05
— Kim Namjoon!
Abri brutalmente a porta do quarto do mais velho, fazendo que a maçaneta fosse de encontro com a parede, o avistando sentado no chão em meio aos livros com uma feição cansada, mas ao se deparar com a minha irritação, logo foi substituída por face instigada.
— O que eu fiz dessa vez? – o garoto disse enquanto ajeitava sua postura.
Havia acabado de chegar da aula após um longo dia, estava cansada e provavelmente Namjoon também, ele voltava da faculdade geralmente no final da tarde, um pouco antes do por do sol, sua feição sempre era cansada, com os olhos pesados e eu entendo o motivo, meu irmão sempre se esforça para ser o melhor da classe, faz parte dos cursos adicionais que a universidade oferece apenas para acrescentar conhecimento, que assim ele seja um bom profissional, me orgulhava muito dele, ele escolheu cursar filosofia, sonhava em ser um professor universitário algum dia e todos, inclusive seus amigos o apoiavam.
— O professor de química ainda me odeia por sua causa! – disse enquanto relembrava o ocorrido da manhã.
Fui em direção ao garoto e dei um tapa na testa dele de leve.
— Aish, aquele cara não me esquece mesmo – ele concluiu enquanto analisava o local em que eu havia dado o tapa com os dedos.
Sentei na cama dele com os braços cruzados. e soltei todo o ar que prendia nos pulmões.
— Eu vou acabar reprovando em química – disse cabisbaixa.
Além da marcação que o senhor Won tem comigo, eu sempre tive dificuldade na matéria em questão, desde que me foi apresentada a matéria, nunca consegui aprendê-la, era algo que não entrava na minha cabeça. Yumi e o meu irmão já tentaram me ajudar algumas vezes mas nada adiantava. Parecia que eu realmente não tinha jeito para aprender o conteúdo.
— Hyunie não fique assim, eu tenho certeza que você vai conseguir os pontos – Namjoon se sentou ao meu lado na cama e me abraçou, começando a acariciar meus cabelos.
— To brava com você, sai – disse deslizando para longe dele.
Na realidade não estava brava com ele, estava irritada com últimos acontecimentos, mesmo que de certa forma ele não tenha culpa do professor ter passado a raiva que sentia dele para mim, foi ele quem fez a merda.
Um sorriso se alargou no rosto do irmão, exibindo suas covinhas.
— Você tá brava comigo? – assenti e ele novamente se aproximou de mim na cama e eu arregalei os olhos – Sohyun... você não consegue ficar brava comigo.
Ele estava com um sorriso maldoso estampado nos lábios, já sabia o que me esperava logo que ele se aproximou e quando tentei impedir, ele foi mais rápido.
— O quê voc... – nem tive tempo de terminar a pergunta quando Namjoon posicionou as mãos nas minhas costelas e começou a fazer cócegas.
Tudo que se escutava naquele momento era minha risada ecoando pelo quarto.
— Para Nam.. – disse com dificuldade devido as risadas.
— Você ainda tá com raiva de mim? – o garoto perguntou continuando com o ato, minha vontade era de xingá-lo, mas eu não tinha forças, só conseguia rir descontroladamente enquanto o mais velho se divertia me observando naquela situação, era típico dele fazer isso.
— Claro que sim! – respondi quase chorando de tanto rir e isso fez com que meu irmão intensificasse as cócegas – Não! – mudei rapidamente minha resposta e o moreno logo parou o que estava fazendo.
— Eu sei que você me ama – Nam disse rindo da situação que eu me encontrava.
— Eu te odeio – disse mostrando a língua para ele e me levantando para deixar o quarto.
O primeiro lugar que me dirigi ao chegar em casa foi o quarto do mais velho, por estar brava com o acontecido e Nam conseguiu me fazer esquecer aquilo, recolhi minha mochila jogada na porta do quarto e atravessei a sala, me dirigindo para o andar de baixo.
Era final de tarde, logo meus pais iriam chegar do trabalho, a casa estava em um completo silêncio e os raios solares batiam na cortina da sala, refletindo a textura do tecido ao chão amadeirado em minha frente, as cores do sol, do cortinado e do chão se mesclavam, criando um tom meio avermelhado, único, sorri e logo levantei meu olhar o direcionando para o meu quarto estava com a porta entreaberta, dando vista para toda a bagunça que se encontrava lá, folhas e lápis jogados ao chão, a cama mal arrumada e a cortina dançando com a ventania.
Me arrastei até o cômodo e fechei a porta enquanto analisava o pequeno quarto.
"Que decepção Sohyun" era tudo que se passava na minha cabeça ao me deparar com tamanha desorganização, não sou do tipo que se incomoda com qualquer bagunça, eu geralmente não ligo para isso mas desta vez o quarto estava realmente em um estado crítico.
Respirei fundo antes de vagar pelo quarto recolhendo tudo que estivesse fora do seu devido lugar.
Após alguns minutos o quarto já aparentava estar um pouco mais arrumado, sorri desanimada enquanto recolhia as últimas folhas jogadas no chão e uma em específico atraiu minha atenção. Era um desenho minimalista não terminado de um garoto de costas em um imenso campo, destacando-se o que o rodeava, flores amarelas e vermelhas. O tinha começado a alguns dias atrás, durante a aula de literatura, olhei pela janela da sala e me deparei com as flores que tanto admiro no jardim da instituição.
Separei o desenho no canto da minha escrivaninha pretendendo termina-lo em breve.
Após organizar todo o quarto o analisei por completo e estava bem melhor, agora conseguia transitar no cômodo sem pisar em algo.
Escutei o ranger da porta atrás de mim e rapidamente me virei me deparando com a expressão surpresa da minha omma em ver o quarto tão arrumado.
— Você arrumando o seu quarto! Que milagre! – Omma exclamou surpresa.
Aish! Meu quarto não é tão bagunçado assim!
— Anyoung omma – ignorei o comentário feito pela mais velha e ela riu.
— Como foi o seu dia no trabalho?– a perguntei.
— Cansativo– ela respondeu em meio a um suspiro – e a aula?
Por um momento cogitei em contar sobre o ocorrido na aula de química, mas nada adiantaria, só deixaria a mais velha ainda mais preocupada.
— Cansativa, nada de novo – lancei um sorriso a mais velha.
— Vou tomar um banho – ela fez uma pequena pausa enquanto me analisava, continuava com o uniforme e, provavelmente, com os cabelos desarrumados – sugiro que faça o mesmo – ri em resposta.
Resolvi fazer o que foi sugerido pela mais velha, recolhi minha grande toalha rosa e meu celular, partindo para o banheiro.
Chegando no pequeno cômodo, liguei as luzes e adentrei sentindo o piso gelado nos meus pés descalços. Coloquei a toalha no suporte e lancei um sorriso para o meu reflexo no espelho logo ao lado, estava acabada, com a feição cansada e meu cabelo preso em um rabo de cavalo bagunçado.
Retirei o laço que segurava os fios escuros e os penteei com os dedos em uma tentativa de arrumá-los mas de nada adiantou.
Recolhi o celular que estava na bancada e deslizei os dedos pela a tela o desbloqueando. Entrei nas minhas músicas, cliquei no botão do aleatório e logo uma música lenta começou a soar pelo auto-falante e eu sorri por gostar da música selecionada.
Coloquei o celular de volta na bancada, me despi e logo entrei no chuveiro.
Liguei a ducha e jatos quentes me atingiram, molhei meu rosto, seguido dos meus cabelos. A música calma e a água aquecida levavam consigo todo o meu stress e cansaço pelo ralo. Um sorriso se formou em meus lábios, aquele era meu momento favorito do dia.
A música que tocava acabou e logo foi substituída por "headphone" das TWICE, eu amava aquela musica.
Nunca fui do tipo que escuta música animada nem nada assim, sempre preferi as canções mais lentas, até mesmo as versões acústicas, mas esta em especial eu gostava bastante.
Os primeiros versos da música soaram e eu dei pulinhos comemorando.
Lavava meus cabelos enquanto dançava de forma desengonçada, o frasco do condicionador se transformou em um microfone quando o refrão da música chegou, me senti uma das integrantes do grupo.
Eu não sentia vergonha de cantar e dançar ali, ninguém podia me ver apenas minha mãe e meu irmão estavam ali, sendo assim não tinha porque reter toda aquela emoção.
Escutei os versos finais da música e respirei fundo, recuperando o fôlego após a “apresentação”, escutando uma risada abafada.
Estranhei e chamei pelo meu irmão, imaginando ser ele.
— Namjoon?
Não obtive resposta alguma.
Confusa, terminei rapidamente o banho e desliguei o chuveiro. Não escutava nada além da música lenta que tocava.
Será que estou ouvindo coisas?
Me enrolei na toalha e abri uma fresta da porta, sentindo uma corrente fria entrando em contato com a minha pele, estremeci enquanto observava o corredor mal iluminado, estava vazio.
É, eu realmente estou ouvindo coisas
Deixei o pequeno cômodo e rapidamente me dirigi para o quarto, trancando a porta do mesmo logo que entrei.
Me troquei, sentei em minha cama, partindo uma mecha de cabelo e desembaraçando os fios.
Comecei a ouvir ruídos do lado de fora da casa, simplesmente ignorei, após o ocorrido mais cedo não duvido nada que novamente seja apenas alguma coisa da minha cabeça.
Escutei risadas vindas da varanda, cada vez mais altas e logo reconheci uma delas.
Kim Taehyung.
— Mas o quê...– disse meio confusa ao escutar a voz do melhor amigo.
Me levantei rapidamente e abri as cortinas, me deparando com três garotos segurando para não rir, sentados a grande mesa de madeira na parte coberta da varanda.
Fiz uma expressão confusa para os mais velhos.
— O quê vocês estão fazendo aqui?– perguntei
Analisei e percebi que meu irmão não estava com o grupo.
Os garotos possuíam feições estranhas, Yoongi me olhava enquanto contorcia a boca em uma tentativa falha de não rir, Jungkook encarava o chão e Taehyung, diferente dos amigos, quando cruzou os olhos com os meus, riu descontroladamente.
O riso de Tae era contagiante, logo os dois amigos, que seguravam o riso, acompanhavam o moreno nas gargalhadas.
— Por que vocês estão rindo?
Yoongi colocou o celular perto da boca e começou a imitar a melodia da música que cantava anteriormente no chuveiro.
Eles escutaram.
Corei instantâneamente e fechei as cortinas.
— Eu não acredito que eram vocês que estavam escutando! – cobri o rosto com as mãos.
Estava com tanta vergonha, o talento que eu tenho para desenhar eu não tenho para dançar e cantar, definitivamente não sirvo para isso.
Escutei a conversa dos garotos se mover da varanda para dentro da casa, me agachei colocando o rosto entre os joelhos.
Eu estava com tanta vergonha que não queria nem olhar para o rosto dos garotos.
— Hyunie, abre a porta! – Tae batia gentilmente na mesma.
— Vamos lá cantora! Tá quase na hora de debutar.
— Yoongi, sai daqui!
O mais velho voltou a cantarolar a melodia da música por não saber a letra e os outros riam.
Escutei a voz do meu irmão ao fundo perguntando o que estava acontecendo e os garotos contaram tudo. Achei que meu irmão iria me defender e me ajudar a parar com a zoação.
Nunca estive tão errada.
Namjoon logo se juntou a Yoongi e começou a cantar a melodia da música de forma abafada devido a porta.
Resolvi levantar e destrancar a porta para ver se eles me deixavam em paz.
Destranquei e os garotos logo adentraram o pequeno quarto.
— Eu odeio vocês – disse retornando para a posição que estava – nunca mais tomo banho escutando música – conclui.
Os garotos se sentaram ao meu redor.
Taehyung começou a pressionar minhas bochechas, quase formando uma boca de peixe.
— Coisinha mais linda, pena que não serve para cantar, tem que voltar para o desenho mesmo.
Dei um tapa leve em Taehyung.
— Aish, chato.
— Você cantando estava tão fofo....e engraçado – kook riu.
Olhei para o garoto.
— Mentiroso – ri enquanto mostrava a língua.
— Por que eu mentiria?
— Não sei, mas eu tenho certeza que você tá mentindo.
— Wae?
— Aigoo, eu não canto nada bem.
Kookie se aproximou, apoiando o queixo nas mãos que descansavam nas suas pernas cruzadas.
— Mas também não canta mal – ele concluiu.
Corei pela aproximação repentina do garoto e ele percebeu, estampando um sorriso de canto, vitorioso.
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Hey hey,
Então né.. prometi capítulo no início da semana e já se passou uma semana, socorro, desculpa, eu não trabalho bem sob pressão.
QUATRO ANOS DE BTS HOJE AAAA
Socorro eu tô tão feliz, ai ❤️
Enfim, desculpem se ficou meio ruim, tentei fazer algo legalzinho.
Se estão gostando, let me know
Bye bye
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