🍓40🍓
Uma claridade se choca contra meus olhos me fazendo acordar, abro os olhos lentamente e tento me acostumar com a luz dentro do quarto antes mesmo de qualquer movimento um perfume doce e perfeito entra em minhas narinas me fazendo sorrir, lembranças da noite me fizeram viram o corpo na procura da mulher que eu amo.
Mas vejo somente seu travesseiro e o lugar gelado, sem entender o que aconteceu fecho os olhos e abro na esperança de que seja apenas um sonho ruim então abro novamente e vejo que não, é a pura realidade.
Ela foi embora, me deixou mais uma vez.
Me sento na cama devagar, apoio meus pés descalços no tapete ao lado da cama e respiro fundo procurando coragem para sair desse momento perturbador.
"Tenho que ir atrás dela"
Minha mente não deixa de pensar nisso então me levanto o mais rápido que posso, procurando as minhas roupas, pego a camisa do chão e a calça próximo da mesinha e começo a vestir rapidamente mas paro meus movimentos quando encaro uma folha de papel.
Meu corpo entra em alerta e meu coração bate descompassado minha mente pede para que eu mantenha a calma, e mesmo em algum lugar dentro de mim dizendo para não ler, a curiosidade foi maior e em um ato rápido pego o papel e vejo uma letra curva bem feita, não precisei ler para saber que era dela, então começo a ler com atenção.
Bom dia.
Obrigada pela noite maravilhosa onde você me proporcionou sensações incríveis, mas peço que a esqueça assim como eu farei, seja feliz e faça feliz a pessoa que esta ao seu lado.
Nos dois sabemos que foi um deslize eu tenho minha parcela de culpa, desde já peço perdão por isso.
Respondendo a sua pergunta, sim, eu me lembro de cada beijo, cada toque, de cada declaração que fizemos um ao outro,engraçado como o tempo passou e cada lembrança esta viva em mim.Existem coisas, na verdade palavras que não se apagam não é mesmo?
Então eu lhe desejo a felicidade que merece.
Seja feliz e siga sua vida, novamente obrigada, terei essa noite em minha memoria eternamente oito anos de desejos guardados soltos em uma unica noite.
Ja falei demais, fique bem.
Eu também te amo, amo com a minha vida, cada pedaço meu sangra ao te deixar nesse momento e tudo o que eu mais queria era voltar e me deitar ao seu lado, mas isso é impossível.
NOS SOMOS, IMPOSSÍVEL.
Adeus.
Com amor Charllote.
Eu juro que tentei mas não sei onde erro a cada passo, o que essa mulher tem na cabeça?
—DROGAAA— dobro a carta com raiva e jogo tudo que encontro na frente no chão,
Eu tenho raiva, raiva dela raiva de mim raiva de nós por que, por que tem que ser assim por que não posso parar de sentir esse maldito sentimento?
Começo a chorar desesperadamente e a falta de ar me consome, sem perceber me deito novamente na cama e encolho abraçando meu próprio corpo.
Seus olhos brilhando enquanto eu distribuía beijos em seu pescoço, sua voz rouca ao chamar meu nome, suas lágrimas se misturando com as minhas será que não foi o suficiente para ela ficar, o que mais eu tenho que fazer?
Balanço meu corpo para frente e para trás sentindo a sensação de fragilidade, eu não queria me sentir tão fraco assim novamente.
Olho para a parede e parece que o quarto diminui a todo instante, a falta de ar começa piorar e antes que eu tenha mais uma crise me levanto cambaleando e passo a mão pelos pedaços de madeira no chão na esperança de encontrar meu celular, as lágrimas começam a se misturar com meu desespero e eu a cada minuto piorando.
Por fim acho o aparelho próximo a cama pego ele trêmulo e disco o primeiro número que se passa na mente, o som me faz piorar e o que foram minutos para ser atendido me pareceu uma eternidade.
—Me aju..daa— digo quando alguém atende.
—Noah, o que aconteceu? Meu Deus onde você está?— a voz apavorada diz aos gritos.
—No..meu..aparta...— não consigo dizer mais nada, pois nesse momento o ar me falta por completo me fazendo apagar no chão.
[...]
—Onde você vai correndo assim?— não escuto o que ele diz e pego minhas chaves correndo.
—Daqui a pouco estou de volta é só uma emergência— dou um selinho rápido e saio.
Dispenso o motorista e saio feito uma louca da jardim, ao pegar a avenida milhões de pensamentos se passam e eu não sei qual é o pior deles.
Por que agora, depois de tanto tempo ele ter uma crise dessa novamente eu tenho absoluta certeza que ele estava bem ontem na hora que saiu, o que pode ter acontecido.
Meu coração se aperta demais e começo a cortar carros, ultrapasso o farol vermelho enquanto ouço motoristas apertar suas buzinas em forma de protesto.
Chego mais rápido do que pensei e subo direito sem nem me dar o trabalho de falar com o porteiro de plantão, por sorte ele não me parou.
Aperto o botão do elevador com rapidez quase afundando o pobre coitado, mas preciso chegar logo o que está parecendo uma eternidade.
Depois de muito esperar entrei no abençoado o elevador e sai feito bala perdida em tiroteio, eu juro que se alguém fez algum mal para ele Ah, essa pessoa irá pagar dolorosamente.
Tenho métodos incríveis de tortura.
Perco esse pensamento quando encontro ele ali, jogado no chão tão frágil tão despedaçado.Se tem alguém que não se despedaça atoa esse e meu amado filho.
Ele é forte, determinado, fiel, companheiro e acima de tudo verdadeiro e ver meu pequeno homem dessa forma, faz o pior lado de uma mãe aparecer.
Medo
Medo de perder uma das minhas maiores preciosidades, se não ter Aaron foi tão difícil e doloroso perder meu pequeno Noah será meu fim.
—Filho, filho por favor— seguro minhas lágrimas— sou eu amor a mamãe, você tem que acordar agora.
Ponho sua cabeça em colo e aliso seis fios negros entre os dedos, sentindo o calor de seu corpo.
—Estou aqui vida minha, por favor tente acordar— dou três tapinhas levemente em sua face e sinto que ele desperta aos poucos.
Enquanto espero ele voltar a realidade faço uma prece, agradecendo ao céu por ter meu filho ainda aqui, por ter chegado a tempo e por ser abençoada por ter filhos e pessoas que me amam.
—Olha pra mim— digo quando ele abre os olhos ainda em estado de pânico— ajudo ele a se levantar, fazendo ele ficar de joelhos no chão com suas mãos apoiadas em mim— olha nos meus olhos, sou eu Aurora sua mãe filho, você tem que respirar— o corpo dele treme a todo instante, enquanto lágrimas caem de seus olhos, dizendo palavras desconexas.
—Me deixou...por que me deixou...— a crise de choro aumenta me deixando desesperada.
—Tente me ouvir, sou eu a mamãe lembra, vamos respira no 1...2...3— digo e ele imita com dificuldade o que faço.
Depois de tanto tempo ele se acalma e volta ao seu normal, me fazendo cair sentada no chão. Um susto desse não dá para aguentar graças a Deus deu tudo certo.
—Obrigado— diz se levantando estendendo a mão para me ajudar a sair do chão.
—Voce é meu filho, eu iria até o inferno por você— falo seria, pois é a mais pura verdade, eu daria minha vida por eles dois.
—Eu preciso de um banho— se retira me deixando sentando e preocupada.
Mas entendo que ele precise do seu próprio tempo para digerir o que aconteceu, e se acalmar mas uma coisa é certa ele vai ter que me explicar o que aconteceu, para deixar ele nesse estado.
Em toda minha vida meu filho só teve ataque de pânico duas vezes, e com essa é a terceira.
A primeira quando ele mandou Lotte embora e se desesperou ao ver que ela realmente foi, a segunda quando descobriu que Aaron não chegou no aeroporto para buscar sua esposa e a terceira que eu ainda não sei, por enquanto.
Vinte minutos se passam e ouço a porta do banheiro ser aberta, olho na direção e o vejo sair do banho com os olhos inchados e vermelhos, já arrumado se senta ao meu lado da cama e segura minhas mãos na sua, e não e preciso dizer nada pois ele mesmo começa a se explicar.
—Eu juro que não queria— sorri triste— mas acabou acontecendo, e eu fui o homem mais feliz do mundo mãe— limpa as lágrimas que caem.
—Ah eu sabia que aquela biscate ia te fazer sofrer meu filho, bem que eu vi no jantar lá em casa— grito — mas quando eu pegar ela AHHHHH vou arrancar o couro da infeliz e fazer um abjour— me levanto com raiva e ando no quarto.
—Ela não tem nada ver com isso mamãe— me encara ainda mais serio— foi a Lotte— vejo seus olhos se fecharem e ele abaixar a cabeça.
—Oh meu bem— me aproximo e o abraço— o que ela fez em?— pergunto com calma.
—Nos dormimos juntos mãe, depois de oito anos nós nos amamos de novo— sorri— mas ela...ela me...— não termina de falar pois o choro se intensifica, então apenas o abraço ainda mais sentindo toda a dor do meu bebê.
—Xi, calma— aliso suas costas— eu tô aqui e nada vai acontecer, agora explica o que aconteceu depois da noite de vocês, ela brigou, bateu em você, quebrou a casa?— ele nega com a cabeça e aponta para o papel o qual eu pego e começo a ler.
Eu sei que meu filho errou, eu errei e todos merecemos uma segunda chance assim como ela, sinto dor nas suas palavras e me pergunto o que essas crianças estão passando para ficarem nesse estado.
Uma fugindo do amor e o outro tendo ataque por ser deixado.
Eu juro que não consigo entender
—Não é mais fácil conversar com ela—pergunto sabendo a resposta, mas quem sabe depois dessa noite opiniões não foram mudadas não é?
—É difícil mãe, eu achei que odiava ela mas aí droga— bate a mão na cama— ela beijou um dos meus amigos e eu não aguentei sabe, eu senti inveja dele— funga alto limpando as lágrimas com o dorso da mão.
—Continua, desabafar vai te fazer bem— presto atenção.
—Era ele ali, beijando, abraçando sentindo o calor dela não eu, e eu me perguntei o por quê e não achei resposta— pausa olhando em meus olhos— e eu senti que não podia amar alguém que não fosse ela, então quando ela saiu eu deixei todos lá por que ela sempre teve a mania de dizer que ia ao banheiro e sumir.
Ele sorri se lembrando de algo e um sorriso sincero nasceu em mim, algo que lhe deixou feliz por alguns segundos.
—Eu fui atrás, peguei ela no colo joguei no meu carro e ela adormeceu, eu podia ter levado ela pra casa— respira fundo— mas trouxe aqui não porque queria fazer algo, mas porque eu queria ver ela dormir como antigamente, mesmo que por pouco tempo.
—Eu amo aquela diaba— acabo soltando sem perceber e ouço a gargalhada que Noah da, fazendo meu coração se aquecer.
—E rolou mãe, não foi sexo como com as outras foi amor, puro amor eu sentia em seu olhar a cada vez que eu dizia seu nome, e quando ela me chamava AHHHHH mãe— sorri ainda mais— foi como se o mundo estivesse parando mas antes que eu acordasse ela se foi me deixando.E eu não sei o que fazer agora, foi como antigamente a mesma dor, o mesmo desespero, foi horrível.
—Eu tenho que ir, mas antes de partir ouça bem o que lhe digo tudo bem?
—Pode falar— me ouve prestando atenção total.
—O amor de verdade só se vive uma vez, você pode pular de cama em cama, de boca em boca pode mudar de cidade, país ou mandar embora, mas jamais vai tirar do único lugar que ninguém a não ser a pessoa pode pisar, o amor de verdade é único e nem mesmo a morte é forte o suficiente para mata-lo, se realmente quer passar a vida se enganando vá em frente, enquanto você desiste outro pode lutar a batalha que é sua e pro direito sempre esteve ganha.
Término de falar e olho sua feição, impassível sem demonstrar nada do Noah que estava em minha frente a poucos segundos e o meu maior medo e que essas palavras surtem efeito reverso.
—Eu entendi mãe— me dá um beijo na testa e sorri.
—Agora tenho que ir deixei seu pai preocupado, além do mais hoje é o dia— digo feliz.
—Dia?— franze o cenho.
—Hoje o Eithan vai depor e dizer tudo que sabe sobre Mary Millano galinha— dou risada e ele me acompanha— até mais meu amor.
E assim saio dali preocupada mas aliviada ao mesmo tempo, espere que o destino e o tempo trate de colocar suas coisas no lugar.
Síndrome do Pânico e Ataque de Pânico
Síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente. ... Quem sofre do Transtorno dePânico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado.
Na maioria dos casos, os ataques ocorrem durantes situações de estresse social mas eles também podem ocorrer durante o sono, em casa, no trabalho ou qualquer outro ambiente cotidiano. Mas primeiro, vamos esclarecer…
Ataque de pânico é a mesma coisa que síndrome do pânico?
Não exatamente. O ataque de pânico descreve um evento único enquanto a síndrome do pânico inclui a ocorrência de ataques repetidos, o medo constante de quando o próximo ataque acontecerá e a adoção de medidas para evitar os lugares onde os últimos ataques ocorreram.
(Por que eu abordei esse tema?
Bom porque tenho na família no caso minha avó que tem síndrome de pânico, e sei o quanto é difícil lidar com essa doença, e o quanto é triste)
Somente isso mesmo hehehe
Instruções de como lidar gente
E para quem está gostando, só tenho a agradecer por tudo, por cada voto, cada comentário e cada leitura feita. Não sabem como é importante pra mim, e só é possível por vocês, de coração sempre agradecerei!
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