Capitulo 36 - Nico Solitário

Notas Iniciais

Oi. Tudo bem com vocês?

Todos se cuidando no meio dessa pandemia? Espero que sim e desejo que estejam todos saudáveis.

Perdão pela demora em postar, mas aqui vai mais um capitulo.

Como sou adepta da sofrência (mas só um pouquinho) o resultado foi esse. Espero que gostem!

POV Nico.

Depois que Will foi embora não consegui voltar a dormir, por mais cansado que estivesse meu cérebro se recusava a voltar a inconsciência.

Eu já sentia a falta dele.

Mais de uma vez eu me peguei estendendo a mão para pegar meu celular para que pudesse mandar uma mensagem para ele, mas em todas as vezes desisti da ideia.

Era ridículo, eu era ridículo, se alguém me dissesse algum tempo atrás que eu sentiria falta de Will eu o chamaria de louco, mas agora...

Eu suspirei e desisti de dormir, sai da cama e fui procurar por algo, qualquer coisa, que me distraísse.

Coincidentemente, um dia depois de Will ir embora Hazel se juntou a viagem, o que eu achei ótimo, pois ao menos eu teria uma distração mesmo que viesse na forma de minha irritante irmã.

Quando fui com meus pais buscar Hazel no aeroporto ela veio direto em minha direção e me deu um abraço de urso:

— E aí maninhooo? — Ela perguntou em meio ao abraço.

Eu juntei o ar que restava em meus pulmões para poder responde-la:

— Estaria melhor se pudesse respirar. — Eu disse sem ar.

Ela pegou a dica e me soltou e graças aos Deuses eu pude voltar a respirar.

Infelizmente, a distração que achei que a presença de minha irmã me proveria não durou muito tempo, pois assim que entramos no quarto, que agora eu dividiria com Hazel ao invés de Will, ela me perguntou:

— Como você está? Nosso pai disse que os Solace tiveram que voltar para casa mais cedo. — Ela perguntou já se deitando na cama.

Eu pego meu notebook para continuar a ler o livro que comecei a ler depois que Will foi embora e eu não consegui dormir:

— Estou bem. — Eu respondo indiferente enquanto me sento na cama apoiando minhas costas contra a cabeceira e abrindo ao notebook.

— É uma pena, — Hazel suspira — Eu estava tão animada que Will estaria aqui e eu teria alguém para torturar.

— Bom, você vai ter que se contentar comigo. — Eu murmuro para mim mesmo.

Já que eu esperava que você me distraísse para que eu não pensasse em Will e aqui está você fazendo o oposto, eu penso.

— E porque eles tiveram que voltar mesmo? Acho que papai me disse, mas não consigo me lembrar.

Contenho um suspiro triste já que sei que um interrogatório mais invasivo acontecera se ela notar quão afetado eu estou com a partida de Will:

— O pai de Will teve que voltar ao trabalho e Will tem um curso intensivo para fazer.

— Curso intensivo? — Ela questiona se virando de lado para me olhar.

— Ele está se preparando para o Exame de Admissão na Faculdade de Medicina.

— Will? Medicina? Como? Onde? Quando? O que? — Ela pergunta parecendo genuinamente confusa.

Reviro os olhos:

— Você ouviu.

— Qual faculdade?

— Columbia em Nova Iorque.

Acho que o queixa dela cai:

— Will quer ir para uma das melhores faculdades de medicina do mundo? — Ela pergunta incrédula.

— Sim.

— De verdade?

— Sim.

— Como você pode ter certeza? — Ela pergunta desconfiada.

Tenho que me conter para não revirar os olhos novamente, mas não posso culpa-la uma vez que minha reação não foi muito diferente:

— Ele me disse e a mãe dele confirmou.

Não que ela precisasse confirmar, porque por alguma razão louca, depois dessa viagem, eu confiava plenamente em Will.

E eu repito, sou ridículo.

— UAU!!! Que partido bom você foi arrumar. — Hazel diz.

Eu me viro para ela:

— Ele não é meu partido.

Ela me dispensa com o olhar sem acreditar:

— Tem certeza?

— Sim. — Eu tento dizer com firmeza, mas a incerteza e a esperança se infiltram em minha voz.

— E o rolo de vocês? Não significa nada?

— Acabou ontem.

— Se você diz. — Ela conclui — Bom, eu estou exausta, vou dormir.

***

Os cinco dias seguintes de viagem foram extremamente... chatos.

Por mais que eu tentasse eu não conseguia aproveitar nada, minha mente continuava divagando, levando meus pensamentos de volta para Will por mais que eu tentasse parar de pensar nele.

Eu não conseguia controlar, eu não conseguia não pensar nele, eu perdi a conta de quantas vezes me masturbei enquanto relembrava nossa única noite juntos.

Depois de cinco dias debatendo, pegando o telefone, procurando seu número na lista de contatos e desistindo de ligar ou então escrevendo mensagens e as apagando logo em seguida ou encarando meu celular esperando que ele desse o primeiro passo e me ligasse... Eu finalmente tomei coragem para ligar e ele não atendeu.

Meu coração se afundou com decepção pensando que talvez ele estivesse ignorando minha ligação, mas eu decidi dar uma outra chance e então enviei uma mensagem, pois talvez ele não pudesse me atender naquele momento, mas vendo a mensagem ele poderia responder quando tivesse tempo.

Mas depois de um dia sem resposta eu cheguei a conclusão de que talvez o que tivemos durante essa viagem tinha realmente acabado com sua partida.

E o pior é que eu ainda sentia falta dele, a todo momento eu queria estar com ele, conversar com ele, ouvir sua voz, sentir seu beijo... Deuses, como sou patético.

Até quando eu me deitava na cama para dormir eu sentia sua falta ao me lembrar da sensação de seus braços ao meu redor, de seu rosto enquanto dormia, do jeito que ele me acordava, de seus beijos de bom dia, da nossa noite incrível, de tudo.

"Pare de pensar nele!" Eu penso me repreendendo pela milionésima vez no dia:

— Você sente a falta dele. Isso é normal quando você gosta de alguém. — Thalia me diz ao telefone.

— Eu não gosto dele. — Eu nego tentando convencer mais a mim mesmo do que a ela.

Ouço o suspiro de Thalia pelo celular:

— Nico. Você precisa admitir como se sente. Eu prometo que tudo vai ficar mais fácil se você for honesto consigo mesmo. Quer dizer. Do que você tem medo?

— Eu não tenho medo de nada.

— Então porque é tão difícil admitir que você gosta dele?

— Por que... Se eu admitir... O que eu faço depois? As férias acabaram. Will conseguiu o que queria. Porque ficaria comigo?

— Como assim conseguiu o que queria? — Ela pergunta confusa o que me lembra que eu ainda não disse a ela.

— Nos... fizemos... sexo.

A linha fica em silencio total por um momento e então Thalia grita:

— Como Você Pôde Esconder Isso De Mim?! E Ter A Coragem De Me Contar Só Agora?!!! Como?!!! Quando?!!! Foi Bom?!!! Espetacular?!!!

— Eu não disse antes porque... bom... o assunto só surgiu agora e antes eu não estava pronto para dizer. O como é bastante obvio. Aconteceu na noite antes de ele ir embora e foi... bom, isso eu prefiro guardar para mim.

Foi a melhor noite da minha vida. Dominar e ser dominado. Perco o ar e fico excitado só de lembrar:

— Então você perdeu a aposta?

— Sim. Mas valeu a pena.

Thalia ri:

— Tenho certeza que sim. E... assim, só por curiosidade... quem ficou por cima?

Reviro os olhos:

— Isso só eu tenho que saber.

— Ah, qual é Nico! Sou sua melhor amiga, quero detalhes.

— Você não vai ter.

Ela suspira:

— Tudo bem, mas...Enfim, você acha que Will só queria isso? Sexo?

— Ele não me ligou Thalia. Nem uma única mensagem. Se ele estivesse interessado teria ligado. Dado sinal de vida.

— O fato de você estar chateado e magoado com isso só comprova que você gosta dele.

— Tá. Gosto dele. Gosto até demais para falar a verdade. Não consigo parar de pensar nele. De me sentir inseguro. De que quando nos vermos na escola ele vai me tratar como um desconhecido e eu vou ficar cultivando um amor não correspondido. Quer dizer, o que está acontecendo comigo? Não quero me sentir assim.

— Isso se chama amor meu amigo.

— Bom, se isso é amor então é uma droga.

Thalia ri:

— Porque você não fala com ele quando se encontrarem de novo? Pessoalmente.

— Não vou dizer nada pra ele. Não vou ficar perseguindo quem não me quer.

— Você tentou ligar pra ele?

— Sim. Ele não atendeu.

— Mandou mensagem?

— Ele não respondeu. Está vendo? Ele está me ignorando depois de ter conseguido o que queria.

— Talvez haja alguma explicação.

— A explicação é que ele é um idiota e eu sou um trouxa de ter me deixado levar por ele.

— Nico. Se acalme. Ok? Vamos esclarecer antes de tomar conclusões precipitadas.

— Não. Eu vou apenas... esquecer tudo isso.

Thalia bufa:

— Você sabe que não é tão simples. Quando o ver de novo. Dê a ele a chance de explicar.

— Quem disse que ele quer se explicar? Ou mesmo que ele quer algo comigo?

— Antes de ficar tão inseguro esclareça. Ou eu vou fazer isso por você.

— Tanto faz. Até lá vou ter esquecido sobre ele.

— Ah, Nico. Se fosse assim tão simples.

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