(26) finally

[P O V    P A R K  J I M I N]

Quando entrei no quarto daquele motel ridículo, que parecia mais um cubículo, nada ao que estávamos habituados, de braços cruzados, eu apenas encostei o meu corpo na porta, vendo Jungkook entrar, despir o casaco, de costas para mim, deixando-me ver os seus músculos flexionados enquanto movia os braços. 

Era para ser, nem em um milhão de anos ele tocaria em mim naquele dia. 

Eu continuei a observá-lo, sem nada que eu pudesse dizer sem medo de fazer alguma asneira, porque eu podia estar entendendo tudo errado, podia estar fantasiando na minha cabeça. No entanto, eu não podia ficar calado. 

''O que você pensa que está fazendo com isto tudo, Jungkook?'' 

Eu não via mesmo o que estava acontecendo com ele, com aquela atitude. 

Não é que eu conhecesse Jungkook fora do nosso tempo, daquele tempo limitado, mas ali ele não passava de um mero desconhecido a quem era muito difícil resistir, principalmente para mim.

Eu ouvi o suspiro da sua parte, virando-se para mim, deixando a ponta dos dedos escorregar pelos bolsos apertados das suas calças, enquanto jogava o cabelo para o lado e me olhava. 

E, depois, com os ombros encolhidos, ele repuxou o seu lábio inferior para fora, com a cabeça meia para baixo, olhando-me sobre os cílios e os cabelos certos. 

''Voc-''

''O que pensa que está fazendo aqui?'' Eu perguntei, antes que ele fosse dizer alguma coisa que alterasse a minha disposição de conversar com ele. ''Não se atreva a dizer que são negócios, Jungkook, porque se você o fizer eu vou perder a ponta de esperança que eu tinha sobre achar você um homem inteligente.'' 

''Você me acha inteligente?'' Ele perguntou, com um sorriso de canto, uma sobrancelha erguida e as costas se endireitando. A confiança de volta, sem mais espaço para inseguranças. 

Eu abanei a mão no ar, desacreditado, mexendo-me para me sentar na ponta da cama, as pernas cruzadas uma em cima da outra, o cotovelo no joelho, o queixo na palma da mão. 

Eu estava cansado. Despreparado. 

''Só responda.'' Eu mandei, mas o sorriso dele continuava lá. ''Não somos crianças, então pare de agir como uma.'' 

Foi aí que Jungkook riu amargo, movendo-se rápido, segurando os meus pulsos e levando-me para trás, costas no colchão, as pernas agora descruzadas, com o seu corpo em cima do meu, os meus braços presos para cima, a sua face junta da minha, o seu joelho abaixo das minhas virilhas, entre as minhas coxas. 

''Você sabe que eu não ajo como uma criança.'' Ele disse, raspando a ponta do seu nariz na minha, erguendo um pouco o seu joelho, como uma provocação. 

''Pare...'' Eu neguei, sem me mexer, porque sabia que seria uma tentativa falha. ''Não aqui, pare.'' Eu mandei, insistente, vendo-o beijar a minha face com a maior calma. ''Jungkook.'' Resmunguei então, vendo-o continuar, tentando levantar o meu pulso, mas sem conseguir. ''Vamos conversar.'' 

Só desça mais um pouquinho, Jungkook... Você está chegando lá...  

''Sobre o que quer conversar?'' Ele perguntou, com a sua boca chegando à minha clavícula, a sua mão afastando o tecido das minhas roupas do lugar, depois descendo para segurar a minha coxa e a erguer, apertando. 

E eu sabia, eu sabia que ao ter a minha mão livre eu deveria afastá-lo, mas o que fiz, ao invés, foi segurar os cabelos dele e soltar um gemido rouco,  enquanto ele apertava a minha coxa contra o seu quadril. 

''Conversar, Jungkook...'' Eu tentei, murmurando, puxando o cabelo dele de leve entre os meus dedos, enquanto eu o sentia deixar-me quente, beijando em volta dos meus mamilos. ''Conversar, Jungkook!'' Eu resmunguei, finalmente acordando daquele transe erótico, empurrando-o para o lado, acabando por ficar em cima dele, devido a ter as pernas em volta do seu quadril. 

Ele espreguiçou o corpo para cima, com um sorriso de dentes, com as suas mãos alcançando a parte superior das minhas pernas, esfregando as palmas contra elas. 

''Sobre o que quer conversar?'' Ele voltou a perguntar, e não era mais aquele tom perverso, mesmo que ainda estivesse usando as suas mãos contra o meu corpo. 

''Sobre...'' Eu arranhei a garganta, distraído, tentando arranjar os meus cabelos, percebendo então que eu ainda estava sentado em cima dele, saindo às pressas, jogando as pernas para fora da cama e ficando sentado do lado dele. ''Sobre isso, Jungkook.'' Disse, por fim, mexendo no lençol abaixo de mim, ouvindo os seus movimentos contra o colchão, virando-se e encolhendo as pernas atrás de mim, deixando-me entre as suas pernas e a sua cabeça. 

''O quê isso?'' Ele perguntou, risonho. ''São negócios.'' 

''Não somos um negócio, somos?'' Eu ri também, contagiado pelo seu humor, e era ruim. 

Era para estar sendo sério, Jimin! 

''Não somos.'' Ele respondeu. ''Somos o novo romance do ano.'' Esclareceu e eu acabei gargalhando, deixando as minhas costas caírem contra o seu abdómen. 

''Não somos romance nenhum.'' Eu resmunguei, porque era verdade, atirando a minha mão contra o seu ombro, atingindo-o. ''Jungkook, você não pode mais fazer estas coisas.'' 

''Não posso?'' Ele pegou a minha mão pela ponta dos dedos, brincando com eles. 

''Eu estou indo casar em Abril, você está destruindo a minha vida.'' Eu confessei, mais sério, querendo que ele entendesse. ''Não pode fazer isto, não era esse o plano.'' 

''Muita coisa não estava no plano.'' Ele resmungou, e eu não pude rir, não podia, mesmo que também fosse verdade. 

''O que você quer, Jungkook?'' Eu perguntei, sereno, puxando a minha mão da dele e brincando com os botões da minha camisa. ''O que você quer para não voltar a aparecer no meu trabalho? Nem... O que você quer para não voltar a entrar na minha vida?'' 

''Hum...'' Ele fingiu pensar, levando as mãos para a sua nuca, com os braços para o lado, de barriga para cima outra vez, cruzando as pernas. ''Diga para o seu namorado que está fodendo comigo.'' 

Eu estreitei as sobrancelhas, sem entender o que ele dizia, mas tendo a plena noção e confiança de que ele não estava falando sério e que algumas vez me chantajaria daquela maneira. 

''Eu estou falando sério, Jungkook!'' Eu levantei-me, ficando em pé e de frente para ele, chateado, fulo, os braços cruzados na minha frente. 

''Ou poderíamos foder na frente dele...'' Ele resmungou em um gemido, levando a mão dele para a sua virilha, puxando a calça, ajeitando-a no lugar, fechando os olhos e mordendo os lábios. 

Eu virei a cara, tive que virar, porque só imaginar estava dando cabo de mim. Não imaginar a cena, imaginar Jungkook... e eu... depois de tanto tempo... juntos. Oh, tão bom, Jungkook... 

''Fala sério.'' Eu resmunguei, aproximando-me do espelho em cima da cómoda de madeira antiga, apoiando as mãos no tampo e verificando o estado do meu cabelo, tentando ajeitá-lo em seguida. ''Me diz o que está fazendo aqui, porra!'' Eu mandei, batendo o punho cerrado no móvel, completamente irritado por todo aquele silêncio. 

O que eu estava fazendo? O que está fazendo, Park Jimin? 

''São negócios...'' Ele murmurou, sentado na beira da cama, com os pés cruzados para debaixo dela, as mãos na borda do colchão. 

Eu me virei, expelindo raiva por todos os poros, caminhando na sua direção, o empurrando pelos ombros, ficando no meio das suas pernas, vendo-o cair com as costas no colchão, rindo. 

E eu estava puto, não entendia nada, nada fazia sentido. 

Não fez sentido quando o meu joelho ficou entre as pernas dele, as minhas mãos do lado dos seus ombros. Não fez sentido quando eu empurrei a minha rótula contra o órgão intimo dele. Não fez sentido nenhum quando o seu olhar pegou o meu enquanto ele gemia. 

Ah... Não ia fazer sentindo nenhum. 

Não dá para acreditar, mas Jungkook afastou os cabelos da minha testa para o lado, com a ponta dos dedos, depois para trás da minha orelha, mesmo que curtos, as suas mãos segurando depois a minha cintura. 

Eu estava perdido, claro que estava, deixando a minha testa cair contra a sua.

''Finalmente.'' Ele murmurou, deslizando as minhas mãos pelas minhas laterais, fazendo-me baixar e juntar os meus lábios aos seus. 

Finalmente, Jungkook de novo.

 ♤♡♤

Oficialmente sem rascunhos :')

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