Se um dia tudo estiver desmontando ao seu redor, erga a cabeça e diga.
Eu sou, eu posso eu consigo!
Pois Deus sempre estará comigo, para sempre —N.Whipe.

Sentado em uma poltrona de couro preta fumando um charuto, velho e fedorento o homem de olhar frio e matador tragava uma boa quantidade de fumaça soltando em seguida pelo nariz.Em sua mão por cima do encosto da poltrona sua mão segurava uma cerveja, a mais barata que existia.

Um quarto escuro com as cortinas fechadas, uma cama de casal a sua frente um criado mudo marron, um telefone com fio branco sob o móvel uma tv acoplada em um suporte de madeira na parede, velha e descascada. O lugar cheira a mofo, fumaça de charuto e a bebida barata.

Roupas sujas jogadas ao chão e a seus pés um estojo encapado com um material sintético idêntico a couro verdadeiro, nele vários tipos de armas se encontravam ali dentro  guardadas com cuidado.

Era a única coisa que homem estimava e cuidava, sua pele branca seus olhos negros feito uma pantera a espreita de mais uma caça, nariz fino e pontiagudo um cavanhaque preto e grande que desce até a altura do peito.

Vestido com uma calça de um tecido estranho na cor musgo, um sobretudo preto que chega até seus pés, sentado visualizava sua então situação financeira. Pensará diversas vezes como chegará a tal ponto, como chegou a ruína em tão pouco tempo?

Ele mesmo não saberia dizer, seus pensamentos foram cortados com o som do telefone celular que estava em um bolso secreto dentro do sobretudo junto a sua amada e querida Walter P99 apelidada de Rambo por ser uma máquina de matar. Retirando do bolso o aparelho móvel atendeu sem ao menos olhar a tela ou dizer uma palavra, sua personalidade fria não deixava ele ter sentimentos.

—Tudo errado, como pode dar tudo errado?— um suspiro do outro lado da linha foi ouvido, e o homem quase, quase sorriu— preciso dos seus serviços, ela continua viva e não pode continuar com a adoção daquele imundo ela está mais perto da verdade que nunca.

—Entendo— a voz grossa e imponente do homem se fez presente, até o ar parou para ouvi-lo falar, o tempo deu pausa e pessoa que estava do outro lado da linha sorriu ao sentir-se atraída pelo matador de aluguel.

Embora fosse frio na maior parte do tempo ele não deixava de ser bonito, e somente a sua voz fez com que a mulher do outro lado fechasse os olhos sentindo a inebriante vibração do som da voz do homem.

—Quero tudo feito com rapidez e agilidade, um dos malditos Schoenberg estava com ela, e o grupo que mandei falharam miseravelmente, será que ninguém sabe fazer nada?

—Me diga o nome.

—Hyna Millano— o homem quase saltou da poltrona ao ouvir o nome que ele tanto estimava, não podia ser.

Porque matar aquela garotinha linda e doce, a menina que por muito tempo habitou os  seus sonhos mais profundos, e por um momento pensou em recusar mas se ele não o faria outro sim, ao menos uma boa quantia seria garantida.

—Tome cuidado ela está em proteção dos Schoembergs, e você sabe de quem eles são protegidos não é?— a mulher perguntou com uma voz doce e calma querendo seduzir o homem.

—Scorpions— somente isso e um tremor passou por ela, algo nos Scorpions a deixava com medo.

—Espero o dinheiro em vinte e quatro horas e o serviço estará feito— o homem diz e desliga o celular sem um tchau ou obrigado.

Os pensamentos que o envolviam era de perca, porque matar alguém tão doce e gentil alguém que tem o coração grande e bom.O que ela teria feita para sentirem tanto ódio dela?

Adrian se perguntava e não conseguia entender, a última vez que a vira estava dando o seu almoço para um homem que passava em frente ao seu local de trabalho, ela não pensou se sentiria fome, desde que matasse a fome daqueles que precisavam.

Ou quando deu o seu casaco de lã para a menina que não tinha mais do que quinze anos, o tempo era chuvoso e a menina estava grávida e com frio, ele se perguntou como podia ter tantas pessoas ruins no mundo como ele, e existir pessoas como ela.

Ela era boa demais para esse mundo esse mundo não a merecia, ele não iria matar ela com Rambo sua tão estimada arma. Ou com qualquer outra de seu estojo, foi aí que uma ideia surgiu em sua mente.

Se aproximaria dela, aproveitaria alguns dias ao lado da mulher que ele admirava e a mataria sem dor, sem sangue derramado sem tortura.

Uma picada, e ela dormiria o sono eterno.

—Você está bem meu bebê?— olhei para ele com o amor que sempre tive.

—Estou mamãe, você está triste?— meu menino me olhou com os olhos de uma criança que sabia o que dizia.

—Não, a mamãe só está cansada— menti.

—Oiiiii— a porta foi aberta e um unicórnio de cabelos loiros passou por ela feito um furacão e se jogou na cama onde eu e Ryan deitados estamos — sabe mamãe Ryna volce deixa o Lyan blinca comigo no jardim?— deitando no meio de nós dois a pequena se aconchegou ainda mais.

—Amanhã?— pergunto me fazendo de inocente.

—Não, mamãe Ryna— fez bico e colocou a cabeça na curva do meu pescoço.

—Lara— Ryan solta frustrado com o afeto que a menina mostra— ela é minha mãe.

—Tem mamãe Hyna para todos— solto um riso— mas já está na hora de dormir meus pequenos.

Ryan abraça Lara que me abraça também, deitado os três na cama observo os traços dos dois Lara pequena de língua enrolada com olhos azuis e cabelos loiros.

Ryan com seus cachos crespos, maior que Lara e com olhos especiais— mamãe— ele diz bocejando— aquela moça bonita não gosta de mim— de quem ele está falando?

—Quem meu amor?— pergunto interessada, Lara dormiu em segundos e não se soltou de mim.

—A namorada do tio Aaron— diz inocente— eu estava brincando no jardim e ela me viu— ele abre os olhos e percebe que eu estava olhando para ele— ela saiu correndo mamãe e eu não fiz nada a ela.

—Ela só não sabe o quanto você e especial meu pequeno, a mamãe não disse que não importa o que as pessoas pensem de você— sorri com amor — desde que você tenha a mamãe que te ama muito, muito muito muito e você mesmo se ame os outros não importam, eles um dia vão perceber o quanto você é especial— passo o braço por baixo do corpo de Lara alcançando seu rosto— e vão ver que perderam a jóia mais rara.

—Eu sou uma joia mamãe, igual aquelas do filme do 007?— pergunta animado— aquelas que os bandidos roubam e o 007 resgata?— Hyna sorriu com a comparação e não teve como não soltar uma gargalhada da expressão de felicidade que o menino tinha.

—Você é a mais raras delas, sabe porque— ele balança a cabeça em não— porque você é um diamante negro, e somente eu posso ter porque eu amo você desde quando era um bebezinho— ele gosta do que ouve e fecha os olhos sentindo o carinho que faço nele e por fim adormece.

Eu fico ali olhando as paredes brancas do cômodo, pensando em como tudo deu errado nos últimos dias. Não sei o que fiz para merecer tudo isso e não importa o que aconteça desde que Ryan fique bem eu também ficarei.

E com esse pensamento me esforço para dormir, minutos depois sou pega pelo sono dos justos.

—Hyna, Lara está ai— pergunto baixo ao abrir a porta vendo a cena que se desenrola a minha frente.

Os três dormindo abraçados como se fossem uma família cruzei os braços e fico  admirando a mulher que dorme com minha filha em seus braços, por mais que eu ame a Angel ela jamais fez algo tão bonito assim com Lara, na verdade sempre nos afastou.

Por alguns segundos penso em rever a situação do meu casamento mas balanço a cabeça e me livro, de tal pensamento.

—Quer um babador?— me assusto com a voz do bastardo ao meu lado.

—Eles são lindos juntos— falamos juntos, o que a maldita ligação umbilical não faz não é mesmo?

—Vamos deixar eles dormirem— digo levando Noah para fora do quarto.

—Ah, você pode ficar babando mas eu não posso?— fechou os olhos com os braços cruzados e fez uma negativa com a cabeça— quer ela somente para você não é.

—Fala baixo— tampo sua boca com uma de minhas mãos enquanto a outra fecha a porta, atrás de mim, olho para os dois lados do corredor e verifico se ninguém ouviu— está doido em falar isso é, se Angel te escutar estou ferrado.

—Vamos no escritório, precisamos conversar— franzo o cenho — será rápido.

—O acompanho até o escritório de papai todos na casa já estão em seus aposentos, querendo descansar o dia de hoje que foi muito exaustivo.

Trabalhei o dia inteiro, resolvi questões burocráticas que são da ossada de papai, ele não pode trabalhar entrou em contato com agência de segurança para proteger a casa, e cuidar das pessoas que ficaram aqui.

Noah saiu atrás de algumas respostas, como eu não sei mas quero saber o que ele tem a dizer.
Entrando no escritório ele se senta em uma cadeira e eu em outra.

O grande quadro da família está na parede atrás da cadeira e mesa do meu pai, é um quadro bonito o seu nos quatro estamos no jardim sentados olhando para o horizontal azul, foi um dia de piquenique e eu e Noah tínhamos mais ou menos seis anos.

Ainda me lembro desse dia e sempre que olho esse quadro me sinto bem, ninguém me disse que ser criança era tão bom.

—Falei com o Eithan por telefone— suspira cansado— ele aceitou me ver— arregalo os olhos.— Mas...

—Mas— questiono.

—Para ele me dá informções sobre o que quero terei que entrar no ringue— passa a mãos nos olhos.

—De jeito nenhum— falo me levantando— ele só pode estar louco Noah.

—Eu não tenho escolha— fala como se realmente não tivesse.

—Tem sim, e só chegar lá é por aquela pocilga a baixo nem que seja no murro— me enfureço— apesar que se você lutar e ganhar aquela droga toda volta a ser sua— penso alto.

—Esse é o problema eu dei para aquele bastardo de quinta— suspira afundando o corpo ainda mais na cadeira.—Alem do mais só terei informações se vencer e isso será impossível, estou longe do tatame e do ringue a muito tempo.

—Quem será seu adversário?— para ele está tão cabisbaixo deve ser alguém bom.

—Quebra— diz tão baixo que quase não ouço.

—Quem?— grito assustado.

—Quebra— fala no mesmo tom alto que eu, se levantando da cadeira.

—O quebra-ossos?— falo— droga ele não quer que você lute Noah, ele quer que você morra, minha vontade e entrar lá e tirar a bunda dele daquele trono na bicuda!— começo a andar de um lado para o outro impaciente, pensando em uma forma disso dar certo sem que meu irmão morra.

—O Raul disse que vai ver o que pode fazer— Vai em direção a porta— vou sair dessa.

—Lotte esteve aqui— falo antes dele sair pela porta.

—Eu sei, nos conversamos— dou um passo para trás, ele teve uma conversa com ela? Tenho que ir vê-la, com toda certeza ele a magoou muito.

—Me diz que você não a magoou— falo sem pensar, ele volta andando e desfere um soco no meu estômago me fazendo curvar de dor e me deitar no chão— me. pegou. desprevenido. bastado.

—Somos irmão somos, e...— vira as costas para sair andando enquanto eu fico tentando recuperar o maldito ar que sumiu dos pulmões— não volte a falar dela, já encontrei alguém legal, não as vadias que eu estava acostumado mas sim uma moça legal, que vê em mim muito mais do que eu jamais vi.

—Quem é, como se conheceram, como tem tanta certeza que ela é legal, desde quando vocês saiem juntos?— pergunto atropelando as palavras, tento me erguer do chão com cuidado, me firmo em pé aínda com dor.

Ele olha no relógio verificando as horas e sorri— Faz exatamente três dias— sorri sem graça.

—Ta de brincadeira comigo seu bastardo?— ando até ele mais paro ao sentir uma fisgada no músculo da barriga— tá me dizendo que conheceu a menina a três dias e já sabe que ela é o amor da sua vida? — balanço a cabeça em negativa— quanto a Lotte, como fica?

—Não existe nada entre eu e a Becker, tudo morreu acabou, e você mais do que ninguém deveria me entender, você sabe o inferno que eu mesmo criei depois de perder ela— ouço essas palavras pela primeira vez na minha vida.

Noah nunca foi de expor sentimentos depois que eles terminaram e ouvir ele falar o que sente me deu uma alegria imensa, sempre fomos unidos mas depois que Lotte se foi o Noah amigo, feliz, e companheiro também se foi.

Junto com alguns amigos ele fundou uma gangue chamada Scorpions, os caras mais barra pesadas que já conheci, muitas vezes tive que lutar para tirar ele daquele maldito lugar e quando finalmente consegui ele deu o seu lugar ao nosso primo Eithan, que hoje é o chefe.

Antes de Eithan virar o cabeça tudo era limpo sem drogas, sem prostitutas, sem armamentos pesados contrabandiados.

E principalmente sem a porcaria dos empréstimos de drogas, foi exatamente isso que fez Dayene morrer, ela pegou uma grande quantia e não pagou, resultado já sabem.

Eu não pude fazer nada e nem sei se teria essa força para enfrentar o líder dos Scorpions sendo o Invisível, mas hoje sei que se eu fosse o Aaron ele se arrependeria do que fez.

—Eu sei o quanto sofreu eu assisti de perto, e ninguém mais do que eu sentiu, por isso se quer um conselho de irmão pense bem, reveja toda a situação Noah, você como eu como qualquer um sabe bem que aquela foto não estava nítida.

—Era ela Aaron, o mesmo cabelo longo e preto a mesma blusa que eu dei a ela— funga tentando conter sua emoção— aquela de renda vermelha que dei de dois anos de namoro— as lágrimas grossas caem— eu juro que não queria acreditar, eu...— parado com os braços pendendo ao lado do corpo ombros baixos, vejo um menino, apenas um menino de vinte anos que teve seus sonhos quebrados.

Quebrados pela mulher que ele jurou amar, jurou respeitar e dar a própria vida se preciso fosse.

Quando a foto chegou no celular de mamãe ela não acreditou, ninguém acreditou mas Noah ficou transtornado indo atrás de Charlotte na boate que ela disse que não iria. Seu rosto não estava nítido porém a blusinha de alça na cor vermelha em renda nos deixou intrigados.

A peça era única, feita somente uma em todo mundo como outra pessoa a teria?

Vou até ele e o abraço não tenho o que lhe dizer apenas meu abraço sincero de irmão mais velho por cinco minutos é o suficiente para mostrar que estou aqui.

—Ela nunca mais deixou os cabelos crescerem Noah— falo olhando o quanto está abalado— se ela fosse culpada não teria feito isso.

—Eu..ainda..amo ela Aaron— seu choro se intensifica ainda mais, ficando cada vez mais alto e seu abraço apertado— eu tentei, juro que tentei não amar mais, e tudo estava bem— para de falar e sinto o tremor do seu corpo no meu — ela apareceu, oito anos irmão e ela aparece como....

—Será que não está na hora de deixar esse rancor de lado e a perdoar?— falo e sinto ele balançar a cabeça que não— esfrie a cabeça e pense melhor, quando isso acontecer conversem como adultos ouça o que ela tem a dizer, a minha visão é que ninguém mantém uma mentira por muito tempo Noah e ela já diz a mesma história durante oito anos, olhe aqui— ele me olha enquanto seguro em seus ombros apertando de leve— você superou muito mais que isso, brutamontes em ringues venceu a sua propia morte, salvou duas crianças e uma mulher, me achou e acha que não ir atrás da mulher que se ama apenas por orgulho é certo?— olho em seus olhos vermelhos pelo choro.— Faça isso.

Saio deixando ele para trás com seus pensamentos, espero que ele realmente saiba o que está fazendo.

Los Angeles, 08:32 am

—O que está fazendo aqui?— a voz irritada dela me diz que não está para conversas.

—Posso entrar?— adentro o seu consultório antes mesmo dela responder.

—Já entrou— diz a contragosto fechando a porta— olha só se veio aqui para me ofender pode ir embora.

—Vim como paciente— digo e ela abre a boca e fecha rapidamente.

—Nao posso misturar o pessoal com o profissional, não posso te atender Noah, mas posso te recomendar um amigo meu— diz indo até uma mesa pegando um bloco de anotações e sua agenda, vou até ela e a seguro pelo pulso com leveza.

—Por favor— mantenho a calma— eu só preciso conversar com alguém, e não confio em outras pessoas.

—Confiança, não foi isso que demonstrou ter a oito anos atrás—suspiro procurando a maior das paciências existentes no mundo.

—Ta anda logo— digo me deitando no divã e cruzando os braços no peito— eu tenho me sentido estranho, nada nunca está bom— ela não diz nada em tão pergunto— tá me ouvindo?

—Sim, estou continue— diz com indiferença.

—Não vai anotar nada?Sou um paciente como qualquer outro— reclamo e ela pega uma agenda e uma caneta.

—Continue— diz sem nem me olhar.

— Eu sempre achei que o que sentia era pela falta do Aaron após sumir, mas não era, estou feliz sim pelo meu irmão ter aparecido mas ainda continuo— dou uma pausa respirando fundo— sozinho.

—Continue— será que ela só sabe dizer isso?

—Estou encrencado até o pescoço, tenho uma luta para saber quem quer me atingir e sei que vou morrer, não queria ter que deixar minha família, não agora me entende?Eu sei que já fiz muita besteira mais não quero mais fazer ninguém sofrer principalmente alguém que parece se importar comigo.

—Conte-me mais sobre essa pessoa, ela parece ser especial— fala sem demonstrar nenhum sentimento, nada.

—Eu a conheci faz só três dias, mas nesses três dias ela me fez sorrir mais do que qualquer outra, e não me senti só.

—Isso é bom, seu reconhecimento sobre como se sente, continue.

—Minha mãe me acha um irresponsável, meu pai me apoia mas sempre tem medo de que eu me mate— acabo rindo disso papai e mesmo engraçado— Aaron sabe que muitas das vezes eu não tive escolha com o que aconteceu.

—Desde quando se sente só— anota algo em seu caderno, uma mecha de seu cabelo se solta.

Seu cabelo está preso por uma presilha de strass dourada com flores e strass rosas, se veste com  com um salto baixo na cor nude uma calça jeans colado na cor preta eu blazer preto acompanha uma blusa de renda azul escura.

—Noah, está me ouvindo?

—Hãm— pergunto perdido.

—Perguntei se quer conversar sobre esse vazio, ou não se isso te incomoda, estou aqui para ouvir você todos os seus sentimentos mais profundos.— solta a agenda e segura suas mãos, um sinal claro que está prestando atenção em mim totalmente, isso me dá um alívio.

— Vou contar toda história tudo bem— afirma com a cabeça— era uma vez um príncipe encantado, ele encontrou a princesa da torre perdida, a rainha Aurora era melhor amiga da rainha Laura— paro olhando para o teto— a rainha Laura foi morta por estrangulamento pelo seu próprio companheiro e assim sua filha chamada Charlotte veio morar no palácio Schoenberg.

— Por favor Naoh— a voz dela tem súplicas, mas não ligo ela não quer saber pois bem vai saber.

—Você disse que não confundia o profissional com o pessoal, Drª Becker— ergo a sombrancelha e lanço um sorriso maldoso, se eu sofri ela também merece sentir a mesma dor— continuando, por favor não me interrompa.Eu me apaixonei pela linda donzela, tímida, calma, educada e doce que vivia no mesmo palácio que eu.
Quando finalmente consegui conquista-la, o que foi com muito esforço nossa família nos acolheu com tudo que podia nos dando total apoio,  nós éramos felizes, pelo menos eu era, no nosso segundo aniversário de namoro a pedi em casamento— meus olhos marejam ao lembrar a cena, foi o dia mais feliz da minha vida ouvir um sim de seus lindos lábios.

—Realmente quer falar sobre isso— pergunta baixo.

—Você disse que queria saber como o vazio começou não foi, foi assim— me sento no divã apoiando os cotovelos nos joelhos olhando fixamente em seus olhos— eu tive que viajar por um dia papai queria me ensinar como lidar com o transporte aéreo eu era muito novo na época vinte dois anos, enquanto a linda Charlotte tinha vinte, fiquei sem celular porque não sei como ele não foi na mala em que eu havia arrumado, e foi na noite em que voltei tentei ligar para ela muitas vezes, mas sempre chamava, foi só  quando vi o espanto no rosto de mamãe umas duas horas da manhã sentados no sofá da sala que entendi o que estava acontecendo, a foto dela beijando o meu próprio primo— sem tirar os olhos dos seus vejo quando deles caem lágrimas sem ela querer— eu fui atrás dela mas ela já não estava na boate em que o Eithan estava e o encontrei sozinho, foi quando tudo terminou quando cheguei em casa ela me olhou com dor a tristeza que vi nos olhos dela não me deixa dormir, dez anos e aquele sofrimento não acaba, mas agora tudo passou Drª, porque eu percebi que ela não merecia o meu amor— fecho meus olhos impedindo de chorar— ela não mereceu meu amor, minha fidelidade, ela não merecia o mundo que eu queria criar para nós dois.Mas no fim de tudo eu a perdôo, perdôo por me trair. Por mentir e por quebrar a melhor parte de mim— me levanto e abro os olhos.— É isso, eu te perdoo mas não quero saber de você, o quanto mais longe ficar de mim, de minha família será melhor para você.

—Entendo— seca as lágrimas— a sessão acabou senhor Noah, pode voltar quando quiser.—Sorri fraco.

—Não tem nada a dizer Charlotte?— pergunto sem entender sua reação, totalmente diferente da de ontem.

—O que você quer que eu diga?Por acaso vai me deixar explicar?

—Vou— falo e vejo a surpresa em seu rosto— temos amanhã inteira— me sento novamente.

—Você tinha ido viajar pela manhã de sexta, fui a faculdade e fui para o estágio, cheguei em casa por volta das seis da tarde, sua mãe pode confirmar essa versão— põe a agenda que estava em seu colo e a coloca em cima da mesa de mármore ao seu lado— passei a noite inteira ligando, tentei até às três da manhã mas só dava caixa postal até aí tudo bem, quando foi pela manhã recebi uma mensagem sua dizendo que chegaria por volta das dez da noite e que iria para a festa do Eithan, na mensagem dizia que faria uma surpresa para mim— sorri lembrando de algo— eu fiquei muito ansiosa querendo saber o que era, comentei com a Angel sobre ela me levar e ela disse que iria mais tarde então perguntei a sua mãe se ela podia me levar e ela me levou, quando cheguei lá estavam todos esperei você por muito tempo mas não encontrei, meu celular sumiu junto com meus documentos na noite, não sei como mas sumiram, quando vi que você não chegava fui para casa e ao chegar lá, tudo se tornou um pesadelo— seu sorriso é triste me deixando do mesmo jeito— eu sempre fui sincera e transparente em relação aos meus sentimentos naquela época todos sabiam o quanto eu era louca por você.

—Acho que já está bom, tenho que ir—me levanto novamente e vou em direção a porta.

—Você disse que ia me ouvir— fala alto me fazendo olhar para sua imagem em pé— porque eu não posso falar?

—Tudo o que me disse são apenas mentiras inventadas por uma mente cruel, não tenho mais nada o que fazer aqui o importante é que sabe que já te perdoei, pode dormir tranquila agora— falo com arrogância.

—Isso não será possível, eu durmo todas as noites porque minha consciência sempre esteve limpa, se você não dorme é porque tem dúvidas se tudo o que diz que eu fiz é verdade, pode se retirar.

E sem olhar para trás passo pela porta, fechando a mesma com violência eu deveria sair daqui mais leve. Mas não, estou pior do que quando entrei.

—Inferno, eu te odeio Charlotte Becker— digo isso subindo na minha MV Augusta F4 Tamburi e saio a toda velocidade.

Agora é hora de acertar as contas com o Eithan

Se o que ela disse for verdade quero saber o que ele tem a dizer.

Saio a toda velocidade cortando os carros, pensando no maldito inferno que nossas vidas estão.

Tenho que resolver a situação de Hyna, mas Aaron vai se encarregar disso.

Meu celular toca me tirando a atenção dos meus pensamentos, paro no acostamento e atendo.

—Noah estou sendo atacado— A voz de Aaron me parece apavorante— estou a cem graus da empresa, chame reforços.

—Estou indo— desligo a chamada e ligo para a central dos meus cães fiéis.—Cem graus da Allenkar mínimo dez homens, agora— grito para o comandante e desligo.

Se eu já estava querendo correr agora posso, tenho que ajudar meu irmão!

Olá gente, bom esse capítulo ficou grande?
Simmmmmmm, mas e que estou empolgada essa obra chegou em 1K hahahahah e eu tô como ?
MALUCA.

Obrigada, muito obrigada vocês são demais.
😘😘😘😘😘😘