Creio
Não só de doçura vive o homem
Mas somente no amor efetiva-se homem
Não só felicidades constroem uma vida
Mas é necessário coragem para viver feliz
Não creio num amor egoísta ou carente
Creio num amor desapegado e dolorido
Creio no amor que rasga o peito
Rasga a alma
Drena o sangue
Esvazia o pulmão
Creio em amar até morrer
Creio em amar enquanto doer
Não creio em viver pela vida
Creio em viver para a morte
Creio em morrer para a vida
Vida essa que começa na Terra
Mas não encontra fim na eternidade
Não creio em mentiras doces
Mas creio na sinceridade cruel
Creio nas presas da verdade
Não creio na caminhada sem dor
Mas creio no sofrimento que fortalece
Não creio em alegrias efêmeras
Mas creio em tristeza pela alegria
Creio no teatro, na tragédia e na comédia
Não creio em soluções fáceis ou caminhos simplórios
Mas creio em jornadas perigosas e acidentadas
Não creio em finais felizes
Mas em eternidade feliz, em para-sempre
Não creio em amor finito e inconstante
Mas creio em uma sociedade egoísta e metamorfa
Não creio em defeitos sombrios
Mas creio em preconceitos e luzes tímidas
Não creio em dedos apontados
Mas creio nas mãos que estendemos
Não creio nos escravos das estradas
Mas creio na servidão aos amores
Não creio nas constâncias amigas
Mas creio nas crises impiedosas e libertadoras
Não creio nos amigos perfeitos e inseparáveis
Mas creio na fidelidade dos anjos, dos conselheiros e das almas-irmãs
Não creio nas invencionices
A elas, renuncio
Mas creio na mirabolante verdade
Setembro de 2023
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