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Harry não sabia.

Harry não sabia o que queria. Ele não sabia se seguia com o plano, ou se se deixava ir. E muito menos ele sabia se ia na casa de Louis ou não.

Mas ele não tinha que decidir.

E nem lhe fora dado tempo para ele tentar entender toda essa atração que o levava sempre de volta para Louis.

- Hey! - Styles ouviu, parando no seu caminho de volta e olhando para trás. Louis. - Você quer jantar? - Tomlinson perguntou, a uns metros dali e com o braço estendido, a chave do carro na sua mão. Styles deu uns passos na sua direção, parando a um metro e meio de distância (não que alguém tivesse uma régua ou assim).

- Jantar? - Repetiu.

- Yeah, jantar. - Assegurou.

- Está me levando para jantar? - Perguntou perplexo.

- Sim. Num restaurante ou assim. - Reconfirmou. Mas Styles não conseguia nem processar o pedido. - Você não quer? Também podemos passar no Mc'Donalds. - Sugeriu, ainda sem obter resposta.

- Yeah, tudo bem. Como quiser. - Harry olhou em volta, atarantado e sem saber o que fazer, ou onde ir.

- Restaurante então.

-X-

Restaurante?! Onde porra aquilo era um restaurante?!

Harry Styles estava traumatizado. Ele não sabia que Louis podia ter um gosto tão... Requintado. E caro. Muito caro. Eles estavam até num piso subterrâneo, apenas com algumas mesas ocupadas. Parecia uma área de reserva, já que a corda vermelha teve de ser aberta para eles no cimo da escada. E eles estavam sendo tratados atenciosamente. O que não era de esperar pelas suas aparências.

Harry não tinha carteira para aquele restaurante, mas ele não se queixaria.

- O que você vai querer? - Tomlinson perguntou, pousando a ementa na mesa e observando Harry a pegar.

O problema é que Harry não sabia o que eram metade daqueles pratos ou mesmo prenuncia-los. Então ele simplesmente respondeu:

- O mesmo que você. - Ele fechou a ementa e a pousou na ponta da mesa. Ao menos isso ele sabia. - Hum... - Começou. - Você vem aqui muitas vezes?

- O que quer dizer com "muitas vezes"?

- É um cliente frequente?

- Algumas. - Respondeu distraído.

- Algumas quê?

- Venho cá algumas vezes. - Explicou, encarando o mais velho.

- Sozinho? - Questionou curioso. Afinal... O que ele poderia fazer num restaurante tão chique assim?

- Com o meu pai.

- Você nunca falou sobre sua família. - Observou, fazendo Louis suspirar, o encarar, cruzar as mãos abaixo de seu queixo e sorrir.

- Quer um resumo? - Um sorriso cínico de novo. - O meu pai é o diretor da escola onde você anda e eu o odeio. As minhas quatro irmãs vivem com a minha mãe, do outro lado fo globo, e ela mal pode cuidar delas. Eu costumava viver com ela. Mas aí o paizinho riquinho chegou e me tirou da minha família, quando ele mesmo nos abandonou para vir para aqui. Para ter outra mulher. E ele me tirou delas. Eu que cuidava das minhas irmãs. Da minha mãe. Mas ele não queria saber. Ele só queria um filho homem que pudesse seguir os seus passos. Então eu fiz 18 e era um adulto. Acontece que eu fui cobarde o suficiente e não voltei para Doncaster, para elas. Porque eu tinha vergonha de não puder ter feito nada contra aquele homem nojento. E agora eu tenho vergonha de voltar. Porque já é tarde. E não venha me dizer que nunca é tarde... Porque é tarde demais para mim. - Louis tirou as suas mãos da mesa e a ajeitou a sua t-shirt.

- Aqui está senhores, as entradas. - A empregada falou mais rápido do que Harry, que ainda processava tudo.

Nenhum deles falou alguma coisa, esperando a mulher ir.

Mas Harry não podia dizer nada.

- Parabéns Harry. Você me conhece agora.

- Isso não e você. Isso é sua história. - Declarou rapidamente, sua voz saindo rouca.

-X-

- Bom... - Louis anunciou, passando o guardanapo de pano pelos seus lábios. - Você está pronto?

- Sim.

- A conta, por favor. - Louis falou, vendo que uma garota com a farda passava ali.

Um minuto depois a conta estava no meio de um livrinho em cima da mesa.

Styles apressou-se a pegar a carteira, no mesmo tempo que Tomlinson.

- O que está fazendo? - Ele ergueu uma sobrancelha.

- Divid-

- Por favor. - Louis revirou os olhos. - Se eu vou gastar o meu dinheiro, me deixe gastar com você. - Louis tirou algumas notas da carteira e rapidamente as colocou no meio do livro, não deixando o cacheado notar quanto fora.

- Isso na-

- Eu que te convidei. E você pode me retribuir mais tarde.

- Não sou s-

- Me ajudando a arrumar. - Apressou-se a acrescentar.

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