— AVA SMITH

— Você pegou pesado. — Arizona diz enquanto mexe nas minhas roupas, Aurora acaba concordando com ela.

— Qual é, ele nem se importa. — sento na cama encarando as duas.

— Talvez ele se importe — sorrio ironicamente — ok, estamos falando do Derek mas sei lá, todo mundo tem sentimentos.

— Alguns tem medo de demonstrar e muitas vezes é por causa de coisas que ouviram, como o que você disse para o Derek.

— Ótimo! Agora eu tô me sentindo culpada. — bufo jogando meu corpo para trás.

— O que acha de ir falar com ele? — Aurora sugere.

— Não mesmo, o fato de eu estar me sentindo culpada não significa que eu vá pedir desculpas.

— Pelo amor de Deus, Ava! Deixa de ser orgulhosa uma vez na vida, ele não é esse bicho de sete cabeças, homem das cavernas ou seja lá o que você deduziu sobre ele.

— Arizona tem razão, isso tudo é baseado em conclusões precipitadas e porque ele age como um idiota com algumas pessoas, ok, grande parte da escola mas você já parou pra pensar que pode ser uma forma de proteção?

Fecho meus olhos, respirando fundo, no momento só quero ignorar tudo o que elas duas dizem e simplesmente seguir em frente, porém não consigo parar de pensar em tudo isso pois elas têm razões.

Não conheço o Derek direito, só vejo o que ele mostra para as pessoas e talvez eu tenha sido rude demais.

— Sabem onde é a casa dele? — as duas negam.

— Os meninos devem saber. — pego meu celular mando uma mensagem para o Johnson que logo me responde.

Minhas amigas vão comigo até a porta, entro no carro do papai, deixo as duas em suas casas e vou até a casa do Derek.

A porta da sua casa está entre aberta , alguns barulhos esquisitos vem lá de dentro.

— Acho melhor voltar depois. — assim que me viro escuto um grito.

— Filho, por favor, para!

Obrigo meus pés a voltarem e entro na casa. Alguns objetos estavam jogados no chão, ao chegar na sala vejo uma mulher em pé, com alguns machucados no rosto, e dois homens no chão.

Não demorou muito para que reconhecesse o Derek.

— Faz ele parar, por favor. — a mulher implorou sem ao menos perguntar quem sou, ela chorava compulsivamente.

Por alguns instantes não conseguia me mover, o cara no chão já não revidava mais e Derek parecia possuído.

— Derek, Derek, para! — corri até ele tocando seu ombro.

— Ava? — ele sussurrou olhando para meu rosto. Então se deu conta do que estava acontecendo, a mulher correu até o homem que estava no chão e deduzi serem seus pais. — não toque nele, mamãe.

— Mas, filho...

— Mas nada, você vai ligar pra polícia fazer a denúncia ou eu mesmo faço.

Não tenho a mínima ideia do que fazer em uma situação dessas só sei ficar olhando. Derek senta no chão com o rosto entre as mãos, elas estavam sujas com sangue, o homem no chão está quase irreconhecível.

— Filho, você sabe que não posso fazer isso. — Derek não disse nada.

— Por que a senhora não limpa esses machucados — aponto para seu rosto — depois vocês conversam.

Ela concorda e sobe as escadas, sento ao lado do Derek quando escuto ele fungar, puxo seu corpo para mim colocando sua cabeça nas minhas pernas.

Derek chorou por tanto tempo que até perdi a conta, nunca achei que fosse ver essa cena. Sua mãe não tinha voltado o que me deixou preocupada, o homem no chão estava desacordado.

— Eu liguei, já estão vindo pegar ele. — sua voz soa na casa silenciosa. Ele finalmente abre os olhos e vai até a mãe abraçando ela. — Você pode levar ele para se limpar?

Ela pergunta olhando para mim, concordo com a cabeça levando o Derek até o andar de cima.

— Aqui é o banheiro. — quase não escuto sua voz.

Derek lava suas mãos, depois o rosto, que só então percebi alguns machucados. Abri as gavetas logo achando a caixa de primeiros socorros, tirei um algodão,álcool e curativo. Queria falar alguma coisa, mas não conseguia e tenho quase certeza que um sinto muito não é adequado.

Outra coisa inesperada aconteceu, Derek me abraçou, com muita força, não demorou muito para que minha blusa ficasse molhada.

— Vai ficar tudo bem. — consegui dizer enquanto passava as mãos pela suas costas.

pra quem leu Skive ela vai voltar