- É engraçado, não muito, mas é. Ela está tão longe agora, é quase que outra pessoa com o mesmo sorriso, mesmos olhos, mas com uma postura diferente e quase irreconhecível. É engraçado que eu achei que fosse morrer nos primeiros dias e agora só... eu não sei. É estranho pensar e não conseguir nem lembrar do gosto dos beijos. É fascinante como nosso cérebro apaga algumas coisas se não lembradas todos os dias. (Pausa pra beber água) - Mas no fim, acho que é isso né? A gente conhece alguém, até simplesmente não conhecer mais, e eu sei, eu sei que... eu sei que eu tô melhor sem ela do meu lado, mas as vezes me pergunto se... se a gente ainda estivéssemos juntas, se poderíamos ter dado certo de alguma forma. É claro que eu não desejo que ela entre de volta na minha vida, eu simplesmente não consigo imaginá-la aqui, não depois de todo esse inferno que ela me fez passar. ( Respira fundo numa pausa de segundos. Seus olhos se enchem de lágrimas e ela podia jurar que conseguia sentir o olhar do psicólogo atravessar seu ser de dentro da tela) - Eu choro as vezes a noite ao lembrar de algumas fagulhas, mas eu nem sei se eu ainda a amo, é uma pergunta válida né? Dá pra amar alguém pra sempre depois de que ela pula fora? (Seus olhos caem para a palma da mão e ela brinca com as pontas do dedo, tentando achar a resposta para sua própria pergunta) - Acho que agora, eu só desejo que ela se torne uma pessoa melhor, uma pessoa decente e que não faça com outra pessoa o que fez comigo, só pelo simples fato de não saber se recuperar das coisas que ela mesmo destrói. ( Limpa as lágrimas rapidamente se culpando por estar chorando ali) - É.. eu acho que é isso.. eu conheci ela, até simplesmente não conhecer mais, eu amei ela até simplesmente não ser cabível, continuar a amando...