Um pouco mais a noite quando ele estava saindo do banho ela o interceptou no quarto, com uma camiseta preta e uma calça jeans nas mãos, e entregou a ele.

- O que significa isso? - Perguntou.

- Você vai sair com seus amigos. Fiz uma reserva em um lugar bem legal. Lá poderão comer, jogar e.... Se quiserem, beber. Mas não recomendo exagerar.

- Mas.... Achei que ia passar o resto do meu aniversário com você!

- Ah, Nicolas, você já passou muito tempo comigo hoje. Além disso, todos os seus amigos deram festas em seus aniversários. É justo que você também saia com eles no seu.

- Você, não entendeu. Eu queria ficar só com você. - Respondeu ele fazendo uma expressão maliciosa.

- Então, vamos fazer o seguinte. - Respondeu ela se aproximando e passando a mão por seus cabelos molhados - Você sai com eles, e quando voltar nós....

Micaela ficou na ponta dos pés aproximando os lábios dos ouvidos de Nicolas e cochichou algo que fez ele abrir um sorriso cafajeste.

- Então eu topo. - Respondeu ele.

Ele colocou a roupa e logo desceu as escadas com Micaela atrás de si. Chegando na sala encontrou seus amigos já o esperando. Henry como sempre estava apressado, o homem de pele negra e alto sempre fora especialista em roubar as moças que Nicolas flertava quando era solteiro. Mas sempre o compensava arrumando outra para o amigo. Não era preciso dizer muita coisa de Lucas, o ruivo nunca ficara mais do que dez minutos sozinho em uma balada, mas também nunca ficara acompanhado de uma única moça a noite toda. O único que parecia mais comportado era Inácio, que agora tinha mais um motivo para não se enredar com ninguém. Giih seria capaz de mata-lo se soubesse que olhou para uma moça sequer.

- Ah! Até que enfim a Cinderela terminou de se arrumar! - Disse Henry se levantando.

- Henry, se fosse me comparar à um personagem feminino dos contos de fadas, melhor que fosse a rainha má. - Respondeu Nicolas sarcástico.

- Cuidem bem dele, meninos. Quero meu marido inteiro de volta. - Se meteu Micaela rindo.

- Micaela, se você já não fosse casada com Nicolas, eu a pediria em casamento. - Disse Lucas em tom brincalhão, beijando a mão de Micaela.

- Não, não pediria não.

- É, tem razão. Não pediria mesmo. Deus me livre de me amarrar.

Ela riu e disse se virando para o marido:

- Eu vou te esperar.

- É melhor mesmo. - Respondeu ele dando um beijo de leve nela.

Logo ele saiu acompanhado dos amigos enquanto Micaela voltava para cima.
A maior parte da noite Nicolas passou jogando com os amigos, ganhou várias vezes no poker e se arrependeu de não terem apostado de verdade. Quase não bebeu, pediu apenas duas doses de whisky e se não fosse por Lucas derramar toda a cerveja em sua camiseta, ele não voltaria para casa cheirando a álcool.
Quando adentrou o quarto, estava tudo escuro e em cima da cama ele viu Micaela toda coberta, dos pés à cabeça. Nem mesmo os cabelos ficaram de fora.
Ele rapidamente tirou a camisa e a atirou longe, se aproximando devagar da cama.

- Melhor você acordar. Disse que me esperaria, senhora Lambertini. Não se esqueça do que prometeu, hoje é meu aniversário e vou cobrar meu último presente.

Com um movimente rápido, Nicolas arrancou as cobertas, mas Micaela não estava ali. Era apenas um monte de travesseiros. Logo ele sentiu duas mãos tapando seus olhos e ela cochichou em seu ouvido:

- E achou mesmo que eu iria descumprir uma promessa?

Nicolas se virou rapidamente e teve uma bela visão. Micaela estava apenas com um baby doll dourado, a luz da lua que penetrava no quarto refletia em sua pele, e Nicolas logo se lembrou como ela era macia de se tocar.
Ele abriu um largo sorriso e a puxou para perto a fazendo se sentar em seu colo.

- Eu acho bom mesmo que não tenha esquecido. Caso contrário eu a acordaria.

- E eu não reclamaria.

Com um movimento rápido e ao mesmo tempo delicado, ele a girou e deitou no centro da cama com o máximo de cuidado. Colou a boca no ouvido dela e sussurrou:

- Me surpreenda!

Então foi a vez de Micaela ficar por cima, com uma perna de cada lado do corpo de Nicolas. Lentamente ela se abaixou e mordiscou o lóbulo de sua orelha, depois plantou um beijo no rosto e na boca, para depois descer um pouco mais fazendo uma trilha de beijos até seu abdome.

Parou por alguns instantes e o encarou perguntando:

- E agora? O que deseja?

- Agora você deixa comigo.

Nicolas gostava de mandar, gostava de ser controlador nessas horas e Micaela não se importava, muito pelo contrário o incentivava a isso. Ele a fez subir um pouco mais na cama e logo estava por cima dela novamente. Sua boca buscava a de Micaela de modo faminto e logo não se contentou apenas com os lábios dela e desceu para o pescoço. Quando ela enroscou os dedos em seus cabelos, Nicolas segurou os punhos de Micaela e os manteve de encontro ao colchão.
Desceu a boca para a cavidade entre os seios e logo a escutou resmungar:

- Ai!

Ele se levantou preocupado e perguntou a encarando:

- Te machuquei?

- Não.... Só apertou um pouco, mas....

Era fato que a barriga de Micaela atrapalhava um pouco, no início da gravidez as coisas eram bem mais fáceis, mas agora já se tornava um pouco mais complicado. E Nicolas entendia bem, ele não queria machucá-la, por isso logo saiu de cima dela, um pouco frustrado.
No entanto, Micaela agarrou o cós de sua calça e disse:

- Eu não mandei você sair.

Ela o puxou novamente para o colchão, mas não ficou por baixo dele, quando Nicolas tentou se erguer novamente ela colocou o antebraço em cima de sua nuca e tornou a dizer:

- Não queria que eu te surpreendesse? Pois bem....

- O que vai fazer?

- Isso.

Ele sentiu a boca dela começar a percorrer a cicatriz que ele possuía nas costas, desde a base da coluna até a parte superior no ombro esquerdo.
A língua despontava vez ou outra, fazendo uma onda de choque percorrer todo o corpo de Nicolas. Ela sabia que aquele era o ponto fraco dele.... E abusava disso toda vez que queria deixa-lo maluco.
O tempo todo ela permaneceu em cima dele. E longos minutos depois Nicolas a deixou dormindo na cama e foi tomar um outro banho, pois o suor escorria por suas têmporas e costas.
No dia seguinte foi a vez de ele despertar primeiro, ficou a observando dormir por longos minutos, logo depois desceu um pouco na cama até ficar bem de frente com a barriga dela. Levemente colocou a mão em cima e cochichou:

- Já está acordado, filhão?

Esperou por alguns segundos, mas não obteve movimento algum, provavelmente ainda estava dormindo como a mãe. Quando estava prestes a tirar a mão sentiu o bebê se mexer, e se mexia demais. Quase como se estivesse se espreguiçando.

Logo Nicolas sorriu e continuou cochichando:

- Ei, acalme-se. Vai acordar sua mãe, e não queremos isso, não é mesmo?

Novamente ele observou Micaela que sequer se movera e voltou-se para a barriga:

- Ela é tão linda! Se você a visse.... Embora eu acredite que já saiba disso mesmo antes de vê-la. E quando ela fica brava! Os olhos brilham mais ainda e uma pequena ruga se forma entre as sobrancelhas.... E quando dorme.... É tão linda! Você vai aprender a reconhecer os sinais que ela dá, e se não conseguir eu o ajudarei. A verdade é que.... Você tem uma mãe incrível!

- Fazendo propaganda enganosa para o garoto desde já? - Soou a voz de Micaela.

Nicolas voltou o olhar para ela e questionou:

- Há quanto tempo está escutando?

- Acabei de acordar, então não sei ao certo o que você falou.

- Apenas verdades! Precisamos levantar. Hoje temos reunião.

Ela se virou de forma preguiçosa na cama e respondeu:

- Mas que saco! Lá se vão mais horas do meu dia.... Tudo bem, vamos lá.