Os dia foram passando e eu e Katsuki continuamos a nos encontrar escondidos, nas escadas, no prédio em que treinamos juntos mais algumas vezes.

Aizawa-sensei chega na sala, ainda parecendo uma múmia e fala seriamente.

- A luta ainda não acabou, está chegando o Festival Esportivo da U.A.

Com esse anúncio a sala toda começa a falar de uma vez, todos conhecemos o Festival Esportivo da U.A. Olho para meu irmão ao meu lado e depois para Seiki, teremos que falar com nossas famílias e sabemos que eles não querem chamar a atenção de heróis e vilões para nós... O lado ruim de se ter famílias extremamente conservadoras é que temos que manter segredo sobre o poder que temos, e não colocar um alvo em nossas costas.

Aizawa-sensei fala mais um pouco e nos dispensa, saindo da sala em seguida. Me viro para meu irmão e meu amigo, suas expressões estão sérias e sei que estão pensando o mesmo que eu, Seiki é o primeiro a falar.

- Cara, os velhos vão encher o saco... - ele fala e apoiando o rosto na mão - Aaah, isso vai ser complicado.

- Não poderemos ganhar em nenhuma das três fases, é o que vão nos falar - digo para eles - aposto que vão reunir os membros mais velhos até amanhã e teremos que ouvir eles tagarelarem por horas.

- Estou ansioso por isso. - meu irmão diz com sarcasmo.

- Vamos almoçar, prefiro pensar em comida do que me preocupar com aqueles velhos pretenciosos - Seiki diz se levantando e se alongando.

Eu me levanto junto com ele e o vejo encarar algo em nossa frente, sigo seu olhar e vejo Katsuki nos encarando enquanto Kaminari e Kirishima conversam junto dele, então sinto braços fortes me segurarem, sei que é meu amigo e vejo a expressão do loiro escurecer e então ele grita para os dois colegas.

- CALEM A BOCA E VAMOS LOGO COMER, PORRA - ele sai andando e os dois o seguem.

- Parece que alguém está com ciúmes. - ele sussurra no meu ouvido e ri.

- Desgruda, caralho. - digo dando um tapa na mão que está em meu ombro e ele da risada junto com meu irmão. - Não venha chorar quando a bombinha estourar na sua cara, baka.

- Como se ele fosse conseguir chegar perto de mim. - o mais alto diz com presunção.

Meu irmão apenas me encara eu o encaro de volta e ele então fala.

- Vamos almoçar. - ele sai na frente e seguimos ele.

Já no corredor, encontramos Uraraka, Iida e Midoriya, que estão conversando passamos por ele e então todos nós ouvimos a voz estrondosa do herói número um.

- Midoriya-shounen está aqui!!! - ele diz após dar sua risada característica e todos nós o encaramos com surpresa, ele está em sua forma musculosa.

- All Might?! - o esverdeando diz com os olhos arregalados - O que foi?

- Gohan! Você e a Mizuma-shojo querem comer comigo? - ele diz e olha pra mim e depois para Midoriya.

Eu olho para meu irmão que acena com a cabeça e então diz.

- Nos vemos mais tarde. - ele pisca para mim e bate de leve no braço de Seiki.

- Claro - digo para All Might.

Aceno para Tak e Seiki que se viram e caminham para o refeitório, me viro e sigo nosso sensei ao lado de Midoriya que fica murmurando todo o caminho até a sala que All Might escolheu para conversar com a gente.

- Você está começando a me irritar, garoto. - falo baixo, para que apenas ele possa me ouvir e ele parece voltar para a realidade e me olha assustado.

- Ah! Gomen, Mizuma-san. - ele diz e depois olha para baixo.

Sentamos de frente para uma mesa baixa que separa nossas cadeiras e o sofá em que All Might se senta e olha para nós, uma nuvem de fumaça o cobre e quando ela some vemos nosso professor em sua verdadeira forma.

- Gostaria de primeiro esclarecer algumas coisas para você Mizuma-shojo - ele começa dizendo - Começando pela minha individualidade, ela se chama One For All...

All Might tenta explicar tudo sobre a individualidade que ele herdou e sua relação com Midoriya, que agora é o atual usuário do One For All. No começo confesso que achei meio surreal, mas aprendi que no mundo em que vivemos isso não é impossível.
Penso em falar sobre ter alcançado a singularidade para All Might, mas permaneço calada, essa é uma situação que não envolve somente à mim.

- Entendo um pouco da situação sensei, mas ainda não entendi por que contaram isso pra mim... - digo olhando primeiro para o loiro e depois para o esverdeado.

- Sei que seu poder é imenso, e sei que você tem treinamento e experiência controlando sua individualidade para não ferir a si mesma e aqueles ao seu redor - ele começa - Gostaria de pedir um favor à você, gostaria que ajudasse o jovem Midoriya a ter um pouco mais de controle em relação ao poder que agora possui, ele está sempre se ferindo por exceder o limite que seu corpo aguenta...

- Eu posso tentar, mas acho que vai ser difícil, eu tive inúmeros senseis, tutores, e até mesmo os mestres de combate que servem à minha família - digo colocando a mão no queixo e pensando - Creio que vou ter que ajudá-lo Midoriya, sendo um pedido do senpai do meu pai...

- O-obrigado, Mizuma-san... - ele fala envergonhado - O-onde treinaremos?

- Treinaremos na minha casa, vamos começar depois do festival, tudo bem? - digo me levantando - Tenho muitos assuntos de família para resolver até o evento, mendokuse.

- Tu-udo bem - essa vergonha dele está começando a me irritar.

- Sua primeira tarefa até lá, é perder um pouco dessa vergonha, é irritante e eu não quero acabar afogando você - digo olhando em seus olhos, ele balança a cabeça apenas - Nos vemos por ai, Sensei.

Faço uma leve reverência para All Might e saio da sala, o almoço com os dois foi bom, mas preciso de líquido... Quando estou prestes a virar o corredor que dá no corredor do refeitório, ouço meu nome ser chamado.

- Mizuma! - ~será que eu não vou conseguir nem uma garrafa de água, mendokuse~ me viro e vejo Aizawa-sensei, ainda cheio das bandagens - Venha comigo por favor.

Acompanho ele até a sala dos professores, ele me indica o sofá e me sento, ele traz uma cadeira e se senta na minha frente.

- Ouvi sobre como agiu durante o ataque e que inclusive salvou minha vida, arigato. - ele começa e eu estreito meus olhos, mas aceno com a cabeça, já sei onde isso vai dar - São poucos os calouros que tem experiência de combate, e você e Kazemi certamente tem.

- Nossas famílias são particularmente rigorosas comigo e com ele - cruzo meus braços na frente do corpo e encaro de volta meu professor que ainda me encara.

- Porque vocês atingiram a singularidade? Ouvi o que disse ao Todoroki no primeiro combate de vocês... Conhece seus limites e limitações? - ele pergunta e eu ainda avalio ele, ele praticamente deu a vida para nos salvar, acho que vale a pena confiar nele.

- Sim, nossas famílias são obcecadas desde os primeiros Mizuma que tinham poderes aquáticos. E virou regra na família, temos que nos casar com alguém com poder de água, não que eu vá obedecer essa regra ridícula, enfim, depois de várias gerações eu e meu irmão nascemos, gêmeos, mas com poderes diferentes. Meu irmão pode manipular os elementos da água, transformar em outros líquidos e mudar sua temperatura. - paro para pensar no que contar a ele - Eu, por outro lado, ainda não conheci nada que seja líquido, alguns materiais sólidos que contém pelo menos uma molécula de água, não achei nada que eu não possa controlar, inclusive a umidade no ar.

Para mostrar, eu transformo as moléculas soltas em moléculas inteiras de H2O, faço uma esfera brinco um pouco com eles antes de absorvê-lo.



- Algum efeito colateral se usar muito, ou por muito tempo? - apesar de surpreso com tudo que falei, ele continua seu interrogatório.

- Fico desidratada, e posso perder o controle, pense em uma barragem, a única coisa que mantém todo esse poder para não machucar aqueles ao meu redor, é minha consciência. - só então ele parece perceber ou ao menos ter uma ideia do meu poder - Por isso eu treino todos os dias, meu mestre tem um poder de anulação, quase parecido com o seu, Sensei.

- Você me permitiria assistir um treino seu? Posso combinar com seus pais e seu mestre - sua pergunta me pega de surpresa.

- Hum... Se meus pais estiverem de acordo, claro. - mais alguém pra observar não mudará muita coisa.

- Certo, falarei com eles agora mesmo, está liberada. - ele indica a porta - Ah, Mizuma, esta conversa nunca aconteceu.

Eu aceno positivamente e vou para a sala de aula, a aula começa em 3 minutos, então ando depressa. Na curva para o corredor da sala 1-A, esbarro em alguém e sem aguentar solto um:

- Caralho, que idiota para na curva do corredor? - olho para cima só para encontrar Katsuki com um sorriso sacana.

Ele me faz voltar para o corredor em que eu vinha antes de virar, ele me coloca contra a parede e segura meu rosto e me dá um selinho demorado.



Ouvimos saltos e a voz suave de Midnight-sensei acompanha os cliques dos seus saltos.

- Por mais que eu ame um romance adolescente, eu faria isso em lugares onde os professores não os vissem, crianças... - ela da um sorriso sedutor - Vamos para a aula?

Eu olho para Katsuki e nós dois tentamos não rir, entramos na sala atrás da professora e vamos para nossos lugares, percebo os olhares que vão de mim para Bakugo. Midnight-sensei começa a aula e luto para prestar atenção depois das duas conversas que tive com os sensei.

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Minna, me perdoem pelo longo hiato sem aviso, passei por um período da minha vida que me fez repensar tudo o que eu faço.
Fora isso, estou reassistindo o anime, para tentar ser coerente com ele, óbvio que teremos mudanças aqui e ali para integrar os OC's
Obrigada para aqueles que esperaram ansiosamente esse capítulo e vou tentar dar um capítulo por semana pra vocês!!
Até a próxima e fiquem com esse gif da nossa bombinha.