Capitulo 37 - Senti Sua Falta

POV Will.

Chegando em casa tenho que tocar a campainha para que um de meus pais abram a porta:

— Olá? — Eu escuto minha mãe dizer pelo interfone.

— Sou eu mãe.

— Will? Aconteceu alguma coisa com o controle do portal?

Seguro um suspiro:

— Você pode só abrir o portão?

— Claro. — Ela diz e o portão se abre.

Abro a porta de casa, minha mãe vem ao meu encontro assim que entro:

— O que aconteceu? — Ela pergunta.

Me jogo no sofá soltando um longo suspiro:

— Estou tentando te ligar há horas. Porque você não atendeu o celular?

Suspiro novamente:

— Todas as minhas coisas foram roubadas.

Minha mãe parece sem palavras por um minuto até que se aproxima se sentando ao meu lado no sofá

— Você está bem? Como aconteceu?

Eu suspiro de novo me inclinando na direção da minha mãe, colocando a cabeça em seus ombros buscando conforto, minha mãe me abraça:

— Estou bem. Foi tudo muito rápido. Eu estava andando até meu carro quando o ladrão agarrou minha mochila, eu tentei correr atrás dele, mas ele foi mais rápido.

— Correr atra... Will! Isso é perigoso!

— Ele roubou todas as minhas coisas mãe. Meu notebook, celular, chave de casa do carro...

Me endireito saindo de seu abraço e passo as mãos pelo cabelo frustrado:

— Ugh! Normalmente eu deixo meu celular no bolso da calça, mas não queria me distrair durante a aula... — Suspiro frustrado

— Você foi a delegacia?

— Sim, pedi para um colega me levar a delegacia, porque, é claro, eu não pude dirigir meu carro já que as chaves estavam na mochila. — Eu digo irritado.

— Will. — Minha mãe me censura.

— Mas enfim, depois de fazer o boletim de ocorrência e listar o que foi roubado meu colega me trouxe para casa. Também liguei para companhia de seguro e eles mandaram um guincho para meu carro, eles vão trocar os códigos de controle da chave, vai ficar pronto amanhã.

Ficamos em silencio por um momento:

— Venha aqui. — Minha mãe diz me puxando para ela para me abraçar.

— O importante é que você está bem.

Sinto meu corpo relaxar um pouco

— Eu sei.

***

O dia seguinte foi atarefado, minha mãe me levou até o curso, uma vez que o meu carro só estaria pronto no final do dia.

Chegando no curso eu expliquei sobre o roubo e eles concordaram em substituir o material roubado sem nenhum custo adicional.

Ao fim do dia de aulas minha mãe veio me buscar para irmos comprar um novo celular e notebook, minha linha telefônica teve de ser cancelada, ou seja, tive que trocar de número.

Depois das compras fomos pegar meu carro juntamente com as novas chaves, minha mãe também me entregou as novas chaves de casa já que as fechaduras tiveram que ser trocadas por precaução.

Ao entrar no carro chequei meu porta-luvas onde havia deixado minha carteira, ao menos isso não havia sido roubado, eu me arrepiava só de pensar em ter que fazer novos documentos.

Durante todo o dia um pensamento constante continuava me incomodando, o pensamento de que talvez, apenas talvez, Nico tivesse tentando me ligar ou mandado mensagem.

Eu sabia que a probabilidade era pouca, fazia 5 dias que não nos falávamos quando fui roubado e até aquele momento Nico não havia ligado ou mandado mensagem.

Eu planejava ligar no fim da semana, eu tive que me segurar durante esse tempo para manter distância e não ligar, perdi a conta das vezes em que encarei seu número na tela do meu celular.

Quase cedi a tentação algumas vezes, mas queria que Nico desse o primeiro passo, para que eu soubesse que não estava nessa sozinho, mas isso não me impediu de questionar varias vezes se tomei a decisão certa.

Agora que troquei de numero pensei em ligar para avisar, mas me sentia inseguro não sabendo como minha ligação seria recebida, eu sabia que provavelmente estava pensando demais, mas não conseguia evitar.

Decidi ligar para Jason primeiro para dizer o que tinha acontecido enquanto criava coragem para ligar para Nico.

Jason atende no segundo toque:

— Alo? — Ele provavelmente está se perguntando quem é já que estou ligando de um novo número.

— Sou eu, Will.

— Wil... — Ele começa, mas se interrompe e então pergunta — O que diabos aconteceu?

— O que você quer dizer? — Eu pergunto, porque, afinal, eu só fiquei incomunicável por pouco mais de um dia, quase dois, e não é como se Jason e eu nos falássemos todos os dias então não entendi sua reação.

— Como assim o que eu quero dizer? Nico te ligou ontem à noite e você não atendeu.

Meu coração tenta pular para fora do meu peito, não sei se de surpresa ou alegria, provavelmente os dois:

— Ele ligou? — Eu pergunto surpreso e feliz.

Eu não conseguia acreditar que Nico realmente havia dado o primeiro passo:

— Sim. Ele também mandou mensagem, mas você não respondeu. Thalia disse que ele está bem bravo. Eu tentei te ligar quando ela me falou, mas também não consegui falar com você. E qual é a do número novo?

Suspiro frustrado com a situação, conto tudo o que aconteceu a Jason:

— Sinto muito por isso cara, mas o importante é que você está bem. E tenho certeza que Nico vai entender, mas você devia ligar logo para explicar a situação.

— Sim, você tem razão. Vou ligar.

— Essa é minha deixa então. Falo com você depois. Tchau.

— Tchau.

Finalizo minha ligação com Jason e abro meus contatos no celular, encaro o numero de Nico que a este ponto já havia decorado, seu contato foi o primeiro que adicionei quando comprei o celular.

Agora que eu sabia que ele havia ligado me sentia seguro em fazer a ligação.

POV Nico.

Encaro meu celular que está na minha mesa de cabeceira zombando de mim enquanto tento ler um livro.

Eu não vou ligar de novo. Ser ignorado uma vez é o suficiente.

— Ugh! — Eu exclamo jogando meu livro de lado e pegando meu celular.

Vou até os contatos e seleciono seu nome. Eu não consigo acreditar que realmente quero falar com ele. Aquele idiota.

O que está acontecendo comigo?

"Foda-se!" penso e quando estou para ligar meu celular toca e um numero que não conheço aparece em minha tela.

Eu contemplo recusar por um segundo, mas como é um número da área eu resolvo atender:

— Alô.

— Ouvi dizer que você me ligou.

Surpreso ao ouvir a voz de Will pela primeira vez em quase uma semana, quase deixo meu celular cair, mas o agarro com força e o aperto contra a orelha.

Meu coração se acelera. Reviro os olhos para mim mesmo. "Sério isso Nico?".

Respiro fundo antes de falar:

— Will. — Eu digo tentando soar indiferente.

— Oi. — Ele diz seu tom de voz transmite ternura. (He said in a soft tone of voice)

— Oi. — Eu respondo automaticamente no mesmo tom de voz, esquecendo por um momento que fui ignorado por ele no dia anterior.

Eu não sabia o que dizer em seguida então esperei que Will falasse:

— E então? Você me ligou?

— Sim e você não atendeu.

— Você realmente acha que eu ignoraria uma ligação sua?

— Não foi isso o que você fez?

— Não.

— Então o que aconteceu?

— Meu celular foi roubado dentre outras coisas.

— Você está bem?

— Porque? Está preocupado comigo?

Eu reviro os olhos, mas tenho um sorriso no rosto:

— Você não pode só responder à pergunta.

— Nah, eu prefiro que você responda a minha primeiro.

Eu suspiro e olho para cima pedindo paciência, mas não consigo deixar de sorrir:

— Okay, eu estou preocupado. Feliz agora?

— Muito.

Faço que não com a cabeça pensando que mesmo que tenhamos ficado sem nos falar por dias as coisas entre nós continuam iguais:

— Agora responda minha pergunta.

— Eu estou bem. O assaltante só pegou minha mochila e saiu correndo.

Aceno com a cabeça mesmo que ele não possa me ver, me sinto aliviado que nada de pior tenha acontecido:

— O importante é que você está bem.

— Sim, sim, sim, todos me disseram isso.

— Porque é a verdade.

— Eu sei.

Suspiro aliviado agora que a tensão que estava sentindo desde ontem se esvaiu enquanto conversávamos:

— E como está o Havaí?

— Entediante.

Will ri:

— O que? — Eu pergunto.

— Nada. É que essa resposta é tão você.

Reviro os olhos:

— Que seja. — Eu digo.

Quando o silencio de Will se estende eu pergunto:

— Will?

— Senti sua falta. — Ele diz fazendo meu coração se acelerar.

Respiro fundo:

— Bom saber. — Eu digo soltando o ar.

— Você sentiu minha falta?

— De um ser irritante como você?

— Sim. — Ele diz suavemente.

Sinto meu peito se encher de emoção:

— Sim. Eu senti sua falta. — Eu sussurro.

Ficamos em silencio, ouvindo a respiração do outro. Me senti em paz:

— Já esta tarde. Conversamos amanhã? — Will pergunta.

— Okay.

— Você tem que terminar a ligação.

Sorrio:

— Termina você.

Ouço Will rir:

— Tchau Nico.

— Tchau Will.

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