capítulo 26

Joana se virou e viu o professor Dumbledore com o seu típico sorriso simpático.

- O que te fez vir aqui agora?- perguntou Dumbledore

- Não sei, apenas senti que precisava de um tempo sozinha, ver essa linda paisagem e apanhar o ar de cá de cima, mesmo estando um pouco de frio.- Respondeu Joana

Dumbledore andou alguns passos até ficar ao seu lado.

- De facto é uma linda paisagem. E como é que você está?

- Normal eu acho. As aulas têm corrido bem.- Respondeu Joana encolhendo levemente os ombros

- Mas como está você, realmente? Sei que alguma coisa preocupa você. - disse Dumbledore

- Na verdade é mais do que uma coisa.

- Acho que temos tempo.- exclamou Dumbledore continuando a sorrir

-Bem, as coisas andam diferentes desde que se soube que eu sou a Herdeira de Salazar Slytherin. Primeiro as pessoas se afastaram de mim por medo e por raiva, talvez. E depois foi o Profeta Diário

- Sim, eu reparei. Felizmente o Profeta Diário não voltou a falar de você. Tentei falar outra vez com o Ministro e acho que deu melhor resultado. Quanto aos outros acho melhor lhes dar algum tempo.

- Sim, acho que é melhor. Ahm... Professor... O senhor conheceu o meu avô, não conheceu?- perguntou Joana

- Sim, conheci.- confirmou Dumbledore

- Ele... Teve problemas com o Voldemort?

- Sim, teve... Porquê?

- É que, no jogo, quando um Dementor se aproximou de mim eu ouvi o meu avô discutindo com Voldemort... O senhor sabe por acaso o que aconteceu?- Joana perguntou num tom hesitante

- Sei, sim.- respondeu Dumbledore se virando para a paisagem.

- Poderia me contar sobre?

- Claro. O seu avô foi um aluno brilhante, esteve nos Slytherin e infelizmente quando acabou a escola se alistou a Voldemort.

- Ele foi um Comensal da Morte?- perguntou Joana admirada

- Foi, sim. Mas mais tarde desistiu e fugiu para o mundo Muggle onde conheceu a sua avó. Depois veio sua mãe que nasceu sem magia e mais tarde veio você. E foi a partir do momento em que nasceu que Voldemort começou à sua procura. Mas ele encontrou o seu avô primeiro.

Joana ouvia tudo com toda a atenção possível

- Voldemort entrou na casa do teu avô e o enfrentou...

- Diz, onde é que ela está?

- Nunca te direi, ela não tem culpa de nada!

- Não interessa! Você sabe que não pode ser assim. Só deve existir um Herdeiro!

- A profecia diz que existem dois. Eu não vou deixar que a mate!

- Você ou ela, Black! Diz me onde ela está!

- Nunca!!

- Parece que vamos fazer isso da forma mais difícil. CRUCIO!

- Voldemort torturou o seu avô.- Continuou Dumbledore.- Mas ele nunca cedeu e não lhe disse onde morava. Ele acabou por desistir e deixou a sua família em paz. Dois meses depois ele desapareceu na noite em que tentou matar o Harry.

- Mas eu não percebo. Porquê me matar?

- Porque ele queria o poder de Salazar Slytherin só para ele. Não queria partilhar um espécie de ligação com outros pessoa.

- Uma ligação?

- Sim. Você por acaso não tem tido pesadelos com o Tom Riddle?

- Sim, tenho. Ele fala como se pode se ler a minha mente... Ele pode mesmo?

- Não, não propriamente. Ele apenas consegue ver as coisas más que te acontecem e consegue perceber o que te preocupa, pois as pessoas costumam pensar demasiado nisso. E é disso que ele se "alimenta". É o seu medo que ele quer. Mas isso numa hora irá parar. Felizmente ele não consegue ler tudo, nem controlar você. Apenas aparecer nos seus pesadelos mas não consegue te fazer mal. É uma ligação um pouco complicada. E é por isso que não fica com os olhos verdes quando você se irrita, ou se estressa, mas também quando o vê.

- Entendi... Tenho mais uma pergunta.

- Esteja à vontade para fazer.

- Nos sonhos, ele tenta sempre me convencer a me juntar a ele. Mas porquê? Ele não me queria matar?

- Sim queria. Provavelmente ele viu que é muito forte e útil no seu exército. Mas nunca se deixe convencer.

- Não irei, Professor. Não outra vez...

- Ainda bem. E não se preocupe Joana, tudo irá melhorar. E não se esqueça. Podemos encontrar a felicidade mesmo nas horas mais sombrias, se nos lembrarmos de acender a luz.- e ao dizer isto, Dumbledore saiu da sala deixando Joana ali com mil pensamentos na cabeça.

Por um lado ela ficou quase que decepcionada por saber que o seu avô se tinha juntado a Voldemort e por outro estava completamente feliz e agradecida por ele a ter protegido daquela maneira. Lá no fundo sentia orgulho de ser neta de Ethan Black.

Ela saiu da sala e caminhou pelo corredor. Parecia que conseguia ouvir a risada fria de Voldemort. E ela não lhe saía da cabeça.

- Preocupada com alguma coisa?

Joana olhou para a frente e paralisou ficando pálida. Tom Riddle estava ali parado na sua frente.

- O-o q-que é que e-está fazendo a-aqui?- perguntou Joana aterrorizada. Ela estava acordada mas aquilo não podia ser real. - Eu estou acordada!

- Pois está. Mas quem garante a você que eu só estou nos sonhos...?

Joana recuou mas agarrou na varinha.

- Acha mesmo que me consegue vencer?- desafiou Riddle sorrindo.- Adorava ver você tentar

Mas ela não conseguiu. Fechou os olhos com força desejando que ele desaparecesse dali.

Depois os abriu. Riddle não estava lá mais. E ela estava sentada no chão encostada na parede. Não se conseguia levantar e também não estava conseguindo respirar. Estava tendo um ataque de pânico. Queria gritar mas a voz não saía. Não estava conseguindo se controlar. Nem sabia exatamente o que estava acontecendo.

Foi então que sentiu dois braços a agarrarem com força e a puxarem para um abraço.

- Shhh... Se acalma, tentr respirar fundo.- ela ouviu a voz de Draco dizer.

Eles estavam os dois no chão. Draco tinha Joana nos seus braços segurando levemente a cabeça dela contra o seu peito.

Sentiu a sua camisola ficar um pouco molhada. Ela estava chorando.

- Calma, já está tudo bem. Eu estou aqui. Você está bem... Não está sozinha. Respire fundo várias vezes.

Ela obedeceu e começou respirando fundo devagar seguindo suas instruções. Depois levantou a cabeça devagar.

- Draco?- Chamou baixo querendo ter a certeza de que era ele.

- Sim, sou eu, eu estou aqui.

- O que é que estava acontecendo?

- Você estava tendo um ataque de pânico. Mas já passou...Se sente melhor?

Joana assentiu, voltou a colocar a cabeça no peito de Draco e ficaram ali abraçados no chão em silêncio.

Se Lúcios visse Draco naquele momento...

Draco tinha acabado de receber uma coruja do pai, falando que ele tinha de se afastar de Joana. E que no Natal "conversariam" pessoalmente.

"Conversar".- pensou Draco. Ele sabia exatamente que Lúcios iria fazer tudo menos falar. Mas ele não iria se afastar de Joana. Ele não queria. Ele queria estar perto dela, ele precisava de estar com ela. Era feliz ao seu lado. E não era Lúcios que iria estragar as coisas.

Depois de ler a carta ele foi à procura de Joana para lhe contar e lhe garantir que não iria se afastar, mas quando a encontrou ela estava sentada no chão quieta demais contra a parede não conseguindo respirar e tendo um ataque de pânico. Ele nem pensou duas vezes e foi logo ter com ela.
Agora o importante era ela ficar bem.
E nada mais importava.

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