscula. Sinto algumas lágrimas escorrerem de meus olhos e meu coração infla transbordando um amor que nunca havia sentido antes. Sorrio de volta pra minha esposa.

- É a nossa bebê! - Ela acena concordando e então a encaramos de novo.

Nossa filha segurava forte meu dedo e resmungava baixinho. Seus olhos se abrem vagarosamente e eu faço leve carinho em sua cabeça.

- Oi meu amor! - Ela resmunga mais uma vez.

- Ela é nossa princesinha. - Lud diz me encarando. - Nossa princesa, Jasmine!

Encaro minha esposa capturando seu olhar de dúvida. Faço um leve carinho em sua bochecha e ela sela nossos lábios.

- Nossa Jasmine! - Respondo assim que ela se afasta.

Lud sorri de volta e ficamos ali mais alguns minutos encarando nossa filha, decorando cada mínimo detalhe daquele ser tão pequeno até que o médico a pega de volta alegando que ela precisava tomar algumas vacinas. Lud a entrega e os enfermeiros me levam de volta para o quarto.

Flashback Off

Jas precisou ficar dois dias em observação no hospital, somente por precaução. Depois de algumas semanas após a levarmos para casa, nossa família e amigos foram nos vistar afim de conhecer a nova integrante. Todos se apaixonaram instantaneamente por ela, o que, modéstia parte, era totalmente compreensivo.

- Tô pronta! - Jas diz descendo as escadas e Lud a encara.

- Você vai assim?

- Vou.

Ela me encara, incrédula.

- Brunna!

- É só um cropedd, amor! - Digo bufando e ela revira os olhos.

- Vamos logo antes que eu mude de idéia.

Pego minha bolsa e Lud pega as chaves do carro. Vamos as três até a porta da sala quando ouço um grito da menor.

- Me esperem!

Manu aparece com uma mochila nas costas segurando sua preguiça de pelúcia.

- Onde a senhorita pensa que vai?

- Vou dormir na vovó Sil!

Encaro minha esposa e ela da de ombros.

- Filha...

- Ela que me chamou mãe! Juro! Deixa eu ir, por favooor... - Manuela junta as mãos e pisca algumas vezes fazendo beicinho.

Solto o ar derrotada e então encaro Lud novamente.

- Você ensinou direitinho, né?!

Ela sorri com a língua entre os dentes e eu faço uma careta. Saímos todas indo até o carro, as meninas se sentam atrás e eu vou até o banco do passageiro. Lud liga o carro saindo com ele da garagem e vamos em direção a tal festa.

- Não é pra beber! - Ela começa a falar e ouço nossa filha bufando.

- Qual é mãe, eu sei me cuidar...

- Não sabe nada, você é uma criança!

- Lud...

Ela me encara e então volta seu olhar para a rua.

- Não use drogas!

- Meu Deus... - Jas reclama baixinho e eu seguro a risada.

- Não deixa seu copo jogado por aí. Deixa o celular ligado e tira do silencioso, qualquer coisa me liga!

- Tá mãe...

Lud estaciona o carro na beira da sarjeta e Jasmine desce indo até a janela da minha porta. A garota me dá um rápido abraço seguido de um beijo na bochecha.

- Te amo.

- Eu te amo, meu amor.

Ela se afasta do carro e Lud grita.

- Ei! E eu?

Nossa filha sorri e então dá a volta no carro parando na janela dela.

- Eu também amo você, ciumenta. - Ela diz abraçando minha esposa e dando um beijo nela também.

Nossa filha ameaça se afastar mas Lud segura sua mão.

- Use camisinha!

- MÃE! - A garota grita e eu deixo uma gargalhada alta escapar. - Que nojo! Eu nem disso gosto...

A garota se afasta do carro indo em direção a casa, observamos ela entrar e então Lud liga o carro novamente.

Mais trinta minutos e finalmente chegamos na casa de minha sogra. Manu desce do carro e vai correndo até a porta, saio do carro com minha esposa e Sil abre a porta com um sorriso enorme.

- Vó! - Manu pula no colo da avó entrelaçando suas pernas na cintura da mulher.

- Oi minha linda! Como você está?

- Tô bem! Tem sorvete?

- Lá na cozinha!

Ela solta a garota que corre pela casa sumindo do nosso campo de visão.

- Entrem meus amores!

Sil nos da passagem e nós entramos na casa. Depois que as meninas nasceram, minha sogra decidiu se mudar para uma casa maior e um pouco mais perto da nossa. Ela havia vendido a mansão que tinha e comprou uma ainda maior, com uma bela piscina e quadra de esportes. Nossas filhas adoravam passar os finais de semana na casa da avó junto de seus primos. A mansão foi especialmente projetada para os netos afim de que as crianças se divertissem e Silvana pudesse ficar com eles por mais tempo.

- E onde está minha primogênita? - Ela pergunta se sentando no sofá.

- Foi pra uma festa! - Lud diz em tom de protesto. - Uma festa mãe! Você acredita nisso?

- E você está brava porquê...?

- Porque ela é uma criança! - Minha sogra revira os olhos para Ludmilla e eu solto uma lufada de ar já sabendo o que viria a seguir. - Jasmine ainda não tem idade pra essas coisas! Onde já se viu uma menina indo pra festas a essa hora da noite? É aniversário de quem? Do Drácula? Por que não faz a festa de dia, a luz do sol onde da pra ver todo mundo? Eu não acho que...

- Chega! - Minha sogra grita e então começa a massagear suas temporas.

- Experimente ser casada com ela. - Digo bebendo um gole de whisky que peguei no mini bar.

- Por Deus Ludmilla, como você é dramática! Nem eu sou assim...

- Mas mãe...

- Mas nada! Jasmine tem quinze anos Ludmilla, é normal ela ir em festas, são coisas da idade. Daqui a pouco Manuela também estará assim e...

- Não! - Ela interrompe a mãe. - Minha Manu não é assim!

- Assim como? - A garota entra na sala com uma tigela cheia de sorvete de morango.

- Ah minha neta, sua mãe tá tendo um treco por causa da festa que sua irmã foi.

- Ah, isso? Já tô acostumada. - A garota da de ombros e Sil sorri.

- Como assim acostumada?

- Minha mãe parece atriz de novela mexicana, vó. Nunca vi alguém conseguir fazer tanto drama assim.

- Ei! Eu não sou assim ok?

- Uhum, vamo ver como você vai reagir quando chegar a hora de ir embora e eu ficar aqui.

Lud abre a boca espantada com os argumentos de nossa filha e eu apenas sorrio com a cena.

Lud sempre foi uma mãe coruja e extremamente cuidadosa e atenciosa. Às vezes sua devoção por nossas filha era tanta, que chegava a sufocar. Eu entendia os dois lados, nós tínhamos duas filhaa adolescentes de quinze e treze anos, em algum momento seria preciso dar a liberdade que elas tanto queriam, mas era difícil vê-las crescer. A superproteção de minha esposa começou quando nossa primeira filha nasceu, mas só ganhou força quando Manu nos deu um susto.

Flashback On

- Eu não deveria ter comido tanto chocolate. - Já era a terceira que ouvia aquela frase.

- Eu disse pra você maneirar, mas você não me ouve...

- É que eu tava com vontade, mo...

- Então agora você que lute pra aguentar ele se mexendo desse jeito!

Ela geme baixinho sentindo mais alguns chutes.

- Vou levar a Jas pra cama dela, já volto. - Levanto da cama lhe dando um selinho e pegando nossa filha no colo.

Jasmine já estava com dois anos e a muito tempo vinha nos pedindo um irmão. Lud e eu nunca havíamos pensado na hipótese de ter um segundo filho, mas a ideia não parecia tão ruim. Depois de meses de muita conversa e planejamento, finalmente decidimos tentar a maternidade novamente. Dessa vez quem engravidou foi ela, eu não seria capaz de passar por todo processo de gravidez novamente e Lud acabou cultivando essa vontade ao longo do tempo, o que acabamos por realizar.

Diferente de mim, a gestação de minha esposa foi absolutamente tranquila. Lud nunca havia tido um único enjôo durante toda a gravidez, seus desejos eram os mais normais possíveis e seu corpo não teve tanta alteração, a única coisa que havia crescido ali era sua barriga e seu apetite. A filha da mãe era uma grande sortuda.

O parto estava marcado para semana que vem, mas como ela já está de nove meses, o bebê pode vir a qualquer minuto. Nós ainda não sabíamos o sexo de nosso filho, todas as vezes que tentávamos ele cruzava as pernas, ou o cordão umbilical ficava na frente e teve até uma ocasião em que ele simplesmente tampou com a mão, o que nos fez achar uma graça, mas não deixamos de ficar chateadas. Por conta disso tudo o que pertencia a nosso filho eram em cores neutras, roupas, brinquedos e até mesmo a cor do quarto, tudo em amarelo, vermelho, laranja e branco.

Abro a porta com certa dificuldade e vou em direção ao berço. Deito Jasmine ali com todo cuidado e ouço ela resmungar baixinho pela quebra de contato. Fico alguns minutos observando minha filha ressonar baixinho, Jasmine é a mistura perfeita entre Lud e eu, até hoje eu ainda não sei como é possível.

Me lembro quando engravidei, os médicos disseram que ela poderia ser uma mistura de uma de nós duas com o doador e que as chances dela ser fisicamente parecida com as duas, era muito baixa, mas como filha sempre adorou contrariar as expectativas, aqui está ela. Jas tem a pele escura, os cabelos cacheados e os olhos castanhos escuro como de Ludmila. Seu nariz e a boca são iguais aos meus. Apesar de ser uma bela mistura, ela herdou o temperamento e a personalidade de Lud. Jasmine adorava falar e mesmo com sua pouca idade, não ficava calada um minuto sequer. A garota era apaixonada pela mãe, afinal Lud era sua companheira de bagunça.

Cubro o corpinho rechonchudo de minha filha e abaixo a luz do abajur. Dou um beijo em sua testa e fecho a janela impedindo que o vento frio entrasse. Saio do quarto ligando a babá eletrônica e fecho a porta.

Atravesso o corredor e entro em meu quarto já vendo minha esposa dormindo. Sua respiração estava calma e ela parecia estar em um sono profundo. Vou até o closet e me troco colocando um pijama. Me deito na cama apagando o abajur e abraço minha esposa lateralmente. Ela se aconchega em meu peito me abraçando de volta e eu deposito um beijo no topo de sua cabeça.

Depois de alguns minutos começo a sentir meu corpo relaxar e vou me entregando ao sono gradativamente.

...

- BRUNNAAAA! - Sinto meu corpo balançar bruscamente e me levanto. - ME AJUDA!

Encaro Ludmilla e ela estava encolhida, segurava a barriga com uma das mãos e a outra me apertava forte.

- Amor, o que houve? - Me sento na cama virando pra ela e minha esposa tinha uma expressão de dor e agonia na face.

Ludmilla estava tremendo e suando, ela gritava apertando o edredom e eu ainda estava meio sonolenta sem saber o que estava acontecendo.

- Nosso filho... O que tá acontecendo? - Ela pergunta e então afasta o edredom e eu levo um susto.

A roupa de cama estava toda suja de sangue. Muito sangue. Me levanto da cama em um pulo e saio correndo pro closet, visto uma calça jeans por cima do short do pijama e volto pro quarto calçando meus chinelos.

- Você consegue andar? - Lud balança a cabeça dizendo que sim e eu ajudo ela a levantar.

Saio do quarto indo em direção as escadas e ela continuava urrando de dor. Lud apertava forte meu braço e eu tentava me manter equilibrada afim de ajudá-la a descer as escadas. Coloco ela já sentada no carro e volto pra casa pegando Jasmine. As malas do bebê já estavam no carro a uma semana somente esperando o momento do parto, mas agora o meu medo era de trazer as malas de volta sem bebê algum.

Assim que termino de posicionar minha filha em sua cadeirinha vou até o banco do motorista e saio com o carro de lá arracando o mais rápido que podia até o hospital. Já era tarde da noite e as ruas estavam praticamente vazias, ultrapassei alguns sinais vermelhos ouvindo os gritos agonizantes de minha esposa. Eu tentava me manter calma a todo momento mas era impossível, ainda mais vendo ela se contorcer daquele jeito. Finalmente cheguei ao hospital, paro o carro em frente a entrada e nem me preocupo em desligá-lo.

- POR FAVOR, ALGUÉM ME AJUDA!

Um médico vem correndo até mim.

- Senhora, o quê houve?

- Minha esposa! - Digo puxando ele. - Ela tá grávida e tá sangrando!

- Tragam uma maca! - Ele grita para alguns funcionários e vai até o carro. Eu permaneço ali, parada observando tudo.

Tudo estava rápido demais, assim que a maca chegou eles tiraram Lud de dentro do carro e a posicionaram deitada, ela gritava e se contorcia e então eles a levaram pra dentro.

Alguns funcionários que estavam na recepção vieram até mim me dando um copo de água e uma outra tirou Jasmine de dentro do carro a levando para dentro alegando que havia uma salinha para crianças.

Eu não sabia o que fazer ou pensar, ninguém me dava notícias, já fazia quarenta minutos que Ludmilla entrou na ala de cirurgia e ninguém dizia nada.

- A senhora é Brunna Gonçalves Oliveira? - O mesmo moço que me ajudou diz se aproximando.

- Sim, sou eu! - Digo me levantando.

Ele tinha uma expressão seria no rosto e sua roupa estava com manchas de sangue que eu torcia para não serem de minha esposa.

- Meu nome é Henrique, eu sou o enfermeiro chefe do hospital. - Ele se apresenta e então me mostra a cadeira me chamando pra sentar.

- Como está minha esposa? - Pergunto aflita já com medo da resposta.

- Agora ela está estável.

- O que aconteceu?

Ele respira fundo e então me encara.

- O bebê sofreu uma parada respiratória. - Sinto um vazio gigantesco dentro de mim quando ouço aquelas palavras. - Ele tinha o cordão umbilical enrolado no pescoço o que acabou dificultando a passagem de oxigênio, por conta disso, a pressão fetal caiu resultando em uma hemorragia.

- Meu filho... - Sinto minha garganta arder e meu olhos se enchem de água. - Meu filho tá...

- A bebê está bem! Vocês chegaram a tempo e foi possível salva-la. Precisamos fazer uma cesária de emergência mas tudo transcorreu perfeitamente. Ludmilla vai precisar de uma transfusão de sangue, já que perdeu bastante por conta da hemorragia e a bebê precisará ficar em observação na UTI, mas fora isso, está tudo bem e as duas estão estáveis!

Uma onda de alívio invade meu peito no minuto em que escuto aquelas palavras. Minha esposa estava bem, estava viva e nossa filha...

Espera...

- Você disse... A bebê? - Pergunto ainda meio atônita e o enfermeiro sorri.

- Isso mesmo. Vocês são mães de uma linda menina!

Mais lágrimas começam a rolar e um sorriso toma conta de meu rosto. Sem pensar duas vezes abraço o rapaz com força e ele retribui o gesto.

- Você gostaria de vê-las? - Ele pergunta assim que quebramos e contato e eu apenas aceno com a cabeça concordando.

Saímos dali entrando no elevador e sinto o nervosisno tomar conta de mim. Chegamos no quarto andar e ele me guia pelo corredor até chegarmos na área da UTI neonatal. O rapaz me entrega um jaleco azul e uma touca, visto as peças com certa pressa e então entramos na sala. Ele caminha a minha frente e pára em frente a uma pequena encubadora.

- Aqui está! - Henrique mostra minha filha e eu me aproximo.

Coloco a mão em um dos acessos que tinha e toco sua perna com certo cuidado. Minha filha estava de olhos fechados e resmungava baixinho, apesar de ter acabo de nascer, ela já tinha alguns trações fortes que lembravam Ludmilla. Sinto algumas lágrimas rolarem e tento me conter. Minha filha está viva, bem e é linda!

- Nunca vi uma criança com tanto cabelo desse jeito. - Digo sorrindo e o enfermeiro deixa escapar uma risada.

Depois de mais alguns minutos ali ele me levou pra ver Ludmilla. Subimos até o quinto andar onde ficava a CTI e eu entro no quarto sozinha. Assim que a vejo, sinto meu corpo enrijecer. Ludmilla estava deitada na cama com alguns aparelhos em sua volta apitando frequentemente, ela tinha alguns fios pendurados em seu corpo e parecia estar dormindo. Sinto meu coração diminuir e caminho até ela. Faço um leve carinho em sua cabeça e me sento na poltrona ao lado da maca.

Uma enfermeira entra no quarto verificando o prontuário e então sorri amigavelmente.

- Ela está anestesiada por conta das dores e da cesária, mas pode acordar a qualquer momento.

- Obrigada.

- Não há de quê. A senhora precisa de alguma coisa?

- Não, eu estou bem.

Ela assente e então sai do quarto. Fico ali encarando minha esposa por alguns minutos e então sinto o cansaço me atingir. Tudo havia acontecido tão rápido que nem tive tempo de avisar ninguém. Pego meu celular no bolso e vou até o outro lado do quarto.

- Brunna?

- Oi Sil...

- Tá tudo bem filha?

Solto o ar, cansada.

- Agora sim...

- O que houve?

Começo a explicar tudo sem deixar escapar nenhum detalhe e tomando cuidado para não alarmar Silvana. Assim que a ligação termina mando uma mensagem para meus amigos avisando o que tinha acontecido já sabendo que minha sogra estava a caminho. Guardo o celular de volta e observo o céu lá fora. Já era madrugada e o sono estava bem longe.

- Amor?! - Ouço a voz de Lud e me viro encarando-a. - O que houve? - Sua voz sai rouca e arrastada. - Nosso filho!

- Calma! Já tá tudo bem! - Me aproximo da cama segurando sua mão.

- O que aconteceu?

- Nossa filha teve algumas complicações e precisaram fazer um cesária de emergência, mas já está tudo bem. - Tomo cuidado com as palavras para não assusta-la e Lud passa a mão na barriga sentindo os pontos.

- Cadê ela? - Ela olha em volta do quarto.

- Ela está sob cuidados médicos amor. Fica calma ok?

Lud fecha os olhos inspirando fundo e então volta a me encarar.

- Você já viu?

Sorrio concordando com a cabeça.

- Sim! Ela é linda amor!

- É menina?

- Uhum. - Lud sorri e seus olhos se enchem de água.

Ficamos mais alguns minutos conversando. Eu respondo algumas de suas perguntas e algum tempo depois minha sogra entra no quarto. Ela abraça minha esposa e as duas começam a conversar também.

...

- Tá pronta?

Lud me encara sorrindo e concorda com a cabeça. Depois de uma semana ela e nossa filha finalmente tiveram alta do hospital e já estávamos em casa. Essa seria a primeira vez que Lud iria amamentar nossa menina, que ainda não tinha um nome, e ela estava animada.

Coloco nossa filha em seus braços com certo cuidado e ela se ajeita melhor. Observo a cena com todo cuidado e sinto uma paz enorme me atingir.

Lud sorria para nossa filha enquanto a amamentava.

- Nossa, é meio estranho... - Ela confessa um tanto nervosa e eu deixo uma risadinha escapar.

- Eu sei...

Fico ali sentada ao seu lado mais alguns minutos apenas apreciando aquele momento. Nossa filha termina de mamar e então Lud a posiciona afim de faze-la arrotar.

- Eu andei pensando em um nome que poderíamos dar a ela...

Ela diz um tanto sem jeito. Havíamos decidido que eu iria escolher o nome dessa vez, já que ela escolheu o de nossa primogênita, mas eu ainda não conseguia decidir.

- Qual?

- Manuela! - Ela diz em meio a um sorriso.

- É lindo!

Os olhos de minha esposa brilhavam intensamente. Ela encara nossa filha fazendo um leve carinho em seu rosto.

- Você gostou do seu nome filha?

Assim que termina de falar Manu solta um arroto estrondoso.

- Acho que isso quer dizer sim. - Comento e ela cai na risada junto a mim.

- Então tá decidido, Manuela!

Lud entrelaça seus dedos nos meus e eu selo nossos lábios com todo carinho.

Flashback Off

- Eu te amo ok?!

- Eu também te amo mãe! - Manu responde revirando os olhos.

Já era a terceira vez que ela dizia aquilo. Lud abraçava forte a garota que já tinha desistido de tentar se soltar.

- Eu vou sentir tanto a sua falta!

- Mãe, eu vou voltar pra casa amanhã, pelo amor de Deus...

Mais alguns minutos depois ela finalmente coloca nossa filha no chão novamente e com muito custo consegui arrasta-la de volta para o carro. Me despeço de minha sogra e dou um beijo em minha filha desejando boa noite. Ela retribui o gesto e então sigo o caminho até o carro.

- Não acredito nisso... - Rio desacreditada quando vejo Lud limpando as lágrimas de seus olhos.

- Não me julga ok? Ela é minha bebê!

- Tá bom amor, eu te entendo, mas não precisa disso tudo. É só uma noite...

- Hum... Tá.

Ela diz com desdém ligando o carro e saindo dali, aceno rapidamente para Manu e Silvana que ainda estavam na porta e vejo-as entrando. Pouco minutos depois Lud e eu já estávamos em casa novamente.

Assim que entramos peço ajuda a ela afim de treminar de lavar a louça que eu havia deixado na pia e ela aceita de prontidão. Quando ela finalmente guarda o último prato meu celular toca recebendo uma mensagem.

- Quem é?

- Jas!

Lud vem até mim na hora.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não, ela só quer saber se pode dormir na casa da amiga...

- Pra quê? Já foi na festa, tá bom!

Encaro minha esposa arqueando uma de minhas sobrancelhas e ela encolhe os ombros.

- Tá bom... - Lud sai da cozinha resmungando alguma coisa e eu respondo nossa filha.

Termino de arrumar tudo ali e subo para nosso quarto. Vou até o banheiro afim de escovar os dentes enquanto Lud escolhe um filme na TV.

- Sabe... - Me deito na cama embaixo do edredom e começo a brincar com minha unhas em sua barriga. - Faz tempo que não temos a casa toda só pra gente né?

Dou uma leve mordiscada no lóbulo de sua orelha e Lud me encara já entendendo minhas intenções.

- É... Podíamos aproveitar né?

- Seria uma ótima idéia...

Assim que termino de falar minha esposa avança sobre meus lábios me beijando com vontade. Seguro em sua nuca deixando leves arranhões ali e ela suspira forte no meio do beijo. Não era como se nunca mais tivéssemos feito sexo depois que tivemos nossas filhas.

Lud e eu já estávamos casadas a dezessete anos e nossa relação ficava melhor a cada dia, mas a ocasião pedia para aproveitarmos sem nos preocupar com o volume ou se alguém iria acordar de madrugada com medo de dormir sozinha e nos interromper no meio do ato.

Lud segura a barra de minha blusa e quando ia começar a subir, dou um tapa em sua mão.

- Nada disso, hoje quem manda sou eu! - Ela me encara com os olhos arregalados e eu a empurro invertendo nossas posições.

Sento em seu colo me abaixando para beija-la e aproveito para rebolar um pouco afim de provocá-la. Ludmilla arfa assim que eu chupo vagarosamente seu lábio inferior deitado uma leve mordida ali. Ela apertava forte minhas coxas me deixando cada vez mais excitada e eu começo a subir a blusa de seu pijama.

Assim que tiro a peça de seu corpo jogo em um canto qualquer e observo aquele monumento de corpo. Era incrível a forma como ela ficou ainda mais gostosa com o passar dos anos.

Começo a trilhar alguns beijos por seu pescoço, deixando leves chupões pela área e desço até sua clavícula e seios. Envolvo o mamilo enrijecido com a língua e ela aperta minha bunda em resposta. Começo a brincar com a boca por ali enquanto massageava o outro com a mão esquerda. Lud gemia baixo e arqueava a cabeça para trás. Depois de passar algum tempo ali dando a devida atenção para os seios de minha esposa, vou descendo com alguns beijos por sua barriga até chegar em sua virilha. Desço o short de Lud junto com sua calcinha e começo a mordiscar a parte interna de suas coxas vendo ela se contorcer ansiosa por um contanto mais profundo.

Abro lentamente suas pernas e então passo a língua de cima pra baixo em toda a extensão de sua imtimidade. Ludmilla solta um gemido alto quando chupo lentamente seu clitóris. Me ajoelho sobre a cama e ela me encara confusa.

- Vira! - Sem pestanejar ela obedece minha ordem e deita de bruços.

Seguro em sua cintura puxando um pouco para trás afim de colocá-la na posição que eu queria. Arranho suas costas do começo ao fim acertando um tapa em sua bunda e ouço seu gemido manhoso aprovando meu ato. Sem mais delongas começo a chupar sua buceta vendo ela rebolar com vontade. Seus gemidos altos preenchiam o quarto e inundavam meus ouvidos, aquilo era como música para mim.

Depois de alguns minutos me coloco ereta atrás dela e sem aviso nenhum, deslizo dois dedos para dentro. Lud joga cabeça para trás e eu aproveito para enrolar seus cabelos em minhas mãos puxando-os com certa firmeza. Estocava forte e rápido e a ouvia gemer e xingar tão alto que qualquer pessoa em um raio de dez quilômetros poderia escutar.

Solto seus cabelos e começo a masturbar seu ponto rígido e enervado. Ludmilla rebolava em meus dedos e eu já estava quase chegando em meu ápice somente com aquela visão.

- Gostosa! - Digo entre dentes desferindo um tapa em sua bunda e ela me encara por cima dos ombros me lançando um sorriso malicioso.

- Bate de novo! - Seu pedido sai mais como uma ordem que eu não demoro a acatar.

Dou outra tapa, e mais um, e mais um. Cada vez mais forte vendo ela se perder em meio a tanto tesão. Lud balbucia algumas palavras desconexas e então sinto suas pernas fraquejarem. Mais algumas estocadas depois, ela solta um gemido em um grito e cai sobre a cama, ofegante. Suas pernas tremiam violentamente, suas costas estavam com vergões pra conta dos arranhões e sua bunda estava vermelha.

Me deito ao seu lado encarando seu rosto que tinha uma expressão serena. Lud tentava controlar a respiração. Ela me encara de volta e sorri.

- Minha vez!

Arqueio as sobrancelhas já sabendo do quê se tratava e sinto meu corpo inteiro se arrepiar.

Sem desviar nossos olhares ela se aproxima e me puxa para seu colo. Lud se senta e me posiciona me fazendo eu me sentar sobre suas pernas. Eu amava quando ela me colocava nessa posição, era de longe uma das minhas preferidas porque ela conseguia ter acesso a todos os pontos que eu mais gostava de ser tocada.

Ludmilla me encara com tanta malicia e desejo que eu gemo involuntariamente sem ao menos um toque seu. Ela começa a beijar meu pescoço, dando leves mordidas e chupões, enquanto desliza suas mãos pelos meus ombros. Como se seguisse um caminho, Lud para nos meus seios e aperta um deles ainda por cima de minha camiseta. Ela logo se livra da peça e encara meu corpo com desejo, sem pensar duas vezes, Lud envolve meu seio com a boca e começa a chupá-lo com vontade.

Enquanto ela intercala a atenção em meus seios, suas mãos deslizam por minhas costas parando em minha bunda. Ela perta com vontade e eu jogo a cabeça pra trás soltando um gemido baixo.

Lud me puxa pra um beijo voraz. Ela me beijava com vontade como se sua vida dependesse daquilo. O beijo é quebrado repentinamente, abro os olhos e a encaro em confusão. Ela foi de um olhar terno e amoroso, para um sexy e instigante. Não poderia negar o quanto àquele olhar me excitou.

- Rebola pra mim, amor!

Ela tira meu short junto de minha calcinha com certa pressa e eu a ajudo voltando a me posicionar em seu colo novamente. De olhos fechados, Ludmilla desliza seus dedos sentindo cada milímetro de minha buceta. A sensação que aquilo me dava era indescritível. Sem aviso nenhum ela desliza seus dedos de uma vez e eu perco o fôlego por alguns instantes.

Ela começou a se mover calmamente, entrando e saindo com seus dedos de maneira ritmada. Lud retira quase tudo de dentro de mim e depois volta a estocar fortemente. Eu gemo agarrando seus cabelos tentando me segurar ao máximo.

Minha esposa aumenta o ritmo aos poucos até que começa a me fuder de maneira rápida e agressiva.

Ela me da alguns tapas que me deixam ainda mais fraca e cada vez mais excitada. Eu ia de encontro às suas estocadas aumentando o prazer a cada segundo.

Já sentia meu orgasmo se aproximando e comecei a gritar e me mover de encontro a ela de maneira mais rápida. Lud percebe que eu estava quase lá e aumenta o ritmo das estocadas. Ela desliza um de seus dedos sob meu clitóris e começa a estimula-lo. Meu corpo começa a dar sinais de que estava quase chegando no meu ápice. Ela volta a chupar um de meus seios coordenadamente e eu já não conseguia mais controlar absolutamente nada em meu corpo. Meus gemidos saem cada vez mais altos e incorpados. Meu corpo se move involuntariamente.

Sinto meus músculos se enrijecerem e uma sensação de formigamento crescer em meu ventre. Poucos instantes depois finalmente chego ao orgasmo e meu corpo desaba sobre o colchão. Minhas pernas tremiam, meu coração estava acelerado e minhas respiração descompassada.

Ela se deita ao meu lado apenas me observando. Deixo meu corpo voltar ao normal enquanto ela distribui beijos suaves pelos meus ombros subindo em direção a minha nuca.

Sua respiração quente fazia cócegas e a sensação era prazerosa. Fechei os olhos por um segundo apenas apreciando seus beijos. As mãos dela faziam uma carícia suave em minha cintura.

Após algum tempo sinto ela se aproximar de meu ouvido.

- Amor... - Sua voz reverberou em minha nuca me causando um forte arrepio. - Você aguenta mais uma vez? - Minha vontade era de dizer que não mas meu corpo respondeu totalmente o contrário.

Assenti. Ela se aproxima novamente e sussurra.

- Senta na minha cara, amor!

Sinto meu corpo entrar em combustão quando ouço aquilo e obedeço seu comando na mesma hora. Com certa dificuldade, me sento na cama, ela deita se arrumando e eu me posiciono. Sem demora sinto sua língua explorar cada milímetro e agarro a cabeceira da cama afim de me equilibrar. A sensação que aquilo me causava era indescritível.

Eu rebolava ritmadamente sentindo novamente o orgasmo já dando sinais em meu interior. Lud aumenta a intensidade e eu grito cada vez mais alto.

Ela agarra minha cintura arranhando-a levemente. Eu seguro seu cabelo tentando aliviar as sensações que estavam cruzando meu corpo naquele momento. Lud difere um tapa forte em minha bunda e eu sinto uma onda de prazer gigantesca me invadir com aquilo. Eu quicava e rebolava no ritmo que ela queria.

Lud começa a arranhar minhas costas. Ela segura minhas coxas e me suga com vontade enquanto me encarava com tesão.

Mais uma vez sinto uma onde da prazer enorme me invadir. Meus gemidos pareciam mais urros. Meu corpo se movia de forma bruta e eu não conseguia respirar. Mais uma vez sinto meu corpo convulsionar e chego a um orgasmo incrível.

Empurro suavemente sua cabeça e me jogo na cama. Fecho os olhos por alguns momentos e permaneço estirada. Minha respiração era pesada e meu corpo tremia violentamente. Tentava recuperar o ar que havia perdido e buscava retomar o controle do meu corpo que estava completamente mole.

Ela permanecia deitada ao meu lado somente esperando minha respiração se normalizar. Depois de alguns minutos levanto da cama indo em direção ao banheiro e nem precisei chamá-la.

Tomamos um longo banho entre carícias e beijos e acabamos transando novamente no chuveiro. Depois de logos quarenta minutos ali finalmente saímos do banheiro e caímos na cama, completamente nuas e exaustas.

- O tempo só te faz bem, meu amor! - Ela diz sorrindo.

- Digo o mesmo de você!

Lud se aproxima e me abraça. Ela desliza seu nariz em meu rosto fazendo um leve carinho e então me beija com calma.

- Eu te amo, amor!

Sinto meu coração acelerar e sorrio ainda de olhos fechados.

- Eu te amo, minha vida!

Aos poucos vamos deixando o sono tomar conta de nós e adormecemos ali, abraçadas, submersas em nossa bolha.

[...]

Ludmilla POV

- Ian, toma cuidado! - Larissa grita em direção a piscina enquanto eu terminava de arrumar a louça em cima da mesa. - Esse garoto vai acabar me enlouquecendo!

- Calma amiga, ele só ta brincando. - Brunna responde sorrindo lhe entregando a tigela com salada.

- É fácil dizer isso né, suas filhas não ficam pulando por aí parecendo um bicho doido.

- Ei! Não fala assim do meu filho, hein?! - Daiane se intromete na conversa chamando a atenção de sua esposa.

- Oh pai, o Felipe tá jogando água em mim! - Minha sobrinho surge quase chorando.

- Deixa sua irmã em paz garoto! - Marcos chama a atenção dele tentando passar seriedade.

- Mãe a comida tá pronta? Eu tô com fome!

- Meu filho, você tá sempre com fome! - Luane responde entregando um pão de queijo pro garoto que sai dali saltitante.

- Puxou pra mãe, né... - Brunno responde e leva um tapa de sua esposa.

- Venham todos comer, o almoço está na mesa! - Minha mãe grita e então todos vamos em direção a grande mesa que havia ali.

- Crianças, saiam da piscina! - Miriam chama a atenção deles e então um por um vai saindo.

Me aproximo e puxo a cadeira para minha esposa e ela se senta sussurrando um "obrigada", me posiciono ao seu lado assim como os outros casais. As crianças ficaram em uma mesa ao lado e já estavam se servindo.

Já havia se tornado tradição, uma vez por mês marcávamos um churrasco na casa de um de nossos amigos afim de contar sobre as novidades e colocar o papo em dia, o que era difícil, mesmo que quase todos trabalham na mesma empresa.

Devo admitir que foi engraçado ver a formação e contrução do relacionamento desses casais. Daiane que sempre se intitulou bicho solto e vivia dizendo que iria morrer sozinha, hoje está casada com Larissa, uma das mulheres mais bravas que conheci em minha vida. Elas eram mães de trigêmeos lindos no qual eu e Brunna éramos madrinhas: Ian, Hugo e Júlia. Por ser a única menina é ter saído por último, a garota era tratada como uma verdadeira princesa, não só pelas mães mas também pelos irmãos que faziam questão de cuidar e protegê-la.

- Tia, me dá refri? - Felipe estende o copo pra mim e eu lhe sirvo em uma boa quantidade.

Felipe e Laura eram os filhos de meu irmão. Depois de algum tempo, Marcos acabou terminando com Cédric alegando que a relação já não estava mais a mesma e a falta de interesse do francês em construir uma família foi um dos motivos que levou Marquito a pular fora.

Foi então que em uma pequena festa que fiz em casa, ele e Renatinho acabaram se conhecendo e se deram tão bem, que seis meses depois já estavam casados!

A vontade de aumentar a família agora vinha dos dois e não demorou muito para darem entrada nos papéis de adoção. Eles se apaixonaram pelas duas crianças assim que colocaram seus olhos neles.

- Yago! Larga essa colher agora! - Luane grita e meu sobrinho solta o objeto e faz cara de paisagem.

Devo admitir, foi um tanto cômico quando Brunno e Luane apareceram dizendo estarem apaixonados. Brunna surtou quando descobriu que seria tia quando os dois nem ao menos namoravam. Brunno e Luane se casaram quando Júlio, o caçula, já tinha três anos e Yago tinha sete. Manuela e Yago tinham a mesma idade, somente alguns meses de diferença. No começo minha mãe não foi muito com a cara do meu cunhado, mas quando viu que Luane realmente o amava, não teve outra escolha a não ser abençoar a relação dos dois.

- Tia Sil, essa macarronese tá um espetáculo! - Patty diz com a bocha cheia e todos concordamos.

- Tá mesmo mãe!

Com o passar dos anos, Patrícia se tornou mais que minha secretária, virou minha amiga e confidente. Ela havia se casado com Mário Jorge e a relação durou dois anos, mas ele acabou descobrindo que era gay e ela não gostava tanto dele assim. A relação gerou um fruto, o pequeno Rafa. Apesar da pouca idade, o garoto é incrivelmente inteligente e muito esperto. Era preciso tomar cuidado com o que você fosse dizer se ele estivesse por perto. Por várias vezes já levei alguns tapas de Patty por falar besteiras enquanto o garoto estava perto de nossa rodinha.

- Mãe, depois de comer eu posso nadar de novo? - Júlio era a criança mais fofa que eu já conheci, depois de minhas filhas é claro.

Ele era o mais novo dali e era tratado como um bebê.

- Pode, mas só depois que esperar o tempo certo! - Minha irmã responde e o garoto apenas assente concordando.

O almoço seguiu calmo e repleto de conversas e muitas risadas. A família de Brunna havia se mudado para os EUA depois que Manu nasceu pois seus pais queriam estar mais perto dos netos. A aproximação acabou fazendo com que meus pais e os pais de Brunna se tornassem grandes amigos.

...

Estava sentada em uma das espreguiçadeiras apenas observando as crianças brincarem em uma parte da piscina enquanto meus amigos conversavam do outro lado.

- O que tá pensando?! - Ouço quela voz suave vindo em minha direção e Brunna se senta em meu colo.

- Em tudo isso! - Digo apontando com a cabeça a vista que estava tendo.

Ela somente sorri e encara a todos junto a mim.

- Nunca pensei que minha vida seria assim, tão boa!

Ela volta a me encarar e me dá um beijo casto.

- Coisas boas acontecem para pessoas boas.

Sorrio ao ouvir aquilo.

- O famoso karma, não é mesmo?

- Exato!

Ela bate o dedo na ponta de meu nariz e se levantam me estendendo a mão.

- Vamos!

Me levanto segursndo sua mão e corremos juntas até a piscina nos jogando lá dentro molhando a todos ao redor. Assim que submergi mostrei a língua para todos que acabaram se juntando na bagunça e seguro Brunna pela cintura. Ela cola nossas testas e entrelaça seus braços em meu pescoço me beijando em seguida.

- Eu te amo, meu amor! - Digo encarando seus olhos e eles brilhavam intensamente.

- Eu também te amo, minha vida!

FIM.




















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ACABOOOOOU! 😭😭😭

meu deus eu tô triste... bom galera, é isso. a fanfic chegou ao fim (uma hora iria acontecer, né) e eu quero agradecer a vocês por terem acompanho a história durante esses dois meses.

obrigado por terem votado, comentado e terem aguentado meus surtos aqui fjskfkakfjsk. essa história era meu xodózinho e eu me sinto mto feliz por vocês terem gostado tanto dela. eu não sei mt bem oq dizer pq n sou mt boa em me expressar, mas é isso ❤️

a história chega ao fim, mas a escritora continua aqui e vou dizer... pode ser que venha novidade por aí hein...

vocês são incríveis, agradeço a cada um que votou e q não desistiu de mim nem da história. amo todos vocês!

BEIJOS MEU AMORES, MUITO OBRIGADO!




































(até breve...)

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