Fuga - Parte II

           Precisamos do timer perfeito, nada podia sair fora do plano ou tudo iria por água abaixo. O veículo policial da frente  parou e logo os dois carros dos capangas de Collin cercaram o veículo de trás e o de Jenny. Os que estavam disfarçados no carro da frente renderam os dois policiais que estavam na dianteira do grande camburão que a levava obrigando-os a ajoelharam com as mãos na cabeça. Os de trás já estavam rendidos e fui em direção às grandes portas que prendiam Jennifer o mais rápido possível torcendo para que o policial que ainda estava lá dentro não tivesse feito nada com ela. Quando abro as portas dando espaço para a luz entrar no veículo, vi o homem caído no chão enquanto Jenny assoprava uma mecha de cabelo do seu rosto com as mãos presas à frente do corpo.



      — Achei que não chegariam nunca.  — Seu tom de tédio é bem nítido enquanto ela dá um pulo descendo de onde estava.



      — Nem parece aquela chorona que me ligou desesperada por ajuda. — Vejo seu semblante ficar sério enquanto ela desvia o olhar.



      — Cala a boca idiota. Anda, vamos logo com isso. — Dito isso, todos voltam para seus respectivos veículos.



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      Jennifer Claim



    
       Quando senti que o veículo parou sabia que a hora havia chegado. Enquanto o policial se distraiu tentando olhar pela pequena janela o que estava acontecendo, usei a corrente da minha algema para prender seu pescoço,  puxando-o para trás, batendo sua cabeça no banco duro até sentir ele cair desmaiado. Não demorou muito até que Ethan abrisse a porta fazendo a luz forte do sol adentrar o espaço.



      — Achei que não chegariam nunca. — Fiz uma expressão entediada mas na verdade estava mesmo era aliviada por ver que tudo estava dando certo.



     — Nem parece aquela chorona que me ligou desesperada por ajuda. — Fico seria mas no fundo fiquei com vergonha de ter ficado tão descontrolada daquela forma à ponto de demonstrar minha fraqueza.



         — Cala a boca idiota. Anda, vamos logo com isso. — Dito isso, todos voltam para seus respectivos veículos.



        Fiquei no banco de trás enquanto Ethan estava no passageiro e um cara que eu não conhecia dirigia concentrado. Logo as altas sirenes de viaturas atrás de nós puderam ser ouvidas. Quando mais perto chegavam, mais o motorista precisava fazer manobras para desviar dos tiros.



       — Como vamos despistar esses caras? — Questionei enquanto vi Ethan me olhar pelo retrovisor.



      — Está vendo aquele túnel? — Eu olhava fixamente acenando positivamente com a cabeça. — Quando chegarmos lá preciso que me ajude a atirar no máximo de pneus de carros atrás de nós para que com o derrapamento eles formem uma barreira impedindo a polícia de passar. É isso que vai nos dar a deixa perfeita. — Ele me entrega uma pistola e eu me preparo para fazer o que ele diz. Quando entramos no túnel é isso que fazemos. Atiramos nos pneus e os carros começam a derrapar uns em cima dos outros causando um grande engarrafamento impedindo a polícia de passar. Enquanto isso, ouço o piloto gritar um “agora” em um tipo de comunicador. À nossa frente aparecerem dois caminhões com baús enormes, suas portas caem para baixo fazendo uma rampa e eu apenas assisto torcendo para aquele plano maluco dar certo. Dois carros entram em cada caminhão seguido das traseiras deles sendo fechadas quando já estamos lá dentro.



      — Isso vai mesmo funcionar? Quer dizer, a polícia vai perceber que sumiram carros e apareceram dois caminhos enormes em seguida. — Eu respiro profundamente passando a mão pelos cabelos.



     — Não se preocupe, temos carros para distração. A polícia irá seguir os carros errados e quando se derem conta, esses caminhões já estarão queimados, sumidos do mapa. — Ele fala com tanta calmaria que eu acabo me acalmando gradativamente.



       — E as câmeras de segurança? — Ele vira para trás puxando uma mexa do meu cabelo me olhando intensamente.



        — Docinho, não seja ingênua. Sabe que eu pensaria em tudo. Temos um hacker que vai cuidar de tudo isso. — Ele desce seu dedo indicador pela minha bochecha, se afastando e virando-se para frente novamente. — Aliás, esse aqui é o Collin, um amigo meu. — Ele diz enquanto pega um cigarro da mão do Collin que se vira para mim.



       — É sempre um prazer conhecer uma mulher linda e selvagem assim. — Ele me entrega um cigarro seguido de um isqueiro. Eu agradeço e ascendo o cigarro, dando uma boa tragada tentando processar tudo o que aconteceu. O resto da viagem seguiu silenciosa e eu quase cheguei a dormir quando percebo que os caminhões pararam. — Hora de descer e trocar de carro. — Sigo as ordem do Collin saindo do carro e posteriormente do caminhão.



        — Collin, sua ajuda foi essencial para tudo isso dar certo. Muito obrigado pela sua eficiência.



      — Mais tarde quero vocês em minha boate para que possamos comemorar o sucesso do nosso plano. Isso foi do caralho, nós somos fodas, porra!! — Era nítido o quão empolgado ele estava, parecia o tipo de cara que tinha tesão em brincar com o perigo. — Ethan e eu entramos em um Audi preto com os vidros filmados seguindo para a mansão dele.



       Ethan me deixou muito à vontade para fazer o que eu quisesse até a hora de sairmos. Aproveitei para comer algo descente e tomar um bom e longo banho na jacuzzi dele enquanto acabava com uma garrafa dos seus melhores vinhos.



       — Essa  é definitivamente a visão do paraíso. — Ele para a minha frente me observando levar a taça a boca percorrendo com os olhos o caminho ate meus seios desnudos, não demora até ele começar a se despir na minha frente e entra junto comigo, também não pude deixar de tirar os olhos um segundo sequer daquele corpo escultural.



       — Posso dizer o mesmo. — Dou um sorriso malicioso enquanto coloco vinho em uma taça para ele. — Um brinde?



        — À liberdade da assassina mais competente e gostosa que esse mundo já viu. — Ele leva a taça em minha direção que correspondo.



        — Tim Tim.

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