Eu me importo com você
"Zoe, seu irmão tá brigando lá na quadra", foi o que fez a garota gelar.
Seu irmão, embora tivesse uma língua bem afiada, não era bom de briga. E imaginá-lo apanhando doía mais em Zoe do que possivelmente doeria em Gael.
Ele talvez pensasse que ela não ligasse para quaisquer coisas que estivesse fazendo, já que era sempre tão dura com ele. Mas na realidade, ela se importava, e muito.
Zoe nem pensou quando se levantou da cadeira e passou pela porta, deixando o professor falando sozinho. Ela com certeza estaria encrencada assim que retornasse à sala, mas não deixaria seu irmão na mão.
Caminhava a passos largos pelos corredores enormes. Sua cara fechada assustava quem estava ali sentado ou encostado na parede conversando. Talvez estivesse chamando atenção, mas nada importava agora a não ser salvar seu irmão.
Assim que virou o último corredor, deparou-se com a porta da quadra e alguns barulhos lá dentro. Mesmo que estivesse fumaçando, respirou fundo, caminhou e abriu a porta com tudo. Viu seu irmão ser empurrado por um garoto do mesmo tamanho que ele, como forma de intimidá-lo. Era incrível como Gael conseguia manter uma postura indiferente ainda assim.
Ele era assim, calmo. Muito diferente dela, que era esquentada e "nervosinha".
A mochila de Gael havia escorregado de seu ombro no empurrão, e então ele se curvou para pegá-la, mas o garoto o impediu empurrando-o mais uma vez.
— Eu só quero pegar a minha mochila — disse seriamente.
— Pega, ninguém aqui tá te impedindo — os amigos riram com deboche. Gael revirou os olhos e se curvou novamente, e de novo foi empurrado.
— Ei! — Gritou Zoe, caminhando rápido até eles. Assim como o garoto fez, ela lhe deu uma ombrada forte, mesmo sendo menor do que ele. — Qualé, vai ficar importunando os outros assim?! Se liga, moleque, mete o pé! — Pôs-se na frente de Gael.
— Ah, baixinha, não se mete — colocou a mão sob o queixo de Zoe, o que a irritou profundamente. — O assunto é com ele.
— Se não tirar a mão do meu queixo, irá perder a mão.
O garoto olha para um de seus amigos que estava atrás dele e com desdém tira a mão do queixo de Zoe.
— Vão embora, deixem meu irmão em paz — gesticulou com a cabeça assim que terminou de falar, pedindo que saíssem.
— Acha que pode vir aqui e botar moral na gente, garota? — Perguntou com um sorriso presunçoso esboçado. — Se nem ele conseguiu, você não vai — ri.
— Acredite, é melhor irem embora — ameaçou.
— Zoe, deixa quieto — Gael sussurrou em seu ouvido. Zoe pediu para que ele ficasse quieto.
— E você vai fazer o que se não formos? — Aproximou-se dela.
— O soco que você não levou dele, vai levar de mim, colega. É melhor ir embora — sorri orgulhosa, mesmo que estivesse olhando para cima para enxergá-lo.
— Hahaha! Você sabe bater, lindinha? — Debochou, fingindo socar o queixo de Zoe. Assim que o rosto dela virou, sua raiva subiu para o rosto, deixando suas bochechas vermelhas de raiva. Seu punho fechou e atingiu diretamente a orelha do rapaz.
— Acredite, eu sei muito bem — disse após socá-lo.
— Zoe! — Gael repreende.
O garoto não caiu no chão, mas cambaleou um pouco para trás, percebendo seu ouvido apitar na mesma proporção que doía.
— Desgraçada! — Rosnou entre dentes. Zoe não se deixou intimidar por ele e avançou um passo em sua direção.
— Eu mandei irem embora — encarou-o de cima a baixo. — Ou quer experimentar o gosto do meu punho também? — Ele não a responde. — Vão embora. — Manda. Lentamente eles saem andando para fora da quadra.
— Você é ridícula, Zoe — disse enquanto pegava sua mochila no chão. — Sabe que não pode ficar pegando briga assim, daqui a pouco vai ter um monte de gente se juntando pra bater em você.
— Como é? Você que quase apanha e a ridícula sou eu? — Perguntou indignada ao se virar para ele. — Gael, você não pode deixar te fazerem de chacota assim. Se eles souberem que você não se defende, vai ser só mais um motivo pra mexerem com você.
— Eu não gosto de brigas, sabe disso. A briguenta aqui é você.
— Eu não sou briguenta, Gael, eu só sei me impor. Diferente de você.
— Tá, você já me defendeu. Não precisa ficar passando na minha cara isso — falou com certo constrangimento.
— Maninho, eu só quero que você entenda que eu não tô pedindo pra você sair por aí agredindo as pessoas, só que se imponha mais — tocou seu ombro livre da alça da mochila. — Não seja passivo demais, maninho. Esses caras não vão te deixar em paz porque eles querem te ver reagir.
— Mas é simples, eu vou não reagir.
— E você acha mesmo que eles vão desistir? Eles querem testar seu limite. Gael, por favor, fale com alguém. Com o pai, que tal?
— Zoe, isso é constrangedor... — revirou os olhos.
— Eu sou sua irmã mais velha, Gael. Eu não posso ficar sem você, maninho. Não quero que eles te machuquem — declarou. Sem esperar, abraçou o irmão. Esse ficou sem reação, de imediato. — Não seja tão arrogante só porque ficou mais alto do que eu — afundou o rosto no ombro dele.
Gael deu uma risadinha e enlaçou a cintura da irmã mais velha, abraçando-a também.
— Eu te amo, mana — beijou seu cabelo. Sentiu Zoe apertá-lo mais.
— Também te amo, maninho.
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> Ariadney123 Bagunhao Yumie1312 nuko099 <
O amor fraternal é tão belo 🥲
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