De Volta A Vida - Parte 2
eu tô MUITO chateada pq vcs n comentam. eu faço o capítulo com todo o carinho e vcs n estão nem aí.
depois reclama qnd att demora.
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25 de Junho
Nova York, 10:03 AM
Rômulo POV
O carro estaciona na entrada do prédio, o motorista abre a porta e eu desço indo em direção ao local. Assim que passo pelos seguranças percebo um certo olhar diferente, ignoro e continuo meu caminho.
Atravesso o hall sob o olhar dos funcionários, entro no elevador e por incrível que pareça, hoje ele estava vazio. As portas de metal se abrem me dando a vista do corredor que levava até minha sala. Atravesso o lugar e sinto olhares em mim, como de costume, mas assim que encaro meus funcionários de volta, percebo que algo estava diferente. Não eram olhares de medo e sim de reprovação. Olhares com uma certa mágoa e até mesmo raiva. Eu não estava entendo o que aquilo queria dizer, mas resolvo ignorar.
Passo por minha secretária que tinha um sorrisinho irritante e sarcástico presente no rosto. Nunca havia visto Patrícia daquele jeito. Ela estava encostada na cadeira, as mãos apoiando a nuca e as pernas cruzadas. Mario, meu outro assistente me encarava da mesma forma com os braços cruzados na frente do corpo.
- Patrícia, remarque a reunião que perdi para depois do almoço.
- Creio que não será necessário, Sr. Rômulo.
- Como não?! Essa é uma reunião importante! Faça o que estou mandando antes que eu te demita!
Ela arqueia uma das sobrancelhas e seu sorriso some dando lugar a um semblante assustador.
- Sim senhor.
Solto uma lufada de ar, irritado e sigo meu caminho. Empurro a porta de vidro e assim que entro, vejo uma mulher sentada em minha mesa. Ela era bonita, pele morena, olhos castanhos, cabelos escuros e longos, um rosto quase angelical. Usava uma saia preta que ia até os joelhos e uma camisa de botões na cor vermelha. Sorrio para ela que me encarava séria. Ela estava parcialmente sentada sob a mesa, com os tornozelos cruzados e os braços na mesma posição.
- Olá benzinho, a que devo a honra de uma visita tão prazerosa como a sua?
- Honra? Não acho que seja esse o sentimento que você terá. - Sua voz era firme porém suave.
- Você é muito linda. - Ignoro sua fala e me aproximo com calma. - Alguém já te disse isso?
- Eu digo todos os dias! - De repente aquela voz inunda a sala. Encaro minha cadeira que gira vagarosamente me dando a visão que eu menos gostaria de ter.
Ludmilla estava sentada na minha cadeira, com as pernas cruzadas e os dedos entrelaçados. Ela me encarava com um sorriso sarcástico e nojento. As sobrancelhas arqueadas, os ombros flexionados, aquele ar de superioridade que eu tanto odiava.
- Sentiu minha falta, Rômulo?
Dou dois passos para trás e a garota se levanta da mesa e caminha até Ludmilla parando atrás da cadeira.
- Ludmilla? Você está viva? - Tentava demonstrar surpresa em minha fala.
Ela revira os olhos e bufa levemente.
- Qual é, você já foi melhor.
- Não sei do que está falando...
- Ah não? Hum, vamos ver... A gente pode começar naquele dia em que me apresentou Bianca. Ou quando faltava um mês para nosso casamento e eu cheguei em casa e peguei vocês dois na cama. - Meu corpo inteiro gelou, eu não sabia o que fazer. - Ou no dia do meu casamento com ela quando vocês fizeram uma festinha de despedida de solteiro improvisada. Ah, mas tem uma que é a minha favorita.
Ludmilla se levanta da cadeira e caminha lentamente até mim. Ela coloca as mãos nos bolsos da calça e me encara olhando no fundo de meus olhos como se quisesse ler minha alma.
- O dia em que você matou.
Um mix de raiva e pavor tomaram conta de mim na mesma hora.
- Eu não...
- Não adianta negar, Rômulo. - Ela ri. - Você tinha o plano perfeito, devo admitir. - Ludmilla caminha até o mini bar que havia ali e começa a se servir, de costas para mim. - Me apresentar a mulher perfeita fazendo com que me casasse com ela, depois me matar, pegar a viúva e de quebra minha empresa? Você é muito foda cara, teu plano era perfeito. Você só não contava com uma coisa. - Ela se vira para mim novamente e bebe o que eu julgava ser uísque. Ludmilla mantinha seus olhos fixos em mim o tempo todo. - Você não contava com o fato de eu ser mais inteligente que você.
- Você? Inteligente? - Canso de me fazer de santo e decido acabar logo com aquela palhaçada. - Faça-me o favor Ludmilla.
- Pode desdenhar meu jovem rapaz. - Ela se senta na borda da mesa. - Mas não tem como negar, eu descobri seu plano Rômulo e isso me fez estar sempre a um passo a frente de você. Talvez até dois.
Trinco a mandíbula xingando aquela asquerosa mentalmente.
- Saia da minha empresa agora!
- Sua o quê? - Ela explode em uma risada alta e debochada. - Sua empresa? Ah não, essa é boa! - Ludmilla continua rindo e sinto meu sangue ferver mais ainda.
- Se você não sair eu vou...
- Vai o que? - Ela se coloca de pé, deposita o copo sobre a mesa e me encara. - Vai tentar me matar de novo? Já sei! Vai chamar a segurança? Vai lá, chama.
- Eu não quero ter que apelar pra tanto.
- Ah, falou o cara que tentou me matar!
- Ludmilla, saia daqui.
- Rômulo, daqui não saio, daqui ninguém me tira!
Minha paciência já havia se esgotado. Vou até a mulher e seguro em seu braço com força. Tento arrasta-la pra fora mas ela puxa o braço novamente e me acerta um soco no rosto que eu mal pude ver de onde vinha.
- Você está louca? - Grito cuspindo um pouco de sangue.
- Louca? Isso não é nem o começo!
- Saia daqui!
- Essa empresa é minha! Se tem alguém que tem sair, é você!
- Sua... - Vou pra cima dela mas antes que pudesse fazer algo Ludmilla me dá uma rasteira e eu caio no chão batendo as costas com tudo.
Tento me levantar mas sinto seu corpo perto e então mais um soco, dessa vez na costela.
- Eu vou te mostrar o que acontece quando se mexe com uma Oliveira!
Outro soco e a essa altura eu mal conseguia respirar direito. Me viro tentando levantar e sinto seu pé em minhas costas, deito novamente devido a seu impulso. Ludmilla me observava com aquele olhar nojento e asqueroso dela e então uma sequência de chutes começa a ser desferido por ela em mim. No rosto, barriga, pernas, braços. Devo admitir, em termos de briga, ela era muito boa.
Depois de um tempo, já não conseguindo mais me mexer, percebo que a outra mulher se aproxima de Lud segurando a mão dela. Ela sussurra algo em seu ouvido e a sonsa pára no mesmo instante.
- Sua vagabunda! - Esbravejo em um último fio de voz.
- Guarde suas forças Rômulo, você ainda tem um julgamento e uma prisão pra enfrentar.
- Você não..vai conseguir.
Ela revira os olhos e vai até sua mesa. Sinto meu corpo latejar em dor, eu mal conseguia me mexer. Encaro a garota que estava distante mas não tirava os olhos de mim, ela me encarava com um olhar de pena, olhar esse que sempre odiei.
- Gosta do que vê? - Rosno em sua direção e ela permanece calada, Ludmilla vai até ela parando em sua frente. - Vocês são patéticas!
- Não somos nós quem está estirado no chão por causa de uma surra.
- Você vai me pagar por isso Ludmilla! Isso não vai ficar assim!
Ludmilla POV
Reviro os olhos ouvindo aquela falação insuportável e os seguranças finalmente chegam.
A falta de profissionalismo de Rômulo acabou me beneficiando. Eu havia chego na empresa com Brunna e Daiane bem cedo, entrei pela porta da frente e assim que me viram, todos os funcionários ficaram estáticos. Daiane com a ajuda de Patrícia já havia contado a história e eles sabiam que eu voltaria a empresa, mas acho que não esperavam que fosse hoje.
Quando finalmente subi para minha sala, senti meu coração se apertar. Só eu sabia o quanto minha empresa me fazia falta. Me sentei em minha cadeira e observei a bagunça que havia ali. Tentei deixar o mais organizado possível, Patrícia me passou alguns relatórios importantes me informando o máximo que pôde sobre o que havia acontecido enquanto estive fora. Daiane ficou na sala de reuniões junto com alguns policiais somente esperando a hora de agirem. Brunna permaneceu comigo em minha sala.
Quando Rômulo chegou, as recepcionistas informaram e Patrícia me avisou, eu me virei e Brunna tomou seu posto. Quando ele entrou, tentou jogar sua lábia suja pra cima dela mas logo tratei de cortar suas gracinhas.
Daiane agora estava em minha sala sala acompanhada de dois polícias, eles algemam Rômulo. Em nenhum momento o rapaz tentou revidar ou se soltar, parecia conformado com seu fim.
- Pronto pra ir pra cadeia bonitão? - Daiane provoca e ele avança nela.
Os policiais o seguram mais forte, imobilizando-o.
- Vocês vão se ver comigo! Todas voces! - Ele grita e de repente ouço uma outra voz vinda do lado de fora.
- Rômulo?
Ele se vira e eu finalmente reconheço a dona da voz. Bianca.
- O que...?
- Elas descobriram tudo!
- Podem levar, deixa que com ela eu me entendo. - Brunna diz aos policiais e antes que Bianca pudesse fugir, Patrícia aprece e a segura por trás.
Os homens encaram Daiane e ela apenas assente com a cabeça confirmando. Eles saem de lá com Rômulo, Daiane fecha a porta a trancando e Patrícia solta a ruiva.
Ela encara todas ali com uma expressão de medo e angustia.
- Lud... O que... O que aconteceu?
- Você não sabe? - O tom de Brunna era de completo deboche.
- Vocês podem me dar licença? Eu quero conversar a sós com minha esposa.
- Esposa? - Brunna explode em uma risada alta e estridente.
Volto a me sentar em minha cadeira somente esperando pelo show.
- Sim, esposa! Não sei quem você é, nem o que faz aqui, mas Ludmilla e eu somos casadas e...
- Nem nos seus melhores sonhos, sua mal amada!
Bianca se cala e estreita os olhos.
- Quem você pensa que é pra falar comigo dessa forma?
- Brunna Gonçalves Oliveira! - Ela caminha lentamente parando na frente da outra mulher. - Esposa de Ludmilla!
- O que?
- É, isso mesmo.
Bianca me encara incrédula.
- Você pode me explicar que palhaçada é essa?
- Não é palhaçada, protótipo do Bozo.
- Garota, cala a boca! Eu tô falando com minha mulher.
- MINHA mulher! - Brunna se aproxima mais ficando a poucos centímetros dela.
Encaro Daiane já com medo do que poderia acontecer e ela apenas levanta a mão como se me pedisse calma.
- Você achou mesmo que iria se safar? - Brunna continua. - Você é tão podre quanto aquele cara. Sabe, foi uma pena pra você não ter desistido dessa loucura toda, porque vou te dizer, Ludmilla é uma esposa incrível, mas ainda bem que você fez merda, porque agora ela é toda minha!
- Sua? - Bianca ri, debochada. - Ludmilla não é de ninguém. Ela pode até ter se casado com uma vira lata como você, mas não vai durar muito. Ela é uma mulher refinada demais pra ficar com uma pé rapado feito você.
- Posso te garantir uma coisa, ruiva de farmácia, diferente de você, eu tenho muito valor e principalmente, tenho conteúdo o suficiente pra oferecer.
- Ah, disso eu não duvido. Antes de se casarem você era o que? Dançarina de bordel?
Aquela foi a última palavra que ela disse antes de ter seu rosto virado violentamente pelo tapa que Brunna deu. A ruiva a encara de volta com a mão no rosto, Bianca, que sempre foi branca demais, agora estava vermelha de raiva.
- Sua vadia! - Ela tenta ir pra cima de Brunna mas Daiane se levanta e a segura em seus braços por trás.
- Vai Brunna! Bate que eu seguro!
Eu observava tudo com uma vontade enorme de rir mas precisava me manter séria. Brunna se aproxima de novo e começa a desferir tapas em minha ex mulher.
- Isso é pra você aprender a respeitar as pessoas. - Ela desfere um tapa. - Isso é pra aprender a nunca mais falar desse jeito comigo. - Mais um. - E esse, é pra você sempre se lembrar de mim.
Brunna ajeita o anel no dedo e acerta o rosto da mulher em cheio fazendo com que ela sangrasse um pouco.
- Agora faça o favor de sumir da minha frente antes que eu quebre toda essa carcaça que você chama de corpo!
Patrícia abre a porta e Daiane a joga para o lado de fora, os seguranças que estavam ali a seguram e levam para o elevador. Dai e Patty saem me deixando sozinha com Brunna.
- Uau. - Digo chamando sua atenção e ela me encara ainda tentando recuperar o fôlego. - Eu nunca te vi desse jeito.
Ela arqueia as sobrancelhas e da de ombros.
- Ta com medo?!
- Não. Na verdade isso me deixa um pouquinho excitada.
Brunna sorri e eu me aproximo, agora que era seguro.
- Você não para nunca?
- Só se você quiser.
Seguro a cintura de minha esposa e a beijo com calma. Não durou muito, já que Brunna ainda estava ofegante por conta da luta.
- Você é durona hein?!
- Quando é pra defender o que é meu, sim.
- Hum, gostei. - Lhe dou mas alguns selinhos e ela se afasta ou um pouco.
- Vou deixar você trabalhar.
- Queria tanto que ficasse.
- Eu só vou te atrapalhar, você tem muita coisa pra fazer.
- Eu sei...
Ela me beija novamente, com calma.
- Prometo que quando chegar em casa te faço algo bem relaxante.
- Promessa é dívida, hein?!
- Eu sei, por isso minha conta contigo tá zerada. - Ela pisca pra mim exibindo um sorriso malicioso e eu entendo bem suas intenções.
Brunna pega sua bolsa em cima da mesa, ela vem até mim me dando um beijo rápido e eu dou um tapa leve em sua bunda, ela sorri e sai da sala. Me sento em minha cadeira novamente e chamo Patrícia. O dia seria longo.
[...]
Chego em casa esgotada. Jogo minha bolsa em cima do sofá e vou em direção a cozinha. Já eram oito da noite e o aroma que vinha do cômodo inundava a casa. Conforme vou me aproximando ouço algumas risadas e uma conversa animada.
- Aee, finalmente chegou! - Renatinho gritou assim que me viu.
Larissa se virou me cumprimentando e Brunna sorriu. Me aproximei sentando na mesa ao lado dele.
- Meninas, o cheiro tá uma delicia!
- Espera até sentir o gosto! - Larissa riu e continuou temperando a salada.
- O que vocês estão fazendo?
- Frango com quiabo! - Brunna sorriu ainda mais ao dizer.
Me juntei a conversa animada dos três me desfazendo de meu sobretudo e sapatos. Renatinho sempre tinha algum comentário engraçado a fazer. Brunna decidiu contar de sua briga com Bianca quando eu chegasse e durante o jantar, essa foi a pauta. Larissa adorou saber que ela havia dado uma surra mais que merecida em minha ex e Renatinho se mostrou chocado com o quanto sua amiga podia ser agressiva.
Eu apenas observava tudo, rindo de vez em quando, até que sinto meu celular vibrar. Tiro do bolso da calça e deslizo a tela afim de ver a mensagem que havia chego. De repente sinto um nó na garganta.
- O que houve, amor?
Encaro Brunna que percebeu e todos também me encaravam em dúvida.
- Bianca...
- Ai, o que aquela sirigaita fez dessa vez?
- Morreu.
Todos me olham incrédulos.
- O que?
- Bianca está morta.
- Como assim, Ludmilla?
- Daiane acabou de me mandar uma mensagem. Disse que ela conseguiu se soltar dos seguranças e fugiu, alguns policiais foram atrás dela mas na perseguição ela perdeu o controle do carro, bateu em um muro e capotou várias vezes. Parece que com o impacto o corpo dela voou longe.
- Ai.
- Caralho...
- Famoso karma né? - Renatinho diz dando de ombros. Todas o encaramos. - Menti?
- Bom, pelo menos agora isso finalmente acabou.
- É, pelo visto sim.
- Você voltou, Rômulo foi preso, você conseguiu a empresa de volta e Bianca, bem, ela não teve um fim muito bom, mas agora tudo isso chegou ao fim!
Penso nas palavras de minha esposa enquanto nossos amigos arrumavam a louça. Seguimos para a sala e eu fui tomar um banho enquanto decidiam o que iríamos assistir. Não demorei muito, voltei pra sala e a escolha foi uma comédia romântica bem clichê, deitei no sofá e Brunna logo veio para o meu colo. Ela se ajeita me abraçando e eu começo um cafuné.
- Você tá bem?
Encaro a garota e sorrio suspirando fundo.
- Tô sim. É bom estar de volta.
Brunna sorri em resposta e voltamos a encarar a televisão, o filme já iria começar.
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