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boa leitura meus nenês 💜
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Geralmente não sou de me importar com a minha aparência, essa era provavelmente uma das únicas coisas que realmente não me incomodavam, já que, para mim o importante é que eu me sinta bem, só isso importa, sem deixar a opinião alheia interferir. Nunca tive problemas com meu estilo, corpo, aparência nem nada assim, por mais que as vezes dê vontade de exercitar para melhorar o meu aspecto, não sou nada atlética, então prefiro me contentar com o físico que tenho atualmente.
Entretanto, em contradição a tudo dito anteriormente, checava a minha aparência no espelho provavelmente pela quinta vez desde que havia acordado, que não era há muito tempo, preocupada com os mínimos detalhes e visando me deixar o mais apresentável possível.
Desde a última tarde tudo o que consegui me focar foi o momento em que Jungkook disse que eu era linda. Não era a primeira vez que ele me elogiava, contudo, dessa vez, fui capaz de sentir a autenticidade das suas palavras, não apenas pelo seu tom, ou pela forma que ele as havia dito, mas com as reações do seu corpo. Não sou perita em linguagem corporal nem nada assim, mas foi nítido, seus olhos brilharam ainda mais do que o natural, seus lábios exibiam um sorriso tímido e discreto, suas mãos apertaram as minhas para potencializar as suas palavras e o abraço que se seguiu.. foi tão natural, tão reconfortante.. Ele conseguiu transmitir com todas as partes do seu corpo o que ele estava dizendo.
E por mais que isso tenha sido o motivo para o meu surto logo após a sua saída, rapidamente um pensamento novo e desconfortável ocupou a minha mente: “Será que sou o suficiente?”
Parte de mim acreditava que sim e sabia que esse era apenas um pensamento sem fundamento criado pela minha cabeça apenas para me autodestruir, no entanto, a outra parte dizia que não e, pela primeira vez, me senti completamente insegura. Ao me comparar as demais garotas da escola era nítido que eu não era como elas, além de ter convivido boa parte da minha vida apenas com garotos, não era de usar muita maquiagem e nossos gostos para roupas eram quase que contrários. Não gostava de roupas muito justas e nem muito expostas, claro que uma vez ou outra visto uma peça com essas características, entretanto, o meu habitual eram as roupas largas, vestidos floridos e rodados, jeans claros, sapatilhas e all stars coloridos.
Era óbvio que eu não iria mudar meu jeito de vestir e nem mesmo meu modo de ser por causa disso, não vou perder a minha essência devido a essa insegurança, mas naquela manhã havia acordado um pouco desconfortável, principalmente, com o meu rosto completamente sem um rastro sequer de maquiagem. Devido a isso, naquele exato momento eu terminava de aplicar um pouco de corretivo abaixo dos meus olhos, seguido de um pouco de máscara de cílios e lip tint, bem levinho para ficar mais apresentável.
Um toque leve na minha porta tirou a minha atenção, assim que mirei em direção à mesma, minha mãe espiava da fresta da porta.
— Eu terminei o café.. e tem alguns pãezinhos no armário se vocês quiserem – ela sussurrou por causa da hora, não querendo acordar ninguém.
— Muito obrigada mãe – sussurrei de volta.
— Não precisa me agradecer por isso – a mais velha sorriu – agora eu vou tomar meu café rapidinho pra não atrapalhar vocês – ela piscou, antes de fechar a porta novamente, sumindo de vista.
Nos últimos dias minha mãe tem sido um verdadeiro anjo na minha vida, ela não só tem me dado todo o apoio que eu preciso, mas também se disponibilizou para me ajudar sempre. Quando questionei o motivo da mais velha estar fazendo isso ela alegou que está me dando o empurrãozinho que eu preciso e, de acordo com ela, eu já tenho maturidade, responsabilidade e a idade para me relacionar com alguém e que não era crime nenhum uma mãe querer ver a filha feliz. Por isso, não hesitei em contar para a mais velha que iria tomar café com o Jungkook e ela logo se dispôs em ajudar e, se necessário, encobrir.
Não que seja realmente necessário me esconder, eu já tenho idade o suficiente para tomar minhas próprias decisões. Só ainda estou sendo cuidadosa pelo receio que sinto em relação ao Namjoon, seu ciúmes melhorou bastante de um tempo para cá, mas eu não sei qual seria sua reação ao saber que eu estou gostando de um amigo dele e eu odiaria estragar a amizade deles. Já os meus pais, são bem mais tranquilos, minha mãe já é a minha apoiadora número um e meu pai, por mais que tenha um leve ciúmes por ainda me considerar “sua garotinha”, ele é muito tranquilo em relação a isso, foram várias as ocasiões que ele até mesmo brincou com essa situação.
Meus devaneios foram interrompidos quando um leve toque na minha janela se fez presente. Em questão de instantes já estava com as cortinas na mão, as abrindo com uma certa pressa. Assim que voltei minha atenção para o lado de fora, lá estava ele mais uma vez. Diferente da última vez que havíamos nos encontrado, agora seus cabelos estavam molhados e penteados levemente para trás, seus lábios estavam bem vermelhinhos, provavelmente por causa do frio, e agora ele vestia um moletom preto de zíper.
Kook acenou alegremente do lado de fora e eu retribui de prontidão, antes de indicar a porta da varanda, sugerindo que nós nos encontremos lá, ele apenas assentiu e seguiu para o local indicado. Em questão de instantes, já corria rápida e silenciosamente até a porta da varanda, localizada na cozinha. Destranquei-a e a primeira coisa que meus olhos captaram foi o sorriso radiante do garoto diante de mim.
— Oi.. – abri espaço para que ele entrasse, com um sorriso leve marcando meus lábios.
— Ei.. – antes de entrar, ele acariciou meu rosto rapidamente – nós não íamos ficar do lado de fora?
— Nós vamos! – andei em direção à cafeteira – mas se eu deixasse o café lá fora iria esfriar.
Ele pareceu compreender e rapidamente já estava ao meu lado. Recolhi canecas para ambos, as enchi e peguei algumas coisas que encontrei no armário para comer antes de seguir até a mesa localizada no lado de fora.
Na realidade, ela não estava completamente ao lado de fora, já que estávamos no pequeno deck coberto que separava a casa da área verde, por isso era seguro ficar lá, mesmo que Namjoon vá na janela do seu quarto, não iria conseguir nos visualizar.
A mesa amadeirada era grande e espaçosa, entretanto eu e Jungkook nos sentamos lado a lado, com praticamente nenhuma distância nos separando, já que, ao invés de cadeiras, minha mãe resolveu colocar um banco largo de cada lado para caber ainda mais pessoas. Jungkook usou a desculpa de que estava frio para se aproximar mais e ainda aproveitou para me abraçar de lado.
— Você que fez? – Jeon questionou, antes de bebericar o café mais uma vez – Tá gostoso..
— Não – sorri – Créditos a minha mãe pelo café – brinquei, levantando a caneca.
— Depois agradece ela.. tá muito bom mesmo – ele sorriu descansando a xícara sobre a mesa.
Jungkook voltou toda sua atenção para mim, parecendo analisar todos os meus mínimos detalhes. Logo a sua mão que descansava sob o meu ombro, em um abraço desajeitado, fez o seu caminho reverso, repousando sobre o meu rosto.
— Sua mão tá gelada – confessei, me encolhendo. Ele fez menção de se afastar, no entanto, eu a segurei contra a minha pele – Não tem problema Kook, eu só me assustei um pouquinho.. – ele sorriu suavemente após a resposta, intensificando o carinho.
Aproveitei da sua proximidade para recolher um dos pãezinhos e levar a boca do garoto, que até então não tinha comido nada.
— Não quero ninguém passando mal de fome – me expliquei, mas a feição do Jungkook permaneceu surpresa perante o ocorrido, provavelmente pelo ato ter sido tão repentino.
Foi a vez de Jungkook recolher um pãozinho e tentar colocar na minha boca, entretanto, eu relutei.
— Ya! Deixa que eu como sozinha.. – tentei retirar o alimento de sua mão, mas Jeon era bem mais forte, não tinha como lutar contra ele.
Desisti de relutar, apenas soltei as mãos do garoto e abri a boca, esperando o pãozinho, mesmo que a minha vontade fosse sair correndo.
— Não quero ninguém passando mal de fome – ele repetiu a minha fala antes de cuidadosamente levar o alimento fofinho aos meus lábios – boa garota!
— Virei cachorro agora é!? – Jungkook gargalhou e eu aproveitei o momento para rir discretamente, não querendo quebrar a minha pose de falsa indignação.
— Não posso cuidar da garota que eu gosto? – o questionamento despretensioso logo foi complementado com uma bebericada do café quente.
De prontidão não consegui responder nada, apenas sorri enquanto as palavras “garota que eu gosto” se destacavam entre meus pensamentos.
— O que foi? – ele aproveitou do silêncio para comer mais um dos pães.
— Nada – foi impossível não sorrir – só tô observando o garoto que eu gosto..
Jungkook não parecia esperar essa resposta, já que ele engasgou levemente logo após o meu confesso e as suas bochechas ficaram ainda mais rosadinhas.
— Aish, não fala assim Soso.. – ele bebericou do café mais uma vez, provavelmente para aliviar a sensação do engasgo, usando a caneca para esconder a sua feição tímida – Se não eu começo a me iludir..
— Mas Kook – segurei seu rosto levemente, para que ele não tenha outra opção a não ser me encarar – é a verdade – foi a minha vez de sentir a timidez me atingir após esse pico de coragem, de certa forma que rapidamente já estava encolhida como um tatu bolinha.
A primeira reação do corpo de Jungkook foi de rapidamente me abraçar firme, unindo ainda mais os nossos corpos. Após um certo ponto não era possível se aproximar mais por causa dos joelhos de ambos, que se encontraram, entretanto, isso rapidamente foi resolvido quando, sem ao menos pensar duas vezes, coloquei as minhas pernas sob as de Jeon, permitindo que ele nos aproximasse ainda mais.
Fui capaz de sentir todo o seu tronco contra o meu, mesmo que separados por diversas camadas de tecido, e aquele sentimento era bom. O toque superficial já foi o suficiente para aquecer meu coração disparado.
•
O caminho até a escola foi rápido, mesmo que ambos estivéssemos nos esforçando ao máximo para prolongar o percurso.
Utilizando a desculpa de que aquela manhã estava mais fria do que as anteriores, aproveitei para, ao invés de apenas segurar a sua mão, abraçar o seu braço. Kook parecia estar totalmente satisfeito com o ato, já que seu sorriso se manteve presente até mesmo depois que eu me afastei, quando chegamos à escola.
Assim que adentramos os portões que estavam com uma quantidade significante de pessoas, me afastei minimamente do garoto para não chamar atenção, entretanto, ele não pareceu gostar do ato e em questão de instantes já tinha unido nossas mãos mais uma vez, me aproximando ainda mais do que antes.
Foi a minha vez de sorrir como nunca, senti todo o meu corpo formigar de felicidade. O ato em questão poderia ser tão simplório, inocente e superficial, mas foi o suficiente para mexer com os meus sentidos.
— Kook.. – seus olhos brilhantes logo foram direcionados à mim – as pessoas estão olhando pra gente.. – observei, me encolhendo contra o corpo de Jeon quase que instantaneamente por odiar ser o centro das atenções.
Kook levantou o olhar mais uma vez e só então reparou que estávamos chamando demasiada atenção, principalmente das garotas. Mesmo que discretamente, era perceptível os pares de olhares ao longo do corredor direcionados à nós.
— Qual o problema? – seu tom tentou transmitir confiança, mas a coloração avermelhada de suas bochechas entregavam que ele também havia se afetado com aquilo – Devem estar admirando você – ele tocou meu nariz levemente e foi a minha vez de me assemelhar a um tomate.
— Quem está iludindo quem agora? – puxei o garoto adiante no corredor, para sair dos olhares curiosos, sentindo o desconforto de mais cedo se apossar do meu peito.
— Ei, ei.. – Jungkook aproveitou que estávamos em uma parte mais vazia para ocupar um dos cantos do corredor, segurando o meu rosto com ambas as mãos – como assim iludindo? – sua atenção estava completamente voltada para os meus olhos.
Tentava desviar a atenção de Jeon, mirando o chão, mas foi impossível ignorar aqueles olhares brilhantes.
— Não é nada Kook – segurei as mãos do garoto, para transmitir segurança, mas ele não pareceu se convencer já que sua feição permaneceu a mesma, preocupada – Não precisa se preocupar, é só besteira da minha cabeça, ok?
— Soso.. – ele retirou as palmas do meu rosto, apenas para voltar a segurar minhas mãos intensamente, atraindo toda a minha atenção para si – já te falei isso antes e espero que você não tenha se esquecido. Você é infinitamente e imensuravelmente linda, seu jeitinho encanta todos ao seu redor e é por isso que eu me encanto cada dia mais por você – foi impossível segurar o sorriso após esse confesso – sem contar do quão atraente você é – Jungkook sussurrou contra o meu ouvido, como se fosse um segredo só nosso, antes de se afastar com uma feição que radiava felicidade.
— Jungkook.. eu não sei o que dizer – disse em um tom baixo, sentindo minha face arder levemente, enquanto tentava ocultar um sorriso tímido.
— Shh.. – ele ergueu meu rosto levemente, trazendo a atenção novamente para seus olhos – não precisa falar nada – e após finalizar a sentença, me abraçou firmemente.
— A aula nem começou e vocês já estão assim – o tom alto chamou a nossa atenção, e provavelmente de todos ao redor também.
Sem me afastar do garoto, mirei em direção a voz.
— Oi Yumi – saldei a garota alegre ainda espremida entre os braços de Jeon, a ruiva respondeu com um aceno animado.
— Jungkook, vou precisar roubar a Sohyun agora – ela se dirigiu ao garoto – tenta não passar mal sem ela por perto ok? – brincou e em resposta Kook riu, assentindo ao entrar na brincadeira.
Jeon me soltou lentamente, era óbvio que estava fazendo aquilo contra sua vontade, entretanto, continuou sorrindo.
— Já volto – disse baixinho, me afastando do garoto também contra a minha vontade.
Em um instante, estava no corredor principal da escola me despedindo de Jungkook. Segundos depois fui interrompida por um puxão, que me arrastou até o corredor perpendicular.
— Choi Yumi! Pra que isso?! – me espantei pela brutalidade da garota – Eu já estava vindo!
— Hyun não era pra machucar.. mas se eu não fizesse isso vocês dois não iam se soltar! – ela fez carinho na área em que ela havia segurado firmemente – Enfim, espero que você não tenha planos para hoje a tarde.. vou te sequestrar!
— Geralmente pessoas não anunciam o sequestro antes da hora – ri para descontrair – posso saber o destino?
— Minha casa – ela sorriu de canto – preciso da sua ajuda com uma coisa..
— É algo ilícito?
— Claro que não, besta! Pelo menos não diretamente.. – ela riu – Preciso dos seus dotes para organizar festas.
Mirei inacreditada na direção da ruiva, para mim aquela conversa estava sendo muito estranha, era como se tivéssemos invertido os papéis.
— Você, que faz festa todo fim de semana, quer a minha ajuda, que mal saio de casa?
— Conversei com o Taehyung e ele disse que você planejou a festa dele praticamente sozinha.. e ela foi incrível! Dessa vez eu vou precisar de ajuda, não vou conseguir organizar sozinha.
— Tudo bem – dei de ombros – mas eu não tenho um centavo aqui comigo, se tivermos que pegar um ônibus pra sua casa você paga.
— Você é inocente demais – ela riu como se eu tivesse contado uma piada – esqueceu que eu tenho um namorado com carro? Ele me busca todos os dias..
— Serio? – questionei.
— Sim! – ela sorriu – o Yuta trabalha de manhã e vai pra faculdade a noite.. a tarde é geralmente quando passamos o nosso tempo juntos.
— Eu não vou segurar vela pra vocês dois não, né? – levei as mãos a cintura ao questionar.
— Não se preocupa com isso, meu irmão está em casa – ela revirou os olhos ao citar o mais novo – eu não vou fazer nada.
Recordava-me sutilmente do irmão da ruiva, da última vez que fui até a casa dela, há uns dois anos atrás, ele ainda estava no meio da adolescência, assim como eu e a Yumi, que somos apenas alguns anos mais velhas, por isso não fazia ideia de como o garoto estaria agora.
— Mas você vem, né? – a ruiva questionou e eu ponderei alguns segundos antes de responder.
— Eu só preciso avisar o Namjoon, pois se não quando eu for voltar pra casa ele vai ter chamado até a polícia pelo meu sumiço – brinquei, por mais que parte disso seja verdade, e ela riu, assentindo.
— Tudo bem então, no fim da aula o seu sequestro já está agendado – ela brincou, já começando a andar em direção a nossa sala. Eu apenas ri, gostava desse jeito descontraído da garota, antes de segui-la.
•
Os horários passaram-se rapidamente, por mais estranho que isso possa soar, já que boa parte deles foram dedicados apenas aos alunos de recuperação. Sendo assim, uma parcela da turma ficou sem ter muito o que fazer e eu era parte daquele grupo. Usei a maior parte dos horários para rabiscar alguns rascunhos de desenhos no caderno que utilizava para filosofia. Jungkook tentou cochilar sem ser descoberto durante boa parte da manhã, enquanto Yumi conversava com todos que a rodeavam, me incluindo, e só calava a boca por poucos minutos quando o professor a repreendia.
No entanto, finalmente o sinal indicando o fim das aulas soou e, assim como Yumi havia dito mais cedo, chegou a hora do meu “sequestro”. No entanto, antes de seguir com a ruiva até o ponto de encontro dela com o Yuta na parte de trás da escola, tinha que despedir de uma pessoa. Choi já sabia disso, por mais que eu não tenha dito nada, então ela apenas me esperou na porta da sala enquanto eu avancei lentamente até a mesa do Kook.
Assim que cheguei perto o suficiente para captar os detalhes de seu rosto, pude perceber que ele estava com uma cara nítida de sono.
— Ei dorminhoco.. – disse ao me apoiar na mesa ao lado da sua.
Ele apenas ergueu os olhos em minha direção, antes de exibir um sorriso preguiçoso, destacando os seus olhos levemente inchados.
— Vê se descansa hoje de tarde, viu? – tentei soar firme, mas para mim é impossível agir assim perto do Jeon. Ele assentiu em resposta, preguiçosamente.
— Sim senhora – ele brincou antes de finalmente se levantar da cadeira, direcionando sua atenção em minha direção – Até amanhã Soso – ele segurou a minha mão, a acariciando levemente – Boa sorte com a Yumi – ele disse em um tom mais baixo, pela proximidade da garota citada.
— Obrigada – ri da sua última fala – e até amanhã Kook – mandei um beijo no ar em sua direção por ter outras pessoas perto e ele retribuiu, seguido de um sorriso fofo.
— Meu deus do céu Sohyun – Yumi se aproximou no momento em que criava coragem para abraçá-lo – era só pra dar tchau – ela segurou a minha mão e me puxou pela sala afora, enquanto Jungkook ria daquela cena ainda com a feição sonolenta.
— Ya! Yumi me larga! – me debati contra a garota que praticamente me arrastou pelos corredores em direção a saída – Hoje você tá muito agressiva.. Quer seguir carreira na luta?! – disse assim que consegui me largar de seu aperto.
— Aí me desculpa Hyun.. Só estou estressada com essa festa.. Não leva para o pessoal – após o seu confesso seguimos em silêncio até onde o Yuta estava, sem mais apertos.
Assim que nos aproximamos do local, já fui capaz de localizar o namorado da Choi esperando encostado no que julguei ser seu carro. Assim que o japonês nos localizou, exibiu o seu sorriso radiante, acenando para chamar a nossa atenção.
Yumi acenou de volta, bastante alegre e eu apenas sorri em resposta, não me sentia íntima o bastante dele para ter uma reação tão expressiva como a da ruiva.
Em questão de instantes a Yumi já estava contra os braços do japonês, em um cumprimento caloroso.
— Ei Yuta.. – acenei timidamente assim que ele me notou.
— Oi Hyun! – ele sorriu antes de voltar a atenção para a Choi – Bebê, hoje eu não vou poder ficar na sua casa, meu roommate decidiu ir no supermercado e eu preciso ir junto – ele exibiu uma feição triste, logo correspondida pela namorada.
Sorri minimamente ao escutar a forma carinhosa que Yuta havia chamado a namorada, achando muito fofo.
— Tudo bem amor.. a Sohyun vai me fazer companhia hoje – ela mirou em minha direção pela primeira vez desde que chegamos e eu assenti, validando suas palavras.
— Então vamos que eu não posso demorar.. O Johnny já está me esperando.
— Vamos então – a Choi finalmente largou o namorado e automaticamente já tentou pegar o meu braço, provavelmente para me puxar em direção ao veículo, entretanto, eu fui mais rápida e apenas corri até a porta.
O carro de Yuta não era luxuoso nem nada assim, era um carro comum, bem bonito e arrumado na minha opinião, levando em conta que ele é um universitário e geralmente os carros deles não são os mais arrumados. A única coisa atípica presente no veículo era uma mochila jogada no banco de trás, julguei que fosse relacionada a sua faculdade, por isso ocupei o lado contrário do banco, sem ao menos encostar na bolsa.
Não demorou muito para que ele desse a partida no carro, não se esquecendo de ligar o som, antes de contornar a lateral da escola. Um rock antigo se iniciou e para mim fazia muito sentido o Yuta escutar esse gênero de música, tanto que naquele instante ele estava usando uma camiseta de banda, reconheci como Beatles.
Durante todo o percurso a Yumi ficou falando sobre os mais diversos assuntos e os demais presentes, eu e Yuta, apenas escutamos, opinando poucas vezes. Levando em conta que a ruiva morava consideravelmente longe da escola, foram vastos minutos da garota tagarelando na nossa cabeça, mas eu não me incomodei com isso, já estava acostumada com o Taehyung, a Choi era moleza perto dele.
Não me recordava com clareza da residência da ruiva, por ser longe, foram poucas as vezes que eu visitei a casa em questão. Geralmente nas raras vezes que nos encontramos ou é na minha casa, ou em algum outro local, como o shopping. Devido a isso, mal percebi quando chegamos, estava imersa na paisagem ao redor e só me dei conta de que o carro havia parado quando escutei o barulho dos cintos.
Apressei-me e logo já estava fora do carro, ao lado de Yumi, que já despedia do namorado com um beijo. Aproveitei da distração dos dois para analisar a casa diante de mim.
Era uma residência comum, sem nada muito extravagante, entretanto, era bem bonita ao meu ponto de vista. Ela era estreita, porém alta, recordo-me que a casa tinha dois andares e uma pequena área acima da construção, por isso o motivo de ser tão comprida, mesmo que ela aparente ser bem pequena. A coloração que revestia a residência era um tom de bege claro acompanhado de alguns detalhes feito com pedras acinzentadas.
— Tchau Hyunie! – a fala do japonês tirou a minha atenção da residência.
— Tchau Yuta! – tentei acompanhar seu entusiasmo, acenando, enquanto assistíamos o universitário correr até o carro, visivelmente com pressa.
Esperamos até que o carro de Yuta não estivesse mais na rua para, finalmente, entrar na residência dos Choi.
— Cheguei! – a garota praticamente gritou assim que demos o primeiro passo dentro da casa – Espero que você tenha deixado almoço pra gente, peste! – deduzi que ela falava com o irmão, que ocupava alguma parte da casa.
Ainda meio acanhada por não ser tão familiar com a residência, segui os passos da ruiva pelo cômodo em que estávamos, a sala, e em questão de instantes, uma movimentação na escada presente no canto do cômodo indicou que alguém se aproximava.
— Pra gente? – captei a voz que deduzi ser do irmão da Choi, mesmo que ela estivesse bem diferente do que me recordava, deveras mais grossa – O Yuta tá aí?
Entrei em estado de choque quando finalmente estava cara a cara com o garoto, ele havia mudado completamente. A puberdade havia o atropelado como um ônibus e Choi San era praticamente um homem agora, seu rosto fofo havia se alterado completamente e agora era possível visualizar seu maxilar sem esforço algum, ele havia crescido e seu cabelo, antes liso e sem graça, agora estava loiro e com um leve volume.
— San?! – meu espanto foi nítido, ao menos consegui disfarçar o meu susto – Yumi quem é esse sujeito na minha frente e o que ele fez com seu irmão?! – disse em um tom mais baixo, apenas para a garota escutar e, obviamente, falhei no progresso.
— Oi Sohyun – San disse, após gargalhar – você continua a mesma coisa, não mudou nem na altura – ele colocou a mão sobre a minha cabeça, como se me medisse.
— Eu ainda tô em fase de crescimento – menti descaradamente, ao remover a mão de San e os irmãos Choi riram da minha fala.
— Sonhar é bom – Yumi deu tapinhas nas minhas costas – assim você vai longe.
— Ya! – lhe dei um empurrão – Me deixa.
Chequei San uma última vez ainda inacreditada com o que meus olhos estavam vendo.
— Para de secar meu irmão e vem comer! – Yumi disse, já se encaminhando para a cozinha e eu andei rapidamente em seu encalço, deixando o garoto com um sorriso no rosto e braços cruzados.
— Você tá doida? Eu não estava secando ninguém! – depositei um tapa na cabeça da ruiva.
— Eu sei que não – ela riu, nem ao menos se importando com o tapa – só é engraçado te ver toda desesperada assim.
Me segurei para não deferir outro tapa na mesma, me contentando em apenas apertar a barra da minha blusa com certa força enquanto assistia a Choi mais velha recolher pratos para que nós pudéssemos comer.
— Minha mãe fez macarrão – ela sorriu, satisfeita – espero que você goste..
— Não precisa se preocupar com isso, eu adoro macarrão! – disse educadamente após sentir a irritação se esvair do meu corpo, seguindo a mais velha até o fogão.
Yumi aproveitou que já estava com a colher em mãos e serviu ambos os pratos fartamente, mesmo que eu tenha pedido pra ela não colocar tanto assim, ela simplesmente ignorou e disse que eu precisava de energia.
Nos sentamos na bancada da cozinha e comemos em silêncio por ambas estarmos famintas, provavelmente aquele foi o maior tempo que a Yumi ficou sem falar hoje. Já que ela estava mais ocupada em praticamente engolir o macarrão, eu não estava muito distinta.
— Então.. – ela iniciou no exato segundo em que havia acabado de comer – vou te explicar tudo sobre essa festa. – eu apenas assenti, ainda saboreando o alimento – Como nós vamos nos formar e a grande maioria não quis ter uma festa de formatura, eu decidi fazer uma pequena comemoração aqui – ela indicou a casa.
— E a sua mãe? – foi a primeira coisa que questionei e a Yumi sorriu fraco.
— Ela passa a maioria dos fins de semana na casa do namorado dela.. e eu já perguntei, ela deixou – assenti após sua resposta – A única condição é que o San tem que ficar aqui – a ruiva revirou os olhos – mas tudo bem.. agora que ele cresceu não é tão insuportável quanto antes.
A família Choi desde sempre foi composta pela senhora Choi e os dois filhos: Yumi e San. A ruiva não falava muito sobre o pai, das poucas vezes que toquei no assunto com a garota ela apenas disse que ele nunca foi presente, mas que estava tudo bem, que não fazia falta.
Ri da sua resposta, assentindo.
— Então tudo bem – iniciei – com o que posso te ajudar?
— Primeiro quero que você faça um convite digital – assenti, aquilo era tranquilo para mim – não precisa de ser nada elaborado nem nada assim. Depois eu preciso de ajuda para organizar a lista de convidados, não serão muitas pessoas, mas precisamos organizar para que não tenha penetras.. principalmente os alecrins dourados que não quiseram fazer a festa no começo. Também precisamos pensar nas bebidas.. comidas.. orçamento.. – ela disse rapidamente sem ao menos parar para respirar, me deixando levemente desorientada.
— Yumi, respira – segurei uma das mãos da garota – uma coisa de cada vez.
— Não temos tempo para isso! Quero que a festa seja sexta que vem! – finalmente entendi o motivo dela pedir ajuda.
— E você deixou para organizar de última hora?! – ela apenas sorriu sem conseguir se defender.
— Isso não importa agora.. o que importa é que temos muito trabalho pela frente – ela afirmou, assim que terminei de comer, prontamente se levantando – pega um caderno, não podemos deixar nenhuma ideia passar sem anotar! – Yumi disse, antes de agradecer por ser o dia do San lavar a louça e, para mim, tudo aquilo pareceu um flashback dos meses anteriores, quando Tae planejava sua festa de aniversário.
•
No geral a tarde foi bastante produtiva. Mesmo com as conversas aleatórias no meio e as músicas altas, conseguimos fazer apenas em poucas horas mais do que o dobro do trabalho que eu conseguia em um dia inteiro na casa do Tae. Parte pelo garoto ser bastante preguiçoso, entretanto, admito que a festa da Yumi vai ser deveras mais simples do que a do Kim, por isso era bem mais fácil de planejar.
O sol terminava de se encontrar com o horizonte ao lado de fora da residência quando a senhora Choi retornou recheada de sacolas, aclamando ambos os filhos em um tom animado avisando que havia retornado do trabalho.
— Oi mãe – Yumi saldou a mais velha que até então não havia nos notado, no sofá ao canto do cômodo.
— Filha! – ela exclamou animada, antes de levar as sacolas à mesa – Você deveria ter me avisado que temos visita.. teria comprado mais coisa para jantarmos – ela mirou docilmente em minha direção – Oi querida, tudo bem? A Yumi e o San te trataram direitinho? Te ofereceram água? Comida? – ela disparou tudo de uma só vez.
— Mãe!
— Oi senhora Choi – curvei-me rapidamente em respeito antes de prosseguir – eles me trataram bem sim – respondi sorrindo já sem me recordar de metade das coisas perguntadas.
— Bom mesmo, se não eles iriam ter problemas – ela fingiu uma pose séria e uma movimentação na entrada do cômodo indicava que San havia saído do quarto, assim que a mãe levou sua atenção para o filho mais novo eu chamei a Yumi discretamente.
— Yumi eu preciso ir.. Já está tarde e eu moro longe..
Entretanto, nenhuma das duas havia pensado em como eu iria embora, apenas pensamos no trajeto até a casa da ruiva, por isso logo um olhar assustado se destacou na feição de ambas.
— O Namjoon não pode vir? – neguei.
— Ele ainda não saiu da faculdade.. mas tudo bem, vou ver com meu pai.
O expediente do mais velho terminava em poucos minutos, afinal. Recolhi meu aparelho celular e rapidamente disquei o número do Kim mais velho, já na esperança de que ele ainda não tenha saído do trabalho.
Após três chamadas ele atendeu.
“Hyun? Tá tudo bem?” – foi a primeira coisa que ele perguntou.
— Tá sim pai.. você já saiu do serviço? É que eu estou na casa da Yumi e não tenho como voltar pra casa.. – disparei todas as informações de uma só vez.
“Vou sair dentro de quinze minutos, se quiser eu posso te buscar”
— Pode ser então – sorri aliviada.
“Me manda o endereço por mensagem então, ok?”
— Tudo bem! – respondi após assentir levemente, mesmo que ele não pudesse me ver – Tchau pai, muito obrigada.
“De nada filhote” ri ao escutar o apelido que ele usava há muitos anos atrás “tchau” ele desligou a chamada.
Rapidamente pedi o endereço para Yumi e o enviei para o mais velho, que me respondeu apenas com um emoji de joinha.
Já que o mais velho iria demorar um pouco para chegar, Yumi sugeriu que fizéssemos algo para passar o tempo. Decidimos por fim, assistir alguma coisa na televisão, entretanto, a garota nem ao menos se deu trabalho de prestar atenção, já que rapidamente começou a fazer uma série de perguntas.
— Então.. você e o Jungkook.. – ela iniciou, tirando a minha atenção do programa que passava – estão juntos?
—Não! – prontifiquei a minha resposta, logo me arrependendo por ter falado alto demais – Nós só estamos próximos.. – disse em um tom mais baixo.
— Tá.. você está querendo me enganar ou se enganar com essa resposta?
— Aish Yumi! É a verdade – lhe dei um leve empurrão.
— Ok então – ela fingiu estar convencida com a minha resposta – mas já que vocês estão próximos assim, já rolou alguma coisa?
— Tipo beijo? – questionei não entendendo de primeira onde ela queria chegar, mas ao visualizar sua feição divertida, seguida de uma negação, logo entendi o ponto – Não, não, não! – nem ao menos eu sabia o motivo do meu desespero repentino.
— Calma Hyun, foi só uma pergunta – ela parecia se divertir com a minha reação.
Um silêncio se seguiu a sua fala, o cômodo era preenchido apenas pelo volume baixo da televisão, entretanto ele não se prolongou muito, logo sendo quebrado por Yumi mais uma vez.
— Mas Hyun.. – mantive minha atenção na tela brilhante à frente, envergonhada – você já pensou nisso?
Voltei a atenção para a ruiva, logo captando o seu sorriso cheio de segundas intenções.
— Claro que já, né – meu rosto ardia – Mas eu não tenho pressa nenhuma em fazer nada, prefiro ir no nosso ritmo – sorri ao me recordar das palavras proferidas por Jeon mais cedo naquele mesmo dia, sobre ele me achar linda e atraente.
— É tão fofo te ver assim toda apaixonada – ela tocou meu nariz levemente – ainda mais por alguém que eu sei que vai te dar todo o amor e carinho – eu apenas sorri abobalhada, sem saber ao certo o que responder – sua relação com o Jungkook é bem diferente da minha com o Yuta, mas isso não torna nenhuma melhor ou mais intensa que a outra, sabe disso né? – assenti.
— São formas diferentes de manifestar os sentimentos – foi a vez de Yumi assentir fortemente.
— Isso!
Antes que Yumi fosse capaz de iniciar mais uma de suas falas “filosóficas”, o som alto de uma buzina captou a atenção de ambas e eu logo reconheci ser o carro do meu pai.
— Acho que meu pai chegou.. – me levantei do sofá confortável, logo sendo acompanhada pela ruiva até a porta principal.
Recolhi minha mochila que repousava próxima a saída e me despedi de todos antes de avançar para o lado de fora da residência. Logo reconheci o veículo preto que estava estacionado bem a porta e, por isso, avancei rapidamente em sua direção. Adentrei o carro escuro, logo sendo recebida calorosamente por meu pai, que quis saber tudo sobre a minha tarde. Fomos conversando durante todo o percurso até a nossa casa e, por incrível que possa parecer, o caminho foi até que rápido.
Deixei o veículo na companhia do mais velho, que sorria como nunca, e juntos adentramos o nosso lar.
Tudo que minha cabeça conseguia focar naquele momento era em um banho quente e relaxante, entretanto, tudo pareceu ir por água abaixo assim que avistei Namjoon de braços cruzados, sentado no sofá com diversos livros do seu curso a sua volta, com uma feição não muito amigável voltada completamente para mim.
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heyheyyy
espero que todo mundo esteja bem 🥺💜
qUASE 6K DE PALAVRAS QUEM AMOU? EU AMEI DEMAIS
sério tinha um bom tempo que eu não conseguia escrever um cap grande com a facilidade que foi esse aqui!!
ai gente fala sério a Sohyun e o Jungkook são dois boiolas grudentinhos e eu sou completamente apaixonada por isso 😭😭😭😭
não nego que as vezes eu acabo boiolando mt e deixando os dois mais grudados do que o planejado mas é simplesmente inevitável!!!!
mas enfim, é isso babys!!! espero do fundo do meu coração que vocês estejam gostando ❤️
até a próxima
byebye
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