28
Se existisse um prêmio para a pessoa mais cansada de todas, provavelmente eu levaria a medalha de ouro, juntamente com uma faixa toda bordada, e os principais culpados são os amigos do meu irmão e o dito cujo.
Eles desde sempre foram conhecidos por ultrapassarem os limites, não importam eles quais sejam. Desta vez não foi nenhum pouco diferente. Tá que precisamos levar em conta que eu não sou de fazer coisas muito radicais e geralmente nem de casa eu costumo sair, mas desta vez eu havia sido arrastada pela grande confusão deles e era impossível voltar atrás.
Não sei exatamente o que me fez acordar de prontidão, se foi o sol que começava a atingir certa intensidade, se foi o chão de madeira frio em que estava deitada ou até mesmo um certo celular que não parava de tocar, mas em questão de segundos eu me sentei, assustada, enquanto analisava a situação ao meu redor, ainda sentindo os olhos pesarem devido a noite de sono mal dormida.
E foi quando captei os garotos dormindo em pontos aleatórios do grande castelo de madeira que todas as minhas lembranças sobre a noite anterior voltaram a tona.
Após o show, Taehyung e Yoongi se recusaram a voltar para casa de prontidão e acabaram convencendo todos os garotos que seria uma ótima idéia passar mais um tempo jogando conversa fora no castelo, já que tinha bastante tempo desde a última vez que todo o grupo se reuniu. Todos fomos para o castelo sem muitas reclamações e, após muitas piadas e assuntos nada interessantes, pude assistir o primeiro deles pegar no sono e de prontidão, me encolhi em meio a blusa que Namjoon havia gentilmente me emprestado, sentindo o sono me carregar aos poucos. Acredito que depois disso os garotos não demoraram para dormir, já que eu não escutei nenhum barulho estrondoso se quer até o atual instante.
O celular que insistia em embaralhar todos os meus pensamentos não parecia estar muito distante, já que o seu toque estava bastante alto e apenas um pouco abafado, por isso, fui tateando por toda a superfície ao meu redor a procura do aparelho, os dois garotos mais próximos de mim tinham os rostos ocultados, mas pelas roupas eu pude identificar que era o Jungkook e o Hoseok e por dedução, apostei que o celular devia ser de algum deles.
Com os toques incessantes eu voltei a procurar o aparelho, tendo em mente que podia ser alguma emergência ou algo assim.
Após vastos segundos consegui encontrar o aparelho que tocava, logo abaixo do braço do garoto, reconhecendo que era de Jungkook
O contato salvo como "mãe" brilhava na tela e foi naquele momento que eu exitei em atender o telefone, temendo o que a mãe dele pensaria de início se reconhecesse minha voz naquele cenário onde Jeon estava longe de casa e sem dar notícias, já temendo os pensamentos errados de sua mãe, mas isso não durou muito, já que ao recordar sobre o que me incentivou a procurá-lo anteriormente, que seria a ocorrência de algum acidente ou algo mais grave, fui movida a deslizar a tela e logo atender a chamada.
“Senhora Jeon?” cochichei para não acordar os garotos que dormiam igual pedra por toda a extensão do castelo.
“Oh! Graças a Deus!” o tom desesperado da mulher se tornou presente no outro lado da linha “Quem é? Onde o Jungkook está? Ele me disse que voltaria ontem mas até agora não deu notícias!” ela disparou tudo de uma só vez.
“É a Sohyun... Irmã do Namjoon, o amigo dele sabe? Nós estamos em casa... Acabamos pegando no sono” resolvi mentir, já que pelo tom que a mãe dele apresentava, ela provavelmente surtaria se soubesse onde o filho passou a noite.
“Oh... Soso!!” sorri ao escutar a mais velha me chamar pelo apelido que Jungkook me deu “Ele está bem? Eu posso falar com ele?” a voz da mulher parecia estar mais calma após os esclarecimentos.
“Ele está ótimo, mas ainda está dormindo. Quer que eu acorde ele?”
“Ah.. não precisa, deixa o meu filhote dormir” ocultei um riso pelo uso da palavra filhote.
“Eu vou desligar então, tudo bem?” apressei em sair de toda aquela situação, já que no final das contas não uma das melhores mentirosas.
“Claro! Só pede pro Jungkook me mandar mensagem assim que ele acordar!” e eu assenti, porém em milésimos de segundos percebi que ela não poderia vizualizar meu ato e tratei de transformá-lo em palavras.
“Claro senhora Jeon”
“Tchau Soso! Descanse”
“Tchau!”
E após proferir aquela palavra, foi como uma alavanca para que todo o ar que segurava em meu pulmão sem nem perceber se misturasse ao vento ameno do parque.
Fiquei encarando a tela bloqueada de Jeon por alguns segundos, enquanto esperava que uma solução para toda aquela situação magicamente aparecesse em minha cabeça.
Deveria acordar os garotos? Deveria simplesmente esperá-los despertarem? Ou deveria simplesmente ir embora para resolver toda a confusão que já sabia que iria nos aguardar em casa?
Antes que pudesse pensar em uma resposta concreta para todas aquelas perguntas, escutei um suspiro pesado seguido de pequenos burburios. Minha primeira resposta a aquilo foi procurar a origem do som, logo me deparando com Park Jimin coçando os olhos, como se estivesse deixando o mundo dos sonhos.
Franzi os lábios, apreensiva. Se os questionamentos de antes já me deixavam desorientada, a situação em que me encontrava agora conseguiu superar todos os níveis de desespero, o que fez com que eu não pensasse muito bem antes de agir.
Será que se eu fingir de morta funciona?
Minha relação com Park não estava a melhor de todas depois do ocorrido na escola. Eu ando evitando o garoto desde então e ele parece fingir não perceber, já que toda vez que me encontra, lança saudações calorosas como se nada tivesse acontecido, acobertando toda a situação constrangedora que criaria se não o fizesse. Por um lado acredito que isso seja bom, já que serve como uma forma de adiar a conversa que planejava ter com ele sobre o ocorrido como forma de esclarecer tudo.
Porém, nem todas as saudações calorosas acobertadoras de momentos constrangedores nós preparariam para o que viria a seguir. Quando em um ato sem pensar, decidi que iria fingir que nunca havia levantado, já que até então ele não havia tirado as mãos da frente dos olhos e como consequência, não havia me visto, porém, com desespero sempre me atrapalhando nos melhores e nos piores momentos, não calculei a velocidade e a força na hora de voltar com tudo para o chão, batendo a cabeça com uma força absurda na madeira oca.
O meu grito quase foi acobertado pelo barulho estridente da madeira, mas cá entre nós, ambos foram incrivelmente altos.
Tudo que pude sentir foi a dor se alastrando por todos os cantos de minha cabeça, como se estivesse sendo passada à todos os neurônios. Como forma de reflexo, a primeira coisa que fiz foi fechar os olhos e me encolher como um bebê, enquanto repetia incontáveis "aí"s e me segurava para não chorar. Naquele ponto acredito que todos os garotos já haviam acordado, já que logo senti um par de mãos em minhas costas enquanto escutava coisas como: "O que aconteceu?" "Tá todo mundo bem?" "Eu tô sonhando?".
— Soso! – reconheci ser Jungkook, pelo uso do apelido e logo deduzi que o par de mãos era dele, já que ele estava incrivelmente perto – você tá bem?
E eu não fui capaz de responder. Com a dor ainda me desnorteando por completa, parecia que havia esquecido como se falava, abria os olhos e até mesmo como parar de chorar, já que logo senti minhas bochechas se molhando.
— Namjoon! Acorda! Sua irmã machucou! – reconheci como a voz de Yoongi e em fração de segundos já estava sendo tocada por outro par de mãos, perto de meu ombro.
Namjoon tentou manter uma conversa sobre o que eu estava sentindo e tudo que eu consegui dizer é que minha cabeça doía muito, sem dar muitos detalhes sobre o ocorrido. E isso foi o suficiente para que o mais velho me ajudasse a me sentar bem próximo dele e sem perder muito tempo já levasse minha cabeça de encontro com seu peito, justamente como fazia em meio aos ataques de enxaqueca que tive durante alguns anos no início de minha adolescência, o que me daria certa nostalgia se não estivesse cega com toda aquela dor. Poderia até mesmo assemelhar ambas as dores devido a intensidade.
Logo um silêncio se tornou presente no parque, as perguntas desesperadas tiveram um fim e a única coisa que era possível escutar, além do canto dos pássaros distantes, era o coração acelerado de Namjoon.
— Está se sentindo um pouco melhor? – o abraço de meu irmão se tornou um pouco mais frouxo ao perguntar, exatamente no mesmo instante em que um carinho lento se iniciou em meus fios lisos e eu assenti, sentindo que a dor parecia perder um pouco a intensidade – quer ir pra casa? – neguei.
— Espera.. – me forcei a dizer e Namjoon pareceu compreender que eu precisava de mais um tempo antes de fazer esforço. Já que mal conseguia manter os olhos abertos devido a intensificação da dor que isso provocava.
Tudo isso por causa do maldito do Jimin! Aí que droga!
— Não consegue abrir os olhos igual acontecia nas suas crises de enxaqueca, né? – assenti, Namjoon conhecia melhor do que ninguém como eu passava por todas aquelas crises, quase que diariamente.
— Se quiser eu posso te carregar.. – Namjoon era mesmo um desgraçado que adorava me mimar e com isso em mente, um sorriso surgiu em meus lábios.
— Você não consegue me carregar – o sorriso permaneceu em meus lábios enquanto sentia minhas bochechas se ruborizarem, já que os garotos estavam presenciando toda aquela conversa.
— Isso está parecendo como um desafio – e não demorou muito para que eu sentisse as mãos firmes de Namjoon enquanto tentava se levantar comigo no colo, desastradamente.
— Nam... Não precisa – ri baixo já sentindo uma pontada de dor se alastrar.
O garoto desistiu de se levantar comigo e levei aquilo como um incentivo para abrir os olhos e mostrar que estava bem, mesmo que na realidade ainda doesse bastante.
A primeira coisa que pude vizualizar foi que, ao contrário da galera que esperava encontrar, estávamos sozinhos, o que me causou tamanha estranheza já que não escutei nenhum ruído que denunciasse que os garotos haviam deixado o castelo.
— Antes de vim te ajudar eu pedi para os garotos saírem silenciosamente e irem lá pra casa esperar você, para sua privacidade e coisas assim – ele sorriu ao dar de ombros, esclarecendo todas dúvidas que minha feição me revelaria ter e eu sorri levemente, arqueando as sobrancelhas em entendimento.
— Vamos? – o garoto estendeu a mão e eu o olhei receosa, parte por dor e parte por preguiça de ter que fazer todo o percurso até em casa, mesmo que seja relativamente perto – eu vou te ajudar, não precisa ficar receosa.
E com o sorriso radiante de meu irmão que me passava tamanha confiança, permiti que o garoto me ajudasse a levantar e em seguida me guiasse até o lado exterior do castelo.
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HELLO!!!
Não me matem por ter feito um capítulo tão pequeno depois de quase um mês tem attkkkkk era pra ele ter saído maior, só que eu sou afobada e não consigo segurar o capítulo por muito tempo oaksos
Me perdoem essa demora, mas com o final de ano, provas finais, crises existenciais... Tá uma maravilha de escreverkkkk
Enfim, logo logo vai chegar minha parte favorita da fic (que talvez eu já até tenha aqui escrito bonitinho) e eu tô ansiosa aaaaa
Pergunta hipotética rápida: se eu estivesse, hipoteticamente, escrevendo uma oneshot taekook, vocês iriam ler???
E é com essa pergunta hipotética que eu vou correndo pras montanhas.
byebye!!
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