Capítulo 31
Na manhã de Natal, Joana foi acordada por Hermione.
- Feliz Natal!- exclamou Hermione
- Feliz Natal!- exclamou Joana de volta mesmo estando ainda um pouco sonolenta.
As duas deram um presente uma a outra e abriram outros que ali estavam. Joana viu que Mrs.Wealey lhe oferecera uma camisola escarlate com o leão dos Gryffindor à frente ao lado de um J bordado na camisola. Hermione tinha uma igual mas com a letra H. Então vestiram as novas camisolas.
Depois foram as duas ter com Harry e Ron ao dormitório deles e viram que eles estavam a olhar para uma vassoura que estava suspensa no ar. Era uma Flecha de Fogo.
- Oh! Harry, quem mandou isso a você?- perguntou Hermione
- Não faço ideia.- respondeu ele.- Não trazia nenhum cartão
Hermione não pareceu espantada nem intrigada. Pelo contrário, ficou carrancuda, mordendo o lábio.
- O que foi?- perguntou Joana
- Não sei.- disse ela lentamente.- Mas é um pouco estranho, não é? Afinal, é uma vassoura muito boa...
Ron suspirou exasperado.
- É a melhor vassoura que existe, Hermione.
- Portanto, deve ter sido caríssima...
- Provavelmente custou mais do que todas as vassouras dos Slytherin juntas.- afirmou Ron com um ar feliz
- Bem... E quem mandaria ao Harry uma coisa tão cara sem lhe dizer que a tinha mandado?- perguntou Hermione
- Quero lá saber!- ripostou Ron impaciente.- Olhe, Harry, posso dar uma volta?
- Acho que ninguém deveria andar na vassoura por enquanto!- declarou Hermione
- Para que é que você acha que o Harry a quer, para varrer o chão?- perguntou Ron
Mas antes que Hermione pudesse responder, Crookshanks se esgueirou da cama de Seamus e se atirou ao peito de Ron
- TIRA ELE DAQUI!- Berrou Ron enquanto as garras de Crookshanks lhe rasgavam o pijama e Scabbers tentava uma fuga rápida pelo seu ombro. Ron agarrou Scabbers pela cauda e deu um pontapé mal dirigido a Crookshanks, batendo por engano no malão que estava encostada à cama de Harry e o virando, o que o fez dar um salto, gemendo de dor.
O pelo de Crookshanks ficou subitamente eriçado. Um apito fino e persistente enchia a sala. O Avisoscópio de Harry tinha saltado do malão e fazia um barulho alto e extremamente irritante, rodopiando no chão.
- É melhor levar esse gato daqui, Hermione.- avisou Ron furioso. Estava sentado na cama massajando o dedo do pé.
- Pode parar esse barulho?- perguntou Joana a Harry enquanto Hermione saía do quarto levando Crookshanks, que mantinha os olhos amarelos maliciosamente fixos em Ron.
Harry voltou a arrumar o Avisoscópio.
Joana olhava para Scabbers, que antes estava tão gordo e agora magrinho, parecendo até que tinha peladas.
- Ele não está nada com bom aspecto, pois não?- comentou Joana
- É do stress.- Respondeu Ron.- Estaria ótimo se aquela estúpida bola de pelo o deixasse em paz!
Mas Joana se lembrando do que a mulher da loja dos animais mágicos dissera sobre os ratos não viverem mais do que três anos, não pôde deixar de sentir que, a não ser que Scabbers possuísse poderes mágicos que nunca revelara, estava chegando ao fim dos seus dias. E sabia que, apesar de Ron se queixar muitas vezes de que ele era um chato e um inútil, ficaria infelicíssimo com a sua morte.
(...)
O espírito de Natal estava definitivamente por baixo essa manhã na sala comunal dos Gryffindor. Hermione fechara Crookshanks no dormitório, mas estava furiosa com Ron por ele ter tentado lhe dar um pontapé. Ron ainda deitava fumo com a recente tentativa de Crookshanks de comer Scabbers. Joana e Harry desistiram de tentar fazer eles falar um com o outro, então Joana se entreteu a ler um livro e Harry a examinar a sua Flecha de Fogo que trouxera consigo para baixo.
Por nenhum motivo não muito compreensível, isso parecia irritar Hermione, que não disse nada, mas não parou de olhar para a vassoura como se também ela estivesse contra o seu gato.
À hora do almoço, desceram até ao Salão e verificaram que as mesas tinham sido encostadas de novo à parede e que no meio da sala havia uma única mesa posta para doze pessoas. Os professores Dumbledore, McGonagall, Snape e Flitwick já lá se encontravam. Havia só mais quatro alunos. Mariana Lee, Millie Lovegood, Brunna Collins e Ginny Weasley.
- Feliz Natal!- desejou-lhes Dumbledore, quando Joana, Harry, Ron e Hermione se aproximaram da mesa.- Como somos tão poucos, me pareceu disparatado usar as mesas das equipas. Sentem! Sentem!
Joana, Harry, Ron e Hermione se sentaram uns ao lado dos outros ao fundo da mesa.
- Crackers!- Anunciou Dumbledore cheio de entusiasmo, oferecendo a ponta de um Cracker prateado a Snape que lhe tocou com relutância e puxou. Com um estoiro que parecia um tiro, o Cracker explosivo se separou, revelando um chapéu de Feiticeira, alto e pontiagudo, que tinha em cima um abutre empalhado.
- Toca a atacar!- disse Dumbledore sorrindo
Enquanto Joana se servia, as portas do Salão se abriram de novo. Era a professora Trelawney que deslizava em direção a eles como se viesse sobre rodas. Usava um vestido verde de lantejoulas que escolhera de propósito para a ocasião e que a fazia parecer mais do que nunca uma libelinha brilhante de proporções gigantescas.
- Sybill, que agradável surpresa!- exclamou Dumbledore se levantando.
- Tenho estado consultando a minha bola de cristal, Diretor.- afirmou a professora Trelawney na sua voz difusa e distante.- E para meu grande espanto, me vi a mim própria, abandonando a refeição solitária que ia tomar e vindo ao vosso encontro. Quem sou eu para recusar os desígnios do destino? Saí rapidamente da minha torre e só peço que me perdoem o atraso.
- Certamente, certamente.- disse Dumbledore com os olhos brilhando.- Me deixe arranjar-lhe uma cadeira.
E assim fez. Com a varinha, colocou pelo ar uma cadeira que rodopiou alguns segundos antes de tocar no chão com um leve ruído, entre os professores Snape e McGonagall. Mas a professora Trelawney não se sentou. Os seus olhos enormes tinham girado em volta da mesa e subitamente soltou um pequeno grito.
- Não me arrisco a sentar, Diretor. Se o fizer, seremos treze à mesa e não há nada que dê mais azar. Não se esqueça de que quando treze pessoas comem juntas, a primeira a levantar é a primeira a morrer.
- Nós arriscamos, Sybill.- retorquiu a professora McGonagall, impaciente.- Sente, a comida está ficando fria.
A professora Trelawney hesitou, mas acabou por se sentar na cadeira.
- Dobrada, Sybill?- perguntou a professora McGonagall com uma grande colher na terrina que estava mais próxima.
A professora Trelawney a ignorou. Voltou a olhar em volta e perguntou
- Mas onde está o nosso querido professor Lupin?
- Acho que o pobre homem está outra vez doente.-disse Dumbledore fazendo sinal para que todos começassem a se servir.- É uma pena, logo no dia de Natal.
- Mas certamente já sabia, Sybill.- observa a professora McGonagall, erguendo as sobrancelhas.
A professora Trelawney lhe lançou um olhar frio
- É claro que sabia, Minerva.- confirmou calmamente.- Mas não gosto de exibir o facto de saber as coisas. Muitas vezes me comporto como se não possuísse a Visão Interior para pôr os outros mais à vontade.
- Isso explica quase tudo.- comentou a professora McGonagall secamente
- Se quer saber, Minerva, vi que o pobre Professor Lupin não ficará connosco muito mais tempo. Ele próprio pareceu saber que tem as horas contadas, saiu disparado de ao pé de mim quando me ofereci para lhe ver o futuro na bola de cristal...
- Quem diria!- comentou a professora McGonagall secamente
- Duvido.- disse Dumbledore num tom de voz alegre, mas um pouco mais alto que o habitual, que pôs fim à conversa entre as professoras.- Duvido de que o professor Lupin esteja em perigo iminente. Severus, fez a ele novamente a poção?
- Sim, Diretor.- respondeu Snape confirmando.
- Ótimo.- exclamou Dumbledore.- Nesse caso, ele deve melhorar não tarda nada. Brunna, já provou uma destas chipolatas? São excelentes.
Brunna negou com a cabeça e pegou na travessa de comida.
Tudo correu normal durante o dia. No jantar de Natal, Harry e Ron foram os primeiros a se levantar da mesa e a professora Trelawney gritou altíssimo
- Meus filhos, quando de vocês deixou a mesa primeiro?! Qual?!
- Não sei.- confessou Ron, olhando para Harry pouco à vontade.
- Duvido de que isso tenha alguma importância.- comentou a professora McGonagall friamente.- A não ser que o maluquinho do machado esteja ali à porta à espera, para trucidar o primeiro que chegar ao Hall de Entrada.
Até Ron riu. A professora Trelawney ficou a olhar com um ar indignado.
- Vocês vêm?- perguntou Harry a Joana e a Hermione
- Sim, claro.- Respondeu Joana
- Eu não.- murmurou Hermione.- Quero falar com a professora McGonagall
- Deve estar vendo se pode ter ainda mais aulas.- bocejou Ron enquanto se dirigiam para o Hall de entrada.
Quando chegaram ao buraco do retrato, viram Sir Cadogan partilhando o seu Natal com uma série de monges, vários antigos diretores de Hogwarts e o seu pony gordo. Ergueu a viseira e os saudou com uma caneca de Mead
- Feliz Natal! A senha?
- Cachorro Miserável.- respondeu Ron
- O mesmo para o senhor.- retorquiu com desagrado Sir Cadogan, enquanto o quadro se afastava para lhes dar entrada.
Joana se sentou diretamente no sofá abler. Viu Harry ir até ao dormitório e voltar com a Flecha de Fogo e um kit de tratamento de vassouras na mão.
Ficaram ali os três em silêncio até que o buraco do retrato se abriu e a Hermione entrou, acompanhada da professora McGonagall. Hermione se sentou logo e se escondeu por trás de um livro.
- Então é essa?- perguntou a professora McGonagall se aproximando do lume e olhando para a Flecha de Fogo.- Miss Granger acaba de me informar de que lhe mandaram uma vassoura, Potter.
Joana, Harry e Ron olharam para Hermione. Podiam ver a sua testa ficar corada.
- Posso?- perguntou a professora McGonagall.- Hum! E não havia nenhum cartão, Potter, nenhum tipo de mensagem?
- Não.- confirmou ele pálido
- Estou a ver...- comentou a professora McGonagall.- Bem lamento mas tenho de confiscá-la, Potter.
- O q-quê?- gaguejou Harry.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top