(10) it had no name
[P O V P A R K J I M I N] - 5 meses depois
Completar vinte e cinco anos não estava em meus planos concretos, mas como era algo que nunca poderia evitar, eu movi os meus pés de manhã, dizendo para mim mesmo que eu não estava mesmo completando aquela idade. No entanto, sem qualquer indício de que alguém iria desrespeitar minha vontade, eu entrei no edificio do meu escritório, cumprimentando a garota simpática da receção, que sempre tinha um café pronto para mim todas as manhãs.
Eu soube que algo aconteceria em breve, pois atrás dos meus passos silenciosos eu ouvia os seus sapatos baixos baterem contra o piso, seguindo-me. Sem a mania da perseguição, eu abri a porta do meu escritório, um quanto chateado por terem invadido o meu espaço.
Vendo toda a coisa ali, como uma mini festa surpresa, com direito a champanhe (e era de manhã) e bolo, a minha reação foi estalar os dedos em silêncio, pois eu não queria aquilo. Estava ciente de que em todos os outros anos aquilo era um bom momento, e eu ainda era agradecido pela intenção, mas naquele momento era só cansativo, pois eu estava desgastado nos últimos dias.
No entanto, toda a parte decente do meu corpo se uniu para forçar o melhor sorriso, abraçando todos os ali presentes e dando falsas ameaças de que alguém teria que limpar o confetti jogado no ar quando eu entrei por aquela porta. A maior das verdades é que eu mesmo faria isso no final do dia, ficando para mais tarde e sem querer incomodar ninguém.
Para além de um convite dos meus colegas de trabalho para almoçar, o meu dia foi mais calmo nas horas seguintes, recebendo alguns telefonemas de familiares e mesmo de meus amigos ou de Taemin.
Mas o que me chateava mais enquanto eu limpava o meu escritório, depois de o horário de expediente ter terminado, não era o lixo. Era o facto de que eu não poderia ir para casa e ficar um pouco descansado, passar tempo com o meu namorado e a nossa filha.
Não.
Eu teria que ir jantar sozinho com Taemin, e muitas das vezes isso era relaxante, mas eu sabia que ele só o fazia para esconder a festa surpresa que teria lugar em nossa casa dali a umas horas. E isso era o que eu não queria mesmo. Ele esforçava-se tanto para tal e entrava tanto em seu próprio mundo que nem via que eu não ligava assim tanto para uma festa ou uma casa cheia.
E esse ano não seria diferente e eu sabia-o. Mas este ano custava mais, porque eu estava cansado.
Não importava quantas vezes eu dissesse que preferia festejar mais tarde, no final de semana, e que podíamos simplesmente cantar "parabéns" na sala de jantar, com um bolo pequeno que sujaria toda a cara da nossa filha, apenas nós três.
Não. Tinha que ter toda a família, amigos, conhecidos, o cachorro da vizinha.
Eu descia os degraus do edifício onde me encontrava, sabendo que Taemin me esperava no último andar, como sempre fazia.
Eu alcancei-o antes que me visse, tapando os seus olhos.
"Adivinhe quem é." Eu imitei uma voz fina e desgostosa, quase parecendo uma velhota às portas da morte.
Porque no final eu não queria desagradar ninguém e eu era sempre bom a disfarçar meus reais sentimentos se isso significasse o bem de outros.
"Ah, eu não sei." Ele murmurou, brincando também, logo retirando minhas mãos de sua face e me deixando um beijo delicado no canto do lábio. "Isto é para você."
Ele estendeu-me um ramo cheio de tulipas lilás, que parecia grandioso demais para a ocasião, quando eu gostava de simples, mas eu não disse e simplesmente o agradeci com um abraço.
"Não trouxe Yang Mi?" Eu fingi não suspeitar de nada, quando eu já sabia de tudo.
"Ela foi na casa de uma coleguinha, mas volta cedo." Ele mentiu, sempre a mesma mentira, todos os anos. "Assim podemos ter um momento a sós."
"Graças a Deus." Eu suspirei, enlaçando os meus braços em seu pescoço e me aproximando para o beijar.
Mas ao invés de ter o olhar em mim, Taemin olhou em volta.
Um pouco frustrado, eu murmurei:
"Não tem ninguém aqui."
Ele verificou as minhas palavras e finalmente me beijou, me puxando para mais perto, mas sem deixar as coisas irem mais longe do que isso.
O restaurante também era sempre o mesmo, mas era legal pois ele sempre reservava em uma área mais privatizada dos olhares que ele não queria receber.
A rosa no meio da mesa chamou a minha atenção, a cor viva e sólida e eu quase tive uma ponta de esperança, até perceber que se repetia o padrão por todas as outras mesas.
Nós os dois tivemos um jantar agradável, mesmo que eu estivesse cansado e ele tivesse saído duas vezes para ir ao banheiro, onde eu sabia que ele checava com alguém se tudo estava pronto em nossa casa. No entanto, eu mantive meus sorrisos, dizendo a mim mesmo que eu podia esquecer um pouco de mim para dar um pouco a eles.
Ele tentou me prender por minutos desnecessários, mas quando permitiu que deixássemos o restaurante já estava com pressa.
No carro, ele segurou a minha mão enquanto conduzia, cantarolando baixinho alguma música que passava na rádio.
"Taemin..." Eu acabei chamando, exausto. "Eu não quero desiludir ninguém hoje." Eu queria deixar claro que eu não estava no humor, mas também que ele sabia que eu estava tentando.
"E você não irá, babe. Nunca." Ele assegurou, deixando o carro na berma da estrada, na frente da moradia.
Como previsto as luzes todas estavam apagadas e enquanto caminhava para a porta eu me perguntava se eu seria capaz de fingir surpresa.
Quando nós dois entramos eu logo senti Yang Mi embatendo em minhas pernas e mesmo através do escuro eu a segurei em meu colo e beijei a sua face, enquanto as velas acesas em cima de um bolo bonito e bem enfeitado preenchiam o lugar com alguma claridade. Ela batia palmas em meu colo, deixando as cantorias para os outros presentes.
Os meus pais estavam ali, os pais de Taemin, os meus amigos e um ou dois vizinhos com quem falávamos mais.
As luzes acenderam-se, mostrando os balões pendurados nos barões das cortinas, uma mesa cheia de doces, uma faixa que atravessava a mesma mesa, dizendo "parabéns Jimin!" em letras grandes e gordas. Não era ser ingrato, ou velho, mas aquilo não era para mim. Eu era mais reservado, como algo delicado fechado em seu espaço.
Depois de todas as fatias de bolo serem distribuídas pelos convidados, cumprimentos aqui e ali, abraços, desejos paternais, carinhos e um pouco de conversa fiada, eu acabei em um canto, com uma taça de champanhe, junto de um dos meus maiores amigos.
"Você quem ficou com Yang Mi, esse ano?" Eu o perguntei, e ele acenou sorridente. "Eu peço desculpa por ele." Eu apontei com o queixo levemente para Taemin, que conversava com a minha mãe. "Ele sempre planeia isso e honestamente eu só permito porque o deixa feliz."
"Não tem que pedir desculpa por nada, Jimin." Ele segurou o meu ombro. "A sua filha é um anjinho, nem me incomodou."
"Obrigado, Hobi." Eu agradeci, por tudo, no entanto, pedindo licença para me retirar.
Na cozinha eu deixei a taça de lado, longe de qualquer pessoa que fosse estranhar minha recusa ao objeto. Os meus olhos acabaram encontrando um desenho de Yang Mi, onde eu, ela e Taemin estávamos desenhados em um jardim cheio de flores. E eu via claramente seu progresso, tendo a certeza que um dia eu seria seu maior apoiante em uma galeria remunerada.
A caixa ao lado do papel foi o que me prendeu em seguida, cheia de papel transparente por todo o lado, dizendo "FRÁGIL" por todo o lado.
Eu a mexi um pouco, tentando entender o que era aquilo.
"Chegou para você, de manhã." Taemin explicou, rodeando os meus ombros e massageando-os levemente. "Não tinha nome."
Curioso, eu abri uma gaveta e puxei um x-acto, fechando a mesma depois.
"Vou deixar você." Ele avisou, dando me a privacidade que eu precisava naquele momento.
As minhas mãos não hesitaram em manear o objeto e fazê-lo cortar a fita, logo abrindo a caixa. As minhas sobrancelhas uniram-se com a primeira impressão de que aquilo era algo tão brilhante e delicado.
Depois eu cortei os lados da caixa, sem coragem para tentar puxar aquilo para fora.
A pequena caixa de bombons foi deixada de lado enquanto eu afastava os cartões para o lado e recebia com o meu olhar a melhor visão da minha vida.
A pequena rosa vermelha parecia enfeitiçada dentro da redoma de vidro, com brilhos dourados em sua volta. Eu nunca tinha visto nada como aquilo, e estava mais encantado do que nunca.
Eu baixei o meu corpo, ficando de cócoras e pendendo o meu queixo no balcão, de frente para o meu mais novo presente, tão abasbalhado com o que via.
Os meus dedos então abriram a caixa de bombons, verificando que era os bombons que eu nunca esqueceria, maracujá e cereja. Um pequeno papel encontrava-se lá, como para tirar lugar às dúvidas em minha cabeça, e eu o abri, vendo a caligrafia bonita e cuidada.
Para adocicar o seu dia.
- JJK
Depois de entender que aquele era realmente um presente de Jungkook, eu guardei o papel em meu bolso, bem dobrado.
Depois eu interpretei aquilo, tendo noção de que aquela era a primeira vez que eu recebia um presente de verdade de Jungkook. Que era a primeira vez que ele quebrava a nossa regra sagrada de sigilo. Que ele estava entrando na minha vida.
Sem saber o que fazer, porque aquilo era uma provocação em que Jungkook mostrava que não estava intimidado pela nossa conversa pessoal, que mostrava que depois daquele tempo ele ainda não tinha esquecido a nossa conversa bêbada, eu tirei uma fotografia ao desenho de Yang Mi, a enviando para ele sem pensar duas vezes, apenas enviando um comentário em seguida onde expressava a minha opinião sobre como aquela não era realmente opinião de pai.
Agora os dois estávamos quebrando as regras.
No final daquela noite, quando já todos tinham ido embora, Yang Mi estava na cama e Taemin prometia arrumar toda a sujeira no dia seguinte, eu coloquei o meu pequeno presente na minha mesinha de cabeceira, ignorando-o enquanto vestia o meu pijama, mas dedicando toda a minha atenção para ele quando, depois, me deitei na cama e dei costas a Taemin para olhar a minha rosa encantada.
Quem me tinha informado sobre tal fora Hoseok, me dizendo que aquele era mesmo um presente especial, com certa referência ao filme "A Bela e o Monstro", também difícil de encontrar uma autêntica como aquela parecia ser.
Quando o meu namorado me perguntou sobre eu só disse que não vinha identificado e que não havia nada que eu pudesse fazer para descobrir o verdadeiro emissor.
E, naquele momento, e por uma boa parte da noite, por mais cansado que estivesse, não me importei de ficar acordado a olhar para a entrada de Jungkook na minha vida.
♤♡♤
Eu adoro esse capítulo ♡
Isso aqui é uma enchanted rose, a que o Jimin recebeu ♡
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