Sobreviventes veteranos


Houston, 0002 DF


    Era um lindo dia, e ninguém podia negar isso. O sol coruscava entre as copas das árvores que cresceram nos prédios. Finas e cristalinas gotas de água rolavam até as extremidades das folhas de orvalho, pingando em corpos humanos estendidos no chão. Pássaros cantavam, mudas floresciam... é incrível como dois anos sem a população humana fazem a diferença na natureza.

    Apenas alguns humanos haviam sobrevivido. E um deles já estaria prestes a se juntar aos demais da sua espécie. Seu nome era Viola.

    Veja bem, eu diria que o fim do mundo teria lados bons, e vários lados ruins. Um lado bom seria que graças à extinção da mídia e dos padrões sociais que nos fazem ser os sensatos inseguros que somos, você teria a liberdade de ser o que quiser. E um lado ruim seria que a maioria dos que sobreviveram quiseram ser maníacos sedentos por sangue humano.
Eles são chamados de caçadores.

    Caçadores gostam de assustar as pessoas, então abordam um contraste interessante (e clichê) utilizado em filmes de terror: misturar coisas infantis com perigo. Ele vestem máscaras fofas de animais, enquanto o resto de suas vestimentas compõem-se de qualquer coisa preta, e claro, suja de sangue. E obviamente, alguma arma em mãos.
Todos tem o mesmo padrão: pele escamosa e seca, apenas alguns fios de cabelo, e nunca falando uma palavra.

    Viola soube que estava condenada apenas por ouvir o som distante de lâminas enferrujadas cortando o ar afixadas a um motor barulhento, e por sentir o odor metálico e perigoso que caçadores emanam.

    Ela estava fugindo de um caçador, correndo desesperada para qualquer lugar que se sentisse segura. Ele a seguia no mesmo ritmo, mas com uma postura mais selvagem e tenebrosa.
Sua serra-elétrica clamava por sangue, e a única função que um caçador tem, é realizar o pedido radical de suas armas.

Virando um beco, um silêncio total corrompe os ouvidos de Viola. Sem serras-elétricas, sem sons de corrida, sem pássaros cantando. Apenas sons de passos. Passos se aproximando do beco, lentamente, e com calma.
De algum modo, apenas os simples sons de passos arrepiavam a espinha dela. Eles aumentavam cada vez mais, acompanhados com cheiro de sangue e perigo.
Viola, já encostada na parede do beco, estava apenas esperando que aquele momento torturante acabasse. Provavelmente com alguns gritos, membros no chão, e com o gosto amargo da inevitável morte na boca.

De repente, os passos param, revelando uma figura feminina. Ela foi se aproximando devagar de Viola, e a mesma tentava se afastar ao máximo, mesmo já estando no fundo do beco.

Felizmente, a mulher não era uma caçadora. Ela era um pouco menor que Viola, com cabelos curtos e ondulados e olhos azuis sem brilho.
    Ela nada dizia. E Viola estava levemente incomodada com o clima. "Já que não é uma caçadora, o que diabos ela quer?" Pensava ela.

    -Não precisa me agradecer.- fala finalmente a mulher, quebrando o silêncio e mostrando a Viola a máscara bizarra que o caçador que a perseguia vestia. A única diferença é que ela estava mais suja de sangue que o normal, e algumas gotas pingavam no sapato de Viola.
    Ela ficou mais aliviada, sabendo que a mulher não era uma ameaça, afinal.

    -Sou Merena.- complementa a mulher.

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CAP 1 POSTADO CARALHO
AAAAA QUE VERGONHA

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