Suspiro adentrando o berçário olhando seriamente para todos os lados, vejo João ali dormindo tranquilamente, sinto meu peito se acalmar e o pego no colo com todo cuidado, pego sua bolsa e saio dali após assinar que eu tinha o buscado.

— Dormiu bem irmãozinho? — questionei o olhando assim que abriu os olhinhos escuros.

Ele sorriu  e eu senti meu peito aquecer, ele era meu mundinho de felicidade.

— Vamos para um lugar diferente hoje Jo — digo o colocando sentado na bolsinha estilo canguru e subo na moto.

Eu queria ir logo para a casa de Harry, para que eu pudesse voltar logo para casa, ele é estranho.

— Bubu...— ele resmunga e eu soltei um riso pegando o Bubu, seu sapinho de pelúcia e colocando em seus braços de forma que não caia.

Ligo a moto e dirijo em direção ao endereço que ele me mandou, eu conheço essa cidade como a palma da minha mão. Era uma cidade pequena até e eu andei por ela a minha vida toda e ando para...trabalhar.

Vejo a cabeleira loira e ele sentado na frente de uma casa, na grama com um fone de ouvido e um violão no colo. Estaciono a moto e o vejo erguer o olhar.

— Veio cedo — ele diz se levantando com o violão e o celular na mão e me olha de cima a baixo — Direto da escola?

— Quero acabar logo com isso — digo diretamente e ele deu de ombros, mas seus olhos logo bateram em João que fazia barulhinhos incompreensíveis.

Ele abriu um sorriso e se aproximou, mas ainda mantendo uma distância assim que o olhei como aviso, João era área proibida.

— Esse é o seu irmão? — questionou curioso e eu assenti. — Passo vê-lo? Como se chama?

Ele perguntou e eu vi seus olhos brilhando, talvez ele goste....bastante de crianças.

Respiro fundo após pensar se é ou não uma boa idéia, abri a bolsinha e o pego colo normalmente, vendo-o com Bubu na boca.

— Ele se chama João e tem um ano. — digo segurando meu irmão com cuidado.

João analisou Harry com os olhos, o loiro parecia se segurar para não se aproximar e tocá-lo.

— Niny? — João questionou me olhando e apontou para Harry, parecendo curioso.

João me chama de Niny desde sempre, foi sua primeira palavra e é como me chama.

— Ele se chama Harry — digo lentamente para ele entender e ele olhou para Harry.

— Arry — ele tenta e Harry riu baixinho, se aproximando idependente do meu olhar.

— Isso, príncipe. Harry — ele repete sorrindo e ergue o mindinho fazendo com que João se apressasse e segurasse.

O que me surpreendeu, já que meu irmão não era de intimidade com estranhos, na verdade, ele odiava toques estranhos e aproximações.

Harry realmente é estranho.

"Jhonny não tolera mais a encheção de saco
Jhonny vai em direção ao João
Tá doido pra arrancar a língua de quem dizer não
Jhonny é um herói em erupção"

01/05/2022