Capítulo 29
Joana foi sem parar e sem olhar para trás para a comunal. Foi até ao dormitório, que estava vazio. Estava perdida nos seus pensamentos quando alguém bateu na porta.
Ela a abriu e viu uma garota com pele clara, cabelos longos, pretos e ondulados e usava óculos redondos. Parecia ser da sua idade.
- Olá.- disse a menina com um sorriso tímido
- Olá? Eu conheço você?- perguntou Joana um pouco confusa com a presença da outra.
- Oh, não desculpa. Sou a Brunna Collins. Muito prazer.- disse ela
- Prazer, sou a Joana Frost.
- Eu sei...- disse a Brunna um pouco desconfortável
- É, já imaginava que soubesse mas tinha esperanças que não.- Respondeu Joana um pouco desconfortável também.- A... Bem, precisa de alguma coisa?
- Não, mas vi você subindo as escadas tão apressada e como não parecia bem, vim ver se precisava de alguma coisa.
- Oh! Obrigada, sinceramente não me apetece falar sobre isso...- murmurou Joana baixando levemente a cabeça
- Tudo bem, eu entendo. Mas precisa de companhia?
- Eu não te quero atrapalhar. Deve estar com os seus amigos ou deve ter algo mais importante para fazer.
- Não atrapalha, de verdade. Por acaso eu estava sozinha apenas lendo. Eu amo muito ler.
- Bem, então eu aceito sua companhia.- diz ela sorrindo.
As duas se sentaram na cama de Joana.
- É estranho, eu não me lembro de te ver por aqui.- exclamou Joana
- Normal, eu habitualmente estou num canto da biblioteca, lendo ou estudando. Há quem diga que eu devia estar nos Ravenclaw. - explicou Brunna rindo.- Mas enfim, são apenas estereótipos.
- Também acho.- disse Joana rindo levemente também.- Eu sou de pais Muggles e você?- pergunta querendo saber mais sobre ela.
- Eu também. Na minha família não há bruxos à uns 200 anos.
- Na minha sou só eu e o meu avô.- a voz de Joana foi se tornando mais baixa, ainda lhe custava acreditar que a família lhe tinha mentido a vida toda.
- Hey, você está bem?- perguntou Brunna
- Sim, sim, são só problemas de família... Olhe, se você descobrisse coisas sobre a sua família e percebesse que guardaram segredos de você e contaram mentiras, o que fazia?
- Bem, falava com ela, mandava um carta, ou então esperava até ao fim do ano, para falar pessoalmente. Mas isso sou eu, você tem de fazer o que achar que é melhor.- aconselhou Brunna.
- Obrigada, acho que já sei o que fazer.- disse Joana
- De nada, se precisar de alguma coisa é só dizer, ando sempre por aí.- disse Brunna sorrindo amigavelmente.-Bem, tenho de ir mandar uma carta. Adeus Joana.- exclamou Brunna saindo do dormitório de Joana
- Adeus Brunna.- se despediu também sorrindo.
Joana fechou a porta do dormitório novamente e ficou pensando. Podia mandar uma carta aos pais... Não, não, isso era um assunto importante e devia ser falado pessoalmente e de preferência com o seu avô. Embora não o visse há um bom tempo, faria questão de o ver durante essas férias de verão.
Estava decidido. Quando o ano acabasse ia falar com todos. Precisava de saber tudo o que aconteceu. Precisava de saber o lado do avô.
(...)
No dia seguinte Joana e Hermione acordaram e viram que estavam apenas as duas no dormitório. Era o primeiro dia de férias. Foram até ao Salão em silêncio.
Começaram a tomar o café da manhã quando o Harry e o Ron aparecem no lugar.
- Está mesmo com mau aspeto, sabe?- observou Hermione, olhando preocupada para Harry
- Eu estou ótimo.- assegurou Harry
- Harry, ouve.- disse Hermione trocando um olhar com Joana e Ron.- Deve estar bastante perturbado com o que ouviu ontem, mas a verdade é que não deve fazer nada idiota e perigoso.
- Como o quê?- perguntou Harry.
- Como tentar ir atrás do Sirius Black- sugeriu Joana
- Não vai, pois não?- insistiu Hermione
- O Black não merece que se morra por ele.- reforçou Ron
Harry olhou para os três.
- Vocês sabem o que eu vejo e ouço cada vez que um Dementor chega perto de mim?
Ron e Hermione abanaram a cabeça com um expressão apreensiva e confusa. Mas Joana já sabia.
- Ouço minha mãe gritando e implorando misericórdia ao Voldemort. Se vocês ouvissem as vossas mães assim, à espera de serem mortas, não se esqueceriam com tanta facilidade. E se soubessem que alguém que se fazia passar por amigo dela a traiu e mandou o Voldemort a perseguir...
- Você não pode fazer nada.- disse Hermione com um ar aflito.- Os Dementors vão capturar o Black e ele vai voltar para Azkaban, que é o que ele merece.
- E se não for suficiente?- Harry murmura.
- E o que é que você quer dizer com isso?- perguntou Ron muito nervoso- Quer matar o Black?
- Não seja idiota.- interferiu Joana com o pânico na voz.- O Harry não quer matar ninguém, pois não, Harry?
Harry não respondeu.
Ficou em silêncio uns segundos.
- O Malfoy sabe.- disse bruscamente - Lembra, Ron? Do que ele me disse na aula de Poções? Se fosse ele... Ia atrás dele, quereria vingança...
- Vai seguir o conselho do Malfoy em vez do nosso?- perguntou Ron, furioso.- Ouve, sabe o que fora encontrado de Peter após Black acabar com ele? Apenas um dedo! Foi o único bocado maior que restou dele. O Black é doido, Harry e é perigoso.
- O pai do Malfoy deve ter lhe contado.- continuou Harry pensando, ignorando Ron.- Ele fazia parte do circulo do Voldemort.
- Diz antes o Você-Sabe-Quem.- interrompeu Ron irritado
- É tão óbvio que os Malfoys sabiam que o Black trabalhava para o Voldemort...
- E o Malfoy adoraria ver você feito em mil pedacinho como o Pettigrew, veja se percebe. Seja mais consciente, ele está tentando ver se te matam antes de te enfrentar no jogo de Quidditch.
- Harry, por favor!- implorou Joana irritada e com receio.- Seja sensato! O Black fez uma coisa terrível, mas não se ponha em perigo. Isso é o que ele quer. Harry, vai se meter na boca do lobo se for à procura dele. A sua mãe e o seu pai não quereriam que acontecesse nenhum mal a você, nunca desejariam que fosse à procura do Black!
- Eu nunca poderei saber o que eles queriam, porque graças ao Black, nunca falei com eles!- afirmou Harry laconicamente e irritado.
Joana e Harry ficaram a olhar um para o outro firmemente até que Joana desiste e continua comendo em silêncio. Ficara um pouco brava com Harry. Como é que ele poderia querer ir atrás de um assassino? Como é que ele conseguia pensar em ir até ao perigo assim? Se arriscar daquele jeito.
Houve um silêncio durante o qual Crookshanks se esticou voluptuosamente, fletindo as garras. O bolso de Ron estremeceu.
- Olhem.- disse Ron numa tentativa bastante óbvia de mudar de assunto.- Estamos de férias. É quase Natal. Vamos descer e visitar o Hagrid, não o vemos à séculos!
- Não!- ripostou rapidamente Hermione- O Harry não deve sair do castelo Ron.
- Está bem, vamos.- contrapôs Harry, se levantando.- E eu aproveito para lhe perguntar por que motivo nunca me falou do Black quando me falou dos meus pais.
- Ou podemos jogar uma partida de xadrez.- sugeriu logo Ron.-, ou Berlindes Esguinchadores...
- Não, vamos visitar o Hagrid.- insistiu Harry num tom definitivo.
- Joana, vem?- perguntou Hermione
- Não, venham vocês. Acho que vou para a biblioteca. Vejo vocês mais tarde.
Joana se levantou e se afastou. Ela não queria falar mais sobre Sirius Black.
Chegou à biblioteca e avistou Mariana Lee e Millie Lovegood. E decidiu ir ter com elas.
- Olá. - exclamou Joana se sentando com elas.
- Olá.- disseram as outras duas em coro
- Já não vos via a algum tempo.- comentou sorrindo.
- Pois é, agora tem sido difícil estarmos juntas com as aulas. Mas a Mariana teve uma ótima ideia.- disse Millie
- Ah, sim? E qual é?- pergunta com interesse.
- Como no nosso dormitório só ficamos nós, eu pensei em fazermos uma festa de pijama. Ia ser eu, a Millie, você e a Ginny.
- Boa, amei a ideia. Quando?
- Amanhã.
- Ótimo, contem comigo.- disse Joana sorrindo
- Que bom que aceitou. Começamos a pensar que iríamos ter de convencer você.- disse Millie
- Porquê?
- Podia não querer quebrar as regras.- Mariana diz brincando.
- Olhem, eu estou completamente exausta de tudo, preciso de descontrair um pouco.- disse Joana sorrindo e depois de respirar fundo disse num tom descontraído.- Além disso. Petrifiquei pessoas e não fui expulsa nem presa, acho que ninguém irá fazer drama por fazer uma pequena festa de pijama.
Mariana e Millie olharam para ela um pouco e ao notar que ela tinha falado com um tom descontraído a rindo, começaram rindo também.
- Você arrasa amiga.- disse Mariana ainda rindo.
- Eu sei. Mas correção. Nós arrasamos!- disse Joana sorrindo satisfeita.
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