Um treino leve e descontraído
Aizawa-sensei tira um aparelho do bolso e um holograma surge entre nós com nossos nomes, eles somem por um momento e depois aparecem em duplas.
— Muito bem, as duplas são: Izuku e Seiki, Tak e Rei, Shoto e Juuzo e Katsuki e Kirishima. — Dazai-san fala, olho para meu irmão e lhe dou um sorriso diabólico — E antes que comecem a chorar, não podem trocar de dupla.
— Muito bem, primeira dupla. — o sensei indica para que eles vão para frente e Kamo-san coloca um escudo ao redor deles — Vocês tem cinco minutos para lutar, ou até que um de vocês não consiga mais lutar. Tentem não se matar e lembrem-se, essa é uma luta sem individualidades.
Seiki e Deku se encaram, meu melhor amigo sendo muito mais alto do que o esverdeado. O menor levanta os punhos, em uma posição que nem sei se pode ser considerada defensiva. Sua inexperiência é mais que óbvia e sua guarda não está aberta, ela nem existe. Suspiro alto, cruzando os braços, vai ser bem difícil treinar ele.
— Ugh... O que eu fui arrumar pra minha cabeça?? — murmuro, Katsuki para ao meu lado e eu me apoio nele — Ele parece uma ameba, por Kami...
— HAH, ele parece mesmo... — ele fala atento à luta, Juuzo se aproxima e olha para Katsuki com os olhos cerrados — E ai, moleque.
— Meu nome é Juuzo. — o mais novo fala com raiva e eu o puxo para ficar na minha frente e passo os braços pelos seus ombros — Nee-san, ele não vai durar muito tempo como herói, olha essa posição.
Murmuro em concordância, não posso comentar que eu me comprometi a treiná-lo sem colocar em risco a revelação do segredo do All Might. Vou ter que treinar ele do zero, vai ser um saco.
— Isso vai acabar em segundos... — falo entediada.
Seiki avança rapidamente e antes que Izuku consiga reagir, ele já está no chão sem ar. O escudo se desfaz e Aizawa-sensei declara o vencedor. Seiki ajuda Deku a se levantar e eles dão espaço para mim e Tak, o escudo se ergue e deixo minhas mãos soltas ao lado do corpo, conheço o estilo de luta do meu irmão e ele gosta de atacar primeiro.
— Acabe com ele, Nee-san!! — Juuzo grita, e eu e Tak rimos.
— Assim eu fico magoado, ele gosta muito mais de você e nem tenta disfarçar... — o mais velho fala desanimado.
— Todos gostam mais de mim, irmãozão. — ele ataca assim que termino de falar e eu desvio com facilidade — Vamos lá, você pode fazer melhor que isso...
Me impulsiono e acerto um soco em seu flanco, fazendo ele cambalear segurando o lado esquerdo do corpo. Trocamos golpes e ele me acerta algumas vezes.
— Isso já está ficando chato, vamos acabar com isso... — falo para o meu irmão e então faço um movimento que nunca usei com ele em lutas.
Todos estão sem reação quando o escudo abaixa e eu olho em volta.
— O quê? — pergunto confusa.
— AAAAAAAAAAH!! — Juuzo grita correndo até mim — Quando foi que aprendeu esse movimento??
— Papai me ensinou... — estendo a mão para ajudar Tak a se levantar e ele passa a mão nas costas com uma careta — Tudo bem?
— Minha honra não existe mais...
Ouvimos um tremor vindo da mansão e meu pai sai correndo pela porta da cozinha pulando no ar.
— ISSO FOI INCRÍVEL!!! — ele grita e antes que possa continuar, minha mãe aparece lhe dando um tapa na cabeça e arrastando ele de volta para a mansão. — AI, QUERIDA!!
— Me desculpem, podem continuar... — ela fala e eles somem porta adentro.
— Todos nessa casa tem parafusos soltos? — Katsuki pergunta e eu e meus irmãos nos viramos ao mesmo tempo para ele — É, acho que sim...
Juuzo dá pulinhos de animação enquanto Shoto se aproxima de nós, ele sorri abertamente para mim, e meu coração se aquece.
— Não mate o seu primo, Juuzo, mamãe não ficaria feliz. — dou uma piscadela para ele que me dá uma risadinha.
— Acabe com o boneco de neve, campeão. — Tak ergue a mão para que o mais novo faça um High-five.
Eles se encaram dentro do escudo e como sempre, Shoto ataca primeiro. Mas Juuzo recebe treinamento diário, seus mestres têm orgulho dele, e pelo que sei, Shoto treina sozinho e é muito dependente da sua individualidade. Não demora muito para que o bicolor esteja no chão com meu irmão caçula sentado em cima dele rindo.
— Esse moleque é uma máquina. — Katsuki comenta com um sorriso orgulhoso, ele então cola sua boca em meu ouvido e sussurra — Aquele movimento foi muito sexy...
Sinto minhas bochechas queimando e o chão ao nosso redor treme, todas as cabeças se voltam em nossa direção e eu empurro Katsuki que tem o maior sorriso no rosto.
Dazai-san balança a cabeça e chama a última dupla. Katsuki e Kirishima estão em um nível parecido quando se trata de combate corpo à corpo, mas o Q.I. de batalha de Katsuki é muito maior e isso fica claro quando ele derruba Kirishima. Os dois estão cheios de machucados e eu dou um tapa na cabeça de cada um quando os curo para a próxima luta.
— Muito bem, vamos fazer uma pausa e para as lutas com individualidades teremos vencedores contra vencedores e perdedores contra perdedores. — Dazai-san fala — Primeira contra terceira luta e segunda contra quarta.
Isso significa que Seiki lutará contra Juuzo e eu contra Katsuki. Enquanto Midoriya enfrentará Shoto e Tak vai lutar contra Kirishima.
Terumi trás garrafas de água que ajudo a distribuir, quando entrego uma para Midoriya falo baixo.
— Não ouse quebrar seus ossos, é um treinamento, não uma luta contra vilões. Tente ter consciência do seu poder, esse é o lugar perfeito para tentar obter controle. — me distancio dele, chegando perto de Katsuki que olha para Midoriya atrás de mim e depois me encara.
— Não tenho o direito de te dizer com quem pode ou não conversar, mas não gosto que fale com o Deku. — ele está sério, e depois de beber toda a água ele começa a se alongar.
— Você tem razão, não tem o direito de dizer o que posso ou não fazer. v falo séria e então adiciono — E não tem motivos para se preocupar, só estou dando algumas dicas para ele.
— E por que eu iria me preocupar? — ele revira os olhos — É o Deku...
— Ah, ele é meio fofo, sabia?! — falo com um sorriso.
— Hmm, mas eu sou gostoso. — ele se aproxima e me dá um beijo na bochecha.
— Ugh! Nee-san, por que deixa ele te beijar? — Juuzo pergunta com uma careta de nojo.
— Porque sou o namorado dela, moleque. — Katsuki responde por mim.
— Meu nome não é moleque, é Juuzo! — o mais novo rebate.
— Tá tá, mas você é um moleque não é? — ele pergunta e Juuzo faz um beicinho — Ótimo, o que acha de uma luta depois?
Os olhos de Juuzo brilham com sua animação e ele dá pulinhos.
— Quer mesmo lutar comigo?
— Claro, você destruiu aquele merdinha duas cores como se ele fosse uma mosca. - Katsuki dá um sorriso diabólico e não deixo de rir quando Juuzo o copia.
— Por favor, não transforme meu irmão em uma mini versão sua... — olho para os dois que se encaram com uma cumplicidade recém cultivada.
— Mas você me ama. — o mais alto fala, piscando para o garoto que dá uma risadinha.
— Quem disse?
— Eu disse.
— Tá se achando demais, querido. — rolo meus olhos pra ele.
— Muito bem, pirralhos. — Dazai chama nossa atenção — Quero deixar claro que isso é apenas um treino, tentem não se matar. Rei, você só pode usar manipulação de sangue hoje.
— O quê? Por quê?
— Porque sim.
— Mas não será uma luta se eu estiver controlando o meu inimigo. — tento argumentar com meu mestre.
— É sobre ter controle, e você precisa aprender a ter mais controle com a manipulação de sangue. — ele tem razão, se quero usar todo o meu poder, preciso aprender a controlá-lo.
— Hai, mas quero lutar um pouco antes sem usar a manipulação.
— Tudo bem. Vamos começar com os perdedores. — ele anuncia e Aizawa-sensei da um passo a frente, ficando ao seu lado.
— Mizuma, Kirishima. — o sensei indica e os dois vão para frente, sendo cercados pelo escudo. — Comecem.
Meu irmão sorri para o ruivo que já endureceu o corpo. Kirishima corre na direção de Tak com um ataque aberto, sinto a temperatura abaixar ao meu redor e minha respiração condensa na minha frente. Tak desvia do ataque de Kirishima e ergue a com um movimento da mão, gelo cobre o chão e metade do corpo de seu oponente. Kirishima não consegue se mexer e Aizawa-sensei acena para que o escudo desça.
— Vocês devem aprender a ter esse tipo de controle mental em batalhas, lutar não é somente sobre acertar o inimigo e vencer, mas sobre ter controle sobre a situação. — o sensei aponta. — Todoroki, Midoriya.
A luta deles é praticamente uma repetição do festival esportivo, a diferença é que dessa vez Shoto não usa fogo, e Midoriya não desmaia, nem se quebra tanto, a luta termina com a vitória de Shoto.
— Midoriya, Recovery Girl deve estar chegando, imaginei que iria se quebrar todo. — Aizawa-sensei fala com certo desgosto — Mas achei que seria pior. Kazemi, Mizuma.
— Acabe com esse cabeça de vento, Juuzo. — pisco para o menor.
Seiki se impulsiona na direção de Juuzo com sua quirk, mas é surpreendido quando o mais novo o recebe com a foice em seu pescoço. Seiki tem mais experiência em combate, mas tenho que admitir que Juuzo chega a dar trabalho. Ele maneja suas armas com precisão. E os dois sorriem animados. Juuzo começa então a lançar várias adagas e Seiki as desvia com facilidade, mas então noto um padrão e dou um sorriso.
— Ah, que garoto diabólico... — murmuro.
Quando Seiki percebe é tarde demais e com um movimento dos dedos, Seiki está preso por finas linhas de metal.
— Juu-chan, isso foi muito legal!! — Seiki fala orgulhoso enquanto o menor desfaz suas armas.
— Hehe. — ele coça a nuca com vergonha.
— Foi uma estratégia e tanto, garoto. — Aizawa-sensei diz e meu irmão dá um grande sorriso. — Mizuma e Bakugo.
O escudo mal se ergue e Katsuki já vem para cima de mim. Seus ataques melhoraram muito desde que comecei a dar dicas para ele durante nossos treinos ele usa a individualidade com confiança e se eu não fosse sua oponente, ele poderia vencer.
Concentro uma pequena quantidade de água e com o dedo indicador apontando para ele como uma arma, atiro. A "bala" de água pega de raspão em seu braço, fazendo um corte, ele me olha surpreso e dou de ombros.
Depois de trocar alguns golpes, percebo que seus ataques estão ficando mais forte, pois ele está suando mais e como já tinha previsto na luta do festival esportivo, uma luta prolongada com ele só traz vantagens pra ele mesmo. Ele manda um soco na direção do meu rosto e uso a manipulação de sangue para tomar controle do seu corpo. Ele congela no meio do golpe.
— Você ia mesmo acertar meu rosto, Kacchan? — me concentro em liberar o controle do seu rosto e ele consegue sorrir para mim.
— É uma luta, Rei-chan. — seu sorriso é convencido e eu reviro os olhos — O que mais consegue fazer além de controlar meu corpo?
Com a mente, levanto sua mão e ativo sua individualidade, uma grande explosão é liberada. Suas sobrancelhas se erguem.
— Maneiro.
Sinto um pulsar leve e então sangue escorre do meu nariz.
— Já está bom, Rei. — Dazai-san fala alto e libero meu controle sobre Katsuki que cambaleia e vem até mim. — Se alguém quiser desafiar outra pessoa, a hora é agora.
Katsuki segura meu rosto com as duas mãos, e com o polegar limpa o sangue que não escorreu por muito tempo por causa da minha cura acelerada.
— Tudo bem? — ele pergunta e aceno positivamente — Você fica linda com os olhos vermelhos.
Depois que alguns deles lutam, incluindo Katsuki e Juuzo, nos juntamos para comer na sala de jantar. Papai precisou sair, alguma coisa na agência precisava da sua atenção e mamãe recebeu uma ligação e estava em seu escritório.
Shoto, Kirishima e Midoriya vão embora com Dazai e Aizawa-sensei. Seiki, Tak e Juuzo estão no dojo treinando.
Me deito no sofá com Katsuki atrás de mim, ele passa as mãos no meu cabelo e fecho os olhos aproveitando a carícia.
— Como funciona aquele ataque que pareceu uma arma de água? — ele pergunta com a voz suave.
— Hmm, funciona como uma arma mesmo, sem o cano, a bala explodiria na sua mão, então concentrar o ataque em uma pequena quantidade de água mas com mais força resulta em um ataque mais preciso e poderoso. É como compactar seu ataque. — falo um pouco sonolenta — Acho que daria certo pra você, inclusive.
— Vou tentar. Está cansada? — ele pergunta e apenas murmuro.
Ele passa os braços ao meu redor e ficamos assim. Acordo meio grogue e percebo que dormimos no sofá, Katsuki ainda dorme e seus braços me seguram firme. Me liberto e vou até a cozinha beber água, encontrando meus pais cochichando.
— Fofocas na cozinha a essa hora? — coço os olhos tentando afastar um pouco o sono — Posso saber também?
— Coisas de heróis. — papai fala simplesmente — Vocês pareciam cansados, e não te acordamos.
— Liguei para a mãe de Katsuki e avisei que tinham treinado e estavam cansados, ele pode dormir aqui. — mamãe me entrega um grande copo de água — Seiki também ficou.
— Claro que ficou, qualquer desculpa que ele possa usar pra ficar longe de casa... — bebo toda a água e coloco o copo na pia — Vou levar Katsuki para cima, ou ele vai acordar torto naquele sofá.
— Não vão dormir no mesmo quarto. — papai fala do nada.
— Obviamente. — mamãe concorda.
— Sinceramente... — reviro os olhos para os dois que dão risadinhas, sinto alguém se aproximando e me viro para a porta da cozinha, Katsuki entra passando a mão pelos cabelos arrepiados — Já estava indo te chamar para ir para um quarto, dormir no sofá não é muito bom...
— Minha mãe...
— Concordou em deixá-lo passar a noite, falei com ela no telefone, querido. — minha mãe fala, ela me dá um beijo na bochecha e sorri para o loiro. — Não durmam tarde, boa noite.
— Boa noite, mamãe.
— Boa noite, sogra. — ele fala e minha mãe sai rindo.
— E não durmam no mesmo quarto! — meu pai me dá um beijo na testa — Não ouse me chamar de sogro, moleque. Boa noite.
— Boa noite, papai.
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