Capítulo 33
Severus andou até sua sala em silêncio. Se aproximou da sua lareira e esperou uns segundos até ver a expressão preocupada de Ethan através das chamas.
- O que aconteceu?- Ethan se apronta a pergunta pois Severus só comunicava assim com ele quando algo de grave acontecia.
- As coisas pioraram.- Severus começa.- Não sentiu nada em sua marca?
- Senti...- Ethan respira fundo antes de perguntar.- Ele voltou?
- Ele voltou.- Severus confirma.- E sua neta testemunhou tudo.
- Como é?- a fala de Snape trouxe toda a atenção de Ethan.- Conte isso direito, o que aconteceu?
Severus contou tudo o que aconteceu a Ethan, contou sobre Frost ter sido enviada para o meio do labirinto, contou sobre a morte de Cedric e sobre Barty Crouch Jr. Contou tudo o que sabia.
- Por Merlin...- Ethan suspira pesadamente passando as mãos no rosto.- Há muitos aurores por aí?
- Alguns, estão esperando Potter e Frost acordares para os interrogar.- responde.
- Certo...fale com Dumbledore, estou indo para aí.- Ethan diz simplesmente.
- Você endoideceu? Não pode vir simplesmente aqui, há jornalistas e acho que o Ministro ainda aqui está.
- Minha neta foi machucada e presenciou o retorno de Voldemort, que pode ter feito só Merlin sabe o quê.- Ethan começa.- Não me importo com ninguém do Ministério, minha filha não pode ir aí então eu vou. E não, não poderá me impedir.
- Certo, venha, mas se for pego pelos aurores, está por sua conta.- Severus afirma perante a insistência e imprudência do outro.
Terminaram a conversa e Severus foi falar com Dumbledore que não parecia tão preocupado com a visita repentina de Ethan. Permitiu isso e tratou de tudo esperando ele aparecer e quando isso aconteceu, o levou até a enfermaria.
Harry acordou com o barulho de pessoas entrando na enfermaria e viu Severus acompanhado de outro homem que o garoto sabia que era Ethan Frost. Os dois adultos foram até a cama de Joana e o moreno fechou os olhos ouvindo apenas a conversa.
- Ela tem o braço esquerdo ferido.- Ethan comentou.
- Potter também tem.- Snape respondeu.- O sangue de ambos foi usado para trazer Você-Sabe-Quem de novo.
- Desde que chegaram aqui ela ainda não acordou?
- Não.- o professor responde.- Ela estava em choque com o que acontecera e bastante machucada, tinha um hematoma no rosto e na barriga, Pomfrey diz que foi torturada.
- Voldemort?
- Não acho.- Severus nega.- Lucius.
- Lucius? O Malfoy torturou ela?- Ethan pergunta se sentindo irritado
- Penso que sim, quando a trouxe para a enfermaria ela estava mal, mas ficou pior quando Draco entrou aqui, quase como se não fosse Draco que ela estava vendo.
- As coisas vão complicar.- Ethan comenta.- Vou ter que falar com ela sobre Malfoy.- murmura e muda de assunto.- E os olhos dela?
- Verdes, foi difícil acalmá-la, estava descontrolada.- Severus conta.- As coisas se mexiam com magia sem ela querer, estava muito forte.
- Também preciso treinar ela, ela não gosta dessa magia, mas preciso de a ensinar a controlá-la.
- Sim, vai.- Severus concorda.- Ele voltou.- murmura ainda pensando nisso.
- Sim, parece que sim.- Ethan suspira.- O que vai fazer?
- Eu? E você? Na visão de Você-Sabe-Quem eu sou o espião, você é o traidor.
- Eu vou continuar a fazer o que sempre fiz nesses últimos anos. Me esconder e proteger minha família.- Ethan afirma decidido.
- Espero que se esconda mesmo, e não ande com mais aventuras dessas.- Snape aponta para ele.- Vir aqui essa noite foi extremamente imprudente.
- Eu sei, mas é minha neta.- ele se justifica.- Precisava vê-la. Alisson ficou morrendo de preocupação quando você me chamou pela lareira e contou o que aconteceu.- ele suspira.- A partir do momento em que Dumbledore bateu na minha porta contando sobre a profecia eu sabia, sabia que seriam anos difíceis para ela aqui, mas não esperava metade de tudo isso. A cada ano é uma desgraça nova. Acho que única coisa boa é que ela fez bons amigos.
- Sim, ela fez.- Severus confessa.- Ela e Potter não se desgrudam.- ele revira os olhos.
- É, eu sei. Isso me deixa feliz.- Ethan responde.- A você não.- comenta.
- Sabe o que acho.
- Sei, e sei que você é ridículo. James cometeu erros, tal como você. Harry não devia ser culpado por seu rancor.- retruca.- Ele tem os olhos de Lily e sua bondade, isso devia contar para você.
Severus não responde permanecendo em silêncio.
- Eu preciso de falar com Dumbledore.- Snape interrompe o silêncio.- Não seja pego, não saía daqui.- diz sério num tom de aviso e saí da enfermaria fechando a porta.
Ethan ri levemente e olha a cama de Harry.
- Sabe, é um pouco rude ouvir as conversas dos outros.- o mais velho comenta sorrindo.
Harry corou levemente envergonhado por ter sigo pego escutando e vê o homem mais velho se aproximar de sua cama.
- Desculpe Senhor.- o moreno se desculpa.- Não era minha intenção.
- Não se preocupe Harry, eu não me importo.- o mais velho tranquiliza.- Como se sente?
- Melhor, não foi a melhor noite da minha vida.- o moreno suspira.
- Imagino que não.- Ethan responde.- Consegue falar um pouco do que aconteceu no labirinto?
Harry ficou quieto uns segundos e depois se mexeu desconfortável na cama.
- Tudo começou quando pegamos na Taça do Torneio, quando o fizemos de repente fomos levados para um cemitério.- Harry conta.- Foi tudo muito rápido, Joana ficou fraca, com os olhos verdes e Pettigrew apareceu matando Cedric e com uma criatura estranha nos braços.- ele faz uma pausa.- Pettigrew nos fez aos dois de prisioneiros e usou nossos sangue para trazer Voldermort de volta.
- Ele deve ter ficado satisfeito por ver você ali.- Ethan comenta e Harry assente.
- Ele me torturou e tentou me matar. Enquanto Malfoy a torturava.- ele olha a cama de Joana.- Não foi algo muito agradável. Eu conseguia ouvir os gritos dela, mas não conseguia fazer nada para ajudâ-la. Sinto muito.
- Sente muito? Harry, você teve Voldemort na sua frente, não precisa sentir muito, já tinha um grande problema na sua frente.
- É...acho que sim. Pelo menos chegou uma altura em que ela não precisava mais de ajuda.- Harry sorri levemente.- Usou sua magia jogando Malfoy para longe e lutou contra outros comensais.
- Sério?- Ethan parece um pouco surpreso, não sabia que Joana usaria sua magia assim.
- Sim.- o moreno confirmou.- Foi bastante incrível. Quando estávamos tentando chegar à Taça para voltar ela me protegeu, foi impressionante.
Ethan sorriu ao ver o sorriso do mais novo. Já tinha visto aquele sorriso antes, à muitos anos.
- Você gosta dela, não gosta?- o mais velho questiona e Harry fica um pouco sem jeito, não sabia se admitiria na frente de Ethan.
- É, eu gosto, gosto muito dela.- ele acaba confessando.
- Você é um bom garoto Harry, não vejo ninguém melhor para minha neta.
- Obrigado Senhor, mas ela está com Malfoy, não quero me intrometer.
Ethan acena com a cabeça e olha o garoto.
- Sabe, não gosto de me intrometer na vida amorosa da minha neta, então o que vou dizer fica só entre nós, certo?- Harry concorda.- Ela e Draco não vão durar muito mais tempo. A separação deles é inevitável.
- Porquê? Porque Lucius Malfoy é um Comensal?- Harry pergunta baixo.
- Sim, por isso. Draco infelizmente acabará por seguir os passos do pai, não há muitos mais caminhos para o garoto. Não há muito que possamos fazer para impedir isso. Ele ficará do lado errado da guerra. Mas não conte a ninguém. Quem sabe haja a hipótese de eu estar errado.
- Não se preocupe, não conto.- Harry garante.
- Ótimo. As coisas vão ficar difíceis, tenha cuidado Harry, cuide de si, dela e de seus amigos.
- Acha que haverá uma guerra?
- Com certeza. Voldemort irá procurar novos seguidores e reconquistar alguns antigos. Teremos que estar prontos para isso. Mas tudo a seu tempo.
- Sabe onde está Sirius?- Harry questiona de repente.
- Não, não sei.- Ethan suspira.- Ainda não comunicamos, talvez nos próximos dias. Mas é Sirius, certeza que está bem. Remus deve estar o mantendo na linha.
Harry ri levemente com isso concordando com a afirmação.
- Bem, é melhor eu ir.- Ethan se levanta.- Não posso correr mais riscos de ser visto por alguém do Ministério.
- Sr. Frost?- Harry chama sua atenção.- Todos falam que me pareço com meus pais, você era próximo de ambos, acha o mesmo?
Ethan sorri com ternura olhando o moreno.
- Acho, é impossível não ver James na sua aparência, na sua coragem e na sua necessidade de proteger seus amigos. E vejo Lily em seus olhos e em sua bondade e seu sorriso. Eles estão sempre presentes em você. Adeus Harry.
Harry apenas acena com a cabeça com um sorriso de emoção ao ouvir as palavras do mais velho. Gostou do que ouviu. Ethan deu costas e saiu da enfermaria saindo de Hogwarts.
(...)
Joana acordou no dia seguinte com vozes falando alto na enfermaria. Ela viu alguns professores, Dumbledore, Fudge e perto da cama onde Harry estava deitado tinha um enorme cão preto que a loira percebeu ser Sirius. Sua cabeça doía, mas se sentou e prestou atenção na conversa.
- Dumbledore.- Fudge começou.- Você...você não pode simplesmente achar que Você-Sabe-Quem retornou. Com certeza Crouch cometeu um erro, deve ter achado que estava sob as ordens de Você-Sabe-Quem e contou isso a vocês. Não podemos aceitar as palavras de um louco...
- Quando Harry e Joana tocaram na Taça na noite anterior, eles foram diretamente enviados até Voldemort.- Dumbledore respondeu com firmeza nas suas palavras.- Eles presenciaram o renascimento de Lord Voldemort. Explicarei tudo a você se quiser vir ao meu escritório.- ele afirma vendo os dois garotos acordados em suas camas.- Receio que não posso permitir que interrogue os dois garotos, não agora.
- Você está...hm...disposto a aceitar as palavras destes dois jovens?- Fudge questiona.
Houve um momento de silêncio, Joana suspirou com as palavras de Fudge e Sirius rosnou para o Ministro antes de ir até a cama da loira quase que a cumprimentando.
- Certamente acredito em Harry e Joana.- Dumbledore responde. Seus olhos brilhavam em fúria.- Ouvi a confissão de Crouch e a versão de Harry. As histórias se confirmam, e sei que se perguntar tudo de novo a Joana ela confirmará tudo de novo.
- Você não pode estar falando sério Dumbledore.- Fudge insiste.
- Nós vimos Voldemort voltar!- Joana gritou subitamente.- Nós vimos os Comensais aparecerem, podemos dar nomes se quiser! Lucius Malfoy!- ela não hesita em dizer aquele nome embora sinta um arrepio.- Ele estava lá! Ele me torturou!
- Malfoy foi inocentado.- Fudge exclama indignado.- Uma família antiga, que faz doações por causas excelentes.
- Mcnair!- Harry diz um nome.
- Também foi inocentado.- exclama o Ministro.
- Nott, Crabbe, Goyle.- Harry continua.
- Estão apenas falando nomes que foram absolvidos de acusações! Pelo amor de Merlin Dumbledore! Esses dois ficaram com histórias malucas na cabeça no ano passado e a história está se repetindo agora. A garota é perigosa e o garoto fala com cobras!- ele acrescenta lembrando de coisas que leu sobre Harry escritas por Rita Skeeter que de alguma forma descobriu.- Acha que os dois merecem mesmo confiança?
- Seu tolo.- Minerva intervém.- Cedric Diggory está morto! Tal como o Sr.Crouch! Certamente não foram mortos por histórias malucas.
- Não vejo evidências que provem alguma coisa! Só parece que vocês estão decididos a criar uma onda de pânico, que irá desestabilizar todo o nosso trabalho nos últimos treze anos!
Joana sentia vontade de chorar de frustração, o maior cego é aquele que não quer ver. O Ministro estava sendo ignorante.
- Certo.- Joana disse chamando a atenção do Ministro.- Não acredite em nós, continue no seu mundo de fantasia. Mas quando pessoas começarem a desaparecer e a aparecerem mortas, não fique com um ar surpreendido Sr. Ministro. O senhor não passa de um ignorante.
- Você está cego de amor - disse Dumbledore, sua voz elevando-se agora, a aurade poder palpável ao seu redor, seus olhos mais uma vez esbraseados.- pelo cargo que ocupa! Você atribui demasiada importância, como sempre fez, àchamada pureza do sangue! Você não consegue reconhecer que não faz diferençaquem a pessoa é ao nascer, mas o que ela vai ser ao crescer! Digo-lhe agora, tome asmedidas que sugeri e você será lembrado, no cargo ou fora dele, como umdos Ministros da Magia mais corajosos e sábios que já conhecemos.Não faça nada, e a história irá lembrá-lo como o homem que se omitiu e permitiu que Voldemort tivesse uma segunda oportunidade dedestruir o mundo que tentamos reconstruir!
- Está demente.- Fudge acusa num sussurro.- Enlouqueceu...
Todos ficaram em silêncio olhando os dois. Joana não entendia como tudo isso podia estar acontecendo. Até Snape tentou convencer Fudge, nada deu resultado. A loira sentiu algo cutucando levemente seu braço e olhou Sirius que estava praticamente deitado em cima dela.
- Estou bem Pads, não se preocupe.- ela murmura acariciando seu pelo.
Entretanto o Ministro entregou o prêmio do Torneio a Harry e foi embora para alívio da loira, odiava o homem.
Na enfermaria depois só ficaram, Molly Weasley que estava ali como responsável por Harry, Ron, Hermione, Dumbledore e Snape.
- E agora - disse Dumbledore após fechar a porta - está na hora de duas pessoas deste grupo se reconhecerempelo que são. Sirius... se puder retomar sua formahabitual.
O cachorro preto ergueu a cabeça para o diretor, depois, num segundo, voltou aser homem, ficando de pé do lado da cama de Joana. A Sra. Weasley gritou de espanto.
- Sirius Black! - tornou a gritar ela com voz aguda, apontando para o bruxo.
- Mamãe, cala a boca! - berrou Rony. - Está tudo bem!
Snape não gritara nem saltara para trás, mas a expressão do seurosto era uma mistura de fúria e horror.
- Ele! - rosnou o professor, arregalando os olhos para Sirius, cujorosto exprimia igual desagrado. - Que é que ele está fazendo aqui?
- Está aqui a meu convite - disse Dumbledore, olhando para ambos - como você, Severus. Confio nos dois. Está na hora de porem de lado as velhasdiferenças e confiarem um no outro.
Sirius ficou quieto apenas acariciando os cabelos da loira querendo transmitir conforto à mesma. Joana e Harry se olharam, ambos sabiam que o pedido do diretor era quase impossível. Muito devagar, mas ainda se olhando feio como se não desejassem um ao outro senão o mal, Sirius e Snape se aproximarame apertaram as mãos. Mas as soltaram bem rápido.
Depois, Dumbledore deu instruções a ambos que fez com que Sirius tivesse que ir embora. O homem analisou Joana e Harry uma última vez, se despediu e desapareceu. Molly também teve de sair e na enfermaria ficaram apenas os quatro jovens.
- Ficamos bastante preocupados quando vos vimos aparecer na entrada do labirinto.- Hermione comentou.- Isso não devia ter acontecido.
- Não, não devia.- Joana concordou suspirando pesadamente.
O resto do dia foi cheio de visitas, suas amigas apareceram lá com expressões preocupadas e curiosas e Joana contou o que pôde, não queria dar muitos detalhes, o choque do retorno de Voldemort bastou às garotas.
- Quer que chamemos Draco?- Millie questiona.- Ele andou bastante nervoso nas últimas horas, quase teve um colapso.
- Acho que nunca ninguém o tinha visto daquele jeito.- Brunna Collins acrescenta.- Pelo menos, foi o que Blaise me falou.
Joana pediu que o chamassem mais tarde e ela o viu entrar na enfermaria quase correndo até sua cama e a abraçando firmemente. Harry só conseguiu olhar a cena seriamente, se lembrando de Lucius e do que fez no cemitério.
- Eu estava tão preocupado com você.- o loiro confessa segurando o rosto da namorada e beijando sua testa.- O estado em que você estava...eu não sabia o que fazer.
- Ei, tudo bem. Estou bem, foi uma noite difícil, mas estou aqui.
Draco ficou com ela um bom tempo lhe fazendo companhia. Ele questionou o que aconteceu, mas ela não conseguiu contar, não sabia como o fazer, seu pai estava lá e a torturou, não conseguia falar isso.
À noite Madame Pomfrey proibiu visitas e Joana se levantou, contrariando os pedidos de Harry para não fazer isso, e foi até a cama do amigo o abraçando fortemente.
- Você está bem? Fiquei com tanto medo, achei que Voldemort iria matar você.- ela murmura baixo.
- Estou bem, eu fiquei com medo também, e com medo por você. Como você está?
- Bem, estou bem.- ela dá um pequeno sorriso.- Já estive melhor, mas vamos ficar bem.
- É, acho que vamos.- Harry responde pegando na mão dela.
Iam ficar bem, não importava Voldemort, não importava o Ministro, nem os Comensais. Iam ambos estar lado a lado e lidar com o que viria, que não era pouco.
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HEYYY
NÃO MORRI.
Finalmente o capítulo veio, sinto muito ter demorado meses para o capítulo. Me senti bloqueada quando tentava escrever essa fic, e estava também escrevendo as outras histórias.
Mas vou tentar voltar ao ritmo dessa história.
Tá tenso, e essa parte 4 da história está quase no fim. Logo virá o livro 5, se preparem.
Espero que gostem e peço desculpa qualquer erro. Se tiver algum erro me avisem, obrigada.
Por hoje é tudo
Beijinhos, Jo
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