Capítulo 34
"Ouvindo essa música eu quase sinto pena da Natasha... Quase! hahahahah Boa leitura! Não se esqueçam dos votos e mais uma vez, obrigada pelo apoio!"
"Eu ouvi dizer que você acertou sua vida
Que você encontrou uma garota e agora está casado
Ouvi dizer que seus sonhos se tornaram reais
Acho que ela te deu coisas que eu não te dei
...
Eu odeio aparecer do nada, sem ser convidada
Mas eu não pude ficar longe, não consegui evitar
Eu tinha esperança de que você visse meu rosto e que você se lembrasse
De que pra mim, não acabou
Não faz mal, eu vou encontrar alguém como você
Não desejo nada além do melhor para você, também
Não me esqueça, eu imploro, eu me lembro do que você disse
Às vezes, acaba em amor
Mas às vezes, em vez disso, ele machuca
Às vezes, acaba em amor
Mas às vezes, em vez disso, ele machuca, sim"
Someone like you - Adele
Acordou com a voz de Micaela que dizia alto:
— Benjamin!
Logo ele percebeu que o bebê chorava no berço e quando Micaela fez menção de se levantar ele tomou a frente e tirou o filho do berço, entregando para a mãe logo em seguida.
Micaela o pegou com cuidado e não sabia muito o que fazer na verdade, não sabia se era fome, se precisava trocá-lo, ou era outra coisa. Seu palpite foi de que realmente fosse fome, e se provou certa, pois o menino realmente parecia faminto, estava mamando com muita vontade.
— Já que você está alimentando ele, vou descer e ver com Melissa se podemos trazer seus pais e minha mãe para conhecê-lo. – Disse Nicolas.
— Tudo bem.
Ele saiu do quarto apressado e embora tivesse dito a Micaela que iria falar com Melissa, sua prioridade era outra, iria falar com a pessoa que havia vazado a informação do nascimento de Benjamin. Não precisou ir muito longe, passando pelo corredor ouviu a voz de Natasha, atrás de si:
— Creio que devo lhe dar meus parabéns.
Ele se voltou para ela com uma expressão debochada e respondeu:
— Dispenso suas congratulações.... Foi você, não foi?
— Depende do que está falando.
— Você avisou que meu filho tinha nascido.
— Achei que as pessoas iriam querer saber.
— Então passou por cima de nós e deu a notícia antes?
Natasha deu de ombros e respondeu:
— Uma hora ou outra iriam ficar sabendo.
— Mas isso não era decisão sua! – Rebateu Nicolas ríspido – Eu vou te avisar apenas uma vez, fica longe do meu filho e é melhor que não o exponha novamente. Caso contrário....
— Caso contrário o quê? Irá adicionar mais uma acusação sobre você? Eu já ganhei a confiança de todos, Nicolas, enquanto a confiança em você apenas caiu, ninguém irá acreditar que eu possa fazer algo. Você pelo contrário....
— Sabe, Natasha, antes eu queria a todo custo que você fosse embora dessa casa, mas agora me parece bem mais útil que eu a tenha sob meus olhos. Sabe como é, mantenha seus inimigos perto. – Quanto mais Nicolas falava, mais se aproximava dela – E ao contrário do que pensa você não está me destruindo, a cada segundo que passa aqui é mais argumentos, motivos e provas que você me dá. Eu posso muito bem estar caído agora, posso muito bem não ter moral alguma.... E você pode me pisotear o quanto quiser. Mas quando eu me levantar.... É melhor que corra, ou vai desejar jamais ter atravessado meu caminho.
Ele virou as costas e seguiu seu caminho, mas ela tentou o impedir dizendo:
— Era para ser a gente. Era para ser nosso filho.
— Que sorte a minha que isso não aconteceu então.
Nicolas sequer se dignou a parar de andar e olhá-la, disse isso ainda andando como se não se importasse com ela. E, na verdade, ele não se importava, por mais que Natasha fizesse de tudo para chamar sua atenção, por mais que ela tramasse e tentasse seduzi-lo, Nicolas parecia imune. Mesmo que Natasha fingisse que a falta de interesse dele, que seu desprezo, não a afetavam, a verdade era outra, cada vez que recebia um olhar de ódio ou de nojo de Nicolas, seu peito doía e ela tinha que segurar as lágrimas para não deixar rolar.
No entanto, ela não deixaria que nada daquilo estragasse seu plano.... Nem mesmo o amor que sentia por Nicolas.
Entrando na cozinha novamente, Nicolas pediu que levassem algo para Micaela comer, já eram duas da tarde e ela não tinha comido nada, depois voltou para a sala e começou a procurar por Melissa.
Ficou feliz em saber que já poderia apresentar seu filho aos seus parentes, contanto que não ficassem muito "em cima" do pequeno. Andou por toda a casa procurando pelos sogros, sua mãe, seu irmão e Thomas, este último foi o único que não encontrou.
Todos subiram correndo para ver Benjamin, Laura e Susana foram as primeiras a entrarem já indo em direção a Micaela que tinha o filho nos braços. O bebê já tinha terminado de mamar e agora estava com os olhinhos azuis abertos olhando para a mãe.
— Me deixa ver meu neto! – Disse Susana se sentando ao lado de Micaela.
Laura se sentou do outro lado e ambas começaram a falar com o pequeno, como se estivessem se apresentando e ele entendesse alguma coisa.
— Ele tem seus olhos, Heitor! – Disse Laura se dirigindo para o marido.
Heitor ficara parado perto da porta junto com Nicolas e Gregory, ele estava um pouco em choque ainda, não podia acreditar que sua garotinha crescera tanto e agora já era mãe, o tempo passou rápido demais e lhe escapou por entre os dedos.
— Não quer conhecer seu neto, papai? – Perguntou Micaela.
Lentamente ele se aproximou e Susana lhe cedeu espaço, enquanto se levantava e enxugava as lágrimas de felicidade.
Olhando o bebê, Heitor não pôde dizer ao certo com quem ele se parecia mais, talvez fosse com Nicolas pelo fato dos cabelos pretos, e talvez fosse com Micaela por causa dos olhos extremamente azuis.
— Não posso crer! Você já é mãe. – Disse ele beijando a testa da filha.
— E só estou aqui por sua causa, pai. Muito obrigada. – Respondeu Micaela com os olhos cheios de lágrimas.
— Você não tem que agradecer, é meu bem mais precioso.
Ela sorriu largamente de novo e logo se voltou para Gregory, que ainda estava perto da porta, o garoto parecia meio acanhado e receoso de se aproximar.
— Venha aqui ver seu sobrinho, Gregory.
O menino olhou para o irmão, como se buscasse alguma aprovação, então Nicolas sorriu e acenou com a cabeça. Foi a vez de Laura ceder espaço para Gregory, já que Heitor ainda estava distraído brincando com o neto. Gregory subiu na cama e se sentou ao lado de Micaela, por alguns instantes ele apenas ficou olhando para o sobrinho, parecia que tinha medo de algo, e de fato estava com medo, passou a gestação toda de Micaela vendo as pessoas terem total cuidado com ela, e ouvindo dizerem que bebês são muito sensíveis, ele não queria machucar Benjamin.
— Posso fazer carinho? – Perguntou.
— Claro que pode, Greg. – Respondeu Micaela com gentileza.
Lentamente ele esticou a mão e com os dedos bem leves acariciou os cabelos do bebê, Benjamin ameaçou chorar e ele rapidamente recolheu a mão.
— Não se preocupe, Gregory, você não o machucou.
Micaela mal terminou de falar e Laura retomou:
— Bom, acho melhor irmos agora, não é muito bom ficarmos todos aqui e Micaela precisa comer.
— Já providenciei isso. – Respondeu Nicolas.
— Espera, cadê o Thomas? – Perguntou Micaela esperançosa.
— Não sabemos, filha. Talvez ele tenha saído, deve chegar daqui a pouco. – Respondeu Heitor.
— Ah.... Então está bem.
Micaela parecia um pouco decepcionada, mas logo escondeu a emoção. Quando todos estavam saindo, Telma entrou no quarto com uma bandeja com um lanche leve, algumas bolachas e um suco.
— Ah, que maravilha! Eu estava morrendo de fome. – Bradou Micaela.
Nicolas não precisou de mais que um olhar da sua esposa, se adiantou e pegou o filho delicadamente o colocando no berço, ele ainda estava meio sem jeito e não ia arriscar ficar com o menino no braço, Micaela parecia ser bem melhor do que ele nesse quesito.
Depois que Telma depositou a bandeja no colo de Micaela, ela se dirigiu para o lado do berço e ficou longos segundos olhando Benjamin.
— Ele é muito parecido com você, menino!
— É.... – Respondeu Nicolas admirando o filho.
— Quero desejar congratulações aos dois, que esse pequenino cresça com muita saúde.
— Obrigada, Telma.... Por toda a ajuda! – Disse Micaela.
— Não por isso, menina! Agora tenho que ir, é melhor começar a preparar as coisas para o café.
— Mas já?
— Ora, menino! Sua torta não vai ficar pronta na hora do café se eu não começar agora.
— Ganhei dois presentes em um dia só, virei pai e ainda vou ganhar uma torta da Telma.
A mulher desatou a rir e começou a sair do quarto, ela sabia que Nicolas adorava uma torta e agora não iria deixá-la em paz até que estivesse pronta. Assim como ela, ele também saiu do quarto, deixando Micaela sozinha e feliz por não ter que dividir seu lanche.
Pouco depois, Thomas apareceu e colocou a cabeça para dentro do quarto para ver se Micaela estava ali. Ela, por sua vez, se surpreendeu e bradou, deixando a bandeja de lado:
— Thomas! Onde estava?
— Eu dei uma saidinha. – Respondeu ele adentrando um pouco.
— Achei que ia ficar para conhecer o Ben.
— Eu não fiquei porque percebi que era o único que ainda não te dei um presente.
— Thomas, não precisava se incomodar!
— Precisava sim. – Respondeu ele saindo do quarto, e logo em seguida se escutou o som de algo se arrastando – Eu sei que provavelmente já tem uma, mas quero que use a minha. Espere só um segundo.... É meio pesada.
— Thomas, não force a coluna, por favor.
Logo ele adentrou o quarto novamente, arrastando uma poltrona de amamentação.
—Tommy! – Disse Micaela indo em sua direção – Eu não tinha uma dessas!
— Então parece que acertei em cheio.
— Você realmente não precisava me dar algo. Só de estar comigo já é o suficiente. Fez tanto por mim, Tommy!
— E ainda faria mais se pudesse. Eu amo você, pimentinha. Minha irmã!
Micaela se lançou nos braços de Thomas e deu o abraço mais apertado de toda a sua vida. Thomas conseguia ser incrível de uma maneira única. Executava com perfeição o papel de irmão mais velho que adotara.
— Vem, quero que conheça seu "sobrinho". – Disse Micaela o arrastando para perto do berço.
— Minha Nossa! Ele se parece muito com Nicolas!
— Sim!
— Pobrezinho!
— Thomas! – Repreendeu Micaela rindo.
— Não percamos a esperança. Ele pode melhorar quando crescer!
— Você não tem jeito.
— Eu ouvi isso! – Disse Nicolas atrás dos dois – E saiba que sinto muito orgulho de que ele se pareça comigo.
— O coitado não tem culpa, não é? – Brincou Thomas mais uma vez.
— Está muito abusado! – Respondeu Nicolas entrando na brincadeira.
— Meninos, vamos parar com isso. Thomas, Eu quero te fazer um convite.
— Que convite, pimentinha?
— Primeiro, pare de me chamar de pimentinha. E segundo.... Gostaríamos que fosse o padrinho de Benjamin.
— Padrinho? – Surpreendeu-se Thomas.
— Sim.
— Vocês sabem que não sou a melhor pessoa para isso, não é?
— Em questão de mulheres sabemos que não é mesmo. – Respondeu Micaela – Mas ninguém tem mais moral e mais honra que você, Thomas. Quero alguém assim perto do meu filho.
Ele se emocionou com aquilo, não demonstrou nenhum sentimento, guardou aquele momento precioso para si, mas abriu um largo sorriso e respondeu:
— Eu aceito.
— Ah, eu fico tão feliz! – Disse Micaela o abraçando de novo.
— Eu tenho é medo do que ele vai ensinar para o Ben. – Provocou Nicolas.
— Fique tranquilo que serei o melhor exemplo para seu filho.
— Eu duvido muito.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top