Parte 1
Um ano havia se passado desde o momento em que Yoongi havia saído oficialmente da Eros. E embora ainda sentisse um certo vazio no peito não podia negar que estava usufruindo da nova vida.
Não tinha contas crescendo ao pé de sua porta, e hey (!) o ditado: Se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé; nunca fez tanto sentido em sua vida em comparação ao trabalho que agora fazia no conforto de seu quarto – sem precisar se preocupar em estar bem vestido porque, ninguém encheria seu saco. A propósito, seu chefe o preferia como veio ao mundo, despido de corpo e alma.
E claro, não existia mais dor de cabeça causada por vizinhos encrenqueiros. Yoongi chegava a jurar que aquele era o céu na terra.
Neste meio tempo, entre sair e se adaptar no A.P de Vante, foi um grande sacrifício. Não sabia como lidar com tanta informação, ainda processando sua nova casa, sua nova vida.
O fato de saber que alguém sabia e ainda poderiam ter a posse de fotos e vídeos que haviam usado como ameaça contra eles era de longe algo que ainda o assustava. E mesmo depois de ter dado um ponto final em qualquer vínculo seu com a FestEros ele ainda temia que aquilo fosse vazado.
Taehyung havia cortado qualquer envolvimento com sua antiga vida como ator pornor e seguia sendo agora um fotógrafo de eventos, e o Min estava firme ainda trabalhando com câmeras, agora editando tudo aquilo feito pelo namorado; mas, o medo e os riscos ainda eram possíveis.
Seja lá quem houvesse os ameaçado poderia muito bem expor tudo aquilo no presente momento e acabar com o início de algo que eles estavam tentando estabelecer em segredo. E mais, se isto realmente acontecesse quem mais sairá prejudicado seria o ex ator.
De qualquer forma, com todas as preocupações e os temores seguiam com mentes abertas, tentando não dar tamanha importância e mantendo ainda mais envolvimento no relacionamento que tinham, os tornando intocáveis por qualquer um que tentasse os separar.
• • •
— Eu já disse que não, Tae – disse com um risinho fino.
Taehyung também riu do outro lado da linha, achando adorável a voz manhosa e preguiçosa do namorado.
— Então porque fez isso, Bebê? Se a intenção não era me provocar, porque mandou uma foto assim? – questionou mordendo o lábio em provocação, embora o mais velho não o visse.
Yoongi se remexeu na cama que estava deitado, passando a ficar de barriga para cima, mirando fixo o teto acima de si – ele umedeceu os lábios se preparando para instigar ainda mais Vante.
— Talvez eu tenha mandado errado... – murmurou contendo um sorriso.
A única coisa que ouvi ao fundo foi um suspiro baixo e escasso. Yoongi esperou por um minuto, ouvindo um total silêncio, e logo em seguida um gemido no qual já estava familiarizado. Ele gargalhou, divertido pela situação em que havia colocado o namorado.
— Tae... – chamou risonho – onde está agora?
— Estou no banheiro do ônibus – suspirou – Neste lugar apertado, nojento e cercado de pessoas. Você vai se ver comigo, Min Yoongi.
— Porque? – riu – Já disse que essa foto não era pra você...
— Não brinque assim, Bebê. Pode ser pior.
— Ok!
Provocou risonho ao voltar a se virar na cama. Ele permaneceu em silêncio por mais um tempo, se permitindo ouvir os gemidos baixos e abafados do moreno. Yoongi mordeu forte o lábio e o soltou devagar aproveitando para criar sua própria fantasia baseado naquilo que ouvia.
Se imaginava lá, naquele espaço pequeno junto ao Kim; sentando em seu colo com o rosto afundado na curva do pescoço do mais alto a fim de abafar seus grunhidos enquanto rebolava gostoso em seu colo e puxava firme as mechas escuras de cabelo do moreno – que haviam crescido bastante durante os últimos meses; tudo isso enquanto tinha a pressão imposta pelos demais que os ouviam do lado de fora.
Yoongi estava sedento ao imaginar aquilo. Fazia alguns dias que estava longe de Vante, e a brincadeira de lhe mandar uma foto nada decente servia como um alerta sobre suas necessidades e desejos. Ah, Taehyung havia entendido bem o recado, e estava eufórico, locou para chegar logo em sua casa e agarrar seu pequeno como nunca antes havia feito.
— Bebê...
Taehyung o chamou em um sussurro; de longe estava nervoso por fazer aquilo tão próximo de outras pessoas, a possibilidade de estarem lhe ouvindo do outro lado daquela porta era imensa, contudo, a situação só o deixava mais excitado. Uma vez que Yoongi ouviu sua voz e vez menção em lhe responder foi interrompido quando o celular tocou localmente em sua mão. Era uma outra ligação.
Yoongi paralisou enquanto observava a ligação em seu celular, o número era desconhecido e a foto de perfil não ajudava muito. Uma onda de arrepios subiu e se espalhou por todo seu corpo – visto que poucas pessoas tinham seu contato e nunca saia distribuindo seu número para pessoa que não fossem de sua confiança.
— Gi? Que barulho é esse? – Taehyung perguntou preocupado após ouvir o som repercutido e o silêncio do menor.
— Um telefonema de um número estranho... – alegou com indiferença, já recusando a tal ligação.
— É melhor não atender, Bebê.
— Sim sim, eu já recusei – sorriu tentando se convencer que aquilo não havia mexido consigo – Tae, vou desligar agora, ok?
— Claro, tudo bem. É melhor mesmo, preciso terminar logo com isso, o pessoal pode acabar estranhando.
— Está certo – riu despedindo-se antes de finalizar a chamada.
Yoongi levantou e desceu para a cozinha – o clima no quarto estava terrivelmente quente por mais que devesse estar ao contrário, afinal, era início de outono. Mas o problema ali era o aquecedor, que havia se rebelado cerca de uma semana atrás enquanto fazia uma brincadeira às cegas junto ao Kim os levando a danificarem o aparelho que agora por vingança, enlouquecia e tornava o espaço um verdadeiro forno.
O Min colocou o celular sobre a bancada da cozinha e caminhou até a geladeira à procura de algo que o refresque e que de quebra também o alimente, e em meio a esse curto tempo seu celular voltou a tocar e vibrar pela extensão do balcão.
Ele, parado ainda em frente a geladeira virou e encarou o celular dançar em direção a borda até o momento em que a chamada caísse. Yoongi umedeceu os lábios sem tirar os olhos do aparelho celular, este que tocou ressoou mais uma vez: agora eram mensagens. Por um instante, Yoongi relaxou e imaginou que se tratava de Namjoon, visto que estava à espera de uma ligação do mais novo aquela tarde.
Yoongi se apressou em tirar um potinho de pudim do freezer e ir de uma vez checar seu celular. Mas, uma vez que o pegou e observou sobre a barra de notificação, aquele número desconhecido sentiu um nó se formar em sua garganta e a sensação de enjoo o consumir.
— Por que não atende minhas ligações?
— Não me diga que ainda guarda rancor do passado...
Ler aquilo foi como receber uma facada pelas costas, apesar de ainda não fazer ideia de quem se tratava aquilo o preocupava.
Ainda assim, passava em sua mente as possibilidades. E existiam tantas e todas eram tão desagradáveis e traiçoeiras. Mas nada poderia superar sua primeira impressão: anônimo. E se este fosse o caso, cuidaria para saber lidar com o problema sem expor ou envolver Vante, este que havia abrido mão de tudo por si no passado; agora seria sua vez de contribuir.
Contudo, o Min decidiu esperar e ver o que viria adiante. Ele pegou o celular e o colocou no bolso, voltando em seguida para seu quarto onde terminaria seu trabalho que havia começado durante o período da manhã.
• • •
Horas mais tarde, depois que havia finalmente colocado todo seu trabalho em dias e enviado todas as pastas para o e-mail de Vante, se permitiu descer para a sala e relaxar um pouco enquanto assistia algo e ficava à espera de Taehyung que chegaria a qualquer momento.
Mas, embora inerte com o que seus olhos viam diante de si, o pálido estava completamente submerso, preso naquela mensagem.
Depois de uma tarde inteira pensando e repensando naquilo, chegou a conclusão que não deveria ser o mesmo que havia os ameaçado ano atrás, e isto o deixava ainda mais aflito. Seja lá quem fosse, parecia ter algum tipo de intimidade pela forma como havia escrito, e... Rancor do passado? Yoongi guardava bastante coisas em suas memórias, menos que houvesse ficado de relutância com alguém.
E não importava quanto o Min se esforçasse para descobrir quem seria o ignoto, nada vinha em sua mente, e isto estava o estressando e o deixando ainda mais preocupado.
Não sabia se guardava aquilo apenas para si e esperava mais um pouco na esperança de que o ser de revelasse, ou se contava para Namjoon quando houvesse oportunidade, visto que escondia aquele fato de Taehyung seria uma opção por já saber como o mesmo reagiria.
Yoongi suspirou no sofá, agora pouco importava o que passava na tv. Seus olhos recaíram direto em seu celular deixado acima da mesa de centro; aquele simples aparelho que havia tirado toda sua concentração nas últimas três horas. O Min mordeu o lábio inferior com obsessão, desejando que aquilo não voltasse a acontecer e que fosse apenas algum erro.
Todavia parecia que o destino ouvia seus pensamentos, e como um passe de mágica o celular vibrou uma única vez sobre a mesinha de vidro. Ele engoliu a seco e não pensou antes de tomar em mãos o aparelho.
— Precisamos conversar, Kit.
Kit. Entre tantas coisas que podiam ter sido ditas para o estabilizar, aquela sem dúvidas foi certeira, como uma adaga enfiada no meio de seu peito. O enjôo subiu rápido por sua garganta e a única coisa que conseguiu fazer foi largar o celular e correr até a pia da cozinha onde colocou para fora todo o sentimento de repreensão e vergonha.
Aquela simples palavra de apenas três letras traziam lembranças horríveis de um garoto imaturo e nada legal nas quais o pálido preferia guardá-las no fundo de uma gaveta, fechada a sete chaves. Na verdade, por tanto tempo aquilo havia se perdido dentro de si; as próprias lembranças daquele seu passado haviam se escondendo em seu id por vontade própria, e aparecer
Yoongi ergueu a cabeça para frente, seu peito subia e descia conforme sua respiração perdia o controle, sua mente estava obscura e sombria com as lembranças átona. Yoongi se conteve para não voltar a vomitar com aquilo, principalmente porque ouviu a porta da sala ser aberta e a voz de Taehyung soar chamando por seu nome.
— Ah, você está aqui...
Disse retirando o casaco e o largando em cima da mesa da cozinha antes de caminhar até o Min ainda de costas para ele.
Taehyung chegou o abraçando por trás, afundando seu rosto no cabelo macio e cheiroso do menor, contudo, a maneira como ele estava paralisado no lugar sem demonstrar qualquer reação ou impulso alertou o mais novo, este que se afastou minimamente para trás a trazer o Min de frente para si e o despertar de seu transe.
Yoongi piscou algumas vezes e desviou o olhar para os lados.
— Gi? O que aconteceu? – indagou fechando completamente a cara.
Taehyung teve seu tempo suficiente para conhecer e descobrir sobre seu namorado, e ele conhecia muito bem a forma como o menor agia diante de uma situação desagradável. Seus olhos se movimentavam rápido para os lados, batucava os dedos das mãos contra as coxas e o canto direito do lábio sempre era reprimido para dentro fazendo que se formasse uma covinha em sua bochecha.
— Vamos, Yoongi, o que aconteceu?
— Nada, Tae. Por que isso? – alegou visivelmente tenso.
Taehyung umedeceu os lábios e cruzou os braços conforme se encostava no balcão atrás de si.
— Sei que tem algo de errado, está nervoso
— Nervoso? – perguntou sobressaltado.
— Sim! Está claramente nervoso. Não tente me enganar, eu te conheço bem. Agora me conta, Bebê.
Yoongi encolheu diante da voz do outro. Taehyung estava falando com a mesma calma de sempre, mas ouvi-lo chamar de Bebê como sempre fazia agora o causou gatinho por lhe fazer lembrar do Kit.
Ele inspirou fundo e tentou se acalmar um pouco. Não podia contar a Vante o que estava acontecendo, principalmente por agora saber de quem se tratava e por não querer dar falsas desconfianças a aquele por com amava e prezava o respeito.
— Já disse, Tae, não é nada. Só estou cansado.
— Hm. Cansado? – o Min concordou – Ok ok, acho que posso entender. Estou do mesmo jeito. Vamos tomar um banho juntos? Isso pode ajudar.
Taehyung perguntou agora com sua pose completamente rendida à frente da mentira do mais velho. Yoongi sorriu em resposta, no fundo, mais aliviado por ter escapado do Kim do que animado por tê-lo de volta.
• • •
Yoongi havia madrugado naquele dia. A partir do momento em que finalmente Taehyung havia caído no sono profundo seus olhos não haviam mais pregado.
Em sua mente não se passava nada mais a não ser aquela maldita mensagem e o remetente que, para a infelicidade do Min, havia voltado a atormentar sua vida após tanto tempo.
Quieto em seu canto, sentando na cama ao lado de um Taehyung terrivelmente cansado, Yoongi esperava impaciente o dia amanhecer e poder se encontrar com Namjoon, o único no qual poderia conversar sobre e o ajudar tirando parte do peso mental que o destruía desde então.
Yoongi se encolheu trazendo o travesseiro para junto de seu corpo, o apertando com força. Sua visão embaçou e o barulho de algo estalando no apartamento acima o deu gatilho, seus olhos se moveram em direção ao celular largado em cima do móvel, quase que conseguindo o ver acender e mostrar novas mensagens do seu pesadelo.
Seu corpo estremeceu e sua respiração foi aos poucos perdendo o controle. Inquieto, Yoongi se movimentou na cama, tentando se encolher ainda mais e se proteger daquilo que o atormentava e que desejava ser apenas um pesadelo no qual logo acordaria.
Os tremores do seu corpo se intensificaram e sua respiração pesou e a falta de ar se fez presente em si – o Min agora sufocado se apressou ao se pôr sentado na beirada da cama, deslizando a mão pelo peito a fim de aliviar aquele aperto que o reprimia.
No ato, distraído ao tentar se acalmar em meio a futuras lágrimas que lutavam para sair, despertou Taehyung que virou brevemente a cabeça em sua direção, observando apenas as costas do menor subir e descer com pressa.
Taehyung não precisava falar nada, muito menos perguntar. Já sabia o que estava acontecendo – ou pelo menos achava que sabia –, e qualquer palavra que ousasse falar não ajudaria muito ao namorado, e a opção de levantar e acalentá-lo por trás enquanto o ajudava a controlar sua respiração era a única coisa que podia fazer pelo mais velho.
Minutos depois, Taehyung o puxou para seu colo e o apertou em um abraço, ainda sentindo seu corpo estremecer contra suas mãos na pele nua de suas costas. Eles permaneceram assim por um longo tempo até que o Min adormeceu com a cabeça apoiada na curva do pescoço do moreno que apenas se virou para trás, e o ajeitou com cuidado para que descansasse com a cabeça em seu peito.
∞
Yoongi acordou na manhã seguinte sentindo algo afundar ao seu lado, seus olhos que ardiam com os raios da luz do dia que entrava por entre as persianas se voltaram devagar para um jovem sentado ao lado, olhando-o com um meio sorriso acolhedor.
Ele se ajustou, se pondo brevemente sentado ao lado do maior que afagou suas mechas negras em um carinho.
— Não vai pro estúdio? – Yoongi perguntou com voz arrastada, se esforçando a focar sua visão no namorado que sorriu ladino.
— Hoje não – respondeu o Kim, seu tom soou calmo e aveludado – Já trabalhei de mais essas últimas semanas. Agora preciso de um tempinho com você, não acha?
Yoongi piscou algumas vezes, encarando-o com curiosidade. Ele suspirou e baixou a cabeça deslizando as mãos pelo rosto inchado e ainda corado pelo ocorrido de horas atrás.
— Que tal um banho, hm? – ofereceu notando o menor colocar as pernas para fora da cama – Depois poderíamos sair, para tomar café, talvez.
— Tae... – chamou incerto, sem ousar olha-lo – Eu vou sair, tá? Eu tenho que resolver algumas coisas com o Namjoon...
Um meio sorriso ladino surgiu aos lábios do moreno. Taehyung liberou um riso nasal, incrédulo.
— Não pode deixar para depois, Bebê? – indagou, pousando a mão no ombro do pálido e apertando levemente em uma massagem.
Yoongi mordeu o lábio com precisão. O toque do ator era terno e convincente. Mas uma vez que tinha sua mente sendo perturbada e uma sensação de culpa o corroendo, não podia se dar ao luxo de ficar e aproveitar o momento como se nada estivesse acontecendo.
Ele levantou de uma vez, surpreendendo o mais novo que se afastou pelo susto. Yoongi caminhou até o guarda roupa e tirou a primeira peça de roupa que viu pela frente e caminhou em direção ao banheiro, respondendo com muito esforço a fala anterior do rapaz.
— Não. Ele precisa de ajuda com algo na Eros.
— Eros? – relutou levantando. Yoongi parou uma vez que estava em meio ao batente da porta.
— Eu sei o que você quer dizer... – suspirou fechando brevemente seus olhos – Não precisa se preocupar, já tem mais de um ano. Não acredito que esteja correndo algum risco apenas em visitar a empresa. Ou melhor, um amigo.
Vante permaneceu quieto, e o Min entendeu aquilo como um fim de conversa, e entrou no banheiro fechando a porta, deixando o maior solitário em um clima de indiferença. Taehyung apenas se contentou e saiu do quarto.
• • •
Yoongi esperava inquieto em baixo do calor do sol do dia, seu dedo indicador tocando cada vez mais rápido a campainha a fim de que logo alguém aparecesse e o socorresse.
Socorresse daquele aperto em seu peito que estava o destruindo, quase o matando, sufocando todo seu interior.
Se o inferno realmente existia com suas torturas a almas condenadas, Yoongi acreditava que aquilo que estava sentindo, toda aquela apreensão em seu peito já era uma parte de sua tortura. E ele entendia estar pagando por ela ainda vida. Ele aceitava aquilo, embora estivesse enlouquecendo e buscando recorrer pela ajuda de Namjoon como um alguém à beira do abismo a procura da palavra de Deus em busca da salvação.
— É melhor que seja algo importante! – Namjoon reclamou com voz ríspida abrindo a porta a contragosto.
Ele se assustou ao notar um rapaz aflito e de olhar perdido parado em frente a sua porta, ainda mais assustado por sua voz nada receptiva.
— Hyung, o que veio fazer aqui?
Perguntou preocupado, e Yoongi sequer deu ao respeito e foi logo passando entre o maior para o interior de sua casa. Namjoon fechou a porta e o acompanhou a passos tensos.
— Ele voltou, Joon. Ele me ligou e mandou várias mensagens – afirmou, virando-se e o encarando com os olhos já lacrimejados – Aquele filho da puta está a minha procura.
— Hyung! – Namjoon o repreendeu desviando o olhar em direção ao corredor de sua casa – Preste mais atenção com suas palavras, E-Jin está aqui e não quero que ela diga coisas feias assim.
— Me desculpe – murmurou jogando-se no sofá ainda mais intimidado.
Namjoon suspirou, enfiando as mãos dentro dos bolsos de suas calças.
— Olha, estou terminando de ajeitar a E-Jin para ir deixá-la na escola. Se quiser, a gente pode se encontrar no café aqui próximo pra conversarmos.
— No café? – indagou sem muitas expectativas.
— Ok ok – suspirou – Ou você pode ficar aqui e esperar que eu volte para conversarmos, o que acha?
— Essa ideia é melhor – respondeu com voz arrastada.
Namjoon balançou a cabeça em desdém diante da situação que Yoongi se encontrava. Um meio sorriso surgiu em seus lábios. O Min parecia uma criança indefesa que corria para os braços de seus pais para que pudessem o proteger e o acalentar sobre qualquer dificuldade. Namjoon estava curioso, de fato, para saber sobre o que se tratava tanta aflição que existia em seu amigo.
— Tio Namu – a voz histérica vibrou vindo do corredor. Os passos eram rápidos e ecoavam conforme se aproximava – Tô pronta!
E-Jin elucidou correndo e parando de frente para o moreno parado em meio a sala. A garotinha que continha um sorriso grande em seus lábios finos e rosados foi fechando a expressão aos poucos conforme percebia uma indiferença vinda do maior que a olhou com uma expressão quase neutra.
— Não vai dizer oi para o tio Min? – perguntou inclinando o queixo em direção ao pálido, no sofá.
A menina formou um bico nos lábios, surpresa, ao olhar para trás e ver o homem sentado encarando-a com um pequeno sorriso no rosto. A Kim suspirou animada e correu em sua direção jogando-se no colo do mais velho que a segurou pousando suas mãos nas costas da menor.
— Tio Min tá fazendo o que aqui? – perguntou agarrando o pescoço do pálido que já se sentia sufocado.
Yoongi a ajeitou colocando-a sentada ao seu lado.
— Vim falar com o Namu – falou com leve tom de ironia, encarando o amigo que torceu o lábio.
Namjoon revirou os olhos e estendeu a mão em direção a menor que fez um beicinho fofo ao se levantar e caminhar para próximo do moreno.
— Fica a vontade, Hyung. Eu volto logo – alegou recebendo um assentir do mais velho, e com isso saiu o deixando só.
• • •
Yoongi jogou seu corpo contra o encosto da cadeira deixando suas mãos estendidas sobre a mesa ao analisar a reação do Kim que lia as mensagens na qual havia recebido outro dia.
Namjoon franziu o cenho e torceu o canto do lábio ao colocar o celular na mesa e empurrá-lo para próximo das mãos do mais velho que ergueu as sobrancelhas, a espera de alguma resposta vinda do moreno. O Kim deu de ombros recostando-se na cadeira.
— Não vai falar nada?
— O que quer que eu fale? – Namjoon perguntou duvidoso.
— Como assim? Não vê?
Joon umedeceu os lábios, e batucando os dedos lentamente sobre a madeira da mesa redonda se pronunciou sem muita crença.
— Acha que seja o Jay? Por causa do apelido? – o Min concordou de prontidão – Acha que ele está na cidade, por isso quer conversar com você?
— Eu não sei! – exclamou sem paciência – Me ajuda, Joon, eu não sei se devo responder, se devo me encontrar com ele caso esteja na cidade, ou... – falou com temor–- Eu não vou falar sobre isso com o Tae.
— Espera... – balançou as mãos afim de uma pausa – O Taehyung não sabe sobre o Hoseok?
— Claro que não – falou com convicção – Desde que ele foi embora fiz de tudo pra esquecer ele, então por que iria falar dele pro Tae? Principalmente agora que já estou morando com o Vante, e ele supostamente volta querendo se aproximar de mim? Jamais! – resmungou cruzando os braços e olhando pro lado.
Um suspiro baixo e escasso escapou pelos lábios do Kim. Namjoon entendia onde o mais velho queria chegar, e o compreendia claramente. Contudo, sem dúvidas este não seria um caminho a se tomar caso estivesse em uma situação parecida junto a SeokJin.
— Então, o que devo fazer?
— Hyung, não faço a mínima ideia. Mas de uma coisa tenho certeza, não esconda isso de Vante. Isso pode trazer problemas pra você.
— Eu sei disso – comentou pensativo.
— Mas... – início incerto – Por que não tenta? Digo, responder as mensagens do Jay? Talvez ele queira se desculpar...
— E você acha que vou perdoá-lo? – riu a contragosto – Eu o conheço muito bem.
— E eu te conheço, Hyung – contestou olhando-o duro – Não se engane.
O pálido o olhou de soslaio, tanto pensativo quanto julgativo sobre a fala do mais novo, embora soubesse que Namjoon o conhecia melhor que a si mesmo e que talvez fosse um erro duvidar. Ele deu de ombros, demonstrando desinteresse.
Mais tarde, acomodado no sofá de sua casa, Yoongi tinha mais uma vez sua mente perturbada por uma nuvem obscura de dúvidas e temores. Diante de tantas incertezas, no fundo já sabia o que queria fazer. E seu corpo estava em adrenalina diante de sua escolha. Mal conseguia relaxar e parecer tranquilo ao lado de Taehyung que o observava vez ou outra.
— Bebê? – chamou a atenção do menor que o olhou de imediato – Que tal tomarmos um banho? Você parece inquieto, talvez ajude.
— Inquieto? – perguntou nervoso, se afastando minimamente do ex ator – Estou bem, Tae.
— Certeza? – concordou – Ok. Eu vou então, mas a proposta ainda está de pé – alegou tocando de leve a lateral do rosto do pálido que sorriu mínimo, assistindo-o levantar e caminhar para o quarto.
Uma vez que ele estava só e conseguia ouvir a voz de Taehyung que gostava de cantarola durante o banho, Yoongi ágil ao pegar o celular – embora nervoso – e entrar na aba onde existiam as mensagens nas quais havia ignorado de Jay.
O pálido suspirou profundo, seus polegares que pairavam sobre a tela com o teclado aberto tremiam pelo medo da futura resposta que receberia. Contudo, o Min tomou coragem digitando algo com pressa.
— O que você quer falar? – digitou e enviou passando a esperar impaciente.
Em um dado momento, Yoongi virou e olhou em direção ao corredor, temendo que Vante aparecesse de surpresa e o pegasse no ato. Em meio a isso, teve sua atenção despertada ao ouvir uma sequência de notificações de seu celular.
— Pensei que fosse me ignorar. Mas pelo visto me enganei – comentou usando um emoticon de piscadela no qual fez com que o Min virasse os olhos em desdém da ousadia do outro – Como você está, Kit?
— Estou bem, obrigado – respondeu – Então, o que quer falar?
— Nossa, quanta delicadeza da sua parte. Obrigado por perguntar, estou ótimo também – provocou – O que acha de nos encontramos para conversar?
— Nos encontramos? Por que não diz logo? – contestou.
— Kit, não acho que seja certo termos essa conversa por celular. Mais tarde irei passar o endereço de onde podemos nos encontrar amanhã pela tarde.
Yoongi engoliu a seco, vendo que logo em seguida o tal já não se encontrava mais online. Deixando-o à mercê da situação que havia sido colocado.
Ele desligou o celular e o deixou ao seu lado. Seu olhar agora parecendo distante sobre um ponto disperso à sua frente. Já faziam anos desde que havia o visto, e a ideia de reencontrá-lo fazia com que seu intestino embrulhasse pelo medo de não saber qual seria sua própria reação ao revê-lo.
Despertando de seu devaneio, Yoongi piscou algumas vezes; parecia que não havia mais jeito. Ele deveria lidar com aquilo e dar um ponto final para poder seguir adiante, como se nada houvesse acontecido. Ele levantou e seguiu para o quarto, entrando direto no banheiro ao encontro de Taehyung que o recebeu com um sorriso grande e ardiloso no qual foi quebrado pelos lábios sedentos do Min.
∞
Inquieto, Yoongi andava de uma direção a outra, indo da sala para a cozinha em questão de segundos. Suas mãos soavam e seu coração parecia que iria aos ares de tão acelerado. Seus olhos às vezes se voltavam para um rapaz de pele bronzeada e de peito despido sobre o sofá; e a cada vez que o via sentia uma garganta fechar e tudo escurecer ao seu redor. Yoongi estava entrando em colapso, se odiando pelo ponto de onde havia chegado.
— Algum problema, Bebê? – Vante indagou de forma neutra, mirando-o de soslaio – Seu celular não para de cair notificação, e você está com uma cara péssima.
— Que? Não, não tem problema algum. Apenas e-mails do trabalho – deu de ombros sem importância, guardando o aparelho no bolso.
Taehyung assentiu e voltou sua atenção para sua câmera. Yoongi engoliu a seco, queria que suas palavras fossem verdadeiras, odiava mentir para o Kim mas temia simplesmente contar a verdade. Ele suspirou silencioso.
— Eu vou sair, Taehyung – comentou andando até a mesinha de centro e já alcançando em mãos a chave do carro.
— Claro – sorriu, distraído com sua máquina.
— Vou na Eros. Lembrei que deixei algo com o Namjoon outro dia. Preciso pegar – explicou-se de forma desnecessária e com voz arrastada.
Ele mordeu o lábio, se sentido idiota por continuar mentido. Mas, vendo que o outro voltou a assentir, desmanchou sua feição e saiu com pressa, receando falar mais do que devia.
• • •
Já fazia cerca de meia hora que Yoongi estava sentado em uma das mesas de um bar que se encontrava quase que fora da cidade. O lugar era rústico e estava cheio de pessoas; algo que fez com que o Min se sentisse ameaçado a entrar naquele local pelos os próprios que o frequentavam: homens desconhecidos de rostos bravos e olhar ameaçador.
Toda aquela "hospitalidade" o que fez que ficasse ansioso demais para se permitir relaxar e apreciar uma bebida em meio a tantos pares de olhos desconhecidos e tenebrosos sobre si.
Em certo momento, tentando não chamar ainda mais a atenção dos outros que bebiam enquanto o estudava de forma direta, teve seus devaneios tirados ao ouvir um ronco de uma moto soar estacionando em frente àquele bar. Seus olhos esbugalharam e sua boca salivou em pânico quando reconheceu o cara dono da moto, todo trajado em roupas apertadas em um Jeans escuro. O olhar sensual e intimidador recaiu sobre seu corpo pequeno e tenso e conforme o tal entrava, amistoso ao comprimento os demais.
— Kit... – Hoseok manhou em sua fala ao se aproximar daquele que parecia mil vezes mais pálido que o habitual – quanto tempo – comentou sentando no banco ao lado do menor, pousando brevemente sua mão no braço do rapaz que mirou aquele toque.
Uma risada gostosa escapou pelos seus lábios e entendendo a reação do Min, desfez o contato, virando-se agora de frente para o barman pedindo uma rodada de bebida. O homem colocou dois copinhos de whisky à sua frente, e Hoseok empurrou um dos copos para frente do pálido.
Embora instável diante do ex que havia se tornado outra pessoa depois de tantos anos, Yoongi pegou o copo e encarou a bebida num tom marrom amadeirado balançando. Hoseok também pegou seu próprio copo e ergueu em direção ao Min, na esperança de que fizessem um brinde, no entanto, Yoongi ignorou aquilo e apenas jogou o líquido de gosto amargo goela adentro, conseguindo apenas fazer com que Hoseok desse uma risada ladina antes de aproximar seu colo aos seus lábios.
— Kit... – chamou-o a atenção com uma voz serena e carregada de sensualidade – Beber sem brindar, sete anos sem trepar.
— Que? – Yoongi indagou assustado diante da fala do outro que voltou a rir – Deixa dessas suas idiotices, Hoseok. E para de me chamar de Kit!
O moreno liberou um sorriso ladino antes de tomar o resto de sua bebida. Yoongi o analisou com as sobrancelhas franzidas.
Uma onda de insegurança, medo e incerteza rondou todo seu ser. Fazia tanto tempo desde a última vez que havia visto Hoseok. E mesmo com tantos anos ele continuava o mesmo, fodidamente gostoso e incrivelmente irritante. Não havia dúvidas que ele era 99 por cento atrevido, e aquele 1 por cento que restava era de pura idiotice.
— Kit – murmurou mordendo o lábio – Você costumava gostar desse apelido. Principalmente quando fodiamos às escondidas nos lugares.
As palavras do Jung acertaram o pálido como uma adaga bem afiada. Uma das coisas que Yoongi mais odiava era seu passado, odiava o fato de ter sido aquele tipo de pessoa que dizia foda-se para tudo e queria aproveitar a vida como se não houvesse o amanhã para se sentir culpado.
Suas bochechas inflaram conforme as lembranças se iluminavam em sua mente. Ele encolheu-se no banco e olhou em torno nervoso por alguém ter o escutado.
—Você tá certo, gostava – esclareceu após um minuto de recusa – E isso era quando nós ficávamos. Não sei se deu pra perceber, mas já passou-se anos, Hoseok. Não estamos mais juntos e eu tenho alguém. E não quero que fale mais esse maldito apelido.
— Como assim, quando ficávamos? Sempre pensei que fossemos namorados – comentou pedindo para que o moço do bar enchesse os copos.
Yoongi suspirou, olhando brevemente em torno.
— Não acho que você tenha me chamado aqui apenas para discutir isso... Vamos, qual o assunto afinal?
— Quanta pressa – reclamou com um bico nos lábios, fazendo menção para que aproveitasse a bebida – Só queria te ver, saber como você está...
— Não acredito – revirou os olhos, descrente.
— E olha, você está ótimo, Kit – elucidou descendo o olhar descaradamente pelo corpo do pálido enquanto mordia com força o lábio, soltando-o com gosto – Amigo – chamou pelo barmen agora fixando os olhos negros do Min – Trás uma garrafa para mim, este garoto precisa de algo para beber, não posso deixa-lo desidratado.
Yoongi engoliu a seco. Embora quisesse desviar o olhar e ignorá-lo simplesmente não conseguia. Hoseok ainda tinha o mesmo charme e encanto que havia o prendido anos atrás, e isto o deixava nervoso. Seu coração estava agitado, e não só ele quanto outras parte de seu corpo na qual pelo seu desejo não deveriam reagir de tal forma. Mas era impossível.
Yoongi o observou em silêncio, vendo-o tomar seu whisky sem tirar os olhos de si. Aquilo era demais para si. A situação já não era uma das melhores em diversos quesitos, e Hoseok estava o provocando, e para sua tristeza – que talvez não fosse tanta assim – ele estava conseguindo mexer consigo.
Yoongi levantou sem avisos a fim de sair daquele local, no entanto, a mão grande e firme do Jung agarrou seu pulso o fazendo parar. Hoseok levantou e parou em sua frente.
— Para onde vai, Kit?
— Já falei para não me chamar mais assim – exigiu com voz firme – Se não tem nada para dizer, então vou embora. E é melhor que não me perturbe mais – alegou fazendo menção em se soltar da mão do moreno e sair, contudo ele o prendeu ainda mais forte.
— Yoongi – iniciou entre um suspiro acompanhado por um riso arrastado – Pensei que aqui fosse o lugar perfeito para conversarmos, mas está muito cheio aqui hoje. Que tal... – o soltou enfiando as mãos no bolso em busca da carteira na qual abriu puxando de seu interior um cartão, entregando-o – Aqui, esse endereço é melhor.
— Mr. Jay? O que seria isso? – questionou encarando o cartão preto com letras amarelas com um título em seu centro e um endereço e número de telefone ao canto.
— Você irá descobrir – deu uma piscadela, enfiando as mãos nos bolsos – Despois aviso qual o melhor dia para ir até lá.
— Por acaso é outro bar estranho? – arqueou uma sobrancelha.
— Não – riu – Mas se não gostar, está convidado para uma conversa na minha casa domingo à noite – comentou entre um sorriso perverso.
Yoongi fechou a cara diante da provocação. Ele amassou o cartão na palma de sua mão e saiu a passos duros para fora daquele ambiente, sentindo suas costas queimarem pelo peso dos diversos olhares, mas o de Jay se sobressaia e isto o irritava ainda mais.
Dias depois
Assim como nos estágios do luto, Yoongi estava passando pelos estágios da aceitação. No momento se encontrava preso na negação e isolamento. Fugindo e evitando a todo custo manter contato com Hoseok que por algum motivo sempre estava nos lugares por qual frequentava com Taehyung. E a ideia dele se aproximar e dizer bobagens como de costume o soava assustador.
Taehyung era esperto, já fazia semanas que presenciava uma certa indiferença vinda no namorado, mas com todo custo não o questionava pois prezava o espaço pessoal de seu parceiro, o que tornava as coisas para o Min um pouco menos angustiante.
Era tarde, e a campainha tocou chamando a atenção de Taehyung que foi atender a porta, ele sabia que se tratava do Min que havia saído horas atrás para fazer as compras visto que ele não podia ir devido o trabalho no qual tentava finalizar.
— Nossa, o mercado estava lotado – comentou entregando as sacolas ao Kim que havia estendido as mãos para receber.
— Imaginei pela sua demora – sorriu abrindo espaço para que ele entrasse – Um amigo seu está aqui, disse que veio para te ver. Ele chegou agora a pouco.
— Amigo? – resmungou acompanhando o maior até a sala, dando de cara com ser de sorriso astuto e muito bem acomodado em seu sofá, de pernas cruzadas e olhando-o de forma insignificante.
— Yoongi – levantou e caminhou em sua direção o abraçando apertado.
Um peso surgiu no corpo do menor, seu olhar havia ficado embaçado e ele conseguia sentir seu sangue ferver e seu intestino embrulhar. Está envolto dos braços do moreno, sentir seu cheiro que incrivelmente continuava o mesmo, e tudo isso em frente a Taehyung que os assistia com um sorriso inocente. Era como um passo no futuro e dois no passado.
— Vou guarda as coisas e trazer algo para tomarmos – Taehyung alegou caminhando para a cozinha, deixando-os a sós.
Yoongi inspirou profundo conforme Jay ia o soltando, permanecendo apenas sua mão em seu braço.
— O que pensa que está fazendo aqui? Como conseguiu meu endereço? – perguntou entre sussurros.
Hoseok sorriu ousando tocar o queixo do menor que empurrou sua mão para longe.
— Vim fazer uma visita, saber se estava bem. Não respondeu mais minhas mensagens.
— É melhor ir embora agora! – exclamou com seriedade no olhar.
— Aqui, uma limonada nesse calor é perfeita – disse o Kim aproximando e deixando a bandeja na mesa de centro.
Inquieto Yoongi deu um passo para o lado, impedindo discretamente que Hoseok caminhasse em direção a bandeija servida pelos copos de limonada.
— Que pena, Hoseok já tem que ir – sorriu a contragosto.
— Mas já? – o mais novo ali murmurou olhando o Jung parado ao lado de seu namorado, este que continuou.
— Ele disse que é algo do trabalho, não é mesmo, Hoseok? – mirou-o com seriedade.
O Jung sorriu ladino e entrou na desculpa do pálido, convencendo Kim.
— Lembrei que tenho hora marcada na minha agenda. Mas, que tal marcamos de sairmos nesse domingo, se tiverem tempo?
Contestou arrancando um suspiro nada agradável de Yoongi. Hoseok era um manipulador profissional, e não importava os arrodeios que fizesse ele sempre conseguia encontrar outros caminhos. Mas para a sorte de Yoongi, Taehyung discordou e explicou seus motivos.
Hoseok fez uma cara de descontentamento, mas logo sorriu amigável e para o ódio do Min, ele se despediu abraçando primeiro a ele, e indo em seguida a Taehyung para que então saísse sendo acompanhado pelo próprio Kim.
Yoongi se jogou contra o encosto do sofá e fez com que se formasse um bico choroso em seus lábios. Maldito seja Jung Hoseok e sua sede de poder, por conseguir estar sempre um passo a frente.
Alguns dias depois, após não manter mais sequer um contato com o moreno ou vê-lo pelos lugares que costumava frequentar – Yoongi acreditava que o mesmo havia finalmente se posto em seu lugar e o deixado em paz de vez. Mas como o universo ou qualquer ser celestial parecia querer deixar claro seu ódio pelo pálido, Yoongi, em dada hora da noite enquanto estava sob os lençóis de sua cama junto a um Taehyung ofegante coberto de suor e adrenalina, foram interrompidos pelo toque de seu celular, que não durou mais do que dois segundos, despertando a atenção de ambos.
— Quem está te ligando a essas horas? – Taehyung perguntou descendo suas mãos pelas costas do menor até suas nádegas marcadas por seus dedos.
— Não sei – murmurou sentindo seus batimentos acelerarem.
Seus olhos se voltaram brevemente para o aparelho deixado sobre a mesinha, mas como o mesmo não voltou a tocar, acreditou que fosse apenas um erro, e voltou a seu trabalho árduo de mover seu colo contra o membro rígido de Vante que gemeu sôfrego.
Naquela mesma madrugada, quando Taehyung dormia tranquilo em seu lugar, Yoongi levantou para ir ao banheiro, e levou junto consigo o celular, finalmente vendo que a ligação vinha do número de Jay.
— Não vai me retornar?
A mensagem caiu na barra de notificações assustando ao pálido que engoliu a seco, sentindo seu estômago embrulhar.
— Por que não me deixa em paz? Para de ligar tarde da noite!
— Por acaso atrapalhei algo? – perguntou colocando alguns emojis de risada. Yoongi mordeu o lábio nervoso – Lembra do cartão que te dei aquele dia no bar com meu endereço? Aparece aqui amanhã. Ainda não tivemos nossa conversa – explicou por fim.
Yoongi apenas leu aquelas mensagens, observando-as com atenção e dúvida. Não sabia exatamente o que responder, ou se devia responder. Na parte inferior do contato, surgiu digitando, mas sumiu logo em seguida e Hoseok saiu on-line. Um suspiro cansado fugiu dos lábios do pálido que desligou o celular, e voltou para o quarto, deitando ao lado de Taehyung que, involuntariamente, o abraçou por trás.
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