(50) afraid
[P O V P A R K J I M I N]
Não tenha medo da morte.
Não tenha medo que arranquem o seu coração.
Você não precisa.
Se alguém viesse agora, se levasse o seu coração, se o arrancasse, o que seria que viria em sua mente?
Não pense!
Só admita...
Não se sinta mal se você não tiver lembrado os seus entes mais queridos, ou o seu namorado ou namorada, ou o seu noivo ou noiva, ou os seus amigos. Não faz mal se tiver lembrado de você mesmo. Não faz mal se não lembrou de seu cachorro ou de seu gatinho, ou se lembrou. Não vai fazer mal se você tiver lembrado um momento de outro alguém, mas que você observou e lhe tocou tanto.
Está tudo bem sobre o que você lembrou, seja o que for.
Mas, se lembre, se você lembrou disso, enquanto sua vida era tirada de você, é porque isso significou algo para você. Talvez por ser recente, talvez por ser uma memória tão boa, ou tão ruim, mas seja como for ela envolveu o seu sentimento. Se calhar você não se deu conta como uma coisa simples te faz sentir tão bem, ou tão mal.
Mas, seja como for, não se culpe sobre isso.
Não se culpe sobre a vida, não tenha medo do que ela lhe trás, de como você a enfrenta ou de como você a leva.
E se algum dia se sentir culpado sobre ela, finja que acredita que tem algo a tomando como sua, a levando nessas paragens. E se você realmente acreditar, é mais fácil para você.
Ouça. Provavelmente, você nunca pensou sobre isso e talvez seja uma comparação ruim...
A vida é como um ónibus.
Você começa lá no início da linha, começa andando devagar, com a sua preguiça, tomando o seu tempo.
E depois você toma um ritmo, para onde tem de parar, deixa ir quem tem de ir e deixa entrar quem tem de entrar.
E quando você está chegando ao fim... Você se cansa e provavelmente não tem muita gente com você, mas não está sozinho. Está cansado.
Chegou ao fim da linha.
Se você tivesse que voltar para trás, se você pudesse repetir o caminho, tantas vezes quanto as voltas de um ónibus, você faria ao contrário?
Só admita, você não pode mudar... Não pode mudar nada.
E quando eu pisquei os olhos, tão devagar, eu sabia que não havia nada que eu pudesse mudar depois daquilo.
E eu não estava com medo.
O celular de Jungkook foi a primeira coisa que chegou aos meus dedos, quando eu me estiquei na cama para o alcançar, pressionando o botão no fim da tela e vendo a mesma ganhar brilho gradualmente.
Aquele fundo azul ainda me deixava perplexo, porque era estranho que Jungkook não tivesse nada como papel de parede do seu celular e usasse um dos temas do mesmo, mas mesmo assim eu me concentrei em verificar as horas.
Porque tinha passado um tempo, eu sabia que sim, sabia que tinha passado tempo demais, estava ciente disso, mas isso não quer dizer que eu estivesse com medo das consequências.
Não tinha como eu dizer a Jungkook quando nos veríamos novamente, não tinha como eu saber, porque aquela vez soava tanto a despedida que até ele estava sabendo. Eu não podia lhe dizer, e ele sabia disso, sabia tão bem.
Não fora jogo sujo, mas isso não faz dele justo.
Eu não tinha adormecido e eu devo admitir que eu poderia ter sido o maior cobarde, me esquivar quando Jungkook se entregou ao cansaço, com a respiração tão pesada, de barriga para cima, olhando o teto e tentando regularizar todo o seu metabolismo, segurando apenas a minha mão na sua em cima do seu abdómen.
Fora bonito.
E daquela vez não soou só a sexo, não soou a transa comum, mas eu não vou lhe dizer ao que soou... Porque eu estaria tão fodido se eu o fizesse.
Eu fiquei encarando a tela até que ela se apagasse, com o braço esticado sobre os lençóis, de barriga para baixo, a cabeça no travesseiro, quase fechando os olhos, mas sem o fazer, porque não havia como eu desperdiçar aquele momento, ou qualquer um dos que se seguiria.
E, inerte, eu senti primeiro os lábios de Jungkook no meu ombro, depois a sua mão passando pela lateral do meu corpo nu, voltando a beijar o local para depois a sua bochecha se acomodar lá, o seu corpo colado ao meu de lado.
''O que está fazendo?''
É o que eu estou me perguntando, Jungkook.
O tom dele não era repreensivo, não era. Não era chateado por eu estar mexendo em seu celular. Era doce, era de quem sabia e não estava ligando.
''Me desculpa.'' Eu murmurei, de forma lenta, me virando, deixando o celular no colchão, já com os dedos correndo o seu cabelo, beijando a sua boca e finalmente me deixando ir.
Era só admitir. Não tem nada que você possa mudar agora, Jimin.
''Tem como?'' Ele murmurou, os nós dos seus dedos correndo a minha cintura, me arrepiando, porque ele não estava realmente tocando o lugar. ''Tem como você... Meu Deus.'' Ele acabou soltando uma risada pelas narinas, de desacreditado, quando a sua mão subiu do mesmo modo, com os nós dos dedos dobrados, para a minha face, passando-os por ela para depois beijar o canto do meu lábio.
''Tem como o quê, seu bobo?'' Eu acabei sorrindo, exatamente com a mesma feição admiradora dele, passando os meus braços pelos seus ombros e passando a minha perna para cima do seu corpo.
''Não faz isso.'' Acabou dizendo, tentando soar sério, segurando a minha cintura e puxando-me para mais perto. ''Eu estou me perguntando a todo o momento se tem como você ficar ainda mais lindo, mas Jimin... Você fica me provando que sim a cada segundo e meu coração não aguenta!'' Acabou dramatizando, parecendo querer desanuviar o sentimento sério que trouxera com o ínicio da declaração.
''Seu bobo!'' Eu voltei a dizer, dando um tapa pequeno na sua clavícula, já pronto para me soltar dele quando o mesmo me segurou e riu enquanto os seus lábios se encontravam com os meus da forma mais secreta.
Nós nos separámos com outra risada, que era tão boa e natural que parecia de mentira, mas na verdade era a mais honesta.
E depois disso, de forma inútil, Jungkook passou a sua camisa pelos meus braços, deixando-me em pé em cima da cama enquanto o fazia, sem sequer a apertar, apenas para depois me puxar pelas duas mãos, me levando para a casa de banho.
Chegar ao banheiro foi difícil, porque eu estava arrastando os meus pés em bicos de pé, me segurando no peito dele, enquanto alcançava a sua boca em selinhos idiotas até que encontrássemos o chuveiro.
No chuveiro foi outra conversa, porque enquanto eu ficava de costas para Jungkook, o ouvindo resmungar quando eu liguei a água e ela caiu gelada em cima dele, salpicando para cima de mim, foi quando ele pousou o queixo em cima do meu ombro, passando as mãos e os braços por debaixo dos meus, abraçando o meu peito, claramente curvado, deixando-nos aos dois debaixo do chuveiro.
E eu sorri, daquela forma apaixonada, encostando a minha nuca no seu ombro, segurando as suas mãos por cima do meu peito, sentindo os seus lábios sobre a pele molhada.
''Você perdeu o seu vôo.'' Ele disse, num tom segredado, apertando-me mais nos seus braços, beijando a curva do meu pescoço agora.
''Eu sei.'' Confessei, sem qualquer ponta de arrependimento notável, sem me mexer, deixando a água aquecer o meu corpo e o dele, como se já não houvesse calor o suficiente entre nós.
''E você...''
Eu acabei me virando, vendo-o desfazer o abraço em volta de mim, deixando os braços caírem enquanto eu segurava as suas bochechas e o olhava, bastante perto, para que as gotas insistentes não respingassem entre nós, logo quando ele voltou a segurar a minha cintura e eu sabia que precisaria dessa segurança.
''Não estou ligando.'' Eu confessei, com medo de me arrepender disso, mas recostando a minha testa sobre ele, baixando um pouco o rosto.
''Tome nota.'' Ele mandou e eu pensava que iria ouvir o tom brincalhão com essa fala, mas não veio. ''Você está me dando dois dias para eu pegar o seu coração, Jimin, e leve a minha palavra a sério quando eu digo que não vou sair daqui sem ele. E não importa se eu vou precisar ficar dois dias sem dormir, ou sem comer, ou sem falar, mas aponte que eu não fico nem mais um dia sem você.''
Não tenha medo que arranquem seu coração se você for lembrar de uma coisa tão sentimental quanto essa, que te marcou tanto, e que será a última que você lembrará.
Não tenha medo.
Só aceite que não há nada que você possa fazer para mudar isso.
♤♡♤
Eu instalei o watt de novo e isso foi a primeira coisa que eu descobri aaaaaaaaaaaa ♡
#78 em Fanfic
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