08
Sohyun P.O.V.
Acordei com um feixe de luz me atingindo na altura dos meus olhos. Girei-me para o outro lado da cama, ficando de encontro com a parede de uma forma que o sol não alcançasse minhas vistas e cuidadosamente abri meus olhos enquanto me acostumava com a claridade. Estava confusa, não me lembrava de como havia parado na minha cama.
Ergui meu braço para a direção contrária da que eu estava em uma tentativa de alcançar meu celular, que se encontrava na mesa ao lado da cama onde dormia. Tateei toda a superfície a procura do aparelho e quando cheguei próximo a borda meus dedos entraram em contato com algo que definitivamente não era meu aparelho. Virei-me prontamente me deparando com um papel perfeitamente dobrado. Minha feição confusa se tornou presente. Algo no fundo dos meu pensamentos me dizia que era uma carta do meu admirador secreto, mas eu tentava me convencer de que não era, pois se fosse a teoria de que o autor das cartas é o Jimin se torna cada vez mais perto de ser verdade.
Sohyun pare de besteira, óbvio que não é nada demais – tentei me convencer.
Balancei a cabeça tentando desviar os pensamentos enquanto pegava a folha entre os dedos e a desdobrava. Logo aquela caricatura conhecida preencheu minha visão.
“Ganho vida ao vislumbrar os seus olhos brilhantes e singelos pequena Sohyun, são com eles que sonho todas as noites e aguardo para ver todas as manhãs. Os seus lindos olhos estrelados, com constelações registradas ao perpassar da íris e estrelas cadentes ao cerrá-los suavemente, eles me dispersam a todo momento, eles fazem com que eu não consiga pensar em mais ninguém.”
Fiquei estupefata, não sabia como reagir a tamanhos elogios. Li e o pequeno texto no mínimo cinco vezes e tudo que se voltava aos meus pensamentos era como ele terminava, meu admirador parecia realmente gostar de mim.
Logo ao final da folha tinha um desenho, eram a representação de estrelas com um fundo azulado. Estampei um sorriso nos lábios ao analisar a carta novamente. A levei de encontro com meu peito, abraçando-a. Sempre que recebia as cartas tinha uma certa dúvida de quem as escrevia, tudo naquele momento indicava que era Jimin o autor das cartas. A aproximação repentina, o nosso quase beijo... Mas porque ele não tem coragem de me dizer o que sente? Jimin não era tímido neste ponto.
Dobrei novamente a carta e a coloquei na minha caixa de desenhos. Ela estaria bem escondida lá, já que ninguém além de mim tem acesso a ela. Tentei parar de pensar no texto enquanto me dirigia até a cozinha, precisava comer alguma coisa.
A casa estava silenciosa, parecia que todos dormiam. Verifiquei as horas e ainda era bem cedo, não passava das oito horas. Segui até a geladeira a procura de alguma fruta quando encontrei um bilhete fixado na mesma.
"Bom dia filhos! Fui acompanhar sua mãe na feira nacional de jardinagem. Voltamos antes do almoço. Amo vocês!"
Sorri ao reconhecer a caligrafia do meu pai, os dois passavam tanto tempo no escritório que sempre procuravam fazer algo juntos nos fins de semana.
Abri a geladeira e comecei a procurar algo para comer. Revirei todos os potes e não encontrava nada, foi quando em um deslize acabei deixando um dos recipientes ir ao chão, reproduzindo um barulho alto que foi ecoado por toda a casa.
— Merda – iniciei a recolher os restos de comida que se encontravam despejados ao chão.
Estas coisas só acontecem comigo, eu sou muito desastrada.
— Hyun? Está acordada? – escutei a voz abafada do Taehyung vindo do lado de fora do cômodo.
Me virei para a porta, o garoto me encarava com os olhos quase se fechando devido ao sono enquanto organizava as mechas de cabelo.
— Eu te acordei? – prontamente perguntei enquanto me levantava.
— Talvez – ele sorriu.
— Me desculpa – cobri o rosto sentido minhas bochechas queimarem de vergonha.
— Não tem problema Hyunie – a voz dele estava cada vez mais próxima.
Removi as mãos do rosto percebendo que o garoto estampava um sorriso divertido em minha direção.
— Você é muito desastrada Hyun – o mais velho tentava segurar o riso ao analisar o chão.
— Aigoo, eu não sou! – dei um tapa leve no ombro do garoto.
Voltei a recolher os resíduos do chão, Taehyung se ofereceu para ajudar e jogo a cozinha estava completamente limpa novamente.
— Tem alguma coisa para comer? Eu tô com fome. – Tae alisou seu abdômen com uma expressão engraçada.
— Eu arrumo algo pra gente comer – disse rindo do mais velho.
•
Terminava de tomar o café da manhã com o Tae, estávamos rindo e relembrando sobre os acontecidos do dia anterior.
— Então, você não tem nada para me contar? – o garoto mantinha um olhar sugestivo para mim com um sorriso no rosto enquanto mudava bruscamente o assunto discutido até então.
Meu olhar confuso se tornou presente e Taehyung percebeu.
— Não, eu acho que nã... – fui interrompida por passos lentos na escada do cômodo ao lado que ecoavam-se por toda a casa silenciosa, enquanto tentava manter a carta omitida da conversa.
— Aposto que é o Namjoon – o garoto disse enquanto furtava um pedaço do meu pão.
Taehyung adorava fazer pequenas apostas, o garoto se divertia com elas.
— Ei! – retirei a mão dele de perto do meu prato – Namjoon? Não mesmo, tá muito cedo ainda. Aposto no Jungkook.
— Mas ele nem dormiu aqui – Tae disse rindo.
— Hoseok então – dei de ombros.
— O perdedor paga um sorvete para o vencedor.
Cogitei antes de aceitar a punição, mas não tinha a possibilidade de ser meu irmão, ele nos fins de semana sempre acorda depois das onze.
— Fechado! – disse com um sorriso vitorioso.
Ambos direcionamos a atenção para a porta esperando o dono dos sapatos barulhentos aparecer.
Um garoto com capuz preto se tornou presente na cozinha.
— Você errou – Taehyung bagunçou meus cabelos enquanto ria.
— Você também – arremessei um cereal nele.
O capuz se abaixou revelando um Jimin confuso.
— O que está acontecendo aqui? – a voz rouca do garoto chegou aos meus ouvidos.
— Longa história – Tae ria.
Jimin sorria ainda com a expressão confusa presente na sua face enquanto sentava-se a mesa ao lado do amigo.
— Outra aposta Tae? – o garoto sonolento perguntou e o amigo assentiu, causando um sorriso cálido vindo de Jimin.
— Você tá com o rosto marcado – Kim disse ao mais velho enquanto contornava o rosto do amigo com a ponta dos dedos. O garoto apenas sorriu retirando a mão do amigo de perto da sua face, ele parecia estar tentando se manter acordado.
Abaixei o olhar para meu prato quando minhas bochechas começaram a queimar. A presença do Jimin me inquietava, ter ele por perto logo depois de receber aquela carta me deixava incrivelmente tímida.
Terminei de comer em silêncio enquanto os garotos conversavam animadamente. Toda vez que subia o olhar para eles minhas bochechas ficavam incrivelmente vermelhas. O conteúdo da carta fazia-me devanear, pensava em qual seria o próximo passo de Jimin, se o garoto mandaria mais cartas ou até mesmo revelaria sua identidade antes do fim das aulas.
— Sohyun? – a voz de jimin desviou minha atenção.
Levantei o olhar para o garoto que me fitava com uma expressão divertida, Taehyung não se encontrava no cômodo, não tinha percebido que o mais alto tinha nos deixado.
Cogitei a ideia de que ele iria se pronunciar sobre a carta, mas não o fez, em vez disso me recordou sobre as aulas de reforço, que era a última coisa que tinha em mente no momento.
— Então – o garoto fez uma pequena pausa – você vai querer as aulas de química, né?
— C-claro – abaixei a cabeça ainda envergonhada pela carta.
— Que dia é melhor para você?
— Pode ser qualquer dia oppa, mas minha prova é na quarta.
— Começaremos amanhã mesmo então, pode ser? – ergui a cabeça em direção ao garoto.
— Pode sim – tentei não deixar claro a minha felicidade, mas garanto que estava bem evidente. Ter Jimin como professor era algo imaginável para mim e vai se tornar realidade dentro de praticamente um dia – Para onde o Taehyung foi? – perguntei.
— Ele foi acordar o restante dos garotos – respondeu-me indicando a saída do cômodo.
E o silêncio se instalou no ambiente. Não tinha coragem de começar uma conversa e ele parecia na mesma situação que eu, trocamos olhares perdidos, ambos procurando o caminho de volta.
— Hyunie, eu.. – o garoto iniciou a frase mas foi bruscamente interrompido por um grito instalado no andar de cima.
— Taehyung! Sai daqui cara!
Ambos direcionamos o olhar para a direção da voz, prontamente nos levantamos e partimos em direção ao segundo andar com sorrisos nos rostos. Minha imaginação já criava situações em que os garotos se encontravam e apenas de imaginar já era engraçado.
Rapidamente cheguei ao segundo andar e me deparei com algo imaginável. Hobi se encolhia em meio as almofadas enquanto Taehyung estava jogado logo acima do amigo.
— Hyung! Acorda! – o mais novo o abraçava.
— Alguém tira ele daqui – Hoseok balbuciou com dificuldade e eu ri da cena. Me dirigi aos garotos e empurrei Taehyung para longe do mais velho.
— Obrigado Hyunzinha – ele sorriu cansado e fechou os olhos em uma tentativa de voltar a dormir.
— Tae, você é inacreditável – ri.
— Esse povo preguiçoso tem que acordar – o garoto disse se levantando.
— Mas Tae, não são nem nove e meia – Jimin se pronunciou deixando o amigo sem resposta.
•
— Hyunie! – escutei batidas na minha porta que prontamente se abriu.
— Oi Nam – ajeitei minha posição perante a cama, fechando meu caderno de desenhos.
— Vamos buscar o Jungkook na casa dele – ele fez uma pequena pausa – você vem?
Boa parte de mim estava com preguiça de mover um músculo se quer, estava com a intenção de negar ao lançar um olhar sugestivo à ele em resposta.
— Deixa de preguiça! Vamos! – o garoto adentrou meu quarto e seguiu em minha direção, prontamente estendendo a mão.
Em um suspiro ergui o braço ao mais velho, utilizando sua mão como apoio para me levantar.
Lancei um último olhar ao espelho antes de deixar o quarto, exibia um vestido vermelho com as barras rodadas, estava apresentável.
Segui em direção a sala e os quatro garotos me aguardavam próximo a porta. Sorri esboçando a preguiça que sentia enquanto seguia até a saída da casa.
Tae colocou as mãos sob meu ombro me guiando pelas calçadas.
— Hyunzinha você fica tão fofa de vermelho – Hoseok apertou minhas bochechas.
— Obrigada Hobi – agradeci curvando-me com um sorriso estampado aos lábios.
Continuamos a seguir pelos quarteirões conversando animadamente.
— Porque o Jungkook tem que morar tão longe? – Taehyung balbuciou enquanto se arrastava pela rua.
— Tae nós só andamos quatro quarteirões e o Kook mora no fim da rua – Jimin riu.
— Quatro quarteirões é mais do que eu andei a semana toda – ele disse de forma preguiçosa.
— Sedentário - ri.
— Falou a corredora, a que sai todos os dias pra caminhar, a flash feminina... – o interrompi com um tapa.
— Bobo.
Fui poucas vezes até a casa do garoto tímido, tirando as festas de aniversário dele, fui apenas duas vezes lá em todos estes anos.
Logo que me deparei com a grande casa azul, uma lembrança em específico invadiu meus pensamentos.
1 de setembro de 2007
"O aniversário de jungkook finalmente chegou, ambos os irmãos estavam ansiosos, eles nunca tinham ido à uma festa a fantasia antes.
A pequena Sohyun alisava seu vestido de princesa logo a frente da casa do amigo de seu irmão tentando se acalmar. Ela geralmente não ia a muitas festas por vergonha, mas daquela vez era diferente, era aniversário de Jungkook, ela não poderia deixar de ir.
— Hyunie, vamos? – o irmão com uma vestimenta de cowboy estendeu a mão a menor que logo a segurou, seguindo os passos do irmão.
Adentraram a casa e a senhora Jeon os recebeu na entrada, indicando gentilmente onde os garotos se encontravam.
Os irmãos se juntaram aos amigos fantasiados.
Sohyun foi a procura de Jungkook para lhe desejar os parabéns e minutos depois encontrou o garoto com uma roupa de astronauta.
— Oi Kook – a garota envergonhada o saldou.
— Soso! – ele se levantou prontamente.
— P-parabéns – a pequena disse quase em um sussurro devido a vergonha e ergueu o presente que havia feito para o aniversariante.
— Obrigado – um sorriso se alargou no rosto do garoto enquanto recolhia o presente das mãos da Kim. Ao abrir se deparou com uma caixa de madeira pintada aos tons de vermelho com uma caricatura do garoto sorridente na tampa.
— E-eu não sabia da cor que você gostava, então usei tons que eu gosto – a menor fitava a expressão indecifrável de Jungkook.
— Soso, está perfeito – o pequeno Kook sorria como nunca, o presente da garota o deixou bastante contente. Nunca tinha ganhado nada confeccionado pela garota antes. Já Sohyun, escondia as bochechas coradas com um sorriso tímido, tinha passado horas fazendo a caixa e saber que o garoto tinha gostado a animava.
O olhar de Kook passou do presente para a garotinha, ela estava com a fantasiada como a branca de neve, com o laço vermelho em meio aos fios curtos e negros e seu vestido amarelo com as mangas azuis assim como da personagem a deixava ainda mais fofa do que o usual, prendendo a atenção do garoto inteiramente para ela.
— Algum problema Kookie? – Hyun perguntou gentilmente.
— É que... você está linda – o garoto sorriu acanhado."
Sorri com as lembranças daquela noite, enquanto nos dirigimos até a porta da casa de Jungkook.
Namjoon pressionou a campainha e aguardamos até que alguém nos recebesse.
Um homem abriu a porta e sorriu ao reconhecer os garotos ali presentes.
— Meninos! Entrem! – abriu a passagem para que pudéssemos adentrar a casa. A residência continuava do jeito que me recordava desde a última vez que vim até ela.
Os garotos logo se dirigiram as escadas em direção ao quarto do garoto até então desconhecido por mim. Fui até lá apenas uma vez quando éramos menores, mas já faziam tantos anos... provavelmente estaria tudo diferente.
Fiquei na indecisão se me juntaria aos garotos ao segundo andar ou se aguardaria o retorno deles no andar de baixo. A voz de Tae me tirou dos pensamentos.
— Vão vocês – ele se jogou no sofá cinza repleto de almofadas pretas – vou esperar aqui mesmo.
Decidi fazer companhia ao meu amigo no sofá. Segui até o móvel e me sentei no espaço livre. Os garotos assentiram e prosseguiram até as escadas seguidos pelo pai de Jeon.
— O Kook sabe que vocês vieram buscar ele? – perguntei desconfiada.
— Mas que pergunta – a risada do garoto foi abafada pelas almofadas que abraçava – claro que não.
Levei a mão a testa, rindo.
— Tinha que ser.
O silêncio se instalou no cômodo, única coisa que escutava era a respiração do garoto ao meu lado.
Passos ecoavam pelas escadas indicando que os garotos retornavam para o andar térreo. Os murmúrios do garoto mais novo se tornaram presentes.
— Eu não acredito que vocês vieram me buscar.
— Para de reclamar – escutei a voz do meu irmão.
Os garotos chegaram ao final da escada e meu olhar foi logo até o dono da casa que se escondia no moletom de sempre.
Logo que o olhar do garoto cruzou com o meu ele pareceu surpreso.
— S-soso, oi, não sabia que você tinha vindo – a voz dele falhou ao esboçar um sorriso.
— Ei, eles me arrastaram até aqui – sorri.
— Mentirosa – meu irmão disse baixo.
— Esquece do seu melhor amigo mesmo – a fala de Taehyung fez com que quebrássemos o contato visual e passássemos a atenção para ele. O garoto esboçava uma expressão triste.
— Dramático – Jungkook riu.
Levantamos-nos e seguimos até a saída da casa, despedimos rapidamente do senhor Jeon e prosseguimos até deixar a residência.
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Hey hey amoras,
Não atirem pedras em mim pela minha demora, juro que não foi por querer. Eu peço desculpas de verdade pela demora, mas eu realmente não estava bem para fazer nada sabe :( enfim, esperei que eu tivesse um pouco melhor para voltar a escrever, assim não iria sair algo tão ruim ❤️
Estão gostando? O que acharam?
Me perdoem se o capítulo não ficou tão bom, eu tô me esforçando para voltar a tudo ao normal.
HOJE É ANIVERSÁRIO DO NOSSO NENÊ AAAAAA
olha se não é a coisa mais preciosa do mundo :( socorro
FELIZ ANIVERSÁRIO KOOK ❤️
Tentei fazer um mini especial com através do flashback para comemorar esta data importante, espero que tenham gostado rsrs
Byebye
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