063
﹙𝐉AN𝐄 ϟ 𝙝𝘢𝘳𝘳𝙮 𝙥𝘰𝘵𝘵𝘦𝙧﹚
❛ EM QUE FLORA EXPLICA ❜
🪷 ꜥ 𝗰𝖺𝗉í𝗍𝗎𝗅𝗼 ⋅ 🪄 63 ʿ
A ÚLTIMA VEZ que Jane viu Harry Potter foi na noite anterior, observando enquanto ele arrastava Duda para a Rua dos Alfeneiros número 4, enquanto a Sra. Figg a conduzia para sua própria casa, onde ela recebeu uma xícara de chá com um gosto tão forte de menta que quase fez seus olhos lacrimejarem e ela ficou sentada esperando Flora com uma manta coberta de pelos de gato no ombro, com um dos gatos da velha no colo.
Ela caminhou silenciosamente após o ataque, ouvindo Harry tentar descobrir por que a Sra. Figg não lhe dissera que era um aborto - seja lá o que fosse, e Jane estava muito interessada em saber porque aparentemente ela também era. Como Harry havia lançado Magia para Menores, e algum Ministério já saberia, e esse tal Dumbledore tinha que descobrir sobre o ataque antes que eles o fizessem para que pudesse remediá-lo.
Sobre esse 'Mundungus Fletcher', que ela conheceu então. Ele cheirava fortemente a cigarro e segurava um cobertor prateado, e aparentemente abandonou seu posto de vigiar Harry e Jane para comprar vários caldeirões roubados. A Sra. Figg observou Harry levar sua prima até a porta de sua casa, antes de levá-la para sua própria casa.
A senhora Figg ligou para Flora, que apareceu na sala com um estalo e encontrou sua filha adotiva encolhida em uma casa com cheiro característico de repolho. Angela estava dirigindo o carro, porque aparentemente Jane não estava em condições de 'aparatar' - o que ela também não tinha ideia do que era.
Então, assim que Angela chegou, as três voltaram para Adley Manor, onde Jane rapidamente pediu licença e desapareceu em seu quarto no sótão pelo resto da noite, tomando um longo banho para se livrar da sensação de tristeza e sujeira de seu corpo, adormecendo após ignorar a bandeja de comida deixada no corredor. Ela não aguentaria nada, mesmo que tentasse.
Foi uma luta dormir naquela noite, sua mente cheia de imagens dessas... Coisas que ela só conseguia ver porque era um 'aborto', e não o que quer que Duda fosse. Porque só Deus sabia o que estava acontecendo com Harry e o resto das pessoas com quem ela estava cercada desde que saiu de casa.
Ela não tinha ideia do que estava acontecendo, mas quando a manhã seguinte amanheceu e ela estava deitada quase sem vida em sua cama - tão congelada quanto estava desde que aquelas criaturas apareceram - ela decidiu se levantar.
Jane não tinha conseguido se livrar da sensação que sentia desde o ataque, então decidiu usar a coisa mais brilhante que pudesse. Ela usou o vestido amarelo-girassol, colocou um cardigã de tricô nos ombros para tentar se livrar do frio, separou o cabelo em duas tranças grossas e desceu as escadas.
Flora e Angela estavam na cozinha e, assim que Jane entrou, elas se levantaram do canto do balcão e se amontoaram, ombro a ombro, enquanto examinavam folhas de papel.
— Bom dia. — Flora foi a primeira a falar, enquanto ngela se afastava para se ocupar em preparar o café da manhã para Jane, que já estava preparado e esquentava no forno. — Como você está se sentindo?
— Estou bem. — Jane respondeu, achando suas palavras estranhamente pegajosas e pigarreou, sentando-se no banquinho que Flora puxou para ela. — Sim, estou bem. Um pouco... Confusa.
Seus olhos se voltaram para a área do balcão onde as duas mulheres estavam olhando. Havia imagens - imagens em movimento - ao lado de cartas escritas com tinta rodopiante e pedaços de pergaminho. Jane estava errada antes. — Não... Estou muito confusa. — ela se corrigiu e Flora assentiu.
— Você deveria estar. Peço desculpas por não ter contado antes, mas eu tinha que ter certeza de que certas coisas estavam no lugar antes de poder dizer qualquer coisa. — Florence explicou, e embora as palavras não lhe dessem muito o que continuar, Jane assentiu e sentou-se em silêncio por um momento. Angela e Flora trocaram olhares, a última pigarreando, Jane erguendo os olhos novamente. — Você prefere fazer perguntas ou que eu apenas conte a você?
— Eu tenho uma pergunta... Depois a segunda opção. — Jane disse depois de um momento. Flora assentiu encorajadoramente e a garota ruiva continuou. — O que é um aborto? A Sra. Figg disse que ela também era um.
— Isso significa que você não tem magia, mas você nasceu de uma bruxa e um bruxo. — ela respondeu. Foi simplesmente isso, e quando Jane começou a comer, ela o processou. Flora engoliu em seco. — Escondida na Grã-Bretanha, e em todo o mundo, está uma comunidade mágica. Seria demais explicar para você agora... Mas há uma seção da biblioteca que mantive escondida de você e na qual você pode estar interessada.
— Vou dar uma olhada nisso hoje. — Jane disse. — Harry é um bruxo? — Flora assentiu. — Vocês são duas bruxas? — ela recebeu mais acenos. — Você me escolheu porque sou um aborto? Você nem olhou para as outras crianças... Então você deveria saber.
Flora mexeu-se na cadeira. — Eu deveria explicar desde o início. Várias centenas de anos atrás, meus ancestrais criaram o lar onde você passou a maior parte de sua vida. Existem crianças normais, trouxas - isso significa pessoas normais como Dudley Dursley, ou os jardineiros - mas existem também são crianças aborto, como você e vários outros, que nascem através de circunstâncias mágicas, mas não possuem poderes. Muitas vezes, as crianças aborto são abandonadas e o Ministério da Magia as envia para o Lar. Você, querida, não foi abandonada.
Jane sentiu uma leve pressão sair de seu peito. — O que aconteceu então? Onde estão meus pais? — ela perguntou. Florence voltou seu olhar para o balcão, antes de colocar uma das fotos em movimento debaixo do nariz de Jane. Um homem e uma mulher olharam para ela. O homem tinha cabelo laranja brilhante como o dela, enquanto a mãe possuía olhos cinzentos que combinavam mais com os de Jane do que com qualquer outro.
— Estes são Wendy e Edward Everleigh. Eles eram bruxo e bruxa, que morreram nas mãos de Voldemort e seus seguidores. A cicatriz relâmpago que Harry tem, vem de Voldemort tentando matá-lo. E Voldemort está de volta. — Florence disse, certificando-se de manter suas palavras relativamente vazias, sem tons. — Voldemort é um bruxo malvado que usou seus poderes para criar a Primeira Guerra Bruxa, que ocorreu de 1970 a 1981. Ele morreu enquanto tentava matar os Potter. Ou assim pensávamos.
— Os Potters. Os pais de Harry?
— Sim. Os pais de Harry, e seus pais junto com os amigos deles - como o padrinho de Harry, Sirius Black, que foi injustamente condenado pelo assassinato de Peter Pettigrew, que está bem vivo e ajudante de Voldemort - faziam parte de algo chamado Ordem da Fênix. Eu também faço parte desta Ordem, assim como o Professor Dumbledore, o diretor do internato de Harry e o bruxo mais poderoso desta era. Dumbledore criou a Ordem para lutar contra Voldemort. Voldemort descobriu isso e usou seu exército de Comensais da Morte - bruxos que apoiavam sua causa de pureza do sangue. — Flora continuou.
— Os bruxos nascem sangue puro - de uma bruxa e um bruxo; meio-sangue - de um pai mágico e um trouxa - ou nascidos trouxas, que nascem de pais trouxas e são resultado de magia em seus ancestrais. Eles também nascem como abortos, que não têm magia quando deveriam. É consideravelmente raro, mas não tão incomum quanto se esperava. Voldemort é contra os nascidos trouxas e acredita que eles não deveriam ser permitidos na sociedade bruxa. — Angela entrou na conversa, enquanto colocava mais comida no prato de Jane.
— E os Potters e os Everleighs eram contra isso. E eles eram poderosos, o que significava que Voldemort queria eliminar essa ameaça. Enquanto ele próprio ia atrás dos Potters, seus Comensais da Morte foram atrás dos Everleighs. Eles foram mortos na noite de Halloween, 1981, e em um ato que ninguém entende direito, o jovem filho de Lily e James Potter conseguiu sobreviver à maldição da morte, que ricocheteou e matou Voldemort.
Jane sentiu que deveria fazer anotações, mas assentiu e anotou silenciosamente, anotando mentalmente as perguntas que tinha para não atrapalhar. — Mas... Voldemort está de volta.
— Sim, e Harry o testemunhou retornar. Vou permitir que ele explique melhor as coisas quando se trata disso, mas não acredito que ele tenha alguma ideia sobre sua herança e família. — Florence sorriu, batendo no prato de Jane ao perceber que havia esquecido completamente de continuar comendo. — Depois da morte de seus pais, você veio para casa. Como você é uma Everleigh, temia-se que membros dos seguidores de Voldemort viessem atrás de você, então Albus Dumbledore e eu concordamos que seria melhor mantê-la lá, de maneira que você poderia crescer em um ambiente normal. Os seguidores dos Comensais da Morte foram presos ou desistiram completamente de suas práticas, então foi decidido que era o melhor.
— No entanto, no final de junho, com o retorno de Voldemort, foi decidido que eu iria recebê-la. Foi apenas uma coincidência você ter me cumprimentado no carro. — Flora disse. — E foi uma coincidência você e Harry terem se tornado amigos, embora eu esperasse que você o visse em algum momento - eu também recebi ordens de cuidar de Harry e ter certeza de que ele está bem, então tornou as coisas muito mais fáceis para mim que você tornou-se amiga dela.
— Entendo... Estou em perigo agora? — Jane perguntou, e Flora rapidamente balançou a cabeça.
— Não - Alvo, Angela e eu nos certificamos de que houvesse proteções adequadas ao nosso redor. — Florence a tranquilizou. — Você não está em perigo - não sei o que aconteceu com os Dementadores e por que eles estavam lá, mas descobrirei em breve.
— E quanto a Harry, ele está em perigo? — o silêncio se seguiu. — Certo... Entendo... O que vai acontecer com ele? Ele usou magia.. Eles mencionaram algum Ministério?
— Dumbledore vai resolver isso. — Flora a tranquilizou. — Mas parece que os Dementadores foram enviados para atacar Harry - geralmente eles estão guardando a Prisão Bruxa, Azkaban, que fica tão longe da costa que é impossível para eles estarem aqui por acidente.
— E Voldemort os enviou?
— É provável... Como ele conseguiu isso, não temos certeza. Mas Harry vai ficar bem, Albus vai se certificar disso. — Flora a tranquilizou, estendendo-lhe um grande livro com capa de couro. — Estas são mais algumas fotos que acredito que você vai querer. E depois de conhecê-lo - o que tem sido meu maior prazer - até agora, acho que seria melhor você processar isso lendo mais.
Jane olhou para o livro, os dedos percorrendo o couro bordado. — Você acha? Há... Alguma coisa em particular que eu possa gostar? — ela perguntou.
— Livros de astronomia, História da Magia, Poções, Herbologia, Alquimia, Criaturas Mágicas. Existem várias seções. — Flora levantou-se. — Se você quiser alguma coisa, Angela estará aqui para fornecer comida e bebida. Estarei no meu escritório. Tenho muito o que fazer. — a mulher ainda tinha um sorriso no rosto enquanto conduzia Jane em direção à porta e pelo corredor.
— Ok, vou manter isso em mente. — Jane assentiu. Pela primeira vez em todo o verão em Little Whinging, ela não iria encontrar Harry, nem passar o dia fora. Flora pareceu preocupada por um momento.
— Bom. — ela assentiu. — Você deveria ler Animais Fantásticos e Onde Encontrá-los, de Newt Scamander, ou Os Contos de Beedle, o Bardo. Você iria gostar deles. — Flora a informou. — Tem todos os livros da velha escola lá também.
Jane tinha um dia de leitura pela frente, mas seria limitado e sua mente vagaria de vez em quando. Ela realmente não pôde evitar, pensando nos Dementadores e tentando organizar o que tinha ouvido sobre esse tal de Voldemort.
E ela não tinha ideia do que estava acontecendo com Harry.
Era demais.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top