(8) roses

[P O V    P A R K  J I M I N]

Ver Jungkook bêbado era sempre divertido. Depois de chegarmos da festa calorosa, nem perto de estarmos sobre o efeito de álcool, e termos feito você sabe o quê, Jungkook pegou algumas garrafas no bar, trazendo-as para a cama. 

E agora eu estava deitado na cama enquanto Jungkook deitava a cabeça nas minhas coxas nuas e cobertas por um fino lençol, com as pernas para fora da cama, deitado no meio da cama e na horizontal, deitando uma garrafa de tequila abaixo, dizendo barbaridades como ele sempre dizia sobre o efeito de álcool. 

''Hey, Jimin.'' Ele chamou, esticando os braços para o lado, virando um pouco do liquido transparente no lençol, mas detendo-se antes que se tornasse uma grande quantidade. 

''O que foi?'' Eu perguntei, com a minha mão insistente em mexer os seus cabelos e uma garrafa de um vinho doce na outra. 

''Porque a sua filha se chama Yang Mi?'' 

Eu não me lembro ao certo se eu já lhe tinha dito realmente o nome da minha filha, mas naquele momento eu não pensei sobre isso. 

''Porque significa rosa e eu gosto de rosas.'' Admiti, quase me sentindo estúpido por causa disso. 

''Rosas me fazem lembrar de você.'' Ele murmurou, levando o bico da garrafa aos lábios de novo. ''Porque a primeira vez que nós viemos aqui eu te trouxe uma rosa.''

''E eu perguntei porquê.''

''E eu disse que era só uma coisa estúpida.'' Ele relatou, continuando a história. ''Jimin.'' Chamou-me de repente. 

Eu tinha os olhos fechados, mas ergui a cabeça para o olhar, esperando uma continuação.

''O que foi?'' Eu perguntei, cansado de estar naquela posição. Quando pousei a cabeça de novo no travesseiro ele respondeu-me. 

''Eu sei que você gosta de rosas.'' 

Eu sorri torto, sem saber exatamente o porquê de ele dizer aquilo, mas pousei a garrafa no chão, vendo-a balançar, sem saber se era o álcool a fazer efeito em mim ou se eu a tinha soltado demasiado longe do chão. 

''Vem dormir.'' Eu mandei, tentando tirar a garrafa da sua mão, mas sem efeito, pois levou-a aos lábios mais uma vez. 

''Não.'' Ele respondeu torto e eu não sabia mais como ele suportava tanto álcool no corpo. ''Estamos conversando.''

''Estamos?'' Eu perguntei. 

''Eu quero saber coisas sobre você.'' Ele atirou, sem se mexer muito depois. 

Eu esperei algum tipo de pergunta, já com os olhos cansados, começando a sentir frio no abdómen exposto, pois de algum jeito o único lençol estava cobrindo a minha cintura e as pernas de Jungkook. 

''Eu vou buscar algo.'' Ele levantou-se rápido demais, deixando a garrafa no colchão para que eu impedisse que ela derramasse o liquido todo ali. 

Ele só alcançou a porta, sustentando o corpo contra a ombreira e gargalhando de si mesmo, para então depois cambalear pela casa. Eu acabei bebendo da garrafa dele, para então ter a certeza de que ele era um louco incorrigível, pois não havia maneira de ele estar bebendo aquilo, que fazia arder a minha garganta como o diabo, como se fosse água. 

Ele voltou um tempo depois, pousando um prato pequeno do meu lado, que trazia bombons dos que ele tinha feito, para depois retomar a sua posição e a sua garrafa. 

''Agora você pode ficar acordado mais tempo.'' Ele disse, movendo a minha coxa como se fosse um travesseiro. 

Eu gargalhei, porque a tentativa era engraçada e porque ele achava que aquilo era o que me manteria ali e não a sua companhia. 

''O que quer falar?'' Eu atirei, pegando um dos doces e levando-o aos lábios. 

''Quando é seu aniversário?'' 

Eu ri em silêncio. 

''Treze de Outubro.'' 

''Legal.'' 

Aquilo começava a parecer as conversas constrangedoras que você é obrigado a ter com algum desconhecido, mas com um carácter engraçado, pois ele era assim. 

''Sobre o que Yang Mi gosta?'' 

Eu não entendia o porquê de ele estar fazendo esse tipo de perguntas, mas parte de mim acreditava que era a sua forma de saber sobre algo de mim sem entrar propriamente em minha vida. 

''Desenhar.'' Eu respondi, babado. ''Ela desenha bem, eu juro que não é coisa de pai.'' 

''Você tem alguma fotografia?'' 

''Hum... Não.'' Eu cocei os cabelos, porque eu devia ter. 

''Que chato, queria ver se era verdade.'' 

Eu ri sozinho e então o meu eu bêbado sabia que não deveria dizer aquilo, mas disse-o. 

''Você se formou em artes, não foi?'' Eu questionei, sem arrependimentos. ''Antes de se formar em engenharia, não foi?''

Talvez eu tivesse lido aquilo online, mas não era suposto eu pesquisar sobre a vida dele. Mas o que poderia eu fazer depois de descobrir que toda a sua vida era detalhada lá, como o grande empresário que ele era? 

''Foi.'' Ele sorriu de lado. ''Eu fui tipo, o melhor da turma.'' 

''Legal.'' Eu o imitei, tendo noção, mesmo que estivesse naquele estado, que aquilo significava muito mais coisa do que orgulho, pois estava na cara que ele não tinha seguido os seus sonhos para acartar com o cargo na empresa da família e isso era algo que eu não precisava de ler na internet para saber. 

''Qual o papai preferido de Yang Mi?'' Ele continuou a sua lista de perguntas. 

''Eu não sei.'' Eu sorri bobo, sabendo que era bom eu não ter uma resposta para aquela pergunta. 

''Eu aposto em você.'' Ele murmurou mais baixo, mais tequila descendo por sua garganta. ''Mas sou suspeito.'' 

E então, mais do que tudo do que eu pudesse me arrepender de dizer durante aquela viagem, sem saber como as coisas tinham chegado naquele ponto, eu disse: 

''Ela iria gostar de conhecer você.'' 

E o meu corpo gelou um pouco, mas a minha disposição não me deixava encarar aquilo da forma como deveria ser encarado, tanto que se eu tivesse sóbrio aquelas palavras nunca deixariam a minha boca. 

''Eu gostaria de conhecer ela.'' Ele disse, sem parecer importado. 

''Você não devia parar de beber agora?'' Eu tentei mudar de assunto e no mesmo tempo zelar por ele. 

''O que Yang Mi mais gosta na escola?'' Ele ignorou-me por completo, pousando as mãos em cima da própria barriga e eu aproveitei para pegar a garrafa e pousá-la no chão, do lado da outra. 

''Matemática.''

''Então ela é inteligente?'' 

''Claro que é.'' 

Ele calou-se por um momento e eu até pensei que ele tinha finalmente adormecido, mas quando o olhei ele ainda mantinha os olhos abertos, com os cabelos caídos para trás e os dedos brincando em volta do seu próprio umbigo, soltando um suspiro em seguida.

''Qual o desporto favorito dela?'' 

''Ela anda na dança.'' Eu murmurei, como eu estava fazendo até ali. 

Não era desconfortável falar sobre a minha filha com ele, não era desconfortável falar sobre ela em geral. E claro que eu gostava, só não entendia o porquê. 

''Você tem saudade dela.''

''Sim.''

''Mas só passou um dia.''

Eu puxei os cabelos dele levemente e não sei se foi como repreensão por ele não saber o que era estar distante de um filho ou sobre como eu queria provar que era verdade. Eu amava aquela criança mais do que tudo.

''Eu deveria ter cantando a canção de ninar para ela.'' 

Jungkook acenou com a cabeça e eu senti-o na minha coxa. 

''Você pode cantar para mim.'' Ele cedeu. 

''Não.''

''Cante para mim, Jimin.'' 

''Você não é Yang Mi.'' Eu atirei, sem querer parecer chateado por ele me pedir aquilo, pois entendia a intenção e era querido da sua parte. 

''Eu sei.'' Confirmou. ''Mas eu gostaria muito de ouvir você agora.''

''Jungkook.''

''Só um pouco.'' 

Eu suspirei e demorei um pouco a ceder ao pedido, no entanto, pelos minutos que se seguiram eu murmurei a letra no ritmo da música de ninar que eu cantava para Yang Mi quando ela não conseguia dormir. E Jungkook finalmente adormeceu, mesmo que com a cabeça deitada na minha coxa.

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