capítulo 18
O jogo de Quidditch estava se aproximando e Oliver Wood convocou uma reunião numa quinta feira para treinar e discutir as novas táticas.
- Essa é a última hipótese, a minha última hipótese, de ganhar a taça de Quidditch.- Anunciou ele, enquanto andava de um lado para o outro dando grandes passadas.- Eu já vou me embora no final desse ano. Não vou ter mais possibilidades. Há sete anos que os Gryffindor não vencem. É certo, temos tido uma série de azares. Ferimentos, o cancelamento do jogo no ano passado.- Wood engoliu em seco e Joana automaticamente olhou para o chão.- Mas sabemos que também temos a melhor equipa da escola - disse batendo com o punho na palma da mão, com os olhos a brilharem.- Temos três chasers sensacionais.- apontou para Joana, Angelina e Katie. - Temos dois beaters imbatíveis.
- Para, Oliver, está nos deixando constrangidos.- disseram em simultâneo Fred e George, fingindo corar.
- E temos um seeker que nunca nos fez perder um jogo.- disse Oliver olhando para Harry.- E eu.
- Nós achamos você também muito bom, Oliver.- disse Joana
- Um keeper explosivo.- acrescentou Angelina.
- Então, é assim.- Prosseguiu Wood.- A Taça de Quidditch já devia ter sido nossa há dois anos quando o Harry entrou na equipa. Eu achei que ela estava no papo, mas a verdade é que ainda não a conseguimos e, este ano, temos de tentar a todo o custo!
- Oliver, este é o nosso ano- garantiu lhe Fred
- Vamos conseguir!- afirmou Katie
- Sem dúvida!- reforçou Harry
Cheia de determinação, a equipa iniciou os seus treinos três vezes por semana. O tempo começava arrefecendo cada vez mais, a ficar mais húmido e as noites mais escuras.
Uma noite, depois dos treinos, Joana e Harry voltaram para a sala comum dos Gryffindor cheios de frio,mas satisfeitos com o modo como as coisas tinham decorrido e foram encontrar mais uma vez Ron e Hermione a discutir
- O que se passa?- perguntou Joana
- É este gato. Ele ficou obcecado com o Scabbers!- disse Ron
- O Crookshanks não tem culpa. Ele é um gato Ron, é normal para a sua espécie.
- Fica aí quietinho.- disse Ron irritado para o gato que estava deitado numa carpete.- Tenho o Scabbers dormindo no meu saco.
Joana bocejou. Quem lhe dera estar dormindo também, mas se recordou que tinha um mapa de Astronomia para acabar. Tirou o pergaminho de dentro do saco, a tinta e a pena e começou a trabalhar.
De repente Crookshanks salta para o colo de Ron num salto
- Eh!- gritou Ron, agarrando o saco, enquanto Crookshanks enfiava nele as garras todas e tentava rasgá-lo com ferocidade.- SAI DAÍ, SEU ANIMAL IDIOTA!
- Ron, não lhe faça mal.- gritou Hermione. Toda a gente na comunal olhava para eles. Ron fez girar o saco com Crookshanks o agarrando e Scabbers saiu pela abertura
- AGARREM ESSE GATO!- gritou Ron ao ver Crookshanks ir atrás de Scabbers.
George tentou agarrar Crookshanks mas falhou. Scabbers depois de correr muito desapareceu debaixo de uma cómoda.
Crookshanks parou e Joana o apanhou o entregando de seguida a Hermione.
Ron pós a mão debaixo da cómoda e conseguiu segurar Scabbers.
- Olhe para ele.- disse furioso lhe mostrando o rato.- É só pele e osso. Mantém esse gato longe dele!
- O Crookshanks não percebe que está a fazendo mal.- o desculpou Hermione, com a voz trémula.- Todos os gatos perseguem ratos.
- Mas há alguma coisa esquisita nesse animal! Ele me ouviu dizer que o Scabbers estava no saco.
- Oh! Ron isso é um disparate.- disse Joana - O Crookshanks pode apenas ter sentido o cheiro de Scabbers, Ron, senão como é que pensa que...
- Esse gato anda atrás do Scabbers!- insistiu, ignorando as pessoas que, em volta riam à socapa.- E o Scabbers estava aqui primeiro e está doente!
Ron atravessou a comunal e desapareceu pelas escadas acima, em direção ao dormitório dos rapazes.
-Não se preocupes Hermione, é o Ron. Agora ele está assim mas depois ele se acalma.- Disse Joana vendo o ar da amiga.
Mas no dia seguinte Ron não falava com Hermione, ainda estava chateado. Mal lhe falou durante a aula de Herbologia, apesar de estarem juntos com a Joana e o Harry no mesmo grupo.
- Como está o Scabbers?- perguntou Hermione timidamente, enquanto raspavam as vagens rosadas das plantas e esvaziavam os feijões reluzentes para um balde.
- Está escondido ao fundo da minha cama tremendo.- respondeu Ron zangado, falhando o balde e entornando os feijões no chão.
- Cuidado, Weasley, cuidado.- gritou a professora Sprout.
Mais tarde ao irem para a aula de transfiguração os quatro viram Lavender Brown a chorar. Parvati tinha o braço em volta dela e explicava qualquer coisa a Seamus e a Dean que estavam muito sérios.
- O que se passa, Lavender?- perguntou Joana
- Ela recebeu uma carta de casa hoje de manhã.- murmurou Parvati.- Foi o coelhinho dela, o Binky. Foi morto por uma raposa.
- Oh!- suspirou Hermione.- Lamento Lavender
- Eu devia ter calculado!- exclamou Lavender com um ar dramático- Sabe que dia é hoje?
- Hã...
- Dezasseis de outubro. "Aquilo que você receia sucederá a 16 de outubro"! Ela estava certa. Ela estava certa.
- Quem?- perguntou Harry
- A professora Trelawney. Ela me disse isso à uns dias
Todos se tinham reunido em volta de Lavender. Seamus abanou a cabeça seriamente. Hermione hesitou e disse seguida
- Você receava que o Binky fosse morto por uma raposa?
- Não, não obrigatoriamente por uma raposa.- respondeu Lavender, com os olhos rasos de água.- mas, é óbvio que eu tinha medo que ele morresse, não é?
- Oh!- exclamou Joana, fazendo uma pausa.- Então o Binky era um coelho já velho?
- N-não- soluçou Lavender- E-era um coelho pequenino.
Joana e Hermione trocaram um olhar.
- Mas então, por que receava que ele morresse?- perguntou Joana
Parvati olhou para ela, furiosa, embora a loira não entendesse porquê, perguntou querendo mesmo saber.
- Bem, olhemos para as coisas do ponto de vista lógico.- afirmou Hermione, se voltando para todos.- Afinal o Binky nem sequer morreu hoje,pois não? A Lavender acaba de receber a notícia. E não receava com certeza que isto acontecesse, porque ficou em choque
Lavender soluçou alto.
- Não ligue à Hermione, Lavender- disse Ron em voz alta.- ela não liga nenhuma aos animais de estimação dos outros
Nesse momento a professora McGonagall entrou na sala e todos foram para os seus lugares. Ron e Hermione olhavam com ferocidade um para o outro. No fim da aula já estavam todos arrumando tudo para sair quando a professora McGonagall pediu para esperarem
- Um momento, por favor! Como vocês fazem parte da minha equipa, deverão me entregar as autorizações para ir a Hogsmeade. Sem isso não há visitas à Vila, por isso não se esqueçam.
Joana viu Harry ir na direção da professora e concluiu que ele devia ir tentar pedir que ela assinasse a sua.
E então foi à biblioteca. Tinha combinado se encontrar com Mariana e Millie.
Ao chegar lá as encontro já sentadas numa mesa e se aproximou.
- Olá.- disse ela se sentando ao lado delas.
- Olá Joana.- disseram Millie e Mariana em coro sorrindo
- Então e a menina Frost não tem nada para nos dizer?- perguntou Mariana
- Como assim?- ela pergunta
- Como assim?!- perguntou Mariana com um ar incrédulo.- Como pode ter escondido o facto de estar namorando com Draco Malfoy?
- Ah, isso. Era segredo. Não estávamos prontos para dizer a alguém. Desculpem.
- Está desculpada se nos contar como é que aconteceu.- disse Millie
- Está bem eu conto. Então, no primeiro dia depois do jantar ele me levou ao jardim e começou fazendo um discurso lindo e fofo.- começou contando Joana se sentindo corar só de se lembrar daquela noite.- ele estava nervoso e então, quando ele ia perguntar se eu sentia o mesmo eu o beijei. Foi tão romântico.
- Aí, que lindo. Já não era sem tempo. Quem pediu? Foi ele não foi?- perguntou Mariana
- Sim, eu acho que não tinha coragem para fazer isso.- disse Joana rindo levemente.
E então Millie deu um Galeão a Mariana. Joana olhou confusa para ambas esperando uma explicação.
- Bem, nós já sabíamos que iam acabar juntos, então apostamos quem iria pedir. E eu ganhei.- explicou mariana
Joana riu olhando elas
- Millie, porque achava que iria ser eu a pedir?
- Sei lá, achei que não iria permitir uma cena tão clichê.
As três riram
- Sinceramente, não sou muito de histórias clichês mas dessas cenas eu gosto.
- Percebo. E devo dizer que a cena dele saltar para a água enquanto gritava para toda a gente que você era a sua namorada foi bem engraçado de se ver.- afirmou Mariana
- Eu imagino que sim. Gostava de saber quem foi o idiota que me fez cair.- disse Joana mais séria
- Ah, bem... Eu sei quem foi... E essa pessoa já teve uma detenção- disse Mariana nada animada.
- Quem foi?- perguntaram Joana e Millie
- John Lee... O meu irmão mais velho.
- Você tem um irmão?- perguntou Millie espantada- Como é que nunca no disse isso?
- Eu não gosto de falar muito nele. É tão idiota. Ele está no quinto ano e vos digo já que mais parece um Slytherin do que um Ravenclaw. Ele já apanhou tantos castigos e detenções que já nem consigo contar. Desculpa Joana, por ele ser um idiota.
- Não se preocupe, você não tem culpa.
- Ele já te fez alguma coisa sem ser aquilo do outro dia?
- Bem, sim. Uns dias antes ele e uns amigos estiveram me irritando, mas Draco apareceu. Não foi nada demais.
- Aquele imbecil. Eu vou atrás dele e dar uma surra nele.- disse Mariana
- Uau, nem parecem irmãos. Ainda não o vi, mas ele parece tão diferente de você.- disse Millie
- E é. Às vezes paro para tentar perceber se somos mesmo irmãos. Mas não falemos mais nele. Falemos de coisas mais interessantes. Vocês vão a Hogsmeade?
- Sim, vou dar uma volta com o Draco.- informou Joana com um pequeno sorriso
- Eu vou com o Fred. E você Millie? Vai com alguém?
Millie hesitou, mas acabou por contar
- Sim, eu vou com... A Ginny Weasley.- disse ela sorrindo e corando um pouco.
- Oh Merlim!- exclamou Joana.- Você gosta dela!
- O quê? N-não gosto n-nada.
- Bem, já devia conhecer o ditado "gagueja perde o argumento"- disse Joana
- Porque não nos contou antes?- perguntou Mariana sorrindo.
- Ok, ok. Sim, eu gosto dela. Mas eu não queria contar, pois não sabia como iriam reagir. Principalmente você, Joana. Eu sei que essas coisas não são muito apoiadas no mundo Muggle...
- Não precisa de se preocupar. Eu apoio você totalmente. Não tenho nada contra. Essas coisas não interessam. Se você está feliz, está bem. Amor é amor.
Millie sorri feliz pelo apoio recebido.
- Então e há quanto tempo gosta dela?- perguntou Mariana
- Desde mais ou menos o fim do nosso segundo ano... Nós nos aproximamos muito e então comecei a sentir coisas por ela. Mas eu sei que ela não sente o mesmo. Primeiro, pelo que se sabe, ela gosta do Harry, segundo, ela pode não gostar de meninas.
- É, mas quem sabe um dia ela sinta o mesmo. É como se diz "A esperança é a última a morrer"- disse Joana
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