O cemitério da família localizava-se no alto da colina, atrás do castelo. Os piratas observaram Félix jogar a última pá de terra sobre os túmulos de Caitlin e Malcolm.

-Sabe o que eu acho? - Lang comentou com Domênico, baixinho.

- Não... - O imediato inclinou a cabeça para ouvi-lo com atenção. - O quê?

-Que Caitlin esperou todos esses anos pelo retorno de um membro da família, que assumisse o seu funeral. Era órfã, e os demais O'Shea debandaram para outras paragens. Ela precisava que o clã se unisse e voltasse a Carmin-Sur para concluir seus assuntos. Não tinha mais ninguém para enterrá-la e encomendar sua alma.

Félix largou a pá. Juna sinalizou que a cova estava bem enterrada. Ele olhou ao redor, ofegante e comentou:

- Onde estará Maxwell? Queria levá-lo conosco, para não o deixar sozinho, neste lugar sombrio e abandonado. Ele é idoso demais para viver assim... Não consegui encontrá-lo em parte alguma.

-Talvez ele já tenha ido embora do castelo... Agora que tudo acabou - sugeriu Juna. - Vamos! Temos que zarpar para o nosso doce litoral franco. A frota do rei já deve ter desistido de nós.

Eles deixaram o cemitério, um a um... Apenas Lang e Morthen ficaram para trás. Eles cruzaram os braços diante do peito - a típica saudação viking - antes de deixarem o pequeno cemitério.

Quase saindo pelo arco, Lang se deparou com uma cruz de madeira simples, cuja inscrição o fez inclinar a cabeça, surpreso. Dizia: "Maxwell O'Brien - fiel servidor da família O'Shea".

Balançando a cabeça, ele finalmente compreendeu que mais de um, em Carmin-Sur, cumpriu sua missão e foi libertado.

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