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07/05/2024
Point of view: Lohan Manobal
Seul - Coreia do Sul
Terça-feira
07:32 PM
Estacionei em frente à casa da Jennie, percebendo que havia outro carro que não era o dela. Vim até aqui para trazer o caderno do Jinwoo, pois ele esqueceu no meu apartamento. Não saí do carro, pois queria ver quem está dentro da casa da Jennie. O veículo era familiar, mas não lembro de quem pertencia.
— Não é o Tae porque o carro dele está comigo, Jisoo e Chaeyoung têm uma BMW, o Jimin e JK têm um Hyundai. Quem será que é? Os pais da Jennie estão com o carro quebrado, meus pais trocam de carro a cada mês, meu irmão nem carro tem. Mas que porra! — Bati no volante, impaciente e irritado por não conseguir adivinhar quem era.
Parece que estou lidando com um quebra-cabeça complicado! Talvez seja alguém que eu não tenha considerado ainda. Talvez seja melhor esperar e observar um pouco mais antes de tirar conclusões precipitadas.
Enquanto observava ansiosamente a porta da casa da Jennie, percebi meu celular acender pelo canto do olho e, ao olhar para o banco do passageiro, vi o número do Taehyung se destacar na tela clara. Bufei antes de pegar o celular para atendê-lo.
— Fala — mandei, com minha voz fria e grossa.
— Onde você está? Já chegou na casa da Jennie? Tá preso no trânsito? Passou em algum lugar? Por que não atendeu a porra desse celular? — sua voz impaciente se misturava com o som de buzinas, indicando que ele estava no trânsito.
— Acabei de chegar. Tem um carro aqui, estou esperando a pessoa sair pra ver quem é. E não atendi o telefone porque tava no silencioso. O que aconteceu? — respondi, preparando-me para sair do carro.
— A Jennie acabou de me ligar. Ela não disse nada, mas pude ouvir a voz do Kai. Lembra dele, o ex...
— Sei quem é — o interrompi, me preparando para sair do carro. — Não precisa dizer mais nada. Só de saber que aquele idiota está aqui, já...
— Lohan, pelo amor de Deus, entra naquela casa agora — ele me interrompeu, sua voz embargada me deixou aflito.
— Tô indo, porra! — aumentei o tom, encerrando a ligação e colocando o meu celular no bolso, enquanto saía apressadamente do carro e corria até a porta da casa.
Toquei a campainha e esperei, mas não houve resposta além do silêncio. Toquei novamente várias vezes seguidas, enquanto batia também, mas ninguém atendeu. Após perder minha paciência, tentei abrir a porta por conta própria, mas estava trancada. Bati novamente, dessa vez com mais força, e gritei:
— Abre essa porta! — não tão alto para evitar chamar a atenção dos vizinhos. — Abre a porra dessa porta!
Nenhuma resposta.
A preocupação consumiu meu corpo e, sem pensar duas vezes, virei-me de lado e comecei a bater meu corpo contra ela, tentando arrombá-la. A cada golpe, eu aplicava mais força, sentindo meu ombro doer intensamente, mas não me importava. Meu coração batia rapidamente e minhas pernas tremiam, mostrando o quão nervoso eu estava. Minha barriga se embrulhava de medo do que poderia estar acontecendo lá dentro.
Ao conseguir a atenção dos três, Jennie, Jinwoo e Kai, meu coração se apertou ao ver meu filho chorando, seus olhinhos molhados, sua carinha inchada, um bico pequeno em seus lábios e uma pequena mancha em seu corpo. Jennie estava com Kai, ou melhor, estava sendo mantida contra ele, presa com força enquanto ele tapava sua boca e segurava uma faca em seu pescoço, enquanto ela chorava, suas lágrimas molhando a mão do homem.
— Solta ela! — minha voz soou rouca e alta.
— Ela não quis me obedecer por bem, vai ter que ser por mal — ele olhou para Jinwoo. — Aquela peste tem uma mordida forte, sabia?
— Não chame ele assim — ordenei, minha voz soando cheia de raiva. — Solta ela e ninguém se machuca, Kai.
— Acha mesmo que ninguém vai se machucar? — ele sorriu sarcasticamente. — Lohan, quer dizer, Lalisa — sua risada ecoou em meus ouvidos, irritando-me profundamente. Fechei os olhos brevemente e, ao abri-los, olhei para ele novamente. — Desde que você voltou, destruiu minha vida. Jennie deveria ser MINHA namorada.
— Mas ela é a MINHA namorada, e se você não soltá-la agora, eu vou...
— Vai o quê? Vai me matar? Será que você é homem o suficiente para isso? Ou continua sendo uma mulherzinha?
— Eu tenho contatos. Ou melhor, tenho uma amiga que mora no Canadá, garanto que ela não terá piedade em te matar. Matar pessoas virou um hobby pra ela.
— Máfia?
— Não, apenas psicopatia mesmo — escutei um carro estacionar do lado de fora e apressei-me em fechar a porta, reconhecendo que era Taehyung.
Espero que ele não seja tolo o suficiente para tentar arrombar a porta. Preciso que ele entenda e entre pela porta de trás, assim poderá tirar Kai de trás de Jennie.
Poucos segundos depois, a porta de trás foi aberta, porém Kai não percebeu, tentei distrai-lo enquanto Taehyung se aproximava. Ofereci dinheiro, ofereci minha vida, mas parece que ele estava mais interessado na Jennie. Percebi que o rapaz tentando encostar seu quadril na Jennie. Ele estava tecnicamente abusando do corpo dela na minha frente.
Observei exato momento em que Taehyung conseguiu tirar o Kai de perto da mulher, o puxando para trás e jogando seu corpo com força no chão enquanto gritava.
Jinwoo correu para mim, chorando enquanto agarrava as minhas pernas. Abaixei-me para verificar o hematoma em seu braço, e ao tocar no local, escutei seu grito de dor, o que acabou comigo internamente. Parecia que alguém havia esfaqueado meu coração.
— Ele me bateu e me machucou, papai. Tá doendo! — ele me abraçou, chorando tão forte que percebi sua falta de ar.
A raiva me consumiu por inteiro, e ao escutar o que meu filho disse, senti meu sangue ferver enquanto encarava um ponto na sala de Jennie. Soltando Jinwoo e me levantando, dei de cara com Jennie, que estava em choque, chorando silenciosamente e paralisada. Por mais que minha preocupação fosse grande, antes que eu pudesse ir ver o que estava sentindo, escutei o pedido de socorro do meu amigo.
Ao correr até ambos, dei de cara com Kai em cima de Taehyung, tentando esfaquear seu rosto, porém o rapaz lutava ferozmente contra ele, segurando o pulso de Jongin com suas duas mãos. Seu rosto estava vermelho, suas veias salientes, e expressava dor e raiva ao mesmo tempo, com lágrimas nos olhos.
Com uma única missão, puxei o corpo de Kai com força, jogando-o no chão e vendo sua faca cair um pouco longe de seu corpo. Ele se levantou, olhando para mim psicopaticamente enquanto respirava rapidamente, demonstrando todo o seu ódio e raiva por mim.
Sem medo, aproximei-me dele, o que o fez tentar me dar um soco, mas segurei seu braço, pensando em tudo o que esse desgraçado poderia ter feito com Jennie, em todo o mal que causou ao meu filho, no ferimento que ele deixou nele, e relembrando do exato momento em que tentou matar minha namorada.
Ele tentou me socar com a outra mão, mas eu segurei também, nunca desviando meu olhar de seus olhos cheios de desgosto e rancor. Automaticamente, usei meu joelho para acertar seu membro com força, ouvindo seu gemido de dor enquanto suas pernas cediam rapidamente. Percebendo que ele não tentaria me bater naquele estado, soltei seus pulsos, empurrando-o rapidamente e prendendo-o contra a parede.
— Achou que poderia machucar meu filho e minha namorada e eu deixaria passar? Se fosse qualquer outra pessoa, talvez eu ignorasse, mas você mexeu com o que não devia, seu desgraçado.
Sem pensar, cerrei meus punhos e acertei seu rosto em cheio, vendo vestígios de sangue voarem de seu nariz.
Kai cambaleou com o impacto do soco, mas recobrou-se rapidamente, exibindo um sorriso sádico, como se aquilo fosse apenas um leve contratempo em seu plano maligno. Antes que ele pudesse reagir, desferi outro golpe, desta vez acertando seu estômago com toda a força que tinha.
Ele grunhiu de dor, dobrando-se sobre si mesmo enquanto tentava recuperar o fôlego. Não dei trégua. Segui desferindo golpes, cada um carregado com a raiva acumulada diante da injustiça que ele causou.
Cada soco era uma liberação, uma catarse para a frustração e impotência que sentia diante da situação. Cada golpe era uma mensagem clara de que não permitiria mais que ele causasse dor àqueles que amava.
Finalmente, quando vi que ele não oferecia mais resistência, recuei, ofegante, encarando o desgraçado caído aos meus pés. Ele estava machucado, mas ainda respirava. E isso era mais do que ele merecia.
O rapaz tentou alcançar o objeto afiado que estava perto de seu corpo, porém eu fui mais ágil e o chutei para longe, agachando logo em seguida ao seu lado e sorrindo ao ver sua cara machucada.
— Você é um covarde, Kai. Atacar uma mulher indefesa e uma criança? Você não é nada além de um verme desprezível.
Minha voz era baixa, carregada de desgosto e indignação. Eu não conseguia conter a fúria que queimava dentro de mim. O que ele fez com Jennie e Jinwoo era imperdoável.
— Você vai pagar por cada gota de lágrima que fez eles derramarem. — Minhas palavras eram como um veredito final, finalizando qualquer possibilidade de misericórdia.
Olhei para Taehyung, que estava com Jinwoo com a cabeça enterrada em seu pescoço, enquanto me encarava atordoado e surpreso, e para Jennie, que ainda estava em estado de choque. Meu coração doía ao vê-los assim, mas minha determinação em protegê-los só aumentava.
Com um último olhar de desprezo para Kai, virei-me e afastei-me, deixando-o ali no chão, entregue à sua própria miséria. A batalha física podia ter acabado, mas a guerra estava longe de terminar. Eu faria de tudo para proteger minha família, custasse o que custasse.
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