🌻38🌻
Me viro de um lado para o outro desconfortável, pelo jeito ela pegou no sono mesmo enquanto eu estou aqui sem sono algum.
Fecho meus olhos tentando mais uma vez adormecer mas a única coisa que consigo é lembrar de seus lábios sob os meus, a maciez de sua pele sua boca pequena e quente suas mãos tão macias quanto maçãs vermelhas em meu rosto, me acariciando em movimento leves e delicados.
A forma como seu corpo se aqueceu em contato com o meu, quanto tempo, quanto tempo esperei por isso silenciosamente, um segredo guardado em mim que ninguém mais sabe.
Eu soube desde a primeira vez que nossos olhos se encontraram naquela padaria, que tudo seria mágico ao nosso redor do não sabia o quanto seria e a certeza é que ela me faz ser o homem mais feliz quando está do meu lado.
"Isso é impossível Aaron, se coloque no seu lugar e respeite ela e seu casamento"
Minha consciência me alerta então me levanto e me sento na cama, pegando o celular do bolso, olho a hora e fico irritado, é como se o tempo estivesse parado me levanto e vou até a janela observo lá fora o vento cantando uma canção agoniante, a tristeza dele se reflete em mim a chuva um pouco mais fina fazia com que o céu escuro não deixasse dúvidas sobre a fúria da natureza.
—Eu tenho que voltar logo— falo para mim mesmo, me lembrando da minha únicornio, solto o ar com pesar.
Passo minha mão nos cabelos e me lembro da sensação do beijo, e começo a caminhar de um lado para o outro tentando me lembrar de quando eu já tive uma sensação dessa com Angel.
E por mais que me esforce não vem nada na mente, ao contrário ela é gelada não me dá sensações como Hyna, então por que me casei com ela?
Por que? É o que pergunto todos os dias, talvez eu já fui apaixonado antes mas então por que não mais hoje?
Mesmo eu tendo esquecido eu deveria me lembrar desse sentimento depois que recuperei a memória, ou será que não?
Encaro a parede a minha frente como se ela fosse me responder, e nada continuo com a mesma pergunta.
—Da pra ver os seus neurônios queimando daqui— dou um pulo assustado ao ouvir a voz de Hyna.
—Que susto— falo com a mão no peito.
—Descculpa— ri se sentando na cama— eu acho melhor a gente ir andando a chuva diminui bem— olha para a janela.
—Eu até queria, mas tenho que esperar a chuva parar e ir buscar o carro, e também a clínica só abre as nove— esclareço.
—Ate agora você não me explicou tudo— diz com ar de cobrança.
Então vou até onde ela está, e me sento perto dela enquanto olho para seus olhos e me perco em pensamentos.
—Terra chamando Invisível, terra chamando— estala os dedos na frente do meu rosto.
—Ah é nós precisamos conversar mesmo— respiro fundo— eu quero me desculpar pelo beijo, na verdade por tudo eu não...— sou interrompido com seu dedo indicador na minha boca.
—Deixa eu falar— seu perfume novamente invade minhas narinas e me sinto bem— aconteceu tá legal, foi um erro? Sim, foi, mas não podemos voltar atrás o máximo e esquecer que tudo isso aconteceu e continuar sendo os amigos que sempre fomos— sorri— nós não merecemos isso, ela não merece isso e nossos filhos também não, não podemos tapar nossas carências dessa forma, não somos metades Ivi, somos inteiramente nossos.Eu amo você como o amigo que sempre está aqui— aponta para o coração, e o meu se entristece— você ama a sua esposa e ela você, vamos esquecer e não se sinta mal eu entendo perfeitamente.
Entendo o que ela quis dizer, ela retira seu dedo da minha boca devagar, enquanto sinto minha boca ficar seca e meu coração acelerar tão rápido que não consigo respirar direito.
—Tudo normal?— pergunto com um sorriso sem graça.
—Sempre estará tudo bem— seu olhos desviam dos meus em segundos, voltando a atenção novamente em mim.
E isso me faz questionar se ela sempre lida com os problemas dessa forma, escondendo suas fraquezas.
—Então vamos voltar a dormir— se deita e se cobre.
....
Ivi—ouço uma voz me chamar — já amanhaceu.
—Mais cinco minutos, por favor— digo me virando novamente.
—Anda preguiça já amanheceu.
Me levanto com preguiça, esfrego os olhos e me dou conta da claridade.Quanto mais rápido partimos mais rápido chegaremos em casa.
—Vou lavar o rosto, estou com bafo— diz rindo me fazendo olhar para ela que já está vestida com sua roupa e seu cabelo preso.
Enquanto ela some a conversa da noite passada não sai da minha cabeça, e uma dúvida também.
Mas deixo isso de lado e arrumo tudo para nossa partida, bati na porta do banheiro avisando que iria buscar o carro e depois disso sai.
Uma hora de estrada estamos nos aproximando do nosso destino, como será a reação dela?
Raiva, dor, carinho?
Não sei.
—Sabe, eu nunca pensei que...— me viro rapidamente e olho em seus olhos, desvio meu olhar do dela e continuo a prestar atenção na estrada, mas ela não termina e apenas suspira.
—Pode falar Hyna, estou aqui com você não estou?— ela sorri concordando e tomando coragem diz.
—Eu sempre achei estranho a morte do meu pai depois que me mudei pra cá, deixei isso de lado mas agora tá tudo tão confuso.
—Aconteça o que acontecer vai dar tudo certo— seguro em seu joelho com uma mão enquanto seguro o volante com a outra— nos vamos levar e vamos cuidar dele.
Depois disso não falamos mais uma palavra, ficamos olhando a paisagem que é linda com vários Pinheiros altos e um ar gostoso de sentir.
Mas ao pararmos em frente o portão da clínica a única coisa que pude fazer, foi engolir em seco e ver o espanto nos olhos de Hyna, se eu não estivesse como ela podia jurar que ela está em pânico total.
Dois grandes muros de uma altura absurda, com guaritas em cima e seguranças fortemente armados, um portão de ferro fechado com um brasão antigo em formato de uma caveira, e dois guardas fazendo a segurança no chão.
—Eu não vou entrar ai— ela sussura com medo.
—So você pode assinar os documentos, e eu estou aqui— sorrio passando confiança e me mostrando seguro, por dentro não estou nada bem.
Nos aproximamos e entregamos nossos documentos, um dos seguranças diz que meu advogado e Levy já deixaram tudo pronto, e que apenas devemos pegar o velhote e cair fora— palavras do segurança, que de profissionalismo não tem nada.
Adentramos o local com um dos seguranças nos guiando, a imitação de jardim era aterrorizante se Justino um dia tivesse visto isso, mataria o jardineiro do local.
As flores mortas e secas, a grama amarelada e dois prédios de quatro andares a nossa frente, sua cor que um dia foi branco está mais para um amarelo feio, com grandes marcas de lodo verde e rachaduras.
Sinto a mão de Hyna apertar a minha, e seguro sua pequena mão passando segurança, ela me olha sorrindo tentando esconder seu nervosismo.
Entramos em um local que dizia ser a recepção, olho meu bolso e sinto as procurações e fico mais aliviado, mas gritos estridentes nos fazem dar um passo para trás e olharmos ao redor com medo.
—São só alguns internos— o segurança vestido de militar diz rindo— a noite é pior acredite.
Sem dizer nada continuamos a andar naquele corredor gelado, e de cor cinza, ela para em uma sala e bate olho a plaquinha na porta escrito.
Administração
Uma voz masculina ecoa de dentro da sala autorizando nossa entrada, o guarda abre a porta e sorri malicioso na direção de Hyna, que estremece e aperta ainda mais a minha mão, resolvo entrar logo e acabar com isso, quanto mais rápido sairmos daqui mais rápido me sentirei seguro.
A sala que entramos é claro, um cheiro de tinta recém passada faz meu nariz coçar, algumas prateleiras com livros, e uma mesa de vidro com um computador e alguma bugigangas em cima, e do outro lado da mesma um homem branco, careca vestido com um terno menor do que sua barriga possa aguentar está nos olhando com um sorriso amarelado.
—Senhor Schoemberg— nos mostra a cadeira a nossa frente— sou o médico responsável pelo funcionamento da clínica Oito estrelas— encaro a mesa e nela encontro o nome Dr.Louveira.
— Acredito que tudo esteja preparado— digo sério— essa é a senhorita Millano— ele aperta a mão que ela oferece e seu sorriso se intensifica.
Não gosto do jeito que ele olha ela.
—Sim, sim tudo está perfeito, trouxe as procurações?
—Esta aqui— me sento em uma cadeira e Hyna faz o mesmo, entrego as procurações, ele analisa linha por linha, enquanto mais gritos são ouvidos.
—Viu mandar busca-lo, só um minuto— pega o telefone e disca um número— pode trazer o paciente 35.789.
—Desculpe a indelicadeza mas porque você disse o paciente 35.789?— Hyna pergunta com a voz entrecortada.
—É o número do prontuário dele senhorita— diz ficando vermelho, eu poderia desmentir esse infeliz agora mas creio que Hyna não mereça essa decepção.
A verdade é que fiz uma grande pesquisa sobre essa clínica, todos os pacientes são tratados como animais, com eletrochoques, banho de água gelada e muito espancamento, o número 35.798 é apenas o nome dele aqui dentro já que depois que entram eles perdem suas identidades.
Totalmente desumano.
A porta se abre revelando um senhor muito bonito mas de expressão cansada e desorientada, seus cabelos não são totalmente brancos como imaginei, fios grossos e negros caem sob seus ombros olho para Hyna e a vejo com os olhos marejados e com a voz engasgada na garganta, e minha maior vontade e de abraça-la.
VOLTEI VOLTEI VOLTEIIIIIIIIIII
E AI MENINAS TUDO EM CIMA?
COMO ASSIM A AUTORA SOME POR MESES E APARECE COM ESSA CARA DE PAU ?
POIS BEM, COMO SABEM ESTOU SEM CELULAR E SEM NOTEBOOK, MAS ACHEI. JEITINHO BRASILEIRO DE APARECER AQUI.
VOU POSTAR MAIS APROVEITEM!!!!
BJOS E NAO ME ABANDONEM AMO VCS 😍🤗🤗🤗🤗😘
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