Vingança - Parte I
Fui até o escritório de Branthon, precisaria da ajuda dele para sair do país sem ser notada. Era incrível como todos os bons mafiosos que eu conhecia eram empresários renomados, e, a maioria não aparentavam serem envolvidos com tráfico.
A secretária me guiou até o escritório dele e eu passei o tempo todo notando como o local era enorme, cheio de pessoas andando de um lado para o outro, parecia um formigueiro. Algumas conversando enquanto tomavam seus cafés, outras trabalhando ferozmente em frente à seus computadores e ainda mais algumas que carregavam papéis e pastas para todos os lados. Não demorou muito até que chegássemos à sala e a mulher abrisse a porta para que eu pudesse entrar.
— Ora, ora. Quem é vivo sempre aparece. — Ele me dava um sorriso, voltando sua atenção à seu MacBook.
— Muito engraçado. — Coloquei a mão na cintura revirando os olhos enquanto caminhava em sua direção. Ele estava em sua cadeira e sem a menor preocupação eu fechei seu aparelho sentando na mesa à sua frente. — Preciso de um favor.
— Pedindo desse jeito. — Ele dizia enquanto encarava toda a extensão de minha pernas. — O que você precisa?
— Tenho algumas pendências para resolver no Brasil. Quero seu helicóptero para sair do país. — Ele me olhou receoso e apoiou a mão em seu queixo, parecendo pensativo.
— Sair do país agora é muito arriscado, Jenny. Você tem a Interpol na sua cola.
— Eu sei, mas o que eu preciso fazer é realmente importante. — Mantive meu semblante sério para que ele entendesse que eu não estava para brincadeira.
— Tudo bem. Meu piloto vai te levar e você pode já ficar no meu hotel em São Paulo, assim não terá problema com seu nome em check in e check out.
— Perfeito, é em São Paulo mesmo que eu preciso estar. Muito obrigada, Branthon. — Me aproximei dele roçando meus lábios nos dele, depositando um beijo no canto de sua boca.
— O preço vai ser mais alto que esse, você sabe, né? — Ele ria simpático ainda me encarando. — Mas eu te cobro na volta.
— É justo. — Me levantei de sua mesa indo em direção à porta quando ouvi sua voz mais um vez.
— Jenny, tome muito cuidado. Não quero que nada de mal te aconteça. — Eu apenas acenei positivamente lhe dando um sorriso, saindo do local em seguida.
Mais tarde, mandei mensagem para Aisha avisando que iria fazer uma viagem e que logo estaria de volta. Arquivei sua conversa para não ter que lidar com suas perguntas agora. Precisava me focar em minha vingança, não podia me permitir distrair com coisas fúteis agora. Arrumei minha mala e fui me deitar cedo para descansar um pouco. Já havia combinado com Branthon de que o piloto estaria me esperando no heliporto do prédio antes do amanhecer do sol. Preparei um mala com roupas e tudo que eu precisaria para minha pequena estadia no país e outra com tudo que precisaria para acabar com Gael. Lá, haviam algumas armas e objetos que eu usaria para fazê-lo se arrepender de ter mexido com a pessoa errada. Já deixei as malas perto da porta para me poupar tempo e fui tomar um banho. Após toda a minha higiene noturna, me deitei ainda sem sono. Peguei meu celular para mexer em alguma rede social qualquer até que dormisse, e depois de algum tempo rolando algumas fotos, vi uma de Ethan com a Sophia. Eu não entendia a graça que ele via naquela mulherzinha oferecida e sem conteúdo. Era incrível como um cara tão maravilhoso com Branthon podia ter uma irmã tão insuportável como ela, até a voz dela me irritava. Mas seus longos cabelos pretos, sua bunda e peito de silicone e sua barriga de tanquinho atraiam a atenção de qualquer homem, ficavam como urubus em cima dela. E não era de se espantar já que urubu só procura carniça. Depois de ver a foto daquela vadia ao lado de Ethan, acabei indo dormir com a força do ódio.
Já em território brasileiro, fiz como Branthon me aconselhou e me hospedei em seu hotel. Não precisei dar nenhuma informação já que ele já havia reservado a cobertura para mim em seu nome. Da imensa janela do local, pude ver que não era só Nova York que era tão agitada, São Paulo também era um caos. Muitos carros, buzinas, pessoas falando alto, algumas brigando, mas até que era uma cidade bonita. Eu sabia que, além de seu hotel, Branthon não tinha muitos negócios no Brasil e eu precisaria de uma certa ajuda para encontrar Gael. Me lembrei que Ethan fazia muitas viagens para cá e estava sempre com negócios ativos aqui então decidi recorrer à ele.
— Alô. — Pude ouvir sua voz séria do outro lado da linha.
— Oi Ethan. É a Jenny.
— Trocou de número? O que está fazendo no Brasil?
— Achei que seria melhor usar outro número. Eu tenho algumas pendências à resolver. — Não me dei só trabalho de perguntar como ele sabia que eu estava fora do país, deduzi que ele descobriu pelo número. Afinal, não era difícil.
— Entendo. E à que devo a honra dessa ligação. — Ele me respondia com seu deboche de sempre.
— Preciso descobrir o paradeiro de uma pessoa, mas nunca vim para cá antes. Não sei como as coisas funcionam por aqui.
— As coisas aí são um pouco bagunçadas mas você vai se adaptar. — Ele dava um leve riso. — Quem você precisa achar?
— Gael Santiago. — Cerrei meus punhos em imaginar o que ele havia feito.
— Hmm... — Ele deu uma longa pausa na ligação antes de continuar. — Ele é uma presa grande. Ele tem a ver com o motivo de você ter ficado estranha?
— Ele matou um grande amigo meu. Quero que ele pague pelo que ele fez.
— Certo, vou falar com alguns contatos meus e até o fim do dia te mando todas as informações que você precisa sobre ele. Você não quer que eu mande uma ajuda para você?
— Não. Isso é algo pessoal, preciso resolver sozinha. — Eu já estava abusando demais das pessoas à minha volta com meus pedidos de favores. Daqui para frente, eu precisaria agir por conta.
— Você que sabe. Mas se precisar pode me falar. Agora tenho algumas coisas à resolver. Nos falamos mais tarde.
Enquanto passava a tarde esperando a resposta de Ethan, aproveitei tudo que o hotel tinha à oferecer, passando a maior parte em seu spa desfrutando de massagens relaxantes. À todo momento eu só conseguia passar um filme em minha cabeça de todas as possibilidades de tortura que podia fazer com Gael, mas nenhuma delas parecia o suficiente. Eu me via e revia o matando mas nunca parecia o bastante. Felizmente antes do sol se pôr, a mensagem que eu mais esperava chegou. Lá estava o paradeiro de Gael, havia uma boate que ele frequentava quase todos os dias e por sorte, é próximo de onde eu estava. Na mensagem também dizia que ele vivia cheio de capangas que o observavam de longe para abater imediatamente qualquer um que tentasse fazer algo, mas que apesar de tudo, ele não resistia à um belo rabo de saia. Aquilo era exatamente tudo o que eu precisava saber e rapidamente eu levantei da hidromassagem indo me aprontar. Com essas informações eu enfim tinha em mente tudo que faria, passo por passo. Não poderia errar ou isso significaria minha morte.
Optei por um vestido curto vermelho bem justo ao corpo deixando todas as minhas curvas bem marcadas. Fiz uma maquiagem bem marcada e deixei meus cabelos soltos. Coloquei brincos de argola e um salto alto preto, finalizando tudo isso com uma camisa jeans aberta caída na metade do braço. Me olhei no espelho uma vez, eu estava perfeita e sabia que ele não iria resistir, a única dificuldade seria ele não desconfiar da minha mala. Ali estavam todas as minhas armas e se algo desse errado, eu perderia todas. Mas eu não podia pensar negativamente, não agora. Precisava fazer com que tudo desse certo à todo custo.
Pedi um táxi e fui até o endereço da boate, já de fora ouvindo a música alta que fazia com que todas as partículas do meu corpo virassem junto à batida. Me sentei no bar pedindo um whisky, entornando-o sem dó. Peguei um cigarro encaixando entre os lábios, não estava achando meu isqueiro até notar uma pequena chama ao meu lado.
— O que uma mulher linda como você faz aqui? — Não tinham dúvidas, todas as descrições que me foram dadas batiam com as do homem à minha frente. Era ele. Era o Gael!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top