(64) i'm done
[P O V P A R K J I M I N]
''Hey, Yang Mi...'' Eu murmurei, suspirando em seguida, encostando o meu braço sobre a parte de cima do carro, afegando a sua bochecha, falhando miseravelmente.
Yang Mi estava realmente pegada no sono pesado, até porque eu não a conseguira acordar no apartamento de Jungkook, assim como não a conseguia acordar agora. A diferença é que antes Jungkook a tinha carregado até ao carro, colocando-a na sua cadeirinha, mas agora não havia Jungkook.
Jungkook...
Eu estava ciente de que aquele dia fora um erro, de que nunca, nunca, deveria ter chegado tão longe, de que eu nunca deveria ter beijado Jungkook na frente de Yang Mi, mesmo que ela estivesse dormindo dentro do carro e fosse impossível resistir quando ele segurou a minha cintura dos dois lados e se aproximou de forma tão casual, mas tão boa, e apesar de não sabermos quando nos veríamos novamente (mesmo que aparentemente isso estivesse nas mãos de Jungkook) não soava realmente a despedida.
Eu bufei mais uma vez, enfiando a chave do carro no bolso e desapertando o cinto de segurança dela, logo enfiando as mãos debaixo dos seus braços, a puxando com rapidez, a encostando a mim e segurando as suas pernas, tentando fechar a porta de forma desajeitada, ouvindo-a resmungar, porque eu não conseguia realmente segurá-la com apenas uma mão.
Eu quase quis chorar sobre mim mesmo, porque quando eu a quisera acordar ela não o fizera, e agora que eu queria seguir com o plano de a carregar até à cama, eu fora capaz de não suceder nisso também.
''Estamos chegando.'' Eu avisei, empurrando a porta com o pé, a puxando mais para cima, porque ela estava realmente escorregando dos meus braços pequenos e de alguma maneira eu manejei de forma a pressionar o botão no comando do carro, o trancando e seguindo para a entrada.
''Jungguk...'' Ela murmurou, apertando os braços em volta do meu pescoço. ''Senhor Jungguk...''
''Ele ficou dormindo, bebê.'' Eu assegurei, mesmo que provavelmente fosse mentira, batendo então na porta de casa, porque tinha deixado as chaves no carro.
"Non está meas dentinho?" Ela perguntou e eu ri baixinho, batendo na porta de novo.
"Não está mais doentinho." Eu afirmei, afegando as suas costas, sem paciência para a demora toda de Taemin. "Está melhorando." Acrescentei, batendo na porta de novo, puxando Yang Mi para cima.
" 'Tá fio." Murmurava, sonolenta.
"Sim, meu amor, me perdoe." Eu pedi, batendo na porta com mais intensidade, para logo depois apertar Yang Mi em meus braços, tentando de forma inútil aquecê-la. "O que seu pai está fazendo?" Eu resmunguei sozinho, batendo na porta mais uma vez, já irritado.
"O pap-"
Taemin acabou abrindo a porta, finalmente, e eu entrei, apressado, cansado de segurar Yang Mi.
"Com licença." Eu resmunguei, passando por ele, direto para o quarto da pequena, porque ele nem parecia ter uma desculpa para ter adormecido, ainda estava nas suas roupas, estava totalmente acordado, na sala não haviam vestígios de que estivesse a trabalhar.
Eu pousei Yang Mi na cama, que pelo menos ainda não estava acordada o suficiente para que não caísse no sono novamente, entregando-se facilmente enquanto eu mexia nos seus cabelos e beijava a sua testa, sem querer massacrá-la com a troca de roupas.
E depois eu deixei o quarto, porque em momento algum eu teria que voltar e enfrentar Taemin de uma vez por todas, mesmo que nunca parecesse o momento.
Então, no corredor, eu me preparei mentalmente, porque eu já estava um pouco irritado, afastando os meus cabelos e esfregando a minha cara, como se isso fosse iluminar dentro de mim o que era ou não certo a se fazer naquele momento.
Então eu adentrei a sala, descendo aqueles dois degraus de separação com extrema lentidão, vendo-o deixar a cozinha, sorrindo de canto, para então parar e me olhar semicerrado.
''Wow.'' Ele acabou abrindo os olhos em demasia uma vez, demonstrando o seu choque, e eu parei, olhando para mim também. ''Você parece-''
''Você está seriamente julgando as minhas roupas agora?'' Eu perguntei, tão sério quanto pareceu, porque ele estava realmente demonstrando aquilo perante a minha camisa fora das calças e a roupa amassada, porque apesar de ser com Jungkook o dia não tinha sido fácil, nada fácil.
''Eu estava só-''
''Taemin.'' Eu o parei, quase no ápice das lágrimas, porque não era para ser assim, mas isso eu vinha sabendo por um tempo, então eu o encarei, para que ele soubesse que era com sentido. ''Eu estou realmente cansado, de tudo.'' Eu o disse, e do outro lado da sala ele pousou a mão na mesa de jantar, encostando o corpo na sua lateral e acenando uma vez, calado. ''E se você quer discutir, tudo bem, se não quer, eu lamento, mas eu quero. Quero discutir essa merda toda, porque eu não estou aguentando mais.'' Eu neguei com a cabeça, vendo-o dar um passo em frente, mas eu fui rápido ao erguer a minha mão, o poupando ao esforço. ''E fica por aqui hoje, tem de ficar.'' Continuei. ''Porque você chegou a um ponto em que eu não suporto mais. Você tem noção do que você está fazendo?''
''Do que você está falando, Jimin?''
Seria tão fácil acreditar na sua inocência, Taemin...
''Você está envolvendo todo o mundo em uma coisa que é para nós, só nós, resolvermos! Você está envolvendo os seus pais, e os meus, e Yang Mi, Taemin! O que você pensa que está fazendo? Onde você pensa que isso nos vai levar?!'' Eu apontei, aproveitando a onda de adrenalina que corria o meu corpo para me expressar ali, de toda uma vez, porque tinha tanta coisa para sair. ''Ouça... Eu sei que fui eu o gatilho para tudo isto, mas você já pensou se não fosse? Onde isto iria dar? Por quantos mais anos, Tae?''
''O que você quer dizer com isso?''
''Eu quero dizer que...'' Eu bufei, me sentando no sofá, com as pernas afastadas e os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos afastando os cabelos insistentemente. ''Eu tenho guardado tantas coisas por tanto tempo...''
Como eu lhe diria?
Como eu diria para o amor da minha vida que eu não estou mais apaixonado por ele?
''Jimin...'' Ele murmurou, e depois eu senti o peso do seu corpo no sofá, do lado do meu, e quando eu parei para respirar ele me puxou, me encostando no seu peito, e eu pressionei os olhos com força, engolindo em seco. ''Perdão.''
''Não.'' Eu funguei e ele não pareceu surpreso, porque de algum modo os dois sabíamos que nunca seria assim naquele ponto, que os dois tínhamos culpa, os dois precisávamos pedir perdão, sermos perdoados, mas não o faríamos. ''Taemin, eu não sei mais...''
''Está tudo bem.'' Ele assegurou, afegando o meu ombro com a mão magra, passando depois para os meus cabelos.
E, por um segundo, eu me permiti respirar, sentindo o aperto dele e o conforto no corpo dele, mesmo que fosse o errado, Taemin não era mais o meu amor, mas isso não me fazia esquecer tudo o que estava para trás, todas as coisas boas que nos tinham levado até ali de alguma forma.
''Tae...'' Eu murmurei, me afastando e o olhando, fechando as pernas e prendendo as minhas mãos no meio delas. ''Eu preciso realmente... pensar, sobre nós, nós dois.''
Ele uniu as sobrancelhas, provavelmente porque ele não esperava realmente aquilo, e eu mesmo não o esperava.
''Jimin.'' Ele voltou a dizer, engolindo em seco e passando os polegares pelas minhas bochechas, principalmente debaixo dos olhos, tentando de alguma forma melhorar a humidade na minha face, com lágrimas descendo. ''Você está me ouvindo? Eu estou pedindo perdão, eu tenho a certeza que não precisa chegar nesse ponto.'' Ele disse, se aproximando de mim, virando a minha cara na direção da sua, olhando nos meus olhos. ''Ouça, eu te amo, e eu acredito que nós podemos resolver isso, Jimin, nós realmente podemos.'' Então ele beijou os meus lábios, e, atónico, eu não me mexi, baixando o olhar e esperando ele se afastar. ''Certo? Nós somos capazes.''
''Não podemos.'' Eu sussurrei, negando com a cabeça, incapaz de o olhar agora. ''Não agora, Tae, eu lamento.'' Murmurei, segurando as suas mãos e baixando-as, mantendo-as entre nós. ''Lamento, lamento muito.''
''O que você está dizendo, Jimin?''
Eu suspirei, porque... O que eu estava dizendo?
''É só um tempo, Taemin, e eu realmente ach-''
''O quê?'' Ele perguntou, me interrompendo enquanto eu esfregava as palmas das mãos nas coxas, nervoso. ''Para onde você vai?'' Ele quase exigiu, e isso me deixou nas horas do diabo, me fazendo levantar e caminhar para longe dali.
''Não interessa.'' Eu neguei com a cabeça, parando perto da divisão entre a sala e o resto da casa. ''Mas, Taemin-''
''Então você vai fugir disso?'' Ele perguntou, ficando de pé, de novo com raiva e eu neguei, insistente.
''Não estou fugindo de nada.'' Eu declarei, seguro disso. ''Estou te dizendo que preciso de um tempo, Taemin, um tempo para mim, você não consegue entender isso?''
''Você está nos abandonando, que nem um cobarde.''
''Desculpe?'' Eu rapidamente cortei qualquer pensamento possível, o olhando de lado, incrédulo. ''Se atreve a dizer isso mais uma vez, Taemin!'' Eu mandei, me aproximando dele e o empurrando, sem piedade. ''Se atreve! Ás vezes as pessoas são humanas, Taemin, ás vezes as pessoas precisam de sair e respirar!'' Eu gritei, o empurrando mais uma vez, com raiva, porque eu não estava abandonando ninguém, eu nunca faria isso. ''Nem todo o mundo é perfeito como você quer!''
Depois disso eu virei costas, batendo o pé até ao nosso quarto, com tanta raiva, mas sem tempo para pensar sobre isso, puxando do armário uma mala pequena, que normalmente nós usávamos quando passávamos o fim de semana com os nossos pais ou coisa parecida, mas daquela vez eu apenas joguei algumas roupas dentro dela, em stress, limpando o suor da minha testa, chutando as lágrimas dos meus olhos enquanto quase corria para enfiar a escova de dentes junto das roupas, e em um movimento rápido eu acabei pegando a rosa de presente de Jungkook, a colocando ali e fechando a mala de mão.
Então eu deixei o quarto, impetuoso sobre o olhar desesperado de Taemin ao ver aquilo, ao ver que era a sério, mas eu parei no centro da sala, o olhando, com tanta raiva.
''Querendo ou não, Taemin...'' Eu murmurei, sem querer mostrar mais a forma como as palavras dele me tinham afetado. ''Eu venho buscar Yang amanhã.''
Eu fiquei o olhando, esperando uma resposta, quando eu o ouvi fungar, para depois ele erguer o rosto, e os olhos cheios de lágrimas me encarando, mas eu neguei com a cabeça ao pedido silencioso.
''Pense no que está fazendo.'' Ele disse, mesmo que incerto, baixando o rosto, e passando as costas das mãos pelos olhos.
''Eu estou.'' Eu respondi, logo me dirigindo para a saída, com os pés quase trémulos.
E é quando você sente o peito apertando, realmente o seu peito, através da sua pele, dos seus ossos, porque são os seus músculos, porque você está se sentindo tão forte, respirando tão rápido, que eles se apertam uns nos outros e você sente essa sensação horrível tomando conta de si.
''Jimin.'' Ele chamou mais uma vez, e foi como se tudo parasse, me fazendo girar um pouco e o olhar. ''Eu te amo. Eu realmente amo você, Jimin.''
Eu acenei, apressando o meu passo para fora, até a porta bater, mas tudo o que eu queria era abanar a minha cabeça até que aquilo saísse dela, até que a sua voz desaparecesse.
Então eu entrei no carro, com a respiração tão pesada, mas sem nunca parar, porque quando eu parasse...
E, só depois de estar a caminho, tão nervoso quanto possível, com as mãos trémulas segurando o volante com demasiada força, tentando parar o tremor, é que eu batuquei o indicador no ecrã do tablóide do automóvel, até que pelas colunas fosse possível ouvir uma ligação sendo iniciada.
''Jimin?'' Eu ouvi, e mais do que qualquer erro que eu pudesse estar cometendo, eu acabei soluçando, sem responder, tentando me concentrar e piscando os olhos com persistência. ''Jimin..? Amor, está tudo bem?''
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Eu postei fanfic {shortfic} nova... e bom, ela está completa x)
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