USJ (PT I)

Quando chegamos na U.A. encontramos Shoto nos portões e vamos juntos para a sala.

— Vocês vieram juntos? — o meio a meio pergunta de forma monótona.

— Sim, esse folgado dormiu na minha casa. — digo apontando Seiki que esta do meu lado, enquanto olho para Shoto que esta do outro lado.

A parte da manhã passa em um piscar de olhos, votamos para escolher o líder da classe.

Midoriya ganhou e foi hilário ver Bakugo espumando de raiva, na hora do almoço, eu e Seiki nos sentamos com Shoto, Midoriya, Uraraka e Iida.

Mal comemos metade de nossos pratos e o alarme da escola é ativado e uma voz robótica diz que houve uma quebra de segurança nível 3 e nos instrui a evacuar o prédio. Todos os alunos se levantam em pânico e vão em direção a saída do prédio, o que resulta em todos presos no corredor estreito que leva á saída.

Eu e Seiki acabamos nos separando na multidão, esbarro em vários alunos e sou empurrada até bater o rosto nas costas de alguém.

— Desculpa — falo tirando algumas mechas de cabelo do rosto.

— Olha por onde anda, caralho! — reconheço a voz de Bakugo antes mesmo dele se virar para me encarar.

— Ara ara, não seja assim Kacchan... Isso aqui tá um inferno. — solto um suspiro.

— Já falei pra não me chamar assim, nerd. —  o loiro diz me olhando de cima.

Quando vou responder alguém esbarra nele, o que resulta em nossos corpos colados e meu rosto em seu peito, uma sensação agradável de calor se espalha por todos os lugares em que nossos corpos se encontram e sei que estou corada pelo leve ardor no meu rosto.

— Se eu continuar batendo o rosto nessa parede de músculos que você é, acho bem provável que eu acabe quebrando o nariz. — digo afastando meu rosto de seu peito e olhando para cima nos seus olhos.

— Tsk — isso é tudo o que ele responde.

Ele desce suas mãos até o meu quadril e me afasta um pouco, consigo ver suas bochechas levemente vermelhas e sei que ele esta tão envergonhado quanto eu. Noto que apesar de ter me afastado, suas mãos continuam no meu corpo. ~por Kami, como ele consegue ser tão bonito e ainda cheirar tão bem?~

— Kacchan, seu cheiro de caramelo é ainda melhor de perto. — falo baixo para que só ele me escute.

Ele aperta meu quadril e nos encaramos sem dizer mais nada, isso até vermos Iida flutuando até a placa de saída e pedir pra todos se acalmarem, porque é apenas a imprensa que entrou na escola. Depois do ocorrido voltamos para a sala, onde Midoriya da o cargo de representante para Iida que soube administrar muito bem a situação durante o almoço e todos concordamos com a decisão.

Aizawa-sensei finalmente sai do seu saco de dormir, como ele consegue parecer tão cansado o tempo todo?

— O treinamento básico de heróis de hoje se transformou numa aula com três professores, All Might, eu e mais uma pessoa. — ele diz com sua voz monótona.

Todos começam a falar ao mesmo tempo até que Sero pergunta o que vamos fazer.

— Desastres, naufrágios e tudo do estilo. É um treinamento de resgate.

A excitação da sala toda é palpável, Seiki me cutuca e diz baixo.

— Finalmente algo desafiador.

Concordo com a cabeça e o sensei volta a falar.

— Podem decidir se vão ou não usar seu traje dessa vez. Porque devem haver trajes que limitam suas habilidades, o treinamento será fora do campus, então vamos pegar um ônibus. — ele diz enquanto os compartimentos com nossos trajes são abertos. — Isso é tudo. Se preparem.

Imediatamente todos se levantam e pegam as maletas, vou para o vestiário e coloco meu traje, escolho não colocar a máscara dele e deixo o capuz para baixo. Faço uma trança com o cabelo para que não me atrapalhe e saio do vestiário, Seiki me espera assim como da última vez.

Caminhamos calmamente até o ônibus e esperamos que o resto dos alunos para poder entrar no ônibus. Iida faz movimentos robóticos enquanto nos da instruções para entrar, Seiki caminha até ele e coloca a mão em seu ombro.

— Relaxa, cara. — meu amigo diz e vai em direção as portas, ele para e olha para mim — Vamos, água-viva!

— Hai hai.

Assim que todos se acomodam, o ônibus parte em direção ao local de treinamento. Coloco meus fones de ouvido e me viro para a janela, ignorando a conversa de todos até que Seiki me cutuca com o cotovelo.

— Se vamos falar de força e aparência, tem que ser Bakugo, Mizuma, Kazemi e Todoroki né? — Kirishima diz.

— Bakugo esta sempre irritado, então não parece que vai ser popular. — Tsuyu-chan diz com um dedo no queixo.

— Mas que diabos?! QUER SAIR NO BRAÇO?!O loiro grita e se levanta.

— Viram? — Tsuyu continua.

— Nem nos conhecemos há muito tempo, então é incrível que todos saibam que a personalidade dele é tipo merda mergulhada no esgoto. — Kaminari provoca ainda mais, com um sorriso sarcástico direcionado ao loiro.

— Qual é a desse vocabulário seu maldito?! EU TE MATO!Bakugo explode e todos nós damos risada.

— Ara ara, pare de gritar Kacchan ou vai acabar nos deixando surdos. — dessa vez sou eu quem fala e mais uma onda de risadas as custas do garoto explosivo é ouvida.

Midoriya assiste enquanto tiramos sarro de seu rival com incredulidade estampada no rosto, acho que isso não costumava acontecer antes, provavelmente os alunos tinham medo do loiro por conta de sua agressividade.

A conversa continua até que Aizawa-sensei chama nossa atenção dizendo que chegamos.
Na frente da construção que é tão grande que até parece a Universal Studios Japan, encontramos o herói Treze nos esperando. Quando entramos, nos deparamos com algo realmente incrível, o lugar é dividido em várias áreas, cada uma com um desastre diferente. Tem simulações de ciclone, incêndio, naufrágio, deslizamento e muito mais.

— Vejamos... Antes de começar, deixe-me dizer uma coisa... — Treze começa dizendo e continua — Ou duas, ou três, ou quatro, ou cinco, seis, sete...

— Está aumentando... — todos nós falamos juntos.

— Pessoal, tenho certeza que conhecem minha individualidade, Black Hole, posso sugar qualquer coisa e transformar em pó.

Fico no fundo junto com Seiki e presto atenção no discurso que Treze dá a respeito de individualidades que podem matar com um passo em falso, sinto que me enquadro nessa categoria. Sei exatamente como é tirar uma vida, então presto total atenção nas suas palavras. Sinto um pouco de esperança ao pensar que agora que treino a manipulação de sangue, não será tão fácil perder o controle e machucar aqueles ao meu redor.

Treze faz uma pequena reverência quando termina seu discurso inspirador e Aizawa-sensei toma a frente.

— Certo, então primeiro... — o sensei começa a falar, mas para de repente.

As luzes ao redor da USJ piscam e desligam, a fonte no meio da praça também falha algumas vezes e Aizawa-sensei se vira e encara a praça onde uma fumaça roxa aparece e começa a se espalhar.

— Juntem-se e não se mexam! — o sensei diz em um tom alarmado — Treze, proteja os alunos!

Vejo nosso sensei colocar seus óculos e puxar suas fitas, ele esta sério e percebo que isso não faz parte do treinamento de hoje.

— Vilões... — digo baixo e Seiki olha para mim com surpresa.

Kirishima e Midoriya fazem menção de ir mais para frente e Eraser Head os impede.

— Não se mexam! — ele ordena, qualquer traço de nosso professor cansado desapareceu, dando lugar ao herói profissional — Aqueles são vilões.

Todos os alunos tremem ao ouvir o que nosso sensei acabou de dizer.

— O quê? Vilões? Não pode ser... — Kirishima diz, seus olhos arregalados — Como eles conseguiram entrar em uma escola de heróis?!

— O que aconteceu com os sensores, sensei? — Yaoyorozu pergunta para Treze-sensei.

— Eles estão instalados, mas... — ele diz, mas deixe a frase morrer e todos nós entendemos que os sensores não estão funcionando mais.

— Eles apareceram apenas aqui, ou estão pela escola inteira? Seja como for, os sensores não funcionaram... — Todoroki começa a analisar a situação.

— Isso significa que eles possuem algum Dom capaz de desativá-los. — eu continuo o raciocínio de Shoto — Uma área isolada do campus principal, na hora em que uma aula deveria ocorrer. Este ataque surpresa foi planejado com algum objetivo em mente.

— Eles são idiotas, mas não são burros. — Seiki fala. — Provavelmente armaram a invasão mais cedo para conseguir informações.

— Ótima analise, vocês três. Comece a evacuação, Treze. Tente avisar a escola. — Eraser Head fala para o outro herói — Aqueles vilões estão usando algo para sabotar os sensores, é possível que seja alguém com poderes de ondas de rádio. Kaminari, tente contatar a escola com o seu Dom.

O loiro concorda e faz o que foi pedido.

— E quanto ao senhor? Pretende lutar sozinho? Mesmo que consiga apagar o Dom de todos... —Midoriya toma a frente, preocupado com nosso professor — O estilo de luta do Eraser Head é a captura após o apagamento do Dom do adversário. Uma batalha de frente seria...

— Não é possível ser um herói com apenas uma tática. — Aizawa diz interrompendo Midoriya — Conto com você, Treze.

Após dizer isso ele pula os degraus rumo à praça onde os vilões se espalham. Todos os alunos se viram e começam a correr em direção à saída, vejo Midoriya observando nosso professor que luta contra vários vilões e Iida vai até ele, o apressando para sair dali.

Corremos em direção à saída, mas somos impedidos pela mesma fumaça que apareceu na praça, agora na nossa frente.

— Vocês não irão a lugar nenhum. — o vilão diz.

Bakugo e Kirishima vão para a frente e atacam ele, o que acaba sendo um fracasso já que a fumaça apenas se espalha e depois volta a se reunir.

— Meu trabalho é separá-los e torturá-los até a morte. — o vilão então nos cerca com sua fumaça.

Sinto como se estivesse caindo e imediatamente me lembro das horas que passei caindo no escuro no treinamento do antigo colégio. Meu corpo já sabe exatamente o que fazer e espero pelo impacto, quando sinto o chão sobre meus pés, flexiono meus joelhos. Ainda agachada olho ao redor, estou em um prédio caindo aos pedaços e não tem mais ninguém na sala comigo, Seiki cai ao meu lado fazendo o mesmo que eu.

— Acho que devemos agradecer o Sr. Kim pelas 8 horas que ficamos caindo no escuro, quem diria que o treinamento de queda dele viria a calhar... — ele diz enquanto limpa a sujeira invisível de seu traje.

— Aquele treinamento foi uma droga, mas realmente ajudou. Acho que estamos na área de desabamentos, o vilão da fumacinha deve ter uma quirk de portal... — falo me levantando.

— Fumacinha? Gostei. — ele da risada do apelido que dei para o vilão e continua — Consegue sentir alguém por perto? Sei que já conhece a assinatura de todos da sala.

— Bakugo e Kirishima estão dois andares abaixo, cercados. Atrás daquela porta ali tem quatro babacas esperando por nós. — digo usando minha quirk para sentir outros indivíduos.

— Certo, não vamos deixá-los esperando.

Cubro meus punhos com água enquanto Seiki manda uma rajada de vento que manda a porta direto no primeiro vilão que cai no chão com a porta em cima dele, nós derrubamos os outros três e descemos até o andar que nossos colegas estão.

Dou três batidas na porta que é aberta por um vilão que não entende nada de início.

— Olá, o senhor teria um minuto para me ouvir? — digo com um sorriso inocente no rosto.

Ele então parece se dar conta que esta aqui para nos derrotar e levanta a faca que estava segurando, pronto para me atacar. Cobrindo braços e pernas com água, meus golpes ficam mais potentes. Desvio da faca que ele mirava em meu rosto e acerto um soco em sua barriga que faz ele voar alguns metros acertando um de seus comparsas.

Seiki entra e começamos a lutar com as poucos vilões que ainda estão em pé e logo não resta mais nenhum.

— Oi oi oi, quem foi que pediu a ajuda dos namoradinhos ai? Eu podia muito bem cuidar desses malditos!! — Bakugo diz vindo em nossa direção.

— Namoradinhos? — eu e Seiki falamos juntos, então olhamos um para o outro e começamos a rir alto.

— Ai ai, você é engraçado... Ela é praticamente minha irmã, se queria saber se ela está solteira era só perguntar. — Seiki diz indo até a janela. — Oi Rei, tem uma espécie de lago do lado da praça onde o sensei tava lutando, o que acha de fazer "aquilo"?

— Chamaria muita atenção, e fazer aquilo me deixa cansada... — digo me aproximando dele na janela. — Deve ser a área de naufrágio, posso fazer algo mais simples...

OI, NÃO FALEM COMO SE FOSSEM OS ÚNICOS AQUI, CARALHO!!Bakugo começa a gritar para nós dois.

— Calma, bro. E ai, vocês tem algum plano? — Kirishima tenta acalmar o loiro e então se vira para nós com calma e sorrindo.

— Temos e não temos... — digo analisando a distância em que estamos do lago. — Acha que consegue me dar um impulso aqui dentro?

— É só o TNT ambulante ali quebrar essa parede, o resto é moleza... — Seiki sorri com presunção.

DO QUE VOCÊ ME CHAMOU SEU MERDINHA, QUER MORRER?Bakugo vem em nossa direção e eu entro em seu caminho.

— Kacchan, isso não é importante agora, precisamos saber se os outros estão bem assim como o Eraser Head. Consegue explodir a parede da janela sem derrubar o prédio em cima da gente? — eu digo suavemente para o loiro que ainda encara Seiki com furia.

— É claro que eu consigo, porra! Ta me subestimando? — Ele olha pra mim pra responder e eu sorrio para ele.

— Ótimo, Seiki vá com eles até a praça depois que eu for. E controle sua língua! — digo para o moreno que levanta as mãos em rendição.

— Qualquer coisa por você, água viva. Está pronta? — ele pergunta depois que eu me afasto até o meio do comodo.

— Sim. Katsuki, pode explodir. — eu falo para o loiro que solta um "tsk" e vai até a parede e ergue uma mão.

No segundo seguinte ele solta uma explosão controlada que abre um buraco razoável na parede, chego perto dele e coloco a mão em seu ombro, ele me olha com uma cara de poucos amigos, mas não diz nada.

— Obrigada, bombinha. — me viro para Seiki que ergue a mão e eu bato nela — Vejo vocês lá!

Faço uma bolha ao meu redor e Seiki fica atrás de mim, ele ergue as duas mãos e com uma forte rajada me lança pelo ar, controlo a água da minha "bolha" para subir um pouco e ter uma visão melhor da área.

Quando chego em cima da área de naufrágio, desfaço a bolha e me deixo cair na água.


Yo minna!!

Próximo capítulo já está quase pronto, queria publicar com mais frequencia, mas a vida de adulto é cilada!!

Quem desejou ser adulto quando tinha 14 anos, se ferrou! Trabalho, boletos, faculdade, problemas mentais... Não tem fim.

Até breve!!

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