capítulo 24
Harry e Ron paralizaram de tal maneira que pareciam que tinham sido petrificados.
E então Harry se encostou na parede a pensar. Ron lhe disse.
- Harry! Temos de ir. Vamos para a sala comunal avisar todos.
Harry apenas assentiu com a cabeça.
Foi talvez o pior dia da vida de Harry até agora. Ele, Ron, Fred e George e Ginny se sentaram juntos a um canto na sala comum dos Gryffindor, incapazes de proferir uma palavra.
Nunca a Torre dos Gryffindor estivera tão cheia de gente e tão silenciosa.
Mais tarde, algumas pessoas foram para os seus dormitórios, incapazes de permanecer ali mais tempo.
- Ela sabia de alguma coisa, Harry.- disse Ron quando num sussurro.- Por isso é que a levaram. Ela tinha descoberto algo muito importante sobre a Câmara... Viu como estava nervosa ao pequeno almoço.
Harry olhava para o Sol, que mergulhava de um vermelho cor de sangue na linha do horizonte. Era a pior coisa que lhe podia acontecer nesse ano. Se, pelo menos, pudesse fazer alguma coisa.
- Sabe uma coisa?- disse Harry por fim.- Acho que devíamos ir ter com o Lockhart, lhe contar o que sabemos. Ele vai tentar entrar na Câmara, podemos lhe dizer onde achamos que fica a entrada e contar que o monstro é um Basílisco.
Ron concordou e os dois foram ter com Lockhart. Harry bateu à porta e houve silêncio. Em seguida se abriu uma fresta da porta e viram um dos olhos de Lockhart a espreitar.
- Oh!... Mr. Potter... Mr. Weasley.- disse, entreabrindo a porta.- Estou um pouco ocupado neste momento, se forem rápidos...
- Professor, nós temos informações para lhe dar.- disse Harry- Acho que poderão o ajudar.
- Hã... Bem... Não é...- o lado da cara de Lockhart que conseguiam ver parecia muito pouco à vontade.- Quer dizer... Bem... Está bem.
Abriu a porta e eles entraram. O gabinete estava praticamente vazio. No chão estavam duas grandes malas abertas. Mantos estavam apressadamente dobrados e guardados dentro de uma das malas. Os livros em montes prontos a serem arrumados.
- Vai a algum lado?- perguntou Ron confuso
- Hã... Bem...sim. - hesitou Lockhart.- Uma chamada urgente... Inevitável... Tenho de ir...
- E a nossa amiga?!- perguntou Harry bruscamente
- Bem, quanto a isso foi uma pena.- disse Lockhart continuando a arrumar as suas coisas.- Ninguém lamenta mais do que eu...
- O senhor é o professor de Defesa Contra Artes das Trevas.- declarou Harry.- Não pode ir se embora agora que todas as coisas de Magia Negra estão a acontecer aqui
- Bem... Quando aceitei o lugar...Nada na descrição do meu trabalho fazia prever algo assim...
- Quer dizer que vai fugir?- perguntou Harry incrédulo.- Depois de todas as coisas que conta nos seus livros?
- Os livros podem ser enganadores.- disse Lockhart delicadamente
- Mas foi o senhor que os escreveu.- gritou Ron
- Meus garotos, usem o senso comum. Eu nunca fiz nada daquelas coisas. Apenas usei histórias de outros feiticeiros...
- Quer dizer que ficou com os louros por tudo o que uma serie de outras pessoas fizeram?- perguntou Harry, sem querer acreditar.
- O Senhor por acaso sabe fazer alguma coisa?- perguntou Ron
- Sim, por acaso sei. Sei fazer muito bem o feitiço de memória.- disse acabando de arrumar as suas coisas.- Vejamos. Acho que está tudo. Sim, só falta uma coisa.- Empunhou a varinha e voltou se para eles.- Lamento muito garotos, mas vou ter de vos fazer um feitiço de memória. Não posso deixar que venham por aí repetir os meus segredos.
Harry pegou na varinha rapidamente e gritou: Expelliarmus!
A varinha de Lockhart voou pelos ares. Ron a apanhou e a atirou pela janela.
- Está com sorte.- disse Harry.- Nós julgamos saber onde a Câmara está e o que lá está dentro. Vamos.
Harry e Ron conduziram Lockhart para fora do seu gabinete e os três foram para a casa de banho da Murta-Que-Geme
- Ah! São vocês.- disse Murta ao ver Harry.- o que querem agora?
- Perguntar como morreu.- declarou Harry
Pela expressão de Murta parecia que nunca lhe tinham feito uma pergunta tão lisonjeira.
- Ooooh! Foi horrível. Eu estava aqui a chorar porque a Olive Hornby estava a implicar comigo por causa dos meus óculos. Depois ouvi alguém entrar. Disseram qualquer coisa estranha numa língua diferente, acho eu. Quando percebi que era um garoto, abri a porta para o mandar embora e nesse momento... Morri
- Como?- perguntou Ron
- Não faço ideia.- disse Murta.- Só me lembro de ver dois olhos amarelos vindos daí.- e apontou para o lavatório.- Essa torneira nunca funcionou.
Harry examinou a torneira e reparou que de lado, estava rabiscada uma cobra.
- Harry.- disse Ron.- acho que é aqui. Diz qualquer coisa em Serpentês.
- Abre.- disse.
A torneira ganhou uma luz branca brilhante e começou a rodar. Logo a seguir o lavatório se mexeu. Se afundou e desapareceu deixando um grande cano à vista onde eles lá cabiam.
- Vou descer.- disse Harry
Não podia não ir, agora que acabava de descobrir a entrada para a Câmara, podia haver uma possibilidade, por mais pequena que seja, da Joana estar viva.
- Eu também.- disse Ron.
Houve uma pausa.
- O senhor pode ir à frente.- disse Ron.
- Não me parece que...- Lockhart começou a dizer, mas Ron lhe deu um empurrão e ele desapareceu pelo cano abaixo. Depois Harry e Ron desceram também.
- Lumos!- disse Harry à varinha e ela se acendeu.
- Vamos.- disse Ron e os três avançaram.
E então depois de andarem um bom tempo Lockhart rapidamente empurra Ron e lhe tira a varinha que estava colada com Magicola.
- A aventura acaba aqui.- disse. Vou me embora e lhes contar que fui demasiado tarde para salvar a garota e que vocês os dois perderam tragicamente a memória com a visão do seu corpo mutilado.
Adeus.
E gritou Obliviate.
Mas o feitiço ricocheteou para ele, o fazendo ir contra as rochas que lá estavam provocando uma pequena avalanche separando Harry a ele e Ron.
- Ron!- gritou Harry.- Você está bem?
- Estou sim. Mas os Lockhart perdeu a memória!
- E agora?
- Vai procurar a Joana. Eu fico aqui e tento retirar algumas pedras para quando voltarem.
- Ok.- Harry continuou o caminho, até encontrar uma grande entrada com desenhos de cobras.
Harry soube logo o que fazer.
- Abre!
E a entrada se abriu. Harry passou nervosamente.
Se encontrou no fundo de uma divisão enorme, fracamente iluminada. Altíssimo pilares de pedra, envolvidos por serpentes esculpidas que lançavam longas sombras negras através da estanha luz esverdeada que enchia o locar.
No fundo da divisão havia uma estátua enorme da altura da própria Câmara.
E então viu perto dessa mesma estátua uma figura com o uniforme de Hogwarts e com cabelos loiros.
- Joana!- murmurou Harry, chegando perto dela.- Joana, por favor, acorda. Que não esteja morta, que não esteja morta!
Atirou a varinha para o lado e a agarrou pelos ombros. O rosto dela estava branco e frio e os olhos fechados. Não estava petrificada, mas não podia estar....
- Joana, acorda por favor- repetiu Harry, desesperado.
- Ela não vai acordar.- disse uma voz suave.
Harry deu um salto e largando Joana se levantou.
Um rapaz alto, de cabelo preto, estava encostado ao pilar mais próximo, o observando
- Tom... Tom Riddle? O que quer dizer com isso de ela não acordar? Ela está...?
- Está viva.- disse Riddle.- Mas por um fio.
- Você é um fantasma?
- Uma memória.- disse.- Preservada num diário.
Harry viu perto de Joana o diário.
- Tom, temos de sair daqui e salvar Joana. Há um Basílisco e pode aparecer a qualquer momento. Tem de me ajudar.
Riddle não se mexeu. Harry procurou a varinha com o olhar mas esta tinha desaparecido.
- Viu a...?
Harry olhou para Riddle que tinha a sua varinha na mão.
- Obrigado.- disse Harry esticando o braço para a agarrar.
Um sorriso então, surgiu no rosto de Riddle.
- Não vai precisar dela.
Harry o olhou, espantado
- O que quer dizer?
- Esperei muito tempo por isso, Harry Potter. Pela possibilidade de te ver e de falar com você
- Olha, eu acho que não está a perceber. Estamos na Câmara dos Segredos, podemos conversar mais tarde.
- Vamos conversar agora.- disse Riddle guardando a varinha de Harry no bolso.
Harry olhava para ele sem saber o que de estava a passar. Havia qualquer coisa de muito estranho naquilo tudo.
- Como é que a Joana ficou assim?
- Bem, essa é uma pequena história interessante.- disse Riddle, divertido.- E uma longa, também. Julgo que o verdadeiro motivo que levou Joana Frost a Herdeira de Slytherin a ficar assim foi...
- Espera!- disse Harry arregalando os olhos.- A Joana é o quê?
- Oh! Então você Harry Potter não sabe?- disse Riddle se fingindo admirado.- A Joana Frost é a Herdeira de Slytherin.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top