Capítulo 12 (não revisado)
Acenou ao atendente que sorriu para ele e apontou para a mesa que costumava ocupar. Viu Mariana de costas. Aproximou-se dela e, gentilmente, cobriu os seus olhos. Ela suspirou, dizendo:
– Oi, André, que bom que veio!
– Sabia que era eu?
– Sim, pelo seu toque. Não sei explicar, mas é como se eu sempre tivesse conhecido – respondeu a garota.
Ricardo beijou-a no rosto e sentou-se ao seu lado, dizendo:
– Jade, você está muito triste e isso me deixa bastante preocupado!
– Pelo jeito, você é o único que se preocupa comigo. – Ela suspirou novamente.
– Com certeza que não, Jade.
– Podemos passear um pouco? Ainda tenho pouco mais de duas horas para esperar.
– Claro, quer ir onde?
– Qualquer lugar isolado, com paz e privacidade, sem que fiquem me olhando. Eu não sou obj...
– Mas eu te olho, Jade. – Os olhos duros do Ricardo derreteram-se, brilhando para ela. Sem se dar conta, tinha um sorriso enorme.
– Você é diferente. – Sorriu de volta mas ele dissipou-se lentamente. Ergueu a mão e fez um carinho no seu rosto. Com novo suspiro, continuou. – O seu sorriso é tão belo, André!
– O teu é mais belo ainda, Jade. – Ele tremia. Pegou delicadamente na mão dela e levou-a para o carro. O dono do quiosque seguiu o delegado com o olhar, vendo a suavidade com que ele a tratava. Ricardo ligou o veículo e foram passear um pouco. Subiu pela estrada das Canoas e parou no mirante de mesmo nome. O lugar era belo, com a vista de São Conrado e do mar, embora nenhum deles prestasse atenção ao local. Desceram do carro e sentaram-se lado a lado em um pequeno banco de pedra, olhando a vista. Ao fim de uns segundos, ela encostou a cabeça no ombro dele. Gentilmente e com o coração aos pulos, André passou o braço sobre os seus ombros de forma protetora e puxou-a para si, afagando delicadamente o seu rosto.
– Fala, minha Jade, o que te aflige tanto? – Ela começou a chorar em silêncio.
Sentiu os soluços silenciosos e apertou-a contra si, acariciando suas costas. Já não estava nem aí para o Marcelo pois, além da desconfiança, não suportava ver Mariana aflita. Como ela corria o risco de sofrer ainda mais, ele continha-se apesar de desejar desesperadamente tomá-la nos braços e beijá-la sem parar. Quando a garoto ergueu o rosto, os seus olhos estavam vermelhos e úmidos.
– Não chores, pequena – disse-lhe, docemente. – Fica tranquila que nada te acontecerá.
– Minha vida é uma farsa, André – afirmou, tremendo muito e sem parar de chorar. – Sinto isso. Pior, sei disso, uma completa mentira.
– É porque a sua memória quer voltar, Jade.
– Oh, André, por que você apareceu na minha vida? – Ela começa a chorar aos prantos, tremendo muito. – Por quê? Eu já estava conformada!
– Não entendi, Jade. – Ele puxou-a para si, mas ela afastou-o.
– Entendeu sim, André, não minta para mim, não você, pelo amor de Deus.
– Jamais mentirei para você, Jade. Mas, pelo seu bem, há coisas que só quero que saiba quando se recuperar.
– Tem a ver conosco, não é?
– Por que você acha isso?
Ela explodiu em um desabafo, cheio de lágrimas e desespero:
– Porque eu te amo, André. Como jamais amei ou amarei alguém e isso é tão profundo que não pode ter nascido esta semana. Eu perdi a memória, mas não os meus sentimentos. Eu te amo, Ricardo André... – a voz dela foi sumindo ao ver que ele tinha os olhos úmidos. – E você também me ama...
Ela puxou seu rosto e beijou-o. Não aguentou resistir e entregou-se à sua maior paixão. Beijaram-se por um bom tempo até que ele, delicadamente, afastou-a.
– Não, Jade, primeiro recupere a sua memória. Mas saiba que você é a coisa mais importante que existe para mim e estarei sempre por perto para a proteger.
– Isso não é suficiente – barafustou, ofegante. – Eu nem aguento mais ver a cara do meu marido, André. Antes era gentil, mas agora é um estranho. Já decidi que vou pedir o divórcio no domingo. Só não peço antes por dois motivos: primeiro, ia estragar o seu churrasco, onde posso ver você; segundo, Ricardinho não fala de outra coisa senão ir à sua casa.
Os olhos do Ricardo brilharam, ao pensar no filho.
– O n... seu filho é muito especial, Jade. Precisamos de o pegar pois está quase na hora.
– Claro. – Ela fez menção de se levantar mas antes beijou-o novamente. – André, eu sei que o que sinto não é de agora. Me diga só uma coisa, pelo amor de Deus. É verdade?
– Não direi nada, Jade, confie em mim e ouça o seu coração.
– Você não me facilita a vida!
– Não, pelo seu bem.
– Só há uma coisa que não combina aqui, essa sua noiva.
– Pense metaforicamente, Jade, e achará a resposta.
Por um segundo um flash veio à tona e Mariana quase compreendeu tudo, mas apagou-se tão rapidamente que não notou pois foi demasiado fugaz. Só que ela sentiu algo e ficou com a nítida sensação de que estava no caminho certo. Entraram no carro e André abriu o porta-luvas, estendendo um lenço. Ela recompôs-se rapidamente, olhou para ele e sorriu. Sem aguentar mais, ele pegou no seu queixo e puxou-a para os seus lábios, abraçando-a e percorrendo as suas costas com as mãos, sentindo todo o calor do seu corpo que julgava perdido há mais de três anos.
– Amo você Jade, amo você desesperadamente. É só o que posso dizer, mas acho melhor o seu marido nem sonhar com isso. Nem ouse me chamar de André na frente dele. Amo você desde a primeira vez que a vi.
Abraçaram-se e entregaram-se a beijos e carinhos.
– Jade, você precisa recuperar a memória para saber mais porque temo pela sua vida. Por enquanto vamos manter as aparências, pois você nem imagina do que Marcelo pode ser capaz. Para o seu bem, fique muito fria. É por pouco tempo. – Sem esperar resposta, ligou o carro e começaram a descer em direção ao Joá. Ambos estavam muito calados, mas a mão da Mariana segurava a dele sem querer largar.
Pegaram o pequeno que subiu logo no colo do Ricardo, bem alegre. Quando chegaram ao estacionamento, Ricardinho ficou extasiado com o Mustang.
– Tio Ric, tio Ric, que carrão bacana!
– Quando for à minha casa, mostro-lhe meus carros. Tenho uma Ferrari conversível. O que acha? – sorriu para o filho. – Vamos tomar um sorvete?
– Podemos, mamãe?
– Claro, filhinho.
– Ei Ricardinho, quer dirigir este carrão?
– Mas eu sou pequeno, não posso dirigir! – disse, erguendo as mãos para cima e encolhendo os ombros, o que arrancou uma risada dos pais.
– Sente no meu colo, anjinho. Você controla a direção e eu o resto, que tal? A polícia não vai nos parar, tchê. Afinal eu sou delegado federal.
– Posso, mamãe? – perguntou a criança, sempre educada.
A mãe sorriu e deu um aceno afirmativo para a criança, que ficou doida de alegria. Olhou para o par e desejou ardentemente que ele fosse o pai da criança e não o marido, o que a deixou novamente meio triste.
– O que é delegado federal, tio Ric.
– É um polícia muito especial, vamos dirigir?
– Uau, tio Ric, espere só até eu contar prós meus amiguinhos na escola! – comentou, eufórico. – Nem vão acreditar!
Muito contente, a criança sentou-se no colo do pai e segurou a direção. Ricardo conduziu muito devagar, mas eram apenas dois quarteirões. Estacionou e compraram sorvetes no quiosque. Depois, André despediu-se deles, abraçando Mariana sem a beijar, mas dizendo ao seu ouvido:
– Amo você, Jade, amo demais e estarei sempre ao seu lado para a proteger, não importa as escolhas que fizer. Pode contar comigo para qualquer coisa. – Foi-se embora e, no caminho, parou novamente no Mirante das Canoas. Sozinho, cobriu o rosto com as mãos e deixou cair algumas lágrimas. Aquele momento roubado foi como uma espada que lhe dilacerou o coração.
– "Eu te amo, Jade, sempre te amei. Em breve, voltaremos a estar juntos" – pensa.
Secou as lágrimas e recomeçou a dirigir. Quando estava relativamente perto de casa o telefone tocou.
– "Oi McGiver, onde você está?" – Ricardo reconheceu imediatamente a voz doce da Lena.
– Oi, Lena – respondeu, lacônico. – Estou perto de casa.
– "Estava preocupada com você" – disse ela. – "Você demorou demais e o chefe disse que já tinha resolvido a parada rápido. Pela sua voz, desconfio que esteve com ela."
– Isso é algo inevitável, Lena – disse, ainda mais abatido. – Foi por acaso, mas era o que eu desejava.
– "O problema, meu gatinho, é que você fica sofrendo e eu me preocupo porque também amo você."
– Eu sei, Leninha – respondeu com um suspiro. – Gostaria de poder retribuir, mas o destino quis outra coisa.
– "Tudo bem, amor, eu entendo e sempre aceitei isso." – Ricardo ouviu o som de um beijo. – "Quando você chegar, estarei esperando na frente pois vamos precisar sair de novo."
– O que foi?
– "Vamos fazer duas coisas: jantar fora e a outra explico pessoalmente."
– Ok. Chego em três minutos. – Ricardo desligou.
― ☼ ―
Lena entrou no carro e beijou Ricardo.
– Caraca, você tá com o cheiro dela! – disse, divertida. – Só não invente de ficar uma semana sem tomar banho.
A piada não surtiu efeito e o delegado deu meia volta, descendo a rua. Alguns segundos depois, perguntou:
– E então, qual é o segundo lance?
– Simples, amor – respondeu a delegada. – Alguém fez a criptografia para esses e-mails e nós vamos ver um suspeito.
– Ver um suspeito? – perguntou curioso. – Onde você desenterrou um suspeito?
– Simples, usei aquela obra prima que você fez para vasculhar os e-mails abertos. Criei uma segunda instância com algumas chaves para isso et voilá.
– Interessante – comentou o amigo. – O que foi que encontrou?
– Um e-mail que dizia: pagar cem mil ao nerd dos computadores – respondeu a Lena. – Junto tinha a conta bancária do tal nerd.
– Hum – resmungou, Ricardo. – Mas acho que eles não deixaram o nome do cara, se falavam nerd.
– Verdade, McGiver, mas como ele tem conta no mesmo banco que eu, entrei na internet e simulei uma transferência para a conta dele. Daí o computador apresentou os dados com o nome para confirmar o depósito e cancelei a transação, mas peguei o nome.
– Muito bem pensado – continuou Ricardo. – Dai pegou mais informações no banco de dados da civil, eu suponho ou da receita federal.
– Elementar, meu caro McGiver. – Lena jogou a cabeça para trás e deu uma gostosa risada. – Na verdade, peguei dos dois. O nosso lindo nerd tem passagem pela polícia por crimes de informática. Seu nome é Manoel Lins Santos, trinta e dois, cara de doido e mora na Tijuca, então toca pra lá. Pegue a Barão de Mesquita em direção à São Francisco Xavier.
Após andarem algum tempo, chegaram a uma rua arborizada e cheia de casas e sobrados. Quando estacionaram, Lena mostrou os papéis que levou consigo e Ricardo leu a ficha do suspeito. Quando acabou, fez sinal com a cabeça e saíram do carro sem falarem nada. Andaram uns poucos minutos e encontraram a casa. Ricardo observou atentamente a residência, mas não encontrou dispositivos de segurança. Ficou ao lado da porta e pegou a pistola, enquanto Lena tocava à campainha. A luz que saía pela lente do olho mágico escureceu, sinal que ele olhava e a porta abriu-se, aparecendo o suspeito em pessoa.
Era um homem de estatura mediana para alta, olhos castanhos e cabelos pretos com entradas na fonte e exageradamente grandes para os lados, além de desgrenhados. Ao ver a morena deslumbrante à sua frente, abriu um sorriso.
– Presumo que você seja Manoel?
– Em carne e osso, minha linda, posso saber...
Não conseguiu mais nada, pois a bela figura deu lugar ao cano de uma pistola apontada bem no meio da sua cara. O dono da casa arregalou os olhos e ergueu as mãos, mas, quando viu o proprietário da arma, reconheceu o homem que desviava de tiros e matou os criminosos no dia anterior. O susto foi tão grande que as suas pernas fraquejaram e ele caiu sem sentidos.
– Vamos, Lena. – Ricardo entrou e pegou no corpo do suspeito como se fosse um saco de batatas. – Entre e feche a porta. Fique com a arma ao alcance pois esse cara é bom no caratê.
Não demoraram a encontrar o escritório, cheio de equipamentos de excelente qualidade. Lena foi logo sentando de frente aos computadores verificando tudo, pois ele deixara destravado.
– O trouxa não bloqueou as máquinas ao sair da mesa – disse, rindo. – Fala sério.
Ricardo largou o corpo no sofá e viu um copo com água na mesa ao lodo. Pegou nele e jogou no rosto do suspeito.
A água entrou na sua narina e ele engasgou-se, acordando de vez e tossindo muito. Quando viu o delegado e que ele não portava a arma, levantou-se de um salto e golpeou, mas apenas acertou o ar, levando uma pancada seca no peito que o jogou de volta para o sofá.
– Fique bem quietinho aí, babaca – Ricardo ameaçou –, ou prefere acordar com a boca cheia de formigas?
– Tudo bem – disse o nerd. – Tudo bem, eu fico quieto.
– Ótimo. – Ricardo sentou-se numa cadeira, de frente. – Agora vamos conversar como gente civilizada.
– O que deseja saber? – perguntou, muito assustado.
– Há uns quatro anos, você foi contratado para desenvolver um programa cuja intenção era criptografar e-mails com uma chave indecifrável – começou a Lena. – Esse programa foi usado com sucesso e a polícia deixou de interceptar certas mensagens.
– Olha só – disse Manoel –, não é crime fazer um programa que protege a privacidade, entende?
– Entendo o que eu quiser – respondeu Ricardo. – Com a sua folha-corrida, você não está em condições de bancar o bom. Posso revogar a condicional.
– Então – começou Manoel –, eu já larguei essa vida da contravenção. Agora sou consultor de segurança da informação. Quero ver você provar que eu fiz alguma coisa.
– Acontece, meu amor – disse Lena, aproximando-se dele com um e-mail impresso nas mãos, entregando-o enquanto mandava um beijo bem sensual –, que nós vimos a ordem de pagamento para você. Devia ter usado uma conta temporária, se bem que cem mil é pouco.
– É impossível quebrar esses e-mails, porra – gritou Manel, assustado. – Como fizeram isso?
– Nada é impossível, como pode ver – disse Ricardo sem explicar nada. – Vai cooperar?
– O que deseja saber?
– Quem contatou você – perguntou Lena.
– Fui contatado pela internet – respondeu, resignado. – Tenho algumas propagandas em vários sites, inclusive nas redes sociais.
– E quem era a pessoa?
– Não se identificou – respondeu prontamente. – Mas ele me ofereceu a grana e benefícios adicionais, como redução na vigilância da condicional.
– Você apenas fez o programa e recebeu?
– Exatamente isso, mas eu sei quem me pagou. – Olhou para os computadores. – Se me permitir acessar meu micro eu mostro.
Ricardo sacou da pistola e destravou-a.
– Vá – disse, mas ameaçou. – Apenas não me obrigue a matá-lo.
– Não se preocupe – respondeu, Manoel. – Sei do que é capaz e pretendo continuar vivo. Eu vi a TV ontem.
Manuel entrou no computador e listou algumas pastas até entrar numa e apresentar um comprovante de depósito, enquanto explicava:
– O sujeito que me pagou, ou era muito burro ou era muito seguro de si, mas você não vai mais poder alcançar o cara.
– Por que não posso? – perguntou Ricardo, curioso.
– Veja: ele fez transferência bancária e apareceu o seu nome no extrato. Bento Falcão, o senador que você apagou ontem.
– Não tem mais nenhum nome? – questionou Lena, bastante chateada pois nutria esperanças. – Tem certeza?
– Bem, quando eles fizeram contato, conversei via voip e estavam no viva voz. Notei que eram várias pessoas. – Manoel, enrugou a testa. – Ouvi um ou dois nomes, deixa pensar, Mar... Mar...
– Marcelo? – perguntou Lena, ansiosa.
– Não, acho que era Martins.
– Merda – disse Ricardo.
– Por quê? – perguntaram os dois ao mesmo tempo.
– Porque matei esse filho da puta hoje, depois do almoço – explicou Ricardo. – Lena, ele era o líder da quadrilha.
– Caraca – disse Manoel. – Tenho que me lembrar de nunca almoçar com você.
Ricardo olhou ele e disse:
– Tome este número – escreveu no bloco ao lado do computador. – Se lembrar de algum outro nome, ligue e conte prá Lena. Agora esqueça que estivemos aqui para sua própria, ok?
Manoel apenas fez que sim com a cabeça, enquanto Ricardo guardava a arma.
– Vamos, Lena?
– Claro, amor – respondeu ela e Manoel fez cara de decepcionado.
Estavam quase alcançando a porta quando o hacker quase berrou, atrás deles.
– Esperem. Vocês precisam me contar com o conseguiram quebrar o código, senão nunca mais dormirei direito.
– Ela – Ricardo apontou Lena –, sabe mais matemática em um só neurônio do que você no corpo todo, meu caro.
– Mas isso não é suficiente, exceto se tiverem um supercomputador dos bons!
– Pois é, eu tenho um em casa... dos bons.
Ricardo virou-se para sair e Manoel olhava para ele como quem olha para um maluco, sacudindo a cabeça.
― ☼ ―
Os dois jantaram no Shopping Tijuca, já que era caminho para casa. Ricardo escolheu um restaurante de comida mineira em vez de ficar na praça da alimentação, de forma a ficar anônimo. Pediu um vinho e bebeu um pouco acima da conta, o que o deixou novamente triste e calado.
Lena sentia o seu sofrimento e tinha pena, mas respeitou o seu desejo de privacidade. Quando terminaram de comer, Ricardo seguiu por um caminho que passaria de fronte à Mariana Modas e prestou atenção a tudo, mas não havia nada de especial. Apontou a loja para a Lena e disse:
– Esta é a empresa da Jade. Você nem imagina a decadência em que a deixaram.
– Foi bom falar disso. Amanhã vou investigar quem administra a rede.
– Faça isso, anjo. – Ricardo abraçou a amiga pela cintura e beijou-lhe a testa. – Ainda bem que a tenho para me ajudar. Sem você eu acho que estaria no mato sem cachorro.
Lena ergueu a cabeça com os olhos brilhantes e sorriu, puxando a sua cabeça para baixo e beijando seus lábios.
– Ainda bem que você sabe, amor. Caraca, você não precisava de ser tão alto. É difícil roubar um beijo seu.
– Você que é baixinha, Leninha.
– Eu não sou baixinha – ripostou ela. – A outra é que era muito alta... ai, me desculpe, amor.
– Tudo bem – respondeu Ricardo e soltou um suspiro. – Você não tem culpa. Vamos pra casa.
Ricardo fechou-se num total mutismo e Lena sentia-se culpada pelo escorregão que deu, mas nada podia fazer.
Quando chegaram, ele foi para o quarto, mas ela disse:
– Eu vou fazer mais um job nos computadores e já volto. Vá descansar que subo depois.
Algum tempo depois, ela subiu e encontrou o amigo dormindo. Despiu-se e deitou-se ao lado, abraçando-o com carinho.
― ☼ ―
Job – nos computadores de grande porte, job é a definição de um conjunto de diretivas para eles executarem uma ou mais tarefas.
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