Louis tinha razão.

Estava difícil para Harry acreditar que Louis bateu o carro porque ia a pensar nele.

Mas Harry apenas sorriu e olhou pela janela, reconsiderando se isso podia sequer ser verdade. Já Louis... Louis apenas lhe deu um "Viu? Eu disse que você não ia acreditar!".

Mas no resto da noite Louis não era mais o Louis. Ele era o Louis atencioso e simpático com quem você pode manter uma conversa por horas. E isso foi o que aconteceu, até que Harry caiu no sono na cama de Tomlinson estava quase a fazer o mesmo, não se importando que estava vestido ou ainda em cima das cobertas, mas o seu celular vibrou e rapidamente Louis se retirou para a sala, não querendo acordar o cacheado.

- Oi mãe. - Ele sussurrou, olhando em volta em procura de um Harry acordado. Mas nada.

- Você não ligou hoje Louis. - Ela repreendeu.

- Eu sei, me desculpa, eu estava ocupado. - Ele justificou, na verdade ele só não queria ligar.

- Ocupado? - Ela riu irônica, e então um carro passando foi ouvido no fundo.

- Onde você está? - Perguntou, tentando se manter calmo. - A essa hora? - Acrescentou.

- Onde você acha?! Eu estou onde você não está!

- Mamãe, você bebeu? - Ele suspirou, sabendo perfeitamente a resposta. - Me ouça, você tem que ir para casa dormir, você têm que cuidar das meninas, não pode deixar elas assim.

- Você que devia estar tomando conta delas! - Ela gritou.

- Não! Você que é mãe delas caralho. - Ele resmungou, se repreendendo por ter falado um pouco mais alto, checando o corredor em seguida. Vazio.

- Lottie está com elas. - Ela murmurou.

- Lottie?! Lottie tem 15 anos! Você deixou uma garota de quinze anos com dois bebês e uma criança? Qual o seu problema?!

- Você devia estar aqui Louis. Você têm que cuidar delas e de mim. Você que cuida da gente. - Ela continuava. - Você têm que convencer seu pai. Ele tem de deixar você vir e-

- Vá para casa. - Ele mandou, ríspido.

- Louis! - Ela gritou esganiçada, quase como se alguém lhe estivesse falando algo, sua voz longe.

- Mamãe?! O que aconteceu? Mãe? - Ele chamou, quase desesperado.

- Te peguei! - A mulher começou a rir como uma louca, quando Louis estava quase desligando e ligando para a vizinha de sua mãe, que sempre acabava no meio dessas situações.

- Porra! Você precisa de um psicólogo! - Ele falou mais alto. - Vá para a merda da casa e cuide das suas filhas! Arggg. - Louis grunhiu.

- Louis, por favor. - A mais velha choramingou. - As meninas precisam tanto de você. Eu preciso tanto de você.

- Mamãe... - Louis suspirou, mais calmo. - Eu preciso ir.

- Não, Louis! Voc-

E assim ele desligou, deixando-se cair no sofá e pressionando uma almofada na sua cara, gritando contra ela, que abafava o som.

- Lou. - Louis ouviu Styles e logo se sentou no sofá, pousando a almofada ao lado.

- Harry. - Ele disse do mesmo jeito. - Pensei que estava dormindo.

- Eu não estou mais. - Ditou o óbvio e assim o silêncio se instalou.

Eram só eles ali. E nenhum deles sabia o que fazer ou dizer.

- Você... - Louis tentou, quase desistindo em seguida. - Você pode fazer algo?

- Algo...? - Styles disse, se aproximando do mais velho.

- Tipo sentar do meu lado ou assim. Eu estou a tentar muito não me levantar e partir essa merda toda.

- Não parta. - Harry disse rapidamente, sentando-se ao lado de Louis e tocando o seu braço, mas retirando de imediato.

- Tudo bem. - Louis suspirou, querendo dizer que estava tudo bem em Harry tocar nele.

- Eu gosto muito de você. - Harry começou, abraçando o menor de lado e o apertando.

- O que está fazendo?

- Mesmo você sendo esse cara complicado. - Styles ignorou, pousando a testa no ombro do outro.

Louis jurava que ele tinha tentado, a pés juntos, mas ele simplesmente não podia mais. Ele tinha que beijar Harry, era a única coisa que passava pela sua cabeça naquele momento. E assim ele o fez, virando-se lentamente e cada vez mais se empurrando para o maior, que eventualmente se deixou cair no sofá, levando Lous consigo, que logo se ajeitou em cima de si. Mas Louis sabia que não podia ir mais longe que isso, parando-se então e ajeitando a sua cabeça no peito do cacheado, respirando bem rápido pelo conta de falta de ar e nem se importando mais que possívelmente Harry o tinha ouvido conversar com sua mãe. O que ele pensaria? Louis não queria maltratar a mãe, ele só estava farto de toda essa repetição constante. Sem se importar mais, Louis fechou os olhos e, respirando fundo, disse:

- Eu também gosto muito de você, Curly.