Capitulo 21 - Mau Humor
Notas Iniciais
Obrigado aos que votaram no capitulo anterior <3
E aos que comentaram <3<3<3
PS: Voltei a postar no Spirit para quem não gosta do Wattpad, mas caso você goste continue acompanhando por aqui, se não, o capitulo está no Spirit também.
POV Nico
Descemos até o saguão onde meu pai e os pais de Will estavam esperando e vamos até o carro, nossos pais alugaram um SUV de sete lugares para acomodar a todos nós e as nossas malas.
Meu pai vai dirigindo com minha mãe ao seu lado trabalhando como guia, os pais de Will se sentam na segunda fileira e eu o Will vamos na terceira fileira no fundo do carro.
Meu pai dá a partida e iniciamos a viagem, eu me recosto em meu assento e fecho os olhos tentando bloquear tudo ao meu redor, inclusive o fato de eu estar aqui:
— Vai ser divertido Nico. Você vai gostar. — Diz minha mãe.
Respiro fundo e abro os olhos:
— Não, eu não vou. Não sei qual a excitação em ver um vulcão soltar lava. — Eu reclamo.
— Não vamos ao Parque dos Vulcões hoje. Vamos ao Parque Histórico Nacional de Pu'honua O Honaunau, depois vamos mergulhar na baía da praia Honaunau, vamos almoçar e então ir para o hotel que agendamos em Hilo e então vamos para o Mauna Kea para ver o pôr do sol e o céu estrelado. — Minha mãe diz.
Eu cruzo os braços, algumas coisas que ela mencionou até parecem interessante, mas meu mau humor não cederia tão fácil:
— Uau. Nada do que você disse parece divertido. — Eu digo com uma voz de alegria falsa.
Quando minha mãe não consegue me convencer é a vez do meu pai entrar em ação:
— Você deve estar com sono então vamos fazer o seguinte, você dorme e talvez quando chegarmos lá seu humor estará melhor e você pode ao menos tentar se divertir. Que tal? — Meu pai sugere.
— Eu tenho diversão o bastante sem precisar subir uma montanha que cospe fogo, porque podemos não estar indo ao Kilauea hoje, mas sei que você vai querer ir amanhã e o Mauna Kea também é um vulcão.
— Um vulcão extinto. — Will diz.
— Não se intromete. — Eu digo.
Minha mãe suspira exasperada:
— Tudo bem. De qualquer maneira, tente dormir um pouco, a viagem vai ser longa. Sei que você vai gostar quando chegar lá.
Respiro fundo tentando me acalmar e resistir a vontade de continuar reclamando, eu odeio ser arrastado para lugares onde não quero ir. Qual o problema com os adultos? Eles não podem aceitar que a ideia deles de diversão e a minha são diferentes? Ugh!
***
Eu sou trazido a consciência lentamente ao sentir uma caricia em meus cabelos, eu abro os olhos para só então perceber que cai no sono durante a viagem e que usei o ombro de Will como meu travesseiro:
— Nico. — Will me chama baixinho passando a mão direita entre meus cabelos mais uma vez.
Eu me levanto de seu ombro de imediato sentindo falta de suas caricias, levo minha mão a boca cobrindo um bocejo. Olho em volta:
— Chegamos? — Eu pergunto com a voz rouca de sono.
— Sim. Mas antes de ir para praia paramos para tomar café da manhã.
Descemos do carro e seguimos nossos pais até uma cafeteria do outro lado da rua, ao entrarmos somos invadidos por um delicioso cheiro de café:
— Kona é famosa por ter os melhores grãos de café do planeta. Eu sempre quis provar. — Diz Naomi, a mãe de Will.
— Ao menos alguma coisa boa nessa viagem. Café. — Eu digo.
— Nico. — Minha mãe diz brava ao me lançar um olhar feio, mas eu não dou atenção, meu mal humor não melhorou nenhum pouco, mesmo depois de eu ter dormido.
Eu sei que estou sendo infantil, mas eu realmente não queria estar aqui e ser obrigado a vir me frustrava.
Os pais de Will ignoram minha falta de educação e seguem para o balcão de atendimento com meus pais logo atrás, quando dou um passo para segui-los Will me segura no lugar.
Me viro para olhar para ele e sou pego de surpresa pela intensidade do seu olhar:
— O que? — Eu pergunto.
— Você não pode ao menos tentar aproveitar um pouco? Eles estão animados com a viagem. — Diz Will apontando para nossos pais.
— Para você é fácil dizer. Você quer estar aqui.
— É mesmo tão ruim para você estar aqui?
— Você não entende.
— Na verdade, eu entendo sim. Sei que é frustrante ser forçado a vir, mas também sei que fechar a cara e reclamar a cada passo do caminho não vai adiantar nada. Estamos em um lugar lindo, aproveite as vistas e estamos com nossas famílias então aproveite a companhia deles. Faça isso pelos seus pais, eles se sentem mal com você se comportando assim.
— Você está me dando uma bronca?
— Não. Quer dizer. Eu só penso que você podia dar uma chance. Pelos seus pais. E por você. O que custa se divertir um pouco?
Will me lança aquele olhar do gato de botas do Shrek tornando impossível para mim dizer não. Eu suspiro derrotado:
— Ok. Vou tentar.
Will abre um grande sorriso e eu tenho que resistir ao impulso de puxa-lo contra mim e beija-lo:
— Obrigado. — Ele agradece.
Desvio o olhar de seu rosto para preservar meu equilíbrio:
— Preciso de café. — Eu digo indo para o balcão de atendimento, Will segue logo atrás de mim.
A cafeteria é pequena e rustica, as mesas são de uma madeira lisa e escura, assim como as cadeiras, a iluminação presente no local vem através das janelas, tudo isso proporciona um ambiente confortável e caloroso.
Seguimos os nossos pais até uma mesa que tem lugares para todos e aguardamos a chegada dos nossos pedidos que não demoram a chegar.
Todos experimentamos o café que é realmente o melhor que eu já bebi:
— Para onde vamos em seguida mesmo? — Eu pergunto tentando participar.
— Homnausdmfknfsjnau. — Diz o pai de Will com a boca cheia, sua esposa ri.
— O que?! — Pergunta Will sem entender assim como eu.
— Honaunau. Mais especificamente ao Parque Histórico Nacional de Pu'honua O Honaunau. Lá é onde nos tempos ancestrais os havaianos que quebravam as leis sagradas da sociedade se refugiavam – e depois de estarem ali por um tempo, poderiam voltar ao convívio social com seus pecados ou crimes perdoados. — Explica Naomi, a mãe de Will.
— Como uma prisão? Eu pergunto.
— Não exatamente. — Naomi me responde — É sim semelhante ao conceito de prisão, mas na maioria das vezes era voluntario, o pecador decidia ir para lá para se refugiar e se "limpar" dos seus pecados.
— Entendi.
— Tem totens lá também da época do Havaí antigo que ainda estão lá. — Diz meu pai.
— E se tivermos sorte tartarugas ficam na costa descansando. Aí podemos vê-las. — Diz minha mãe animada.
— Só que não podemos entrar na agua lá. — Diz Naomi.
— Vamos terminar de comer logo, é complicado estacionar perto do Parque então vamos ter que andar por um pedaço do trajeto. E até o topo do Mauna Kea demora bastante. — Diz Apolo.
— Topo de Mauna Kea? — Eu pergunto não gostando de como isso soa.
— Sim. São três horas de carro até o topo para ver o pôr do sol. Acima das nuvens. — Diz Will.
— Três horas. Ótimo. — Eu digo para mim mesmo.
Notas Finais
Se você gostou do capitulo considere dar o seu voto e deixar seu comentário.
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