capítulo 14
- Eu sempre ouvi dizer que Salazar Slytherin era um velho retorcido e louco.- disse Ron a Joana, Harry e Hermione, enquanto abriam caminho pelos corredores cheios de alunos, para ir arrumar os sacos antes do jantar.- Mas não sabia que ele tinha começado esta coisa do sangue puro. Eu não ia para os Slytherin nem que me pagassem. Se o Chapéu Selecionador me tivesse posto lá, me metia no comboio para casa...
Hermione acenou vivamente, mas Joana e Harry não abriram a boca.
Joana nunca contara a Harry, a Ron a Hermione nem a ninguém que, durante a seleção o Chapéu Selecionador tinha considerado seriamente a possibilidade de a colocar nos Slytherin. Se lembrava bem das suas palavras.
" Hum... Podia se dar muito bem nos Slytherin. Está tudo na tua cabeça... Sim, a única coisa que te impede acho que é o tipo de sangue sim... Acho que melhor...
GRYFFINDOR"
O grito do Chapéu quando ele disse Gryffindor foi a única coisa que todos o salão ouviu, então Joana nunca contou realmente o que ele tinha dito.
Enquanto eram empurrados pela multidão, Colin Creevey passou por eles.
- Olá Harry!!
- Olá, Colin.- cumprimentou Harry automaticamente.
- Acham mesmo que existe uma Câmara dos Segredos?- perguntou Hermione
- Não sei.- respondeu Harry.- O Dumbledore não conseguiu curar Mrs.Norris e isso me leva a pensar que o que a atacou pode não ser...
- Humano.- completou Joana
Enquanto falavam viraram uma esquina e se encontraram no fim do mesmo corredor onde o ataque tinha aconteceu. A mensagem escrita com sangue ainda lá estava.
- Não deve fazer mal dar uma olhada.- disse Harry
- Venham ver isto!- chamou Hermione- Que estranho...
Hermione apontava para um vidro alto, onde cerca de vinte aranhas se debatiam numa aparente luta para atravessar por uma pequena brecha no vidro. Um longo fio prateado balouçava como uma corda, como se todas tivessem trepado na ânsia de chegar lá fora.
- Alguma vez viram aranhas a agir assim?- perguntou Joana.
- Não.- responderam Harry e Hermione.- E você, Ron? Ron?
Olhou por cima do ombro e viu Ron a olhar para cima apavorado.
- O que se passa?- perguntou Hermione com alguma preocupação.
- Não gosto de aranhas.- confessou Ron, de modo tenso.
- Nunca nos tinha dito.- comentou Hermione com surpresa- Está tão acostumado a usar aranhas nas poções...
- Não me importo quando estão mortas.- explicou Ron.- Não gosto de como elas se mexem.
Joana riu. Não conseguiu evitar, ela achava engraçada a forma delas se movimentarem.
- Não tem graça nenhuma!- disse Ron furioso.- Se quer saber, quando eu tinha três anos, o Fred transformou o meu ursinho de peluche uma vez numa enorme aranha nojenta, por eu lhe ter partido a vassoura de brincar. Você também não gostaria de aranhas se isso acontecesse a você.
Joana riu outra vez levemente sem conseguir evitar de imaginar a cena. Lá no fundo lamentou por Ron, mas com a imagem em sua mente e seu humor, por alguma razão, um pouco instável, não evitou.
- Já estava com alguma saudade de ouvir você rir.- comentou Harry com um sorriso.
Joana sorriu timidamente. O amigo tinha razões para fazer aquele comentário. Com os pesadelos e às vezes as suas perdas de memória ela já não ria muito.
Sentindo que era melhor mudar de assunto Harry perguntou.
- Se lembram da água que havia aqui no chão? De onde terá vindo? Alguém já a limpou.- ele observa.
- Era por aqui.- disse Ron.- junto dessa porta.
Ron avançou até às maçaneta mas recuou
- Que foi?- perguntou Hermione.
- Eu e o Harry não podemos entrar ali. É banheiro das garotas.
- Oh, Ron, não está lá ninguém. É banheiro da Murta-Que-Geme. Andem logo.- disse Joana
Joana abriu a porta e entraram. Era o banheiro mais sombrio e deprimente do castelo. Tudo sujo e rachado com o chão húmido.
- Olá, Murta, como está?- perguntou Joana
A Murta-Que-Geme flutuava em cima do autoclismo do último cubículo.
- Esse é o banheiro das garotas.- disse, ao ver Ron e Harry.- Eles não são garotas.
- Não.- concordou Joana- Eu só queria mostrar a eles como aqui é um lugar tão...hã... Simpático.
- Pergunta a ela se viu alguma coisa.- sussurrou Ron a Harry
- Por que estão aos segredos aí?- perguntou Murta
- Não é nada.- disse Harry rapidamente- Queríamos perguntar...
- Gostava que as pessoas parassem de falar nas minhas costas!- desabafou Murta numa voz abafada pelas lágrimas.- Eu tenho sentimentos, sabem, apesar de estar morta.
- Nós só queríamos perguntar se tinha visto alguma coisa estranha ultimamente.- disse Hermione sem perder tempo.- É que foi atacada uma gata mesmo à frente da sua porta na noite de Halloween.
- Viu alguém aqui perto nessa noite?- insistiu Ron
- Não prestei atenção, apenas vi uma sombra.- disse Murta com ar dramático- O Pevees me aborreceu tanto que vim aqui para tentar me matar. Só então me lembrei de que já estou... Já estou...
- Morta?- deduziu Ron.
Murta soltou um soluço trágico se elevou no ar e desapareceu.
Depois saíram do banheiro em silêncio e à porta uma voz gritou
- RON!
Percy Weasley estava parado no cimo das escadas com o seu distintivo de perfeito a brilhar e uma expressão chocadíssima no rosto.
- Isso é o banheiro das garotas... O que é que vocês...? Saiam imediatamente daqui!
- Porque não podemos estar aqui?- perguntou Ron enfrentando o irmão mais velho.
- Cinco pontos a menos para os Gryffindor! E espero que sirva de lição para você. Agora vão.
Os quatro foram até à comunal e se sentaram numa mesa.
- Mas quem poderá ser?- perguntou Hermione
- Hum... Vamos pensar.- disse Ron na brincadeira, fingindo estar mesmo a pensar- Quem é que nós conhecemos que ache que os familiares de Muggles são escumalha?
- Se está pensando no Malfoy...- começou Joana
- É claro que estou! Basta olhar naquela cara para saber que ele é...
- Malfoy, o herdeiro de Slytherin? Só pode estar brincando.- disse Joana.
Harry e Hermione apenas estavam olhando os dois. Não sabiam o que dizer no momento, embora estivessem mais inclinados para o lado de Ron.
- Olhe para a família dele. - disse Ron- Todos estiveram nos Slytherin. O Malfoy está sempre se valorizando por isso. Podiam bem ser descendentes do Slytherin. O pai dele é suficiente mau.
Podiam perfeitamente ter tido a chave da Câmara durante séculos, fazendo a passar por pai para filho...
- Ron, chega!- exclamou Joana já farta.- Você não tem provas suficientes. E eu sei que ele não pode ser. Pare já com isso. Deixa de ser idiota.
- Bem, há uma maneira de provar...- disse Hermione
- Qual?- perguntou Harry.
- É claro que não é fácil. O que precisamos de fazer é entrar na sala comum dos Slytherin e arrancar informações ao Malfoy.
- Mas isso não é possível.- declarou Harry
- É sim. Só precisamos de fazer uma poção Polissuco e nos transformarmos nos seus amigos.
- Sim, assim é mais fácil. E você Joana podia...
- Não! Nem pensem nisso. Não acredito que você Harry e você Hermione acreditam na teoria completamente idiota do Ron. Eu não vou fazer parte do vosso plano, não vou fazer isso ao Draco!- e saiu para o dormitório.
Fechou a porta com força e cheia de raiva. Uma lágrima lhe escapou de um dos olhos. Não gostava de brigar com seus amigos e também não gostava que estivessem acusando Draco e lhe trazendo problemas.
Porquê que tudo tinha de ser tão difícil? Nesse momento se lembrou do que tinha visto no espelho dos invisíveis no ano passado. Aquilo alguma vez poderia ser verdade?
Ela isso não sabia. O que sabia naquele momento era que não ia entrar no plano contra o Draco. Seja o plano que for.
Ela não acreditava no que o Ron dizia.
Se deitou na cama, escreveu no diário e adormeceu.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top