Capitulo 12 - Destino


POV Will.

Eu entro em meu quarto de hotel, perdido em pensamentos novamente, ontem eu havia dito aos meus pais que sairia de manhã e eles disseram que já que eu não estaria aqui fariam um passeio romântico, eles me mandaram uma mensagem a poucos minutos para ter certeza que eu estava bem e avisando que voltariam mais tarde, o que é bom para mim considerando tudo que está se passando na minha cabeça.

Ainda estou tentando entender meus sentimentos em relação a Nico, mas depois dessa manhã está tudo ficando mais claro para mim, quando estávamos andando lado a lado enquanto voltávamos para o hotel, nossas mãos próximas quase encostando uma na outra eu queria segurar a mão de Nico na minha e só o pensamento disso me fez sentir bem, feliz, excitado e muito perdido. Eu nunca me senti assim antes, eu já fiquei com garotas, as beijei, mas nunca senti essa atração que eu sinto por Nico que para mim é praticamente palpável tal sua intensidade.

Respiro fundo e decido me preocupar com isso mais tarde, eu devia ligar para Jason, ele ainda não tinha me atualizado sobre sua situação com a Piper e também tinha que responder as mensagens dos meus outros amigos que eu não respondi hoje de manhã enquanto estava com Nico.

Depois que respondo minhas mensagens ligo para Jason:

— Me diga que não está ligando porque matou alguém e quer ajuda para esconder o corpo? — Jason pergunta assim que atende o telefone.

Esse é o poder dos melhores amigos, Jason disse uma frase e já me sinto melhor. Abro um sorriso:

— Não. Você está longe demais para poder me ajudar. E eu tenho meus pais para isso então...

— Não precisa jogar na minha cara que está no Havaí. Aliás, como vai a viagem? Minha proposta de trocar com você ainda está de pé.

— Eu agradeço sua oferta, mas eu mudei de ideia. Depois eu falo sobre isso, liguei para saber sobre você e a Piper.

— Não. Agora você me deixou curioso. O que te fez mudar de ideia?

Típico Jason. Ele não consegue conter a curiosidade:

— Eu encontrei alguém.

Posso ver tão claramente Jason franzir o cenho que é como se ele estivesse na minha frente:

— Quem? — Ele pergunta.

— Nico. — Digo.

— Di Angelo? — Jason pergunta parecendo descrente.

— Sim.

— Nico Di Angelo? Que vai para mesma escola que a gente e você não deixa ele em paz?

Eu reviro os olhos:

— Sim, Jason. Esse Nico.

— Então você está me dizendo que mudou de ideia sobre querer estar no Havaí porque o Nico está aí e você pode mexer com ele? — Jason pergunta parecendo não estar nenhum pouco feliz.

— Não. Essa não é a razão. — Eu nego.

Eu me deito na cama e passo a encarar o teto enquanto espero a resposta de Jason:

— Oh! Então porque você mudou de ideia?

— Eu pensei muito em tudo que você disse e conclui que você tem razão. Eu não odeio Nico, nunca odiei, não tenho nenhum motivo para odiá-lo e desde então eu tenho me sentido como um idiota por tudo que fiz e também me sinto culpado por todos os problemas que causei a Nico e a você também com meu comportamento infantil.

Jason fica em silencio por um tempo muito longo, tiro o celular da orelha e olho para a tela para ver se a ligação não caiu. Não. Não caiu:

— Jason?

— Estou absorvendo a notícia. Você acabou de admitir que eu estou certo e você errado?

Reviro os olhos:

— Sim, foi isso que eu disse e tenho certeza que você vai fazer questão de me lembrar disso constantemente, mas vamos nos concentrar no assunto por enquanto. Pode ser?

— Tudo bem. Então você se encontrou com Nico no Havaí?

— Sim. Ele está no mesmo hotel que eu.

— Então você está me dizendo que se encontrou com ele e não fez nenhuma brincadeira idiota? — Jason parecendo ainda estar absorvendo as novidades.

— Exatamente. — Eu digo.

— Então... ele te viu também? Vocês conversaram?

— Sim e sim.

— E isso não terminou em uma briga? — Jason soa muito confuso.

— Não. Sem brigas.

— Vocês não discutiram?

— Um pouco no início... Mas não brigamos.

— Como isso é possível?

— Começamos a conversar...

— Como amigos? Isso está ficando cada vez mais confuso.

Suspiro:

— Eu não queria vir para o Havaí, porque eu queria concertar as coisas com Nico. Mas agora que o encontrei aqui... Eu sei que vai ser difícil, mas quero consertar as coisas entre Nico e eu e vou dar meu melhor. Até recentemente Nico só viu meu lado ruim, agora quero mostram meu lado bom para ele e me desculpar por tudo que fiz ele passar.

— Isso é bom. — Jason diz depois de um minuto de silencio — Estou orgulhoso de você.

Me sento na cama:

— Jason... Eu... Eu acho que gosto do Nico.

— Gosta dele como pessoa?

— Sim, mas eu quero dizer... romanticamente. Eu ainda estou tentando entender meus sentimentos, mas tenho quase certeza. — Digo com receio de como Jason pode reagir a essa notícia.

— Como você pode fazer isso comigo William?! — Jason grita me assustando, mas em seguida sorrio com sua reação.

— Fazer o que?!

— Me contar isso quando você está a milhares de quilômetros de distância e eu não posso te dar uns tapas e dizer "eu te disse". — Diz com a voz aguda.

Eu rio. Eu devia saber que não tenho que me preocupar com a reação de Jason:

— Você pode dizer "eu te disse" pelo telefone. E estou feliz de estar a quilômetros de distância dos seus tapas.

— Mas parece destino, certo? Quer dizer, qual a probabilidade de vocês se encontrarem em um estado desse tamanho?

— É. Eu também fiquei chocado quando encontrei ele enquanto estava andando pela calçada perto da praia. O que é estranho porque Nico disse que não gosta de areia.

— Espera. Então vocês realmente conversaram como dois seres humanos civilizados?

Sorrio:

— Sim, Jason. Isso é o que eu disse.

— Isso é louco! Deve ser a magia do Havaí. Vocês tiveram anos para se acertarem aqui e só se acertam quando estão em outro estado.

— Se acertar é uma palavra muito forte. Nico ainda está com o pé atrás em relação a mim.

— Não é para menos, certo? Depois de tudo que você fez. Tem que correr atrás do prejuízo.

— Eu sei disso. Depois do que você disse e do que a Hazel disse...

— Hazel?

— É. Eu fui perguntar para ela como Nico estava... sabe... por causa da gripe e ela me falou algumas coisas que me fizeram pensar. Somando o que ela disse ao que você disse, eu percebi que estava fazendo tudo errado.

— Mas no momento qual seu real interesse em Nico?

— Bom, no momento eu só quero consertar essa bagunça que eu fiz e no caminho quem sabe eu consigo desvendar meus sentimentos.

— Mas você acha que pode ser Gay... ou talvez Bissexual?

— Si-sim. Acha que seria estranho? Se eu for...

— Gay? Bissexual? Não mudaria nada para mim. Você ainda será meu melhor amigo e honestamente se você fosse se apaixonar por mim já teria acontecido a muito tempo atrás, quer dizer, olha para mim. — Jason brinca.

Eu sorrio, Jason sempre soube deixar o assunto mais leve mesmo quando a conversa era séria:

— Alguém está se achando. — Eu digo.

Jason ri e depois de uma pausa diz:

— Mas agora é sério. Se alguém que você considera seu amigo virar as costas para você quando descobrir isso é porque essa pessoa não era sua amiga para começo de conversa. E se eu conheço nossos amigos eu sei que você não tem nada com o que se preocupar se você concluir que realmente é gay.

— E quanto ao restante?

— O restante? Foda-se o restante. — Jason diz como se não fosse grande coisa — O restante não tem nada a ver com a sua vida. Ouça Will, sempre vai ter alguém na sociedade que é contra, mas a opinião desse grupo de pessoas não deve fazer com que você mude quem é, porque você não deve absolutamente nada para elas.

— Já te disse que você é um ótimo melhor amigo.

— Você não precisa dizer. Eu sei.

Rimos juntos:

— Ok. Vamos falar de você agora. O que a Piper respondeu?

Eu juro que conseguia sentir a euforia dele através do telefone:

— Ela disse que sim. Vamos sair hoje à noite.

Sorrio feliz por ele:

— Você tinha alguma dúvida de que ela diria sim?

— Sempre existe a possibilidade de receber um não. Quer dizer... Se você convidasse Nico pra sair acha que ele diria sim de cara?

— Foi exatamente o que aconteceu.

— VOCÊ CONVIDOU NICO PARA SAIR?! — Jason grita no meu ouvido fazendo com que eu afaste o telefone da orelha.

— Não grite no meu ouvido. Não quero ficar surdo.

— Responda à pergunta. Ele aceitou mesmo? — Diz Jason se esforçando para manter o tom de voz baixo.

— Nós nos encontramos na calçada, na verdade Nico me encontrou. Estava ficando tarde. Eu insisti em conversar com ele enquanto andávamos, então chegamos no hotel no qual estamos hospedados, nós pegamos o elevador e então eu perguntei se ele não queria dar uma volta comigo, ele disse que estava tarde, eu disse que podia ser no dia seguinte e ele disse que sim. Quer dizer, não foi um encontro à gente só saiu para conversar. Na verdade, eu acabei de voltar do nosso passeio.

Jason fica em silencio por um longo tempo:

— Jason? Está aí?

— Estou chocado.

— Eu sei. Difícil de acreditar. — Eu digo sorrindo.

— Talvez ele tenha sentimentos por você. — Ele diz de repente me surpreendendo.

— Vamos desacelerar um pouco. Ainda estou tentando descobrir o que estou sentindo.

— Serio? Porque está bem claro para mim... — Jason suspira — Mas você tem razão, isso é novo para você e é melhor você descobrir sozinho e no seu próprio tempo.

Toc, toc, toc, três batidas na porta e então ouço a voz da minha mãe:

— Will? — Minha mãe chama.

— Estou indo. — Respondo — Tenho que ir. Minha mãe está chamando.

— Tudo bem. Me atualize se acontecer mais alguma coisa.

Olho para cima em um meio revirar de olhos e suspiro:

— Você vai me infernizar pelo resto da vida por causa disso, não é?

— Pode contar com isso.

— Tudo bem. Nos falamos depois e você me conta como foi com a Piper.

— Poder deixar.

— Tchau.

— Tchau.

Levanto para abrir a porta para minha mãe:

— Oi. Como foi o passeio romântico? — Pergunto assim que abro a porta.

Minha mãe abre um sorriso enorme:

— Foi incrível, mas não é sobre isso que vim falar.

— Ok. O que é?

— Nós conhecemos um outro casal durante nosso passeio, eles também estão hospedados aqui nas férias e eles também tem um filho. Enfim, decidimos sair para jantar juntos em um ótimo restaurante aqui perto do hotel. — Diz minha mãe animada.

— Qual o nome desse casal? — Pergunto curioso.

— Maria e Hades Di Angelo.

— E o nome do filho deles é Nico? — Pergunto tentando controlar o sorriso enorme que ameaça tomar conta do meu rosto.

— Você os conhece? — Pergunta meu pai curioso.

— Conheço Nico Di Angelo, ele estuda na minha classe. Encontrei com ele na praia ontem.

— Ótimo. Então o jantar está marcado, mas até lá. Nós três vamos mergulhar no recife de corais. — Diz minha mãe já querendo me arrastar para fora do quarto.

Obrigado por ler!!!

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