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Se puderem leiam ouvindo a música acima.
Não deixem de comentar , sua opinião é importante obrigada😘.

Amor em paz

Eu amei
Eu amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar

Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver 
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz

—Vinicius de Moraes.

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—O que está fazendo aqui— a mulher de corte chanel a minha frente me olha com desconfiança.

—Eu sei que não fui educada com você aquele dia— parada com a mão no batente da porta do seu consultório, tento manter a minha paciência— mas ela precisa de você nesse momento, não sei porque estou aqui mas sozinha eu não vou conseguir— os olhos de Charlotte Becker se alargam, em um movimento rápido entra em seu consultório e rapidamente volta com uma bolsa pequena e uma pasta na mão.

—Vamos— sai andando em direção ao elevador me deixando com cara de tacho para trás, eu juro que se não precisasse tanto dela eu a enforcaria nesse momento.

Respira Crystal Firmean.

Foi meu único pensamento ao sair atrás da mulher que um dia roubou minha melhor amiga de mim, sooua infantil?

Sim, mas não posso perder a única amiga que tenho e que me ajudou, Hyna é mais que uma irmã e ao ver nossa amizade ameaçada eu perdi a cabeça, eu ajudei ela o quanto eu pude mas não o bastante para que ela voltasse a sorrir e apenas Charlotte Becker conseguiu, fiquei feliz mas me vi sozinha e eu nunca mais quero me sentir só.

Dói, destrói e corrói a alma lentamente como uma faca de dois gumes serrando lentamente cada estrutura muscular do peito.

Mas agora sei que Hyna não precisa somente de mim e sim dela também, seja lá os motivos que levaram alguém a fazer o que fez com o lugar que morava ela estará em pânico novamente e todo o nosso trabalho árduo de anos pode ir pelo ralo se eu e a senhorita delicada aqui não fazer nada.

Antes de vir aqui eu passei na antiga casa de Hyna e vi o estado deplorável que aquele, lugar ficou e o medo me tomou, ela pode surtar e fazer algo que não deve fazer, e meu afilhado?

Oh céus, meu afilhado deve estar em prantos nesse momento.

(S/N:O que ela não sabia é que Ryan era corajoso demais).

Entramos em meu carro dou partida e saio, ela simplesmente me encara como se pudesse ler minha alma, enrrugo a testa em um ato de "pode parar de ler minhas atitudes antes que eu quebre a sua cara bonita, da Barbie piscologa.

—Pergunta logo— com as mãos no volante, presto atenção no caminho a nossa frente, acelero um pouco mais querendo chegar o mais rápido possível na mansão Schoemberger.

—Voce está diferente.

—São as roupas— não dou detalhes.

—Nao só as roupas, seu jeito, me parece que você conseguiu tirar um fardo das suas costas— sorri segurando a agenda— você pode não acreditar mas eu sempre torci por você, pela sua melhora interna, e seja lá o que aconteceu deu certo— olha o lado de fora pela janela.

—Ryan— digo por fim e vejo seus olhos se iluminarem— ele me ajudou muito desde que veio para minha vida— a alegria em minha voz é tão perceptível que ela sorri ainda mais.

—Crianças são o remédio da alma—  diminuindo a velocidade paro em frente o portão da mansão Allenkar.

Me apresento no interfone e minutos depois nossa entrada é liberada, entro no jardim e é a coisa mais linda que já vi, vários tipos de flores uma mais linda que a outra um lago bem ao longe com algumas mais exóticas a grama verde e bem cuidada.

—Eu poderia morar aqui sem problemas— Charlotte diz ao sair do carro a passos rápidos indo até um canteiro de rosas vermelhas.

—Realmente é lindo muito lindo— digo ainda chocada com a beleza do lugar.—Vamos— ela me acompanha até a entrada e somos recepcionadas por Nerea creio eu.

—Bom dia meninas— respondemos um bom dia em uníssono — sejam bem vindas— ela abre mais a porta nos dando passagem—Estão todos tomando café, vou levá-las até lá.

Sem dizer nada saímos atrás da mulher alegre e educada me fazendo lembrar, que é por isso que ela é tão querida por Hyna.

Só não pode tomar meu lugar penso e dou risada mentalmente.

Ao entrarmos em uma sala grande com cortinas claras e uma mesa que cabe até um batalhão, vejo Hyna abatida comendo uma torrada de cabeça baixa e olhos no prato uma sensação de proteção me abraça quero cuidar dela até não poder mais.

Mas ao dar dois passos para frente acabo trombando no corpo de Charlotte que para bruscamente.

—Que diabos..— paro de falar ao ver todos nós olhando com cara de interrogação, Charlotte está mais branca do que o normal ganhando de um papel—Lotte você está bem?—pergunto enquanto ela continua parada de olhos arregalados.

—Es..tou.., isso  é apenas ..  pela Hyna— diz mais para si mesma do que a mim.

—Crys, Lotte— Aaron se levanta e vem em nossa direção— como é bom ver vocês, venham sente-se conosco.

Vamos até Hyna que continua de cabeça baixa mastigando alheia a tudo em volta, me sento ao seu lado e a abraço— Quero ir embora Crys— fala baixinho— me tira daqui.

—Eu vim te buscar— Charlotte passa a mão no ombro de Hyna fazendo ela ter sua atenção.

—Estou aqui, hoje e sempre— abraça Hyna carinhosamente.

—Obrigada amigas— ela diz alternando o olhar entre eu e Lotte.

—Vou apresentar minha família— Aaron diz mais é interrompido por Aurora.

—Charlotte, já nos conhecemos, não é querida?— os olhos de Lotte ficam opacos como se estivesse com medo.

—Charlotte?— Leon diz incrédulo—Charlotte Becker?

—Sim querido— Aurora sorri de um jeito estranho na direção da mulher sentada.

—Chay, quanto tempo não é mesmo?—Angel diz de uma forma forçada.

—Sim, muito— Lotte diz visivelmente sem graça.

—Ai meu Deus— Aaron diz alto surpreso com algo, limpando a boca com um guardanapo— como não me lembrei — pergunta a si mesmo em confusão— porque não me disse?

—Assuntos profissionais não se misturam com o pessoal Aaron— sorri fraco, enquanto eu e Hyna observamos a cena sem entender nada— além do mais nenhum de vocês tem a ver com o que aconteceu.

—Isso é verdade—Aurora olha sério para ela— senti muito a sua falta menina, não deveria...— para de falar depois que nota que estamos todos olhando— antes de ir me procure temos muito o que conversar, teve sorte que ele saiu muito cedo.

—Entendo— foi a última coisa que disse ao ser servida por Nerea, mas só brincou com sua panqueca sem colocar nenhum pedaço na boca.

—Se me derem licença, irei subir e buscar Ryan— olha para mim e Charlotte— vocês me acompanham?— em conjunto balançamos a cabeça em sim e nos levantamos indo atrás dela que mal terminou de falar, e saiu andando.

[...]

Depois de Hyna ter nos contados tudo o que aconteceu ela ficou calma, minha cabeça rodava e rodava mas não consegui pensar em alguém que pudesse fazer tal barbaridade com ela.

—Você pode ficar na minha casa— Charlotte diz sorrindo.

—Eu já disse que posso te dar o apartamento ou a casa que quiser— falo olhando fixamente para ela que fica sem jeito.

—Posso entrar— a voz de Aaron ecoa no ambiente enquanto ele põe a cabeça para dentro do quarto, deixando seu corpo para fora.

—Pode— Hyna diz e ele se mantém em pé enquanto eu e Lotte continuamos sentadas.

—Acjo que vocês já sabem o que aconteceu, a questão agora é— ele endurece as feições do rosto — ela precisa de um lugar para ficar, precisamos arrumar a casa onde ela vivia e devolver ao proprietário intacta, e descobrir quem fez isso.

—Eu disse que ela pode vir ficar comigo— Lotte se pronuncia sem olhar para ele diretamente.

—Eu posso reformar a casa e dar um apartamento ou uma casa— digo alisando as mãos da minha amiga que está muito abalada.

—Eu já disse que vou procurar um lugar para ficar, enquanto a reforma da casa não tenho jeito a não ser aceitar— seus ombros caem de uma forma cansada.

—Então está certo, você Crys dá um jeito na casa e ela fica comigo— seu ar de autoridade fez com que Hyna se encolhesse e fechasse os olhos, eu olhei para ele com uma incógnita na testa.

—Ficar com você Aaron Allenkar Schoenberg?— questiono e vejo seu rosto arder em brasas.

—Ela sabe a divida eterna que tenho com ela, nada mais justo em retribuir além do mais enquanto não descobrirmos quem fez isso, e o porquê eles correm perigo, — seus olhos tem  súplicas ao olhar para  Hyna— aqui ela tem segurança, não existe ninguém louco a ponto de invadir isso aqui— ele aponta para fora , e Ryan fará bem  a Lara— se justifica.

—Se é assim, já vou indo— me estico até Hyna e lhe abraço forte.

—Arrume um lugar para que eu fique por favor— sussurra em meus ouvidos, me separo um pouco dela e encaro seus olhos— eu gosto de um lugar tranquilo, além de que não e só ele que mora aqui— entendo o que ela quis dizer e afirmo, me despeço novamente, dou tchau para os dois e saio pela porta.

Tenho que fazer tudo rápido, me despeço das pessoas que estão na sala e Nerea me acompanha até a saída.

—Obrigada por cuidar dela— abraço Nerea carinhosamente.

—Ela precisa de cuidados menina, e o pior é o medo de armas, ainda não sei o porque— suspira ao nos separarmos— vou fazer o que posso.

—Eu sei que vai, volto amanhã— dando um beijo em seu rosto e vou para o carro.

Entro nele e consigo respirar direito Hyna não tem inimigos, além de um laço sanguíneo perigoso pego meu celular e disco para Levy, dou partida e saio pelos portões de ferro, Levy não atende o que me incomoda já que ele nunca rejeita uma ligação minha ou de Hyna tento mais uma vez.

—Lauren— diz ao atender o celular dele.

—Passa para o Levy— digo ríspida, segundos depois ele atende.

—Oi morceguinho— algo em mim se quebra por ele me chamar assim novamente, a tanto tempo ele não dizia essa palavra— quer dizer Crys.

—Precisamos conversar, é algo grave— ele fica em silêncio esperando que eu diga.— Esteja no escritório as duas— desligo sem sua resposta e torço para que ele esteja lá.



Eu nunca acreditei em carma ou destino ou qualquer coisa que me falassem, mas estou aqui nesse momento no quarto de Aurora esperando ela voltar.

O que eu fiz para merecer isso?

Não sei, só sei que quero ficar bem longe de tudo isso aqui.

Passei o dia com a Hyna, ajudei ela a expor seus medos e sentimentos mas não acho que ela tenha sido verdadeira hoje, algo nela me diz que ela sabe quem fez isso mas não quer dizer e por todos os Deuses do Olimpo porque não quis falar? Olho mais uma vez no relógio de pulso e são 17:35 PM, ando de um lado para o outro tentando me manter calma.

O que só faz piorar já que a demora dela me faz ficar ansiosa demais—Meu tapete ficará com um buraco se continuar assim— dou um pulo de susto ao ouvir a voz dela enquanto estava de costas.

—Oh, me desculpe— digo constrangida.

—Velhos hábitos nunca mudam não é querida— fechando a porta do quarto com leveza só pude ouvir o som do click ao ser fechada.

Ela anda com elegância até onde estou e me abraça me pegando desprevenida, sem saber o que fazer fico na dúvida entre retribuir ou não seu abraço, acabo retribuindo e sinto seu cheiro enebriante.

—Eu sinto tanto a sua falta querida, poderia ter vindo nos ver— diz e me solta com os olhos cheios de lágrimas.

—Eu realmente não quis magoar vocês— sou sincera.

—Venha sente-se aqui— indo até a varanda de seu quarto ela se senta em uma cadeira branca e delicada, daquelas que se põe em jardins, faço o mesmo que ela.

Apoio os braços na mesa de de vidro e olho o jardim, uma leve brisa passa fazendo meus cabelos voarem e ela sorri genuinamente.

—Voce continua linda, não mudou nada.

—A senhora também, nada nem mesmo um fio de cabelo— digo a verdade e sorrio ao ver sua expressão de felicidade.

—Sabe Lotte, nos não podemos mudar o passado, mas podemos reescrever nosso futuro— seu sorriso morre— sentar e conversar é a melhor opção querida..

—Eu já disse tudo o que tinha para dizer Aurora, eu disse que não fiz nada, eu jurei por minha mãe— lembrar o passado me doí demais— ninguém acreditou em mim, mas isso não importa eu sei que não fiz nada— fecho meus olhos para não chorar e engulo a seco o bolo que se forma em minha garganta— eu coloco a cabeça no travesseiro e durmo, porque se tem uma coisa que eu sempre tive foi caráter— Aurora abre e fecha a boca três vezes— não importa mais— para confortar a mulher a minha frente seguro suas duas mãos e aliso levemente, ela tem que saber o tamanho do carinho que sinto por ela.

—Eu nunca duvidei disso minha querida, eu sempre te amei como uma filha e quero pedir perdão pelo que lhe causei— lágrimas caem de seus olhos não posso fazer ela chorar então solto suas mãos e me levanto, me agacho ficando de joelhos e a abraço como antigamente.

—Eu amo você, tanto quanto amo mamãe, então não se sinta mal— falo me levantando.

—Obrigada querida Lotte, eu sempre soube que, você não era o que disseram— seca as lágrimas— eu também te amo e saiba que as portas sempre vão estar abertas, tenho esperanças que um dia volte.

—Talvez— falo ainda em pé olhando para ela— mas apartir de hoje venho te visitar sempre— sou sincera, ela não merece nossos erros.

—Aposto que vai— sorri.

—Muito lindo esse papo todo, que aqui está uma traidora eu até entendo, mas você mamãe— me assusto com a voz atrás de mim, sem coragem para virar encaro Aurora pedindo socorro com os olhos.

—Isso é coisa de se falar na frente de minha convidada seu moleque sem educação?— Aurora repreende o filho se levantando e segurando minhas mãos— sente querida, não quero que se machuque.

—Ah não quer que ela se machuque— Noah bate palmas e rir ironicamente— enquanto a mim eu posso me foder que você não está nem aí não é mesmo, mas a traidora não pode não, é demais para mim.

—Cale-se ou eu o farei, eu não vou tolerar que falte com respeito com ela— branda alto me fazendo encolher.

—Eu preciso ir— digo colocando forças para as palavras sairem.

—Fique aqui eu vou buscar um chá, você não pode ir assim— Aurora diz alisando meus cabelos— e você fora do meu quarto agora— sua mandíbula se contrai com força mostrando a raiva que sente, sem dizer mais nada vai embora e bate a porta nos deixando sem jeito.—Não ligue ele ainda não amadureceu, fique aqui eu já volto.

E indo em direção a saída fecho meus olhos com força, tudo o que eu menos precisava era do passado esfregando um erro que eu não cometi na minha cara.

Droga, porque eu estou aqui assim que encontrei eles na sala do café eu deveria ter reconhecido o lugar, e indo embora na hora.

Mas Hyna precisava de mim, eu não poderia deixar uma paciente quando precisa dos meus cuidados, ouço a porta se abrir e fechar e um click da chave não me importo Aurora deve trancou para o filho não entrar novamente.

Ponho a cabeça nos braços dobrados em cima da mesa, e respiro tentando conter meus sentimentos.

—Agora somos só eu e você— droga digo mentalmente, levantando a cabeça devagar me deparo com um Noah de cara fechada e expressão assustadora.—Porque voltou Becker?

—Eu não voltei— fecho os olhos e respiro fundo ao dizer.

—Nao voltou— sua voz sai com sarcasmo— então o que vejo na minha frente é um holograma?

—Eu não tenho nada a dizer— me levanto, ele se põe em minha frente.

—Você acha mesmo que eu vou deixar você sair sem me ouvir, tsc tsc— sorri com maldade— não mesmo doce Lotte, eu esperei oito anos por esse momento.

—Me deixe passar por favor— falo baixo.

—Ah e não é que a garotinha não mudou, nada de gritos ou conversas— cruza os braços me fazendo olhar para ele— sempre fugindo do que realmente importa.

—Não temos nada para conversar— falo autiva.

—Temos sim, na verdade eu tenho.

—Voce não tem direito, direito nenhum de me falar tudo de novo— minha boca começa a tremer— eu não quero e não vou escutar.

—Voce vai, sua mulherzinha baixa, você me traiu descaradamente, e ainda tem coragem de voltar aqui depois de tudo que me fez?— ele fica sério soltando os braços ao lado do corpo.

Reparo no quanto ele mudou, é até mais bonito que Aaron, sua pele é ainda mais morena seus ombros estão mais largos, seus músculos na jaqueta de couro quase saltam pelo tecido, seus cabelos bagunçados caem por seu rosto a cada vez que se meche com violência, seus olhos estão mais escuros sua calça jeans está contornando suas pernas perfeitamente.

—O que deu em você mulher, porque está me olhando assim— grita me trazendo de volta a realidade, meu rosto esquenta e me sinto envergonhada por ter sido pega no flagra— não me diz que você, que você..

—Não termine a frase ou eu juro que soco o seu nariz não me faça perder minha paciência— grito apontando o dedo no seu rosto.—Agora me deixe sair— empurro ele, e nem ao menos ele sai do lugar.

—Por que fez isso comigo?— sua voz sai baixa, o ressentimento é nítido— Eu.. eu ...— não consegue dizer.

—Eu já disse milhões de vezes que não era eu, eu não fiz aquilo, eu fui sim aquela festa porque me disseram que você estaria lá, mas eu não fiz nada— o que eu não queria era chorar na frente dele, mas suas palavras passadas voltaram na mente.

—EU TE AMAVA PORRA— lágrimas caem de seus olhos— eu te amava e você me traiu, me diz o que fiz? — sua voz fica entre cortada— eu- dei- a- minha-vida-a-você— fala pausadamente, fazendo com que eu chore ainda mais.

—Eu disse que não fiz nada disso Noah, porque não acredita em mim?

—Porque você é uma mentirosa, traidora, e vagabunda— sem pensar minha mão voa na sua face com uma força sobrenatural já que nunca bati em alguém, ao perceber o que fiz volta o olhar na minha direção lentamente com olhos arregalados.

—Acho que me enganei você não é a mesma, além de ser vagabunda ainda agride pessoas indefesas— sua voz sai com um sacarmo que eu poderia enfiar minha caneta na garganta dele.

Não aguento mais e esquivo de seu corpo com rapidez, meu corpo magro e minha estatura baixa me ajuda deixando ele para trás, corro em direção a porta e tento abrila-la porém está trancada.

—Aurora, Aurora— grito batendo forte na porta, grito ainda mais desesperada.

—Acho que ninguém vai te ouvir— me viro e o encaro, seu sorriso está largo achando graça da situação— acho melhor se sentar ou deitar na cama ninguém vai vir antes que eu mande.

—Com..como...as .ssim— gaguejo tentando entender o que ele quiser dizer.

—Voce já foi mais esperta— se senta na cama espaçosa e se joga para trás, suspirando.—Eu pedi a mamãe que não subisse aqui até conversamos— diz com uma simplicidade que me assusta.

—Me deixe sair seu... seu.. ahhhh— grito frustrada por não saber nenhum palavrão a altura dele.

—Seu— sua voz sai baixa, ameaçadora se levanta devagar repetindo essa palavra— eu sempre fui, odeio admitir mas sempre fui— para próximo do meu corpo me fazendo estremecer, uma raiva sobe em mim como uma formiga rápida— por favor não tenha medo de mim, não vou suportar tudo aquilo de novo.

Levantou a mão direita retirando alguns fios do meu rosto, seus olhos encontraram os meus, seu olhar desceu até meu pé e subiu lentamente parando em minha boca.
Por alguns segundos achei que ele sorriu, mas se o fez foi rápido demais, para que eu afirmasse.Dei dois passos para trás com receio, mal percebi quando sua mão voou na minha nuca me prendendo entre seus dedos e arrastando meu corpo próximo ao seu e até eu ter alguma reação sua boca colou na minha pedindo passagem.Cedi, e foi o meu maior erro.

Sentimentos que estavam trancados se soltaram quando sua língua macia e adocicada se chocou com a minha, uma valsa dançante e lenta começou seu corpo colou ainda mais ao meu e seu cheiro invadiu meus sentidos me fazendo ficar zonza, algo duro entre nós se fez presente.

Ele foi parando o beijo aos pouquinhos, e um sorriso se fez presente em seus lábios.

Mas logo mudou quando percebeu o que acabou de fazer.

—Va..va..vai embora agora— foi grosso ao pronunciar tais palavras.

Ainda entorpecida pelo beijo, pelo cheiro por ainda me sentir como a oito anos atrás por tudo fiquei parada olhando ele perder toda a paciência.

—Eu mandei você cair fora, vazar, ralar peito, meter o pé, qualquer coisa que me tire de perto de um ser repugnante e asqueroso como você— cospe no chão e limpa a boca com as costas da mão, era preferível ele me bater ou qualquer coisa do gênero já que isso doeu mais do que uma surra, e sem deixar as lágrimas caíram novamente me fazendo ser a menina antiga.—VAI EMBORA e nunca mais apareça na minha frente.

—Eu vou sim, mas um dia Noah Allenkar Schoenberg— falo entre soluços— um dia você vai se arrepender e me pedir perdão de joelhos— seco as lágrimas com a minha blusa social em seda creme que enxarca de lágrimas na hora, me recomponho, arrumo meus cabelos e com o resto de dignidade que tenho digo— Senhor Noah Schoenberg, abra a porta, por favor.

Ele abre a porta e saio, saio andando calmamente quem me vê não nota o estrago que tenho por dentro, ao descer as escadas ouço barulho de coisas se quebrando, e faço uma promessa para mim mesma.

EU VOU TER PROVAS DE QUE TUDO FOI ARMADO, E NESSE DIA VOCÊ CHORAR LÁGRIMAS DE SANGUE!

—Me desculpe querida, ele praticamente me ameaçou, e eu só queria que conversassem, me desculpe.—Aurora diz quando termino de descer as escadas.

—Esta tudo resolvido, não se preocupe fez muito bem— minha vontade era matar ela mas sentiria remorso.—Tenho que ir, ficou tarde e tenho que remarcar com meus pacientes.

Foi tudo o que disse ao me despedir e sair pela porta da frente ficando sentada no jardim, o céu se punha no céu e algumas estrelas apareciam o vento soprava.

Ao entrar no táxi olho para o quarto onde um dia fui feliz, e lá estava ele como em todas as vezes, segurando a grade e de olhos fixos em mim, nossos olhares se encontraram e notei a minha tristeza também refletidas nos dele.

Abri a porta do táxi, entrei me acomodei e pude respirar melhor fechei meus olhos e adormeci.





Olá genteeee, hoje saiu mais um capítulo espero que tenham gostado.
Me digam o que estão achando.

Peço perdão pelos erros, estou sem meu computador e o celular não ajuda muito.
Um super 😘

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