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08/05/2024
Point of view: Lohan Manobal
Seul - Coreia do Sul
Quarta-feira
06:46 AM
Não consegui dormir à noite por conta da preocupação. Eu pensava: e se eu ficar acordado e o Kai acabar invadindo o apartamento e matando a Jennie ou o Jinwoo? Dormi na sala com medo de que isso realmente acontecesse, ou melhor, tentei dormir. Enquanto a lua brilhava lá em cima, meus pensamentos brilhavam em minha mente.
Alguns minutos atrás, eu estava me entupindo de cafeína para conseguir ficar acordado o dia inteiro. Irei levar e buscar o Jinwoo daqui para frente, junto com a Jennie, é claro. Não posso correr o risco de perdê-los, se isso acontecer... Não gosto nem de pensar nisso.
— Aqueles meninos continuam falando que eu não tenho papai. Eles falaram que você só disse aquilo pra me ajudar — Jinwoo falou, brincando com seus dedos enquanto olhava a paisagem sentado em sua cadeirinha.
Olhei de relance para Jennie, logo encarando meu filho pelo retrovisor do meio. O garoto tinha lágrimas nos olhos, que provavelmente tentava conter para não chorar na nossa frente. Batuquei com meus dedos no volante encapado com couro do carro de Jennie, parando em um semáforo que acabara de ficar vermelho.
— Filho — olhei para trás, observando seu olhar focar em mim —, não chore por eles, o papai vai resolver isso, prometo. Na vida, vai ter pessoas muito más, mas você não pode se render — ele baixou o olhar, então estiquei meu braço para apoiar minha mão em seu joelho e massagear o local. — Olha pro papai! — nossos olhares se encontraram, e uma lágrima escorreu por sua bochecha gorda. — Não importa o que aconteça, o papai estará sempre aqui para você. E sabe, às vezes as pessoas dizem coisas ruins porque estão com inveja ou porque não entendem. O importante é sermos gentis e compreensivos, mesmo quando os outros não são. Eu sei que você é forte, Jinwoo, e sempre estarei ao seu lado pra te proteger.
— Você sabe, querido, às vezes as palavras podem machucar, mas o amor da nossa família sempre cura. E nós te amamos muito, nunca esqueça disso — Jennie falou.
Após essa pequena conversa, voltei a prestar atenção na estrada, pois o semáforo ficou verde. Ao voltar a dirigir, foi questão de cinco minutos para chegarmos na escola de Jinwoo.
Saí do carro sendo acompanhado por Jennie, que se apressou em tirar Jinwoo de sua cadeirinha. Enquanto ela fazia isso, observei um movimento estranho atrás de algumas árvores e, ao fixar o olhar no local, vi dois rapazes se escondendo atrás delas.
— Jennie — chamei, olhando para as árvores e recebendo sua atenção —, vamos embora. Isso aqui está estranho.
— Como assim? — ela se aproximou de mim, com Jinwoo ao seu lado. O garoto estava confuso, assim como a mãe. — Por que está olhando para aquelas árvores sem parar?
— Porque vi dois caras lá. E se forem capangas dos meus pais? Não podemos arriscar deixar Jinwoo aqui. Vamos levá-lo embora — cochichei em seu ouvido, para que meu filho não escutasse, o que funcionou.
— Onde vamos deixá-lo? Taehyung foi para a academia.
— Levamos ele e depois peço para o Taehyung buscá-lo na empresa. É pra segurança do nosso filho, Jennie.
— Tá bom, vamos levá-lo, mas temos que tomar cuidado lá também. Tem muita gente estranha naquela empresa, e agora não podemos confiar em ninguém.
— Ninguém vai chegar perto dele — encarei novamente as árvores, percebendo que ambos não estavam mais ali, provavelmente tinham fugido. Ignorei isso e voltei para o carro, junto com Jennie e Jinwoo.
O garoto ficou feliz em saber que não precisaria ir para a escola. Estava pensando em mudá-lo e conversar com Jungkook e Jimin para mudarem o Minho também, já que são melhores amigos. Esta escola está fazendo muito mal para o meu filho, não quero que ele continue aqui.
***
08/05/2024
Point of view: Kim Taehyung
Seul - Coreia do Sul
Quarta-feira
07:51 AM
Enquanto eu fazia cardio e escutava uma playlist aleatória de músicas, observei duas pessoas conhecidas entrarem pela porta da academia. Era o Chin e o... de onde eu conheço aquele cara?
— Taehyung — meu personal falou alto, tirando-me dos meus pensamentos. — Já deu, cara, quarenta minutos.
— O quê? E você não disse nada? Qual foi, hein? Tá me enganando aí, cara — falei, enquanto saía da esteira com as pernas tremendo.
— Eu tô te chamando faz dez minutos e você não escuta. Essa música tá muito alta — ele sorriu, tirando os fones do meu ouvido enquanto eu andava para beber um pouco d'água.
— Vem cá, quem são eles? — perguntei, após olhar para Chin e o outro rapaz, que caminhavam até os pesos.
— São os filhinhos do dono.
— Filho de quem?
— Do dono. O Aon Manobal.
Puxa vida... Eu treino na academia do pai do Lohan há três anos e vim descobrir só agora. Calma. Filhos? Como assim filhos?
— Qual é o nome deles? — perguntei, focando meu olhar no personal e ignorando os rapazes.
— Chin Manobal e Joon Manobal. Os dois frequentam aqui a hora que querem e com o personal que quiserem. São muito mimados, sério mesmo — encarei-os novamente, chocado com a notícia.
O Joon deve ser adotado, não é possível isso. O Lohan vai surtar quando souber disso, eu tô surtando agora que sei disso.
— Taehyung, já se alistou pro exército? Você adia há três anos, e se adiar novamente, vai ser tarde demais — ele mudou o assunto, começando a caminhar até o vestiário, enquanto eu o seguia.
— Vou me alistar esse ano. No mês que vem, ok? Cê tá doido pra se livrar de mim, né?
— Claro. Não aguento mais você dando em cima de mim, cara. Não é porque eu sou gay que eu ficaria com você, entendeu?
— Vou fingir que acredito. Até o sobrenome é igual, Kim Namjoon — falei, parando em sua frente e recebendo um sorriso dele. — Aí, ó, viu? Você gostou.
— Não é porque eu sorri que significa que eu gostei, sabia? — estiquei meus lábios suavemente, arqueando as sobrancelhas. — O que eu faço com você?
— Eu ia falar algo, mas acho que vou levar um cacete. Então eu vou tomar banho. Tchau, Nam.
***
Ao chegar na empresa do Lohan, caminhei até a sala dele, na esperança de encontrá-lo lá, já que não sabia se estaria em uma reunião. Por sorte, não estava. Entrei no escritório e o vi concentrado em seu computador.
— Tenho fofocas bombásticas — falei, sentando-me na cadeira em frente à sua mesa e recebendo seu olhar curioso. — Seus pais adotaram algum filho nos últimos anos?
— Não que eu saiba. Por quê?
— Hoje descobri três coisas. Seu pai é dono da academia onde eu treino e você tem dois irmãos, o Chin e um tal de Joon.
— São só duas coisas.
— Eu sei, errei as contas. Mas e aí? Não vai dizer nada sobre o Joon? Seus pais adotaram outro filho — cruzei as pernas e os braços, encostando minha coluna na cadeira.
— Eu não faço mais parte daquela família, Taehyung. Não preciso saber detalhes da vida deles. Estou bem assim, sem notícias e contato com aqueles filhos da mãe, certo? — seus olhos voltaram para a tela grande.
— Desculpa, só achei que fosse importante você saber. Vai que ele também esteja ajudando aquele bando de cu arrombado a te perseguir.
— Agora que você falou isso — ele olhou para mim com o cenho franzido —, lembrei de uma coisa. Quem é ele? Tem alguma foto? Entrou um estagiário novo há uma semana.
— Eu não tenho foto, mas deve ter no Instagram do Chin. Procura e vê se acha — dei de ombros, observando seu rosto calmo.
— Sabe o insta do Chin? Eu não lembro o nome.
Respondi Lohan e aguardei até que ele encontrasse alguma foto com o Joon, e assim que encontrou, franziu o cenho, tentando lembrar se havia alguém assim na empresa. Enquanto ele procurava saber a respeito, fui em direção à sala de Jennie, onde estavam Jinwoo e Jennie.
— TITIO! — agachei-me para recebê-lo em meus braços com carinho, aproveitando o abraço daquela pessoinha tão linda. — Hoje eu não fui pra escola e fiquei no trabalho do meu papai e da minha mamãe, sabia?
— Sério? — ele assentiu. — Você gostou?
— Sim, o papai deixou eu ficar assistindo no celular dele, foi bem legal. Eu tomei autino.
Olhei para Jennie, franzindo o cenho e pedindo para que ela traduzisse o que o seu filho havia falado.
— É cappuccino — ela falou, sorrindo, e eu assenti, pegando o garoto no colo e me levantando. — Voltem em segurança, tudo bem?
— Pode deixar. Te mando mensagem assim que eu chegar em casa. Cuidado você, hein. Depois vai lá na sala do Lohan e pede pra ele te contar o que eu contei.
— Ok — ela franziu as sobrancelhas, curiosa.
Virei-me para sair da sala e trombei com um rapaz, ou melhor, com o Joon. Desculpei-me por impulso, mas me arrependi em seguida. Avistei Lohan se aproximar em passos calmos. Ele estava mais estranho do que o normal.
— Você está bem, garotinho? Não te machuquei, né? — ele perguntou para Jinwoo enquanto pegava sua mão, pois ele ainda estava no meu colo.
— Tira a mão do meu filho — arrepiei-me ao escutar a voz grossa e baixa do Lohan, vendo Jennie se aproximar de nós com a mesma expressão de medo que eu. — Poderia ir para a minha sala, Joon Manobal?
— Claro, chefe! — ele sorriu, olhando de cima abaixo para Jennie e mordendo o lábio em seguida.
Espero que ele tenha aproveitado bastante essa vida, porque agora só na próxima.
— Ela tem namorado, e esse namorado sou eu. Se olhar pra ela assim de novo, eu não respondo pelos meus atos, Joon Manobal — ele falou, tranquilo enquanto tinha suas mãos em seus bolsos.
Lohan estava tranquilo demais, o que é muito estranho, grave e suspeito. Ele está armando alguma coisa de ruim, eu tenho certeza. Espero que seja a morte da família dele.
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